segunda-feira, 18 de março de 2024

Sobre Redes Sociais, Imaturidade e Alexandre de Moraes

 As redes sociais mostraram a verdadeira face das pessoas.

Não, eu não acho que o problema esteja na ferramenta.
Se nós verificarmos a evidência histórica, o problema NUNCA é a ferramenta em si, mas a PESSOA que está utilizando a ferramenta.

É o famoso "armas não matam, o que mata são as pessoas".
Um carro não atropela ninguém. Quem atropela é o motorista imprudente.
A diferença entre o remédio que cura e o veneno que mata é apenas a dosagem, prescrita e administrada por pessoas. Na dosagem errada, até a água pode te matar.

Sempre, sempre o problema são as pessoas.
Nunca, nunca o problema é a ferramenta.

Outro dia li um post bobo que dizia: "Lembra quando nós achávamos que o problema era falta de informação? Veio a internet e nós descobrimos que não é."

O problema nunca é a ferramenta.
Quando Gutemberg criou a imprensa e popularizou o livro impresso, as pessoas diziam que os escribas perderiam o emprego. Que os livros tirariam o foco das pessoas. E outros diziam que os livro ajudariam a disseminar o conhecimento. Quem usa os livros corretamente acaba lendo as grandes obras e enriquecendo seu pensamento. E quem usa os livros errado acaba lendo besteiras e acaba emburrecendo mais ainda.

O mesmo aconteceu com o rádio, com a TV e, é claro, com a Internet.

A mesma internet que pode te ensinar algo enriquecedor a cada dia, te oferece conteúdo emburrecedor talvez até em maior proporção.

O problema não é a ferramenta. O problema é a pessoa.

As redes sociais são uma ferramenta. Algo fantástico, inovador. Um experimento social que será lembrado por gerações. Você e eu somos as primeiras gerações a termos contato com essa revolução.

Estamos tateando e ainda falta muito para podermos dizer que estamos engatinhando nas redes sociais. Fenômenos como bolhas de assuntos, grupos de interesse, fazendas de manipulação de assuntos, etc... são muito novos. Praticamente ninguém está preparado para compreender a dinâmica das interações em redes sociais.

E esse texto é sobre um ponto que eu pequei por muito tempo.
E é o mesmo ponto que figurões como o Alexandre de Moraes peca: o contraditório.

Porque, veja bem, "quando você abre sua boca para falar algo sobre a natureza da realidade, automaticamente você faz um milhão de inimigos que já disseram - ou dirão - que a realidade era outra coisa completamente diferente. Expressar-se é, em resumo, uma atividade degenerada."

Cada um de nós vive em um nível de MATURIDADE.
Veja bem, você não discute com uma criança sobre decisões importantes do dia a dia. Se você deixar uma criança de 5 anos decidir sobre as compras para a casa, você terá um rancho de balas, doces, chocolates, salgadinhos, refrigerantes, iogurtes e talvez alguma fruta muito doce.

No seu ponto de vista, não existe inteligência nas escolhas de alguém que possui menos maturidade que você.
Do mesmo modo, quem tem mais maturidade que você julga as tuas decisões como imaturas.

Eu, antes, pensava que a inteligência importava.
Porém, não. Não se trata da inteligência, se trata da maturidade.
Hitler teve soluções extremamente inteligentes ao seu comando. Os foguetes que usamos foram desenhados e construídos primeiramente pelo esforço de guerra nazista. A propaganda nazisnta é aplicada ainda hoje em dia com eficácia certa.
Mas ao mesmo tempo, todas as soluções brilhantes foram usadas para fins completamente imaturos. Eugenia e supremacia de "raça" são conceitos infantis, tolos e torpes.

Sendo assim, discutir na internet é algo degenerado por princípio: como podem duas pessoas que jamais se viram discutirem algo?

Exemplifico: Imagine uma pessoa que leu livros e mais livros sobre determinado assunto. Fez exercícios, praticou, errou, acertou. Foi a encontros sobre o assunto. Assistiu palestras, fez cursos, tem certificações e diplomas. Praticou profissionalmente, resolvendo problemas reais de outras pessoas com seu conhecimento. Desenvolveu sabedoria sobre o assunto, sabendo exatamente qual ferramenta usar, quando e porque. Criou ferramentas e tecnologias sobre o assunto. Talvez tenha até escrito um livro sobre sua experiência. Quem sabe até tenha dado aulas sobre o assunto.

Agora imagine essa pessoa entrar na internet e falar algo sobre o assunto que domina.
E essa pessoa ser respondida por um adolescente que tem menos anos de vida do que os anos de carreira da pessoa.

Qual é a validade da resposta do adolescente sobre o assunto?
A resposta do adolescente sequer vale uma réplica?
Pensa bem, se você diz para a criança que o céu é azul e a criança responde que o céu é verde, vale a pena brigar? E se acontecer a briga, de quem é a culpa? Da criança ou do adulto que engajou em uma discussão com a criança?

Eu era esse adulto. Queria estar certo em redes sociais o tempo inteiro. Tem uma tirinha onde a mulher pronta para ir para a cama chama o homem que está no computador. E o homem responde "já vou, querida, tem alguém falando besteira na internet e eu tenho que mostrar que ele tá errado!".

Inútil.

É o mesmo com o Alexandre de Moraes e toda figura pública autoritária na internet: eles estão comprando brigas com ilustres desconhecidos, anônimos em todas as áreas de conhecimento.
Chega a ser ridículo o ego frágil: um bocó da conchichinha do sul sem a quarta série completa fala que o Alexandre de Moraes está errado e o Alexandre de Moraes vai lá usar o aparato legal para impor censura nas redes sociais.

Jamais vou dizer que Admirável Mundo Novo estava certo e teríamos que segregar pessoas por capacidade cognitiva.
Mas que seria bom ter redes sociais por nível de maturidade, isso seria bom demais. Separar ambientes para alfas poderem conversar, para os betas poderem trocar ideias, para os Gamas assistirem futebol, para os deltas ficarem falando de religião e da vida dos outros e para o episilons venderem e comprarem pornografia.

Poder conversar com adultos sérios em vez de estar sempre perto de algum indivíduo da quinta série seria muito proveitoso.

Meu único pesar é saber que eu não vou estar vivo para testemunhar o final disso. E serei um dos julgados pela aurora da internet. Estamos plantando as sementes do que será a sociedade no futuro. Criando as ferramentas e os humanos que vão utilizá-las no futuro próximo. Porém, não estamos dando a ética e a moral necessárias para os próximos humanos utilizarem corretamente as ferramentas.

Queria saber se vamos continuar indo para o caminho imaturo do autoritarismo, se vamos cair na besteira da Idiocracia ou se vamos conseguir encontrar o meio termo da liberdade individual.

Só sei que maturidade dá trabalho.
E o povo agora não gosta de trabalho.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Sobre filosofias, política e hipocrisias

 Sabe uma coisa que eu não entendo?

No espectro político, a filosofia da "esquerda" é chamada "progressismo".
Em teoria, a esquerda almeja o progresso. O desenvolvimento, o avanço científico, os testes, buscam o novo, querem desafiar o status quo e, assim, moverem a sociedade para um novo patamar.
Claro que essa filosofia, como tudo o mais, tem ônus: testes podem dar errado, desenvolvimento científico nem sempre nos leva para onde queríamos ir, o novo nem sempre é tudo aquilo que esperávamos e, com certeza, realizar as coisas exige GASTO DE DINHEIRO.

A "direita", por sua vez, tem como filosofia o "conservadorismo".
Em teoria, a direita quer manter o status quo. Garantir que as coisas continuem existindo conforme a tradição. A filosofia do conservador visa manter os usos e costumes, resgatar a história, garantir a continuidade das instituições, manter as coisas do modo como elas sempre foram e, assim, criar uma estabilidade social.
O ônus claro do conservadorismo é a estagnação. Economiza-se muito dinheiro quando não se faz nada de novo.


Em uma sociedade saudável, progressistas e conservadores sequer são levados a sério em uma discussão. São duas crianças birrentas, uma querendo o brinquedo da outra. No máximo a alterância entre as duas é algo viável: deixa um conservador economizar, coloca um progressista para gastar, traz outro conservador para economizar, coloca outro progressista pra gastar e por aí vai.

O ideal mesmo é deixar os liberais no poder. A gente fica no meio termo entre o gasto e a economia. Bom senso e equilíbrio, pesando cada decisão de acordo com a importância que ela merece.

Mas divago.

O que eu não entendo é: porque a esquerda abraça conservação ambiental tão desesperadamente? Porque se apega nos cursos de história? Porque a esquerda se importa com exoterismos e pseudo-ciências em geral?

Não faz o menor sentido pra mim: se você quer o PROGRESSO da sociedade, você inevitavelmente vai gastar recursos naturais. Desculpe, a realidade é dura. Você quer um prédio, precisa de cimento, tijolos, ferro, pedras, vidro, plástico, borracha, etc...
Você quer o progresso científico, você precisa de algumas cobaias. Alguns testes precisam ser feitos em ratos, cães, macacos, etc... Ou vai lá você se oferecer como cobaia. E muitas vezes a ciência exige que você quebre, desafie e contradiga paradigmas morais de diversas religiões. Muitas vezes, provando que a religião está errada no processo.

Não dá pra fazer uma omelete sem quebrar alguns ovos.
E os progressistas têm essa noção dentro da sua filosofia de vida.

Aí olhamos o cenário político brasileiro e vemos o Partido Verde, cuja bandeira é a CONSERVAÇÃO AMBIENTAL alinhado com os... progressistas?
Aí vemos a esquerda fazendo manifestações CONTRA A DIREITA por CONSERVAÇÃO e PROTEÇÃO de áreas, de monumentos, etc...

E não pense que eu estou batendo na esquerda aqui, não. Porque se a esquerda tá torrando o saco para conservar é porque os conservadores estão querendo mudar as coisas!

Você já tá notando o papo de louco, também?
É, pois é.

Eu sei que nesse momento você já tá pensando "mas Arthur, você é muito ingênuo, os políticos brasileiros não se orientam por filosofia, mas por poder!"
Sim, você está coberto de razão, amigo.

Mas o povo que está entrando nesse mundo político precisam pelo menos entender que a política vem da filosofia. E a filosofia tem sim implicações nas decisões políticas: se cada um de nós procurar políticos que realmente tenha atitudes baseadas em filosofia política, fica mais fácil decidirmos nossos votos. Somos nós quem colocamos os políticos no poder, nós podemos escolher melhor se soubermos as filosofias políticas melhor.

Mas isso é a minha filosofia de vida falando. Sabe como é, estóicos sempre buscam a própria responsabilidade nas coisas que acontecem no mundo.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

terça-feira, 27 de junho de 2023

Sobre desabafos, reconhecimento e inutilidade da casta

Porra, três meses sem postagens.

Nunca fiz isso e tinha prometido pra mim mesmo que não renovaria o blog no primeiro mês que ficasse sem postagem.

16 anos de blog. Acho que tá bom, né?

Esse texto ia para o LinkedIn. Mas aí lembrei que o Blog é algo mais propício para desabafos. Aqui eu tô tão exposto quanto no LinkedIn, mas eu sinto que aqui é um espaço mais pessoal e eu posso desabafar com mais sinceridade.

(Também, aqui eu não tenho limite de caracteres. Ajuda bastante.)

(E não vai indexar na busca do LinkedIn, não vou ter nenhum guru de metodologia fazendo ego search para me incomodar depois.)


Bem.

Tô precisando fazer um desabafo profissional.

E é exatamente por conta desse tipo de post que eu não informo o local onde eu trabalho, ok pessoal do RH?


Sem vínculo, sem representação de nenhuma entidade.

Apenas a velha e boa observação fundamentada no conhecimento adquirido em todos esses anos de trabalho, misturada com fatos e dados colhidos ao longo do tempo, gerando uma opinião minha e somente minha:


O percentual de C-Level, Diretores e Gestores que não têm a MENOR IDEIA do que estão fazendo no dia a dia beira o máximo absoluto.

Se eu ousar colocar a linha de Coordenação na estatística, a peneira deixa passar poucas dezenas de profissionais.


E vou além: nas minhas 6 últimas experiências, você poderia tranquilamente me colocar no lugar dos diretores que eu apresentaria resultados muito mais expressivos, muito mais rapidamente.


Sério, falar com cargos de decisão é sempre ter 2 minutos para explicar 10 anos de conhecimento.

É você ter a faca, o queijo, os fatos, os dados, os resultados, a fome e o cliente dizendo que AMOU o serviço entregue, com o time extremamente empolgado com o processo de trabalho e com o pessoal da contabilidade afirmando que nunca entregamos com tão pouco custo antes... ter todos os gráficos e fatos explicando as ações no detalhe... e mesmo assim ouvir da pessoa em cargo de decisão um "eu não acho que isso funciona".


E o desabafo é algo que eu já falei antes: você saber que foi o responsável por tudo acontecer, ver todo mundo ao seu redor sendo reconhecido pela vitória e ter que ficar feliz quando é apenas esquecido. Porque, ultimamente, a resposta que eu venho recebido é algo como "o quê você tá me dizendo não faz sentido pra mim" ou "eu acho que isso que você diz não funciona na prática"... seguido, é claro, de parabenização ao time pelo excelente trabalho realizado.


Não consigo parar de pensar que nos meus últimos 6 desafios eu teria entregue muito mais, feito um trabalho muito mais foda e conquistado muito mais para as organizações, se eu estivesse no lugar dessas pessoas em cargos de decisão.



Generalizo pois sou ombro nas DMs de DEZENAS de outros agilistas de verdade, daqueles que não abraçam árvores, lutando essa mesma luta todos os dias.


Perguntam por aí: "como escalar o kanban?"

Eu tenho duas respostas:

1) Trabalho pirata, ingrato, moroso, bottom-up;

2) Remove a casta inútil e coloca no lugar o pessoal que realmente sabe o quê tá fazendo.


Lá na Toyota funcionou.

McDonald's, também.

Coca-Cola, firme e forte.

Só na tua organização que não funciona. (Mesmo funcionando!)

Contra fatos, só o argumento da ignorância.


Desculpem o desabafo.

Você quer tua empresa funcionando lisa e suave, com os times livres de burnout, os custos controlados e com o cliente feliz e satisfeito, arremessando toneladas de dinheiro na tua conta?

Chama na DM à vontade.

Vamos conversar.

Tua gestão só tem dúvidas e desculpas? Eu tenho resultados.

sexta-feira, 31 de março de 2023

Sobre Desculpas, Mudanças e Mobilidade Social

Março passou e eu não escrevi um texto, nem fiz postagem alguma.
Agora eu estou aqui, roubando no meu compromisso pessoal de manter pelo menos uma postagem ao mês no blog.
Será que alguém ainda lê isso aqui?

Espero que você ainda leia, meu amigo.

Inclusive, acho que estou devendo algumas atualizações sobre a minha vida, como eu estou.

Em fevereiro eu decidi me mudar.
Saí do bairro Campinas, em São José, e me mudei para Jurerê Internacional, em Floripa.

É. Jurerê. A vida parecia bacana em fevereiro.
E não vou negar que anda, mesmo.
E que eu venho fazendo por merecer.

Caramba, é difícil pra mim compreender que eu mereço as coisas. Eu sou aquele tipo de pessoa que acha difícil aceitar elogios. Muitas pessoas dizem que eu exijo demais de mim mesmo e de todos à minha volta. E é verdade. Eu exijo o máximo, eu faço o máximo e eu quero o máximo. Só o cume interessa e se você não consegue me acompanhar, não perca tempo e desista logo.

Eu trabalho em um bancão. Sério. Top-10 no Brasil.
Sou gestor de TI, especializado em processos.
Nenhuma empresa necessita dos meus trabalhos para existir, mas as empresas que tomam meu trabalho são melhores que as suas concorrentes. Eu abro meu espaço, eu faço acontecer e meu trabalho se paga com juros, correção monetária e dividendos dentro da empresa.

Eu sou guiado por qualidade. Eu só tenho o melhor para oferecer. Capricho é característica interna, não existe desculpa para você não ser caprichoso nas coisas que você faz.

Nessa mudança, eu tive que lidar com muitas pessoas, tomar muitos serviços.

E, minha nossa senhora, eu venho encontrando uma pessoa menos caprichosa do que a outra pelo meu caminho.
Pessoas que não se importam em fazer o mínimo esforço para cumprirem os papeís com os quais se comprometeram.

Vou iniciar citando as duas síndicas, do prédio que saí e do prédio que entrei.
Caramba, uma demorou DUAS SEMANAS reclamando no whatsapp do condomínio que o elevador de serviço quebrou e seria caro para arrumar. Filha, teu trabalho é arrumar a porra do elevador, não reclamar. Arrume mais e reclame menos. Vá chorar na cama, que é lugar quente, na rua você faz acontecer.
Passou um mês fazendo reformas estéticas desncessárias nos elevadores, esqueceu da manutenção operacional preventiva. Quando o elevador quebra, diz que não tem dinheiro.
Mas isso não é pior do que a síndica do prédio que entrei. Uma simples instalação de fibra óptica, coisa que deveria tomar no máximo uma hora, levou 57 FUCKING DIAS.
Sendo que no primeiro dia a anta contratada para resolver os problemas dos condôminos teve a audácia de me dizer "não há como resolver teu problema, eu só lamento". Precisei colocar ADVOGADOS no processo, para garantir o serviço de internet que me habilita a trabalhar em home office.

É. Por conta da FALTA DE CAPACIDADE das pessoas, eu poderia ter perdido meu emprego.

No meu emprego passei por uma situação que não posso escrever em LinkedIn ou outras redes sociais.
Conto com a compreensão e discrição do amigo que lê esse texto. Eu sei que você me entende.

Mas eu fui um dos poucos que escapou do layoff no início do ano. 20% da empresa foi mandada embora. No meu setor - agilidade - 90% foram mandados embora.
Meu trabalho, meu capricho e a minha dedicação em entregar só o melhor para todos manteve a mim e meus colegas que estavam seguindo minhas instruções.

No início de abril, fizeram uma avaliação do trabalho dos 10% restantes na agilidade da empresa.
E o veredito da direção foi unânime: muitos times estão sem agilistas, não é justo que alguns times tenham agilistas e outros não.

Era para eu ter sido demitido na segunda-feira.

Minha gestão e coordenação disseram "NÃO" para a direção.
"O Arthur FICA."
Abriram mão de 3 vagas técnicas em aberto.
Meus colegas foram demitidos.
Herdei todo o escopo de trabalho deles.

E agora eu sou o ÚNICO agilista em toda a organização.
O motivo? Eu não apenas entrego. Eu entrego muito. Eu entrego bem. O resultado do meu trabalho melhora a vida e as entregas de todos que trabalham comigo.

Aliás, esse é um feedback informal que eu não dava muita atenção antes, mas agora eu passei a notar: as pessoas ficam mais tranquilas com a minha ajuda com processos.

Um filho de um ex-colega me disse algo como "meu papai agora tá a noite inteira em casa e só fala de ti, tio Arthur", em um churrasco da empresa.

Uma esposa de outro ex-colega falou para a minha esposa durante um show de humor que fomos: "o <ex-colega> tá muito mais tranquilo e bem humorado depois que o Arthur passou a trabalhar na empresa".

E a gestora que fez de tudo para me segurar no bancão falou pra mim na reunião me avisando dos cortes: "O <coordenador> disse que a qualidade de vida dele aumentou desde que tu entrou, a minha melhorou muito, também. Agora queremos que você replique isso em todos os times!"

E eu só consigo pensar que esse é o resultado de eu ter cuidado em fazer todos os meus atos com carinho e amor. Atenção nos detalhes, pensando em como o meu cliente gostaria de receber o serviço. Em ser criativo, estar sempre preparado para entender o problema dos outros e trazer as soluções que são efetivas para os problemas do time.

E ao mesmo tempo eu olho para as pessoas à minha volta. Quando eu me torno o cliente e peço um serviço, como esse serviço SEMPRE é mal feito, feito de má vontade, atendido em meio a caras e bocas, quando é atendido.
Como eu fico sem explicações, sem definições, sem aquilo que de fato eu preciso.

E eu só consigo imaginar que é por isso que essas pessoas ganham mal.
É por isso que essas pessoas têm empregos bostas.
Por isso que essas pessoas não são lembradas para as boas oportunidades.

E, principalmente, como essas pessoas olham pra mim e acham injusto que eu tenha sucesso, enquanto elas vivem vidas bostas.

No fim, "mobilidade social" é algo que acontece durante o dia.
"Mobilidade social" faz de cada um de nós um servo em um momento e um rei em outro momento.
Quando eu bato o meu ponto oito horas da manhã, eu sou o servo Arthur, que entrego humildemente e diligentemente agilidade para a empresa onde eu trabalho.
Ao meio dia, quando eu saio para o almoço, eu viro o rei Arthur indo me baquetear no restaurante perto do trabalho. Eu quero ser servido de acordo.
Às 13h, eu bato o ponto novamente e o rei dá lugar ao servo, novamente. E eu tenho que trabalhar com o máximo de zelo e qualidade, para o meu senhor não me chicotear.
Lá às 18h eu bato o ponto final do dia e volto a ser o senhor feudal Arthur, dono do meu recanto, tomando o serviço de vários servos que me entretém (internet, jogos, filmes, músicas, etc...), alimentam (supermercados, restaurantes, etc...), vestem, aquecem, etc, etc, etc...

Se você não faz bem a sua parte para a cadeia de trabalho, como você espera que os outros façam bem a parte deles?

Se há uma desigualdade social injusta nesse mundo é que o meu dinheiro, recebido por servir bem de verdade, valha o mesmo que o dinheiro que as síndicas ou o Elton, técnico BOSTA da VIVO, ganham.

Sobre a minha vida, hoje é o terceiro dia em que tudo está arrumado.
A fibra foi instalada, a mudança foi feita, o trabalho está árduo mas ótimo.

Continuo "servindo bem para servir sempre".

O resto, é só esperar que a qualidade deles deem aquilo que eles mereçam.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Sobre Agilidade, Imortalidade e Epitáfios

 No meu ramo - gestão ágil de processos - eu preciso estressar as pessoas para que elas saiam da sua zona de conforto e busquem um novo patamar de entendimento do seu trabalho. Quando as outras pessoas chegam a essa nova maturidade, eu atinjo meu objetivo. Eu contribuo para a melhoria contínua das pessoas, dos times e da empresa como um todo.

Na agilidade, nós começamos estressando as pessoas com visualização. Nós expomos tudo o que a pessoa e o time fazem, para a própria pessoa e para o próprio time. Juntamos todas as listas de tarefas em um único lugar, mostramos o panorama de todo o trabalho que está sendo feito e deixamos que as pessoas notem o problema por si só. Só então, com a pessoa notando o problema e pedindo nossa ajuda, que nós, agilistas, prestamos nossos trabalhos.

E uma das formas de visualizar o trabalho é através de MÉTRICAS. Juntamos os dados referentes ao trabalho, calculamos e plotamos em gráficos para que a pessoa e o time possam compreender o resultado das suas ações e buscar mudanças para melhorar.

As primeiras métricas que mostramos se chamam "Métricas de Vaidade". Quantidade de trabalho terminado, velocidade de atendimento e tantos outros números que, no final das contas, não servem para NADA. Não dizem nada sobre a satisfação do cliente, sobre a qualidade do serviço ou sobre o faturamento da empresa. Não ajuda a entender produtividade e não dão nenhuma pista sobre como melhorar o dia a dia de trabalho.

Tem um textinho famoso em redes sociais que diz algo mais ou menos assim: "você morre três vezes, primeiro quando seu corpo deixa de funcionar, segundo quando a última pessoa fala pela última vez seu nome e por fim quando a última pessoa pensa em você pela última vez".

Li esse textinho hoje e não consegui parar de pensar nisso: quão vaidosa é essa visão.

Seguindo esse textinho, você vai viver errado. Você fará coisas para ser citado, para ser lembrado. Vai correr atrás de uma realização impactante somente para ter seu nome na boca e nos pensamentos de todos no futuro. É pura e simples vaidade.

Bem, Hitler com certeza vai ser citado e lembrado por muito tempo.

A imortalidade proposta não é nada quando motivada por vaidade.
Jamais esqueça que pessoas precisam de diversas coisas, o tempo inteiro. Dá uma olhada na pirâmide do Maslow e você tem até mesmo um ranking desde as necessidades fisiológicas até as necessidades de realização pessoal.
Quanto mais básico for o problema que você resolver e quanto mais acessível a sua solução for para as pessoas, mais pessoas você impacta. (Essa é, inclusive, a receita para ser uma pessoa rica. Mas divago.)


O ponto, aqui, é compreender que não existe nada mais comunista nesse mundo do que empreender para oferecer uma solução para as pessoas no capitalismo.

O impacto que você quer fazer não é ser citado pelos outros.
"Eu faço isso porque o Arthur disse que era o certo" é o ápice da vaidade autoritária. Você pisa um milímetro fora do case que eu disse e minha solução não se encaixa mais. Eu viro um ditador vaidoso, comandando e controlando o pensamento das pessoas. E há tantos argumentos para NÃO agir assim que eu sequer consigo priorizar qual o melhor para citar agora.

O impacto que realmente muda a vida dos outros não é vaidoso.
O melhor impacto que você cria na vida dos outros é abrir as portas do pensamento dos outros, para que os outros acessem um novo contexto e sejam livres para encontrarem as próprias conclusões. Aí você está realmente criando um exército de pensadores: quando você apresenta a situação e deixa que as pessoas criem seu próprio entendimento.

Sem googlar você não sabe o nome da pessoa que inventou a margarina ou a privada.
Sem googlar você sequer sabe que essas duas soluções deram capacidade da humanidade crescer em quase 1 bilhão pessoas.
Sem googlar você talvez nem soubesse que cada tecnologia que desenvolvemos são as responsáveis por permitirmos que mais seres humanos vivam no planeta, ao mesmo tempo.

E a maioria dessas contribuições você não sabe o nome das pessoas que as criaram.

No fim, a vaidade é algo autoritário e danoso.

E o único epitáfio válido para um vida plena seria algo como:
"Tenha vergonha de morrer antes de contribuir com uma vitória para a humanidade."

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

E se os países fossem vilões?

O Lucas, do Freitas AI Art, começou um trabalho interessante: usou IA para criar imagens dos países, se eles fossem vilões!

O resultado ficou MUITO interessante!





quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Encontrei três tipos de falhas


Estava pensando com os meus botões.

Conversa vai, conversa vem, comecei a categorizar "falhas".

Encontrei esses três tipos:


1) O investimento

Você está investindo no desenvolvimento de uma pessoa. Você já passou por aquela experiência, você já ajudou outras pessoas a passarem por aquela experiência. Você já testou algumas opções, já viu outras pessoas testando outras opções. Já sabe quais opções dão mais resultado e quais opções simplesmente falham em resolver o problema.

Mesmo assim você está apresentando o problema para essa pessoa. E essa pessoa apresenta uma solução que você sabe que não dará resultado. Mesmo assim você deixa a pessoa falhar para que ela aprenda com a própria falhas.


2) O teste;

Um problema aparece. E você até pode usar soluções já testadas antes para solucioná-lo. Porém, decide usar uma nova abordagem, nunca antes testada em seu contexto. Não há registros prévios de resultados porque essa solução nunca foi testada. E agora é um momento propício para verificar se esse caminho pode trazer bons resultados.

O time testa a solução e ela... falha.

O time documenta o problema, a hipótese, o teste efetuado e o resultado negativo. Cria planos de ação para evitar que a falha ocorra novamente. Cria lições aprendidas para serem divulgadas para a organização.


3) O teimoso;

O mesmo problema que já ocorreu antes, volta a ocorrer. Sem saber ou mesmo sabendo que a solução não resolve o problema, você usa uma solução que já falhou antes.

E, para surpresa de zero pessoas, a solução que não resolveu o problema anteriormente não resolve o problema dessa vez, novamente.

Bem, na próxima vez que o problema aparecer, quem sabe essa mesma solução funcione, né?