terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013

Então. Esse ano eu quebrei tantas tradições que eu cheguei a pensar em não escrever esse texto. Mas, no final, eu notei que 2013 foi um ano tão atípico que MERECE ser repassado, aqui. Se não foi para você, para mim foi.
Eu estou há tanto tempo sem escrever um texto, que talvez este fique estranho. Bem, acho que eu nunca escrevi um texto escutando as ideias do meu pai e vendo Sherk Terceiro. Jogamos os dados, vamos ver aonde vai dar.

Não tenho como falar do ano de 2013 sem voltar um pouquinho lá no ano de 2012. Mesmo porque o meu 2013 foi um “cenas do próximo capítulo” de 2012. O meu 2013 foi praticamente um “2012 reload”. A história que foi contada no ano passado foi concluída e estendida em 2013.
Não sei se vocês se lembram do meu ano de 2012, mas eu estava em graves problemas no meu relacionamento. Minha ex-namorada passava mais tempo longe de mim do que perto. Imagine só: eu, que havia me mudado para Novo Hamburgo para ficar ao lado dela, saíra de sua casa no final de 2011 por não aguentar a distância e indiferença.
Ela correu atrás. Disse-se arrependida. Destruída por dentro pela nossa separação. Na época, eu achei que ela estava notando as bobagens que estava fazendo no nosso relacionamento. Crescendo. Quanta ilusão.
O início de 2012 foi bom, o relacionamento até parecia que engrenaria. Bastava eu ter paciência com os vinte e poucos anos da Mariana, que tudo acabaria ficando bem.
O idiota aqui estava errado. E eu só não escrevi “mais errado”, porque logo ali na frente do texto eu vou conseguir alcançar essa façanha.
O meu relacionamento passou pelo bom momento das pazes recém-feitas e caiu nas brigas de sempre mais rápido do que um carrinho de montanha russa atinge o cume da primeira montanha e transforma tudo em adrenalina e visão borrada.
2012 transformou-se no ano que eu fiquei mais sozinho na minha vida. A Mariana fazia questão de passar dias e mais dias longe de mim. Uma garrafa de Whiskey, esse meu blog e alguns bons amigos virtuais aguentaram minhas lamúrias. Obrigado aos envolvidos.
Cheguei ao ponto de passar um mês sem ver minha namorada, por opção dela. Mesmo com ela morando há menos de 3 quilômetros da minha casa... Distância facilmente transposta por 15 minutos de caminhada em ritmo de passeio, mas impossível de ser vencida sem VONTADE.
Sim, chegou um tempo em que uma pessoa da internet se mostrou mais interessada na minha vida do que a minha própria namorada. Alguém a quem eu nunca tinha visto, mas que cuidava mais de mim do que a mulher com quem eu já estava dividindo a vida nos últimos cinco anos. Foda.
Então, tomei uma decisão em um impulso. Larguei um relacionamento em que eu já havia investido muito e decidi cair de cabeça em um relacionamento virtual.
Bem, o relacionamento virtual até poderia ter dado certo. Mas eu sou um bobalhão, tá ligado? Um imbecil no que tange a inteligência emocional. De que adianta estar com uma pessoa, pensando em outra, mesmo querendo?
No fim, o relacionamento virtual estava fadado ao fracasso e eu só pensava na Mariana que havia deixado, mesmo ainda querendo estar com ela. Mas é importante salientar que eu sou burro emocionalmente falando, mas tenho alguma coisa na cabeça, quando se trata de inteligência matemática. Minha lógica disse-me para seguir em frente. Deixar todas as pessoas que me faziam mal para trás. Adeus meninas virtuais, adeus namorada que não cuidava de mim.
Conheci uma pessoa. Uma pessoa que desde o primeiro momento se empolgou comigo. Uma pessoa que merecia toda a minha dedicação. Mas eu continuava pensando na Mariana. E esse relacionamento terminou tão depressa quanto começou. Aliás, esse relacionamento terminou por causa do texto de retrospectiva de 2012. Burro. Emocionalmente BURRO. Mas eu confesso que teria ajudado muito se eu tivesse como ver o futuro... Bem, esse caso todo me ensinou a sempre me perguntar “o que o Arthur do futuro acha da decisão que eu estou tomando”. No caso, hoje eu sei que foi o início da decisão mais imbecil que eu poderia ter tomado.

Enfim, chegamos em 2013.

Esse ano começou comigo implorando para a Mariana voltar para mim. Lembra que eu reservei a expressão “não poderia estar mais errado”? Então. Eu não poderia estar mais errado. Eu achei que TALVEZ eu tivesse feito pouco. Que ela estivesse se afastando de mim porque eu estivesse acomodado demais na relação.
A Mariana voltou. Aliás, em tom de retrospectiva, já lá no dia 26 de janeiro eu acordei do lado dela, lá em casa, assustado com a tragédia da boate Kiss. Tragédia anunciada, esperando para acontecer por causa da incompetência generalizada do nosso país.
Bem, eu corri na contramão dessa incompetência generalizada. Descobri que a Mariana estava jogando futebol com um grupo imenso de meninas que... bem... você pode imaginar qual é o estereótipo da preferência sexual de meninas que jogam futebol, né? E, nesse caso, o estereótipo confirma quase completamente os casos das meninas do “Festibol Feminino”. As que não assumiram são bi e mantém namorados de fachada. Ah Arthur do passado! Como eu queria poder conversar contigo e te contar tudo o que eu sei, hoje...

Em Fevereiro eu tentei dar um pouco mais de mim para o relacionamento com a Mariana. Larguei inclusive o Blog e as redes sociais. Iria me empenhar mais no meu trabalho, ganhar mais dinheiro e tentar ser um namorado mais interessante. AFF.
Fevereiro começou com a renúncia do Papa. Olha, coisa que aconteceu poucas vezes nesse mundo. Contrastando, é claro, com a minha insistência em me manter do lado da Mariana. Coisa que aconteceu até quando o bom senso exigia que não acontecesse. Mesmo com ela continuando a frequentar o tal do futebol, sozinha. Hoje meu lado mais pervertido sonha com o que acontece naquele vestiário cheio de meninas mais interessadas umas nas outras do que no futebol, em si...
O meu nível de idiotice foi tão grande em fevereiro, que eu cheguei a emprestar dinheiro para a Mariana quitar as dívidas dela. Dinheiro que EU SEI que nunca mais voltará para a minha conta. Eu, que sempre me gabei de andar com gente boa, insisti em fica vinculado com alguém tão ingrata. O nível de ingratidão foi tão grande que mais uma vez eu passei o meu aniversário sozinho. Ah Arthur do passado. Como eu te odeio por ter me dado tantas memórias horríveis.

Em Março ganhamos um Papa Argentino. Em um Blog de um ateu, isso tem um mero aspecto político. O Papa Bento estava perdendo sua influência política para gerir o Estado do Vaticano. O banco desse país estava passando por maus bocados, depois da crise de 2008. O Papa Francisco não está lá porque é bonzinho, franciscano ou bom samaritano. Ele está lá para resolver os problemas do Estado do Vaticano.
Além disso, o presidente venezuelano Hugo Chaves calou-se pela última vez. Não acho legal comemorar mortes, mas perder um ditador comunista carismático não foi nada ruim para o nosso mundo. Ainda mais de um país com reservas de petróleo consideráveis. Impressionante como o comunismo sempre funciona bem em países que têm dinheiro, né?
Na minha vida pessoal, eu segui resolvendo os problemas financeiros da Mariana. Tal qual um comunista, eu passava os meus dias com o mínimo indispensável para poder favorecer aos interesses dela. Que raiva.
Em março tivemos ainda o absurdo do Marcos Feliciano – um intolerante de carteirinha e cadeira cativa – presidindo a comissão de direitos humanos e o goleiro Bruno sendo condenado pela possível morte da Eliza Samudio. Chorão morreu e, até hoje, muita gente chora a morte de um ídolo. Sério, os ídolos da minha época são melhores do que os seus ídolos. Eu me esforcei para catar um trecho de música realmente interessante do Chorão. Só bobagens, drogas, sexo, ostentação e dor de corno. BraZil é foda.

Em Abril eu mal notei o escândalo do preço absurdo do tomate ou o atentado na maratona de Boston. Margaret Tatcher morreu. Eu queria mais era fazer o meu relacionamento funcionar. Foda-se o mundo.

Maio marcou o país com o boato do fim do bolsa família. Quem aqui não se lembra do brilhante vídeo da mãe que dizia que “uma calça para uma adolescente de 16 anos custa mais de R$300,00!”? Bem, hoje nós sabemos que maio era uma panela de pressão esperando para explodir. A inflação voltou ao nosso país, trazendo lembranças horríveis para os mais velhos e as primeiras experiências com instabilidade econômica para os mais novos.
Na minha vida, essa panela de pressão cozinhou meus miolos. Eu estava tão imerso na felicidade de tentar ser o melhor namorado do mundo, que não notei que a Mariana voltou ao seu expediente de 2012. Futebol com suas amigas lésbicas mais seguidos, festas com seus amigos gays e os primeiros finais de semana sem ir à minha casa. Nenhum plano comigo, muitos planos com os outros.

Em Junho o gigante acordou. A panela de pressão estourou e muitas pessoas foram às ruas exigir por austeridade do nosso governo. Mesmo que o pedido inicial não fosse esse. Mesmo que as pessoas sequer saibam que estavam pedindo por uma administração mais consciente.
Tudo começou com o movimento passe livre. Movimento que eu definitivamente não concordo. Direito de ir e vir se dá com suas pernas, ruas abertas e leis de trânsito respeitadas. Andar de ônibus de graça é uma piada de mau gosto, aplicada no direito de propriedade. Exigir que o governo subsidiasse passagens é pior ainda: eu, que trabalho, não quero pagar impostos para custear passagens de vagabundos. Já me basta ter que pagar metade da passagem dos estudantes, para os aposentados e para deficientes.
Tenho certeza de que o Brasil só conquistou a copa das confederações para tentar acalmar a população. Não que isso tenha dado muito certo, não.
Só tenho uma coisa a dizer a respeito dessas manifestações todas: muitos de vocês berraram um dia sem saber direito o que eu escrevo e falo há muito tempo e continuo escrevendo e falando. Não se trata de uma volta à ditadura, mas de fazer as coisas direito.
Vejam as propostas do Partido Novo. Esse é o plano correto, essa é a solução para o nosso país.

Essas manifestações me ocuparam e eu nem notei que a Mariana estava se afastando de mim, novamente. Brigas e mais brigas com ela. Dias e mais dias que eu ficava sozinho, enquanto ela estava mais preocupada em sair, tomar umas com seus colegas gays de aula, de futebol e de trabalho. COMO eu não notei que ELA estava se tornando uma gay? COMO???

Em Julho o gigante escutou o papo para boi dormir do governo e voltou para o mundo dos sonhos. Eu, por minha vez, estava acordando do pesadelo e notando que o meu relacionamento estava indo ralo abaixo. Se eu não estivesse lendo as notícias do ano mês a mês, nem saberia que o Atlético Mineiro havia sido campeão nesse mês, ou lembraria da neve que caiu em várias cidades do sul do país, ou que o filho do casal real nasceu ou, ainda, que o Papa esteve aqui no Brasil...

No início de Agosto eu já nem sabia mais direito o que era ter uma namorada. Insisti tanto em ficar perto dela que passei duas semanas planejando um passeio grande. Dane-se o que aconteceu em agosto no Brasil ou no mundo. Eu estava tão chateado que o meu problema me absorvia totalmente.

Os dois primeiros finais de semana de Setembro foram meus últimos momentos com a Mariana. Uma viagem, hotel, passeio, presentes... Seguida de um feriadão na casa dela. Um feriadão que serviu para ela se decidir por não ter uma vida comigo. Seis anos de relacionamento sendo jogados fora porque ela “mandou avisar que é mais da cachaça do que do amor”, porque ela prefere suas experiências sexuais e com drogas com suas amiguinhas, as boates gays com seu ex-professor de inglês, etc...

Em setembro e Outubro, a minha fossa foi tão grande, que eu não vi o mundo acontecer. Deixe-me dar uma olhada nas notícias desses meses... Hummm... Eike faliu, beagles libertados por ativistas imbecis, investigação de vídeos de sexo caseiros publicados na internet e o leilão dos campos de Libra. Ou seja, só mais gente se refestelando na lama da notícia. Não perdi nada além de muito líquido nas minhas lágrimas.
Esses meses me serviram para começar a emagrecer. O peso inicial era de 84,980Kg.
Nesses meses eu pedi “uma vida nova de presente”. Meu ano novo começou ali. Trabalhei pesado para mudar a minha vida.

Em Novembro os condenados do mensalão foram presos. Uma catástrofe global atingiu a Ásia (horrível, mas já está ficando banal isso...).
Nesse mês, eu notei que estava em Novo Hamburgo só por causa da Mariana. Sem Mariana, ficar em Novo Hamburgo tornou-se algo desnecessário. Conversei com o meu chefe para que ele fizesse do meu emprego motivo suficiente para viver em Novo Hamburgo. ACHO que o meu trabalho na SystemHaus não foi notado ou considerado útil, pois a reposta que obtive foi negativa. Ampliei o raio para o qual enviava currículos. Da grande Porto Alegre, passei enviar minha intenção de mudar de emprego para o mundo inteiro. Aconteceu de eu ser aceito na Softplan, de Florianópolis.
Aceitei o convite.

Dezembro começou com emprego novo, cidade nova, casa nova... Reaproximei-me do meu pai e avó. Criei novas perspectivas para mim. Aluguei um apartamento em Florianópolis, cancelei todas as minhas obrigações em Novo Hamburgo...
No mundo, a morte do Mandela foi algo triste. Um dos últimos grandes combatentes pela liberdade, no mundo. E, agora no final do mês, o acidente do Schumascher também preocupa. Este último, embora trágico, eu só posso dizer que não me envolvi em uma prática perigosa (esqui) e, por isso, não estou em coma induzido, lutando pela vida em um hospital. Desculpem a falta de sensibilidade, mas quem procura, acha.

Mas ainda estava faltando algo para que o mundo ficasse colorido de vez.
Sim, eu sou movido a romances. Dane-se se você acha isso bobo. Sou um dependente emocional e, embora o meu grande amigo Rafael Vianna tenha me ensinado MUITO sobre como ser completo sozinho, eu não fechei o meu coração. Assim como fui atrás de toda uma nova circunstância para minha vida e para minha vida profissional, também reencontrei alguém muito especial. Tudo meio rápido, tudo meio intenso. Tudo como eu sempre gostei.

Não sei o que o 2014 me reserva. Mas eu sei MUITO BEM o que eu reservo para 2014.
2014 receberá de mim o meu empenho máximo. O meu trabalho já está recebendo a minha pré-dedicação ao estudar as tecnologias que eles usam e eu ainda não domino. A minha família ganhou meus 15 dias de “férias”, bem durante as minhas festas... E a minha nova namorada está recebendo o máximo empenho que eu posso oferecer.

Tudo o que eu mais quero nesse 2014 é fazer um bom trabalho em todas as áreas. Para que o Arthur lá do início de 2015 só tenha coisas boas para falar do Arthur de 2014.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Presente de Natal: Penny!

Tá, eu sei... O Ponto Final! é um blog de opinião, um diário pessoal e um ponto para risadas nerds/geeks.

MAS...

Uma vez na vida, vamos dar um presente de natal para os apreciadores de The Big Bang Theory. Achei esse gif pelos sites linkdos da vida... E, segundo 100% dos colegas para quem eu perguntei, é uma imagem apropriada para ser postada aqui, para a família, tradição, bons costumes, moral e ética. (Escreva "eu li" nos comentários se você chegou até aqui.)


Galaxy


Lindo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O Hobbit - A Desolação de Smaug

Sexta feira fui assistir ao segundo filme de O Hobbit.
Sim, sexta-feira. Sim, só estou publicando hoje.

Porque?

Porque, na excitação do filme, qualquer resenha é muito extrema. Ou você amou o filme, ou você odiou o filme. Sim, eu andei lendo os meus textos do ano passado. E sim, achei eles muito bobalhões. Decidi demorar um pouco para escrever a respeito do segundo filme do Hobbit, justamente para tentar me afastar dessa emoção. Tentar oferecer para vocês uma visão mais ponderada.

Eu falei "tentar", porque eu não sei se vou conseguir não parecer um bobalhão deslumbrado, ao escrever sobre este filme.

Meu sentimento, ao sair do cinema, foi o de certa decepção. Melancolia. Quase sentei na frente do PC para dizer que não gostei. ACHO que todos os reais fãs sentirão o mesmo. Mais ou menos o que o pessoal que viu o segundo Jogos Mortais têm falado.

MAS... Então eu esperei a emoção do momento passar e vi com mais calma o que aconteceu...

O filme dá essa sensação de não ter sido excelente porque ele PREPARA o terceiro filme. A Desolação de Smaug é uma PONTE entre o primeiro e o terceiro filmes.

Uma coisa que você notará desta brilhante obra de Peter Jackson, é que o filme tem umas cinco passagens. Que cada passagem dura cerca de meia hora. Cada passagem é muito bem contada. Duas delas, melhores do que no livro, na minha opinião. Que você NÃO SENTE que as passagens têm meia hora. Que você CONSEGUIRIA VER MAIS UMA HORA DE CADA PASSAGEM SEM CANSAR. E, mesmo assim, depois de quase três horas de filme, a frustração do final da Desolação de Smaug é que você conseguiria passar mais três horas e meia, ali, assistindo à aventura dos Anões, do mago e do Hobbit.

Sim. O filme te decepciona porque é tão bem feito, que você ACHA que ele acaba rápido demais. Mas, amigo, são duas horas e quarenta minutos de filme. De ação. De imagens maravilhosas. De uma história tão bem contada, mas tão bem contada, que te deixa triste por ter acabado.

Imagino que o terceiro filme nos dará essa mesma impressão. EU, ateu, REZO para que Peter Jackson produza Silmarillion e As Aventuras de Tom Bombadil.

Vamos encher esse texto de spoilers, então. Não leia a partir daqui, se você não viu o filme. Sai. Vá agora ao cinema. CAI FORA DAQUI.

Bem, se você continuou, é por sua conta e risco. Problema seu. Não reclame depois.

A primeira cena do filme é um complemento. Ela mostra a conversa que Gandalf e Thorin teriam tido ANTES do início da história INTEIRA. Algo que todos nós IMAGINAMOS ao ler o livro, mas que Tolkien não escreveu. E, olha, amigo... Que cena. Eu queria comer aquela comida, naquela taberna, daquele modo. Essa cena serve para que você lembre da chave da porta secreta, que apareceu só lá no início do primeiro filme. Ela será utilizada lá no início da quinta passagem do filme.

O primeiro arco do filme é o encontro com Beorn. O "troca-peles". Um licantropo-urso. Não tivemos a apresentação fracionada, tal qual o livro, aonde Gandalf vai trazendo um ou dois anões por vez, para a casa de Beorn. Isso porque Peter Jackson está mostrando coisas que complementam a história do livro. No livro, os orcs "aparecem do nada" na batalha dos cinco exércitos. No filme, você SABE porque AZOG está caçando Thorin. Você SABE porque AZOG some em uma hora do filme. Você vê a trajetória dos orcs, também. E, nesse arco inicial, você sabe porque os orcs estão ali e faz sentido que Beorn os ataque.
Os anões passam uma noite na casa de Beorn, abrigados e protegidos. E esse personagem ficou excelente. Temos medo do urso e ficamos incomodados com a falta de empatia do homem. De todo modo, estão no filme o leite e as abelhas gigantes, que produzem o mel tão bem descrito no livro. Beorn garante proteção contra os orcs, abrigo, reabastecimento e pôneis para a caravana. 
Não parece, mas demora quase meia hora de filme, até a comitiva chegar na entrada da floresta dos elfos. Meia hora que você não sente. Aliás, fica o gosto de "quero mais" participação de Beorn. Você quer ver mais da casa do "troca-peles". Você quer ouvir uma história, uma música, alguma coisa a mais. Mas não. já passou um quinto do filme e ele tem que seguir. A sensação é de decepção.

No início do segundo arco, Gandalf - tal qual no livro - deixa a comitiva. No livro, não há explicações, só avisos. No filme, nós sabemos que Gandalf vai ir verificar o Necromante. E essas cenas são mostradas, para nosso deleite. Participação especial de Radagast (adóro!!!). Gandalf se encontra com Sauron pela primeira vez, em uma batalha épica por si só. E perde.
Os anões e O Hobbit entram na floresta, se perdem e encontram as aranhas. PENA que a parte que Bombur toma da água da floresta, dorme e tem que ser carregado pelos outros é suprimida do filme. Seria hilária. Bilbo salva os anões das aranhas, com a ajuda do Anel. Pela primeira vez você vê O Hobbit sob influência do Anel do Poder. As aranhas reagrupam, atacam e, quando tudo parece perdido, Legolas aparece, junto com Tauriel... Os elfos "salvam" os anões, para os aprisionarem. O Hobbit usa o anel e consegue invadir - invisível - na cidade dos elfos.
Há um diálogo excepcional entre Thorin e Thranduil. Mas o diálogo de Legolas com Glóin (“Que coisa feia é essa? Um Orc?” – “É meu filho Gimli!“) que é hilário! Fico pensando o que passou pela cabeça do Légolas quando enfim conheceu Gimli, em LOTR.
Assim como no livro, O Hobbit salva todos os anões das masmorras do reino élfico através de barris vazios de vinho, da festa que os elfos estavam fazendo.
Mais uma vez, tudo isso demora uma meia hora para acontecer. Mas parece durar menos tempo. E, quando acaba, você quer que dure mais. Você queria ver cenas que só acontecem no livro. Você quer ver mais da cidade élfica. Você quer ver mais do flerte entre Kili e Tauriel. Você quer ver a festa élfica, os detalhes das masmorras, as conversas entre Balin e Thorin.. Ou só ver mais do Bilbo andando invisível pela cidade... Mas o que acontece é que o filme tem que continuar em frente...

A cena dos barris no rio. Ela é FANTÁSTICA. Talvez tenha sido A PRIMEIRA VEZ em que uma cena no filme superou COMPLETAMENTE as expectativas, em relação ao descrito no livro. EU DUVIDO QUE QUALQUER PESSOA NO MUNDO TENHA IMAGINADO UMA CENA MELHOR DO QUE A QUE O PETER JACKSON GRAVOU.
Ali, os orcs estão nas margens, tentando acertar os treze anões e O Hobbit que descem as corredeiras em barris. Não, não é o pica-pau, mas as cenas de luta são magníficas. Légolas e Tauriel escoltam os anões, mais interessados em eliminar a praga orc de suas fronteiras. Nisso, Kili é acertado por uma flecha negra. Ele está envenenado.
Tauriel e Légolas voltam para a sua cidade, com um refém. Os anões seguem até o local aonde encontram Bard, um humano que mora na cidade do lago.
O orc capturado é levado até Thranduil, que fica sabendo da volta de Sauron. Tauriel - adorei a resignação dela, um personagem do bem! - sai à caça dos anões quando fica sabendo que a flecha que acertou Kili está envenenada. Légloas vai atrás de Tauriel.
Os anões negociam com Bard e são levados até a cidade do lago.
Novamente, passou meia hora de filme. Mas você não notou. Fica o gostinho de "quero mais cenas". A decepção pelas corredeiras terem acabado, por não haverem mais orcs para que os anões e os elfos possam matar. De não existir mais um minutinho de glorioso diálogo entre os elfos ou de orgulhosa conversa entre os anões.

Bard passa apuros para levar os anões até a cidade. E, em pouco tempo, você conhece toda a política que se passa na cidade do lago. Do prefeito corrupto, do conselheiro (MUITO parecido com o Grima Língua de Cobra), até o que a cidade pensa do "agitador" Bard.
Você vê os anões se preparando para a última parte da viagem, até a porta secreta de Erebor. Quando estavam se esgueirando pela cidade, são encontrados e levados até o prefeito.


Thorin faz a proposta de prosperidade para os humanos, que o festejam, assim como no livro. Bard, assim como no livro, fica contrário à investida dos anões contra Smaug. Os anões e O Hobbit vão para a montanha solitária e Bard é preso.
Ao chegar na montanha, os anões não encontram a porta na "última luz do Durin's day". Desapontados, eles deixam o local. Mas O Hobbit insiste. E, com o luar batendo na pedra, a porta se revela. A "última luz do Durin's day" era a luz da meia-noite.
Bilbo chama os anões e eles abrem a porta secreta.
Na cidade, alguns anões haviam ficado, para tratar o ferimento de Kili. Os orcs chegam para tentar matar os anões. Tauriel e Legolas chegam logo em seguida. Tauriel salva a vida de Kili. Legolas tem uma luta épica com o capitão orc de Azog. Quando os orcs notam que Thorin não está na cidade, eles vão para a montanha. Légolas vai atrás.


Mais uma vez, meia hora de filme se vai. E você fica desapontado porque não notou esse tempo todo passar. Você queria ver mais da cidade. Conhecer melhor o filho e as duas filhas de Bard. Você queria ver mais da política da cidade. Conhecer os personagens, a história, os detalhes. Você queria que a batalhar épica do Légolas durasse só mais uma cena, que fosse... Eu desejei ver só mais um pouquinho do clima entre Kili e Tauriel...
Mas não. Era hora de seguir com o filme.

A última parte começa com Balin levando Bilbo até o centro de Erebor. O diálogo é ótimo. Quando você fica emocionalmente envolvido pela bondade do velho anão, Bilbo faz uma pergunta, se vira para Balin e... Aonde está Balin? É, amigo... Quem tem, tem medo de um dragão velho e cuspidor de fogo...
Bilbo adentra um salão gigantesco, repleto de ouro. Já li resenhas que criticam a quantidade de ouro contida ali, comparando-a com a quantidade de ouro no nosso mundo. Sério, vão se foder. É fantasia e, ali na Terra Média, PODE. Sim, existe um salão descomunalmente gigantesco, repleto com mais ouro do que você possa imaginar que exista no mundo. Contente-se com a maravilhosa paisagem proporcionada por efeitos especiais e cale a boca. Obrigado.
Com todo cuidado do mundo, Bilbo procura pela Arkenstone. E acaba achando o dragão Smaug. Lindo dragão. Perfeito. Não sei se chega a ser "o melhor dragão já feito pelo cinema", como o @luide falou na sua excelente resenha lá no Amigos do Fórum, mas que ficou FODA, ficou.
Os diálogos entre o Bilbo e o Dragão foram geniais, assim como no livro. Mas, no filme, os anões apareceram e formaram uma estratégia para tentar fugir e, depois, matar o dragão. Estratégia esquisita que, pela falta de tempo, não deu para entender direito. Verei o filme mais vezes antes de comentar qualquer coisa... Mas, a princípio, achei estranho eles terem conseguido derreter tanto ouro, em tão pouco tempo, para tentar matar um dragão de fogo. Como qualquer conhecedor de dragões deveria saber, o ouro fundido mal fez cócegas em Smaug, que vôou para a cidade do lago, furioso.


Sua vingança contra os anões seria destruir a cidade dos humanos, sem que a comitiva pudesse fazer nada.
E, assim, com um Smaug poderoso, imponente, indestrutível e reluzente a ouro fundido, acaba o filme.
Essa última meia hora foi confusa, foi genial e, novamente, decepcionou por ter parecido CURTA DEMAIS. Piora quando notamos que QUEREMOS VER O ATAQUE DO DRAGÃO À CIDADE!!! Mas isso não acontece agora. Será o início do terceiro filme...

E essa sensação de decepção acumulada foi o que eu senti quando saí da sessão de O Hobbit - A Desolação de Smaug.
Esse filme poderia ter sido dois, talvez três. Eu teria ficado mais satisfeito se o filme tivesse quatro horas de duração, em vez de duas e meia. E, nesse caso, se fosse para fazer um filme de quatro horas, porque não colocar mais cenas extras e nos brindar com dois filmes de duas horas e meia? Tio Jackson, eu pago ingresso por dois filmes. Tenho certeza que todos os fãs pagariam. Não precisa apressar as coisas para caber em um filme só. Nós queremos mais!

O filme é maravilhoso. Todas as cenas são empolgantes, toda a história está muito bem contada. O mundo está girando no sentido certo. O chato é ter esperado um ano inteiro para assistir a este filme... Ele ser maravilhoso... Termos que esperar mais um ano inteiro para ver o próximo... E sentirmos a sensação de "drops".
Quando a trilogia estendida for lançada, tenho certeza que será excelente ver os três filmes, um na sequência do outro.
Mas, hoje, aqui, na iminência de mais um ano sonhando com cenas inéditas, a sensação é de que podia ser mais. Poderíamos ter visto mais.

Quero mais O Hobbit. Quero logo o filme na minha casa. A história - que já era fantástica - está com lacunas preenchidas. Complementada. E muito bem complementada. Com detalhes que nos fazem ir além.

É o filme do ano, na minha opinião. Que venha a conclusão, em dezembro de 2014!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Importante é Marcar o Ponto

Custe o que custar, aconteça o que acontecer, "haja o que hajar"!!!


Dos Orgulhos que eu Tenho da Minha Vida

Faz tempo que eu não coloco um texto aqui, né?
Desculpe, amigo. Tem muita coisa acontecendo na minha vida, em muito pouco tempo. Eu queria MESMO poder compartilhar mais. Mas ou eu vivo, ou eu escrevo. E esse é um momento de viver.

Mas é final de ano, também. Momento de reflexão. Aí tu imagina um ser reflexivo como eu VIVENDO INTENSAMENTE em um momento de reflexão.

Talvez auto-conhecimento também caia no conceito de que "tudo que é demais faz mal".

Enfim... Como estou em um momento positivo, estava relacionando as coisas que eu tenho orgulho em ter conquistado. Que estão na minha história e na minha mente. Coisas cuja presença ou lembrança me fazem bem.

A primeira coisa de que eu me orgulho é de ter uma coleção de gibis IMENSA.
No filme dos Simpsons, o cara dos gibis, frente à morte certa, se abraça em seus gibis, nas ruínas de sua loja. Ele brada alto: "Uma vida inteira dedicada aos gibis e histórias... Uma vida que valeu a pena!"

Antes que você saia me atacando por este meu orgulho, olhe as coisas que são caras para você. Sapatos, tatuagens, festas, músicas... Eu não estou julgando as coisas que VOCÊ usa para se distrair do mundo real. Não julgue a minha, ok?
Eu preciso de histórias. Eu preciso de devaneios, eu preciso do fantástico, do lúdico, do improvável e do impossível. E as histórias de super-heróis me dão tudo isso, com uma carga de moral, cultura e bons valores que me agradam muito.

Eu me orgulho por ter quase vinte anos de gibis na minha estante. Páginas amareladas, algumas amassadas, alguns gibis que ainda cheiram a papel recém impresso, outros gibis de sebos, que fecharam minhas coleções com suas páginas amareladas.

Minha coleção vale MUITO dinheiro. Mas eu JAMAIS venderia NENHUMA revistinha minha. São minhas amigas, minhas parceiras. Elas já sopraram palavras nos meus ouvidos em situações difíceis. Já me fizeram conquistar mulheres, empregos, amigos, reconhecimento e, principalmente, minha própria auto-estima e personalidade. Eu seria alguém muito diferente caso não tivesse essas páginas na minha vida.
E, é claro, essas páginas me levaram a outras grandezas. De gibis eu passei a livros, filmes, coleções, séries... Sempre buscando por histórias com igual carga de bons valores, mas mais complexas. Histórias como a da Terra Média, criada por Tolkien.

E, depois de tantas histórias, vem o meu segundo orgulho: O de ter fundado grupos de RPG. Mais especificadamente, o que está a pleno vapor hoje, em Balneário Gaivota.

Primeiro que RPG é o melhor entretenimento que alguém pode pensar em ter. RPG é a arte de contar uma história, de modo que as pessoas que estão escutando ela interagem e decidem os rumos para onde os personagens principais estão indo. Assim, nunca é entendiante. Nem para quem conta, que falaria a mesma história, sabendo do final, apenas entretendo os ouvintes... E nem os ouvintes, que podem não gostar ou concordar com as coisas que estão acontecendo na história.

Ninguém fica passivo. Todos interagem. E o que era para ser uma história de uma visita tranquila a um restaurante pode se transformar em uma perseguição em alta velocidade pelo centro da cidade... Vai saber!

Coisa de quem tem muitas histórias na cabeça:uma hora tu vais querer contar elas para os outros.

Lá pelos idos de 2003 reunimos o primeiro grupo. Muitos não se conheciam. Mas o tempo, as interações e as histórias foram formando grandes amizades. Alguns já se foram (eu, inclusive...) e outros chegaram. Mas o grupo continua lá. Jogando sempre que a vida adulta deixa.

Esse é um tipo de coisa que dá orgulho de verdade, porque eu sei que eu ajudei a mudar a vida, fiz com que algumas sinapses se formassem na cabeça desse pessoal e, no final das contas, são pelo menos uns 40 bons amigos, de que todos sentimos saudades. Saber que eu tive papel ativo na construção dessa turma me deixa realmente orgulhoso de mim mesmo.

E se você notar esses dois orgulhos que eu tenho, eles se passam em volta de ler histórias, criar histórias e de contar histórias.

Tem uma frase que diz que "pessoas medíocres falam de pessoas, pessoas medianas falam de fatos e pessoas superiores falam de ideias..." Não sei se eu concordo muito ou pouco com essa frase, mas uma coisa nela é certa: todas as pessoas FALAM. E o "falar", ali, é no sentido de "contar histórias". As histórias são o cerne do desenvolvimento do ser humano, enquanto espécie.

Histórias precisam ser FEITAS. Isso é óbvio para histórias verídicas. Mas mesmo as histórias de fantasia precisam de alguma transpiração para existirem. Uma história, mesmo quando mentirosa, é, em resumo, o resultado de algum trabalho que foi feito por alguém. E, acredite, muitas pessoas só FAZEM coisas, para poderem CONTAR, depois.

Nesses tempos de internet baseada em redes sociais, isso nem é tão absurdo...

As histórias precisam ser ORGANIZADAS. Porque uma mesma história pode ser contada de um modo emocionante ou de um modo entediante. Depende de como você se organiza para contá-la. Das palavras que escolhe, das pausas dramáticas que você ensaia...

E você precisa ter desenvoltura para interpretar a história que você criou, do modo que organizou. Precisa sentir o feeling da platéia para improvisar, quando necessário. Precisas representar bem.

E, no fim, quando você entende que tudo o que é feito é uma história e que toda história pode ser gloriosa, você passa a viver de um modo que transforma a sua realidade chata em uma fantasia divertida.
E esse é o meu terceiro orgulho. Eu transformei a minha história de vida real em uma história de vida de faz-de-conta. Eu sei transformar meu cotidiano em um roteiro de um seriado. Um seriado estilo "O Show de Trumam", com 30 temporadas, até o momento.

Eu sei rir de mim. Eu sei me apaixonar por mim mesmo. Eu sei ficar irado comigo. Eu aprendi a vencer meus medos, a superar obstáculos, a atingir metas, passar por etapas, concluir fases, a realizar meus planos e a atingir meus objetivos.
E dá muito orgulho de mim mesmo ter chego nesse ponto. Ter domínio da minha história de vida. Saber que ali na esquina do acaso algo inesperado vai virar meu mundo de pernas para o ar. Que minhas certezas serão ceifadas e eu terei que me adaptar, reescrever alguns parágrafos, me "virar nos 30", improvisar o que eu não puder resolver e, no fim, seguir minha história.

Eu tenho orgulho de conseguir entender tudo isso. Tenho orgulho porque conhecer a estrutura das histórias me faz ter uma visão sistêmica das coisas. E essa minha visão sistêmica é valiosa para o mundo real. Essa visão sistêmica me fez aprender JAVA, me fez conseguir empregos e me deu a minha carreira.

Eu tenho orgulho de ter esse nível de reflexão. De ser inteligente o suficiente para ver até esse ponto. E de conseguir pensar coisas como "eu tenho que me cercar dos melhores, para aprender com eles como ser um dos melhores".

E, por fim, sim. Eu tenho ORGULHO de cada um dos meus amigos. De você.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mercado de TI: Faltam Profissionais Qualificados?

Antes de mais nada: Sim, existem péssimos "profissionais" de TI. Gente da pior estirpe, que só enrola, não cumpre prazos, não se adapta ao sistema da empresa e os seus entregáveis são ridículos. Gente que ganha o título de "profissional" mais por formalidade do que por merecimento.
Mas, vamos combinar, esses parasitas mentecaptos existem em qualquer área. Qualquer.

Eu faço parte de muitas listas de discussão. Calligaris, Gleiser, Jô Soares, Cenário Musical Gaúcho, Cenário Musical Nacional, Física, JAVA... Dou meu pitaco onde quer que me aceitem, hehe!

Recentemente, entrei em uma lista de discussões sobre "O Mercado de TI do Rio Grande do Sul", na rede social LinkedIn. Eu acho imprescindível que o profissional esteja constantemente monitorando seu mercado de trabalho. Saber se o mercado está em alta, aquecido, ganhando ou perdendo força ou competitividade ou se está em baixa é importante para que possamos traçar nossa estratégia profissional pessoal. Saber quando é bom se manter na empresa, quando é preciso buscar por novas oportunidades...

Enfim, um dono de empresa de TI criou um tópico nesta lista de discussões, indicando que faltam profissionais qualificados no mercado de TI.

E faltam mesmo. Mas, também, não faltam. Explico.

O mercado de TI está aquecido.
O capitalismo atingiu um nível tal de concorrência em que não adianta mais só produzir em larga escala produtos de alta qualidade. Estes itens que obviamente têm impacto direto na receita da empresa já foram exaustivamente vistos e revistos. Linhas de produção, setorização da mão de obra, intercambialidade de peças e funções. Aumento na produtividade. Redução drástica de custos.
Tudo o que é óbvio para aumentar a produtividade e, consequentemente, o lucro, já foi feito.

O capitalismo chegou no ponto em que os administradores precisam "caçar" os itens que podem aumentar a produtividade e reduzir os custos. E não se engane: o ponto pode parecer ínfimo (uma azeitona a menos em uma salada no almoço de um voo) mas, quando detectado, faz diferença de milhares (ou milhões) de dólares no resultado da empresa.

Assim, os administradores desenvolveram relatórios cada vez mais refinados, que exigem cada vez mais variáveis, cuja obtenção dos valores é cada vez mais delicada.

Essa precisão na origem dos dados gera o mercado super aquecido de TI. Empresas que querem se diferenciar precisam de ótimos sistemas de informação, para que os dados possam sem colhidos com exatidão, processos possam ser automatizados e os relatórios (que baseiam a tomada de decisões) possam ser mais precisos.

Só que a área de TI não é uma área fácil. Sistemas de Informação está exatamente entre a administração e as ciências da computação. Embora as pessoas atraídas por este curso sejam, em sua maioria, nerds de computador, essa área exige muito mais conhecimentos administrativos do que computacionais. Mesmo porque, o computador só é utilizado porque é o melhor meio disponível para tratar os dados administrativos. Assim que surgir um meio melhor, os profissionais de TI terão que aprendê-lo. Até lá, continua a máxima: fazer um programa ou sistema de computador é fácil. Difícil é saber o que esse sistema tem que fazer.

Posto isso, é claro que a demanda das empresas é muito maior do que a oferta de profissionais sendo colocados no mercado, todos os anos. Empresa inteligente pega os profissionais da área, treina, remunera bem, dá toda condição de trabalho, embala, põe na cama, dá beijinho na testa e não deixa o profissional ir para outra empresa nem sob tortura extrema. E deseja "saúde" adiantado, para o caso do profissional espirrar.

Mas...

O que ocorre é justamente o contrário.

Como eu disse antes, fazer um programa de computador é fácil. Qualquer acadêmico (ou pessoa com o mínimo de vontade de pesquisar no GUJ, por exemplo) faz um programa. O problema é esse programa atender a uma necessidade de uma empresa ou de um setor da economia.
Essa é a diferença básica entre donos de empresa da área de TI e os funcionários:
PATRÕES são os profissionais de TI que conseguem vender uma solução de TI. Diretamente ou montando uma equipe de vendas, o dono da empresa é quem consegue vender o software.
FUNCIONÁRIOS são todos os outros profissionais de TI. Todos aqueles que não conseguiram vender uma solução para alguma empresa ou setor.

Como os patrões são pessoas da área de TI, geralmente eles não são bons vendedores. São raros os donos de empresa de TI que sabem - efetivamente - vender as soluções de TI para as empresas.
Por ser um produto intangível, as empresas depreciam o valor do software. E os patrões nem sempre conseguem reverter esse quadro. As negociações geralmente culminam em "é melhor cobrar barato e ter/manter um cliente, do que perdê-lo".


Então, com contratos onde o trabalho exigido é muito grande e o pagamento pelo esforço é muito pequeno, as empresas de TI publicam maravilhosas vagas de trabalho. Vagas em que o candidato deve ser especialista em diversas áreas, dominar vários conceitos, ser proficiente em muitas ferramentas e, ainda por cima, é desejável que saiba inglês, tenha ótima oratória, português perfeito, saiba dirigir moto e carro, tenha disponibilidade para viagens e se atualize constantemente.
Tudo isso por um salário de "R$1.500,00".

Vou traçar um paralelo com a medicina. Imagine que um hospital publique uma vaga exigindo conhecimentos em cardiologia, neurologia, endocrinologia, pediatria, geriatria, oncologia, ortopedia, traumatologia, ginecologia e urologia. Indispensável a certificação básica em cada uma das áreas. Desejável certificação avançada. Inglês e espanhol fluentes. Conhecimentos em anestesia, enfermagem, medicina do trabalho, medicina do esporte e cirurgia plástica são diferenciais. Carteira A e B para prestar pronto-socorro fora do hospital. Disponibilidade para viagens e de horários para atendimento aos pacientes fora do horário de trabalho. Desejável que o médico esteja em constante atualização em suas áreas.
Salário: "R$1.500,00".

E aí, vale?

Vamos ver se eu consigo explicar.
Existe o arquiteto do software. O cara que entende dos conceitos de construção do programa. Que irá gerar e gerenciar a base e os pilares do sistema.
Existe o DBA, que irá cuidar do banco de dados que o programa utiliza para guardar os dados.
Existe o Infra, que irá cuidar de todas as máquinas e redes, para que os demais possam se concentrar em seus trabalhos.
Existe o analista de negócios, que irá levantar as regras de negócio que o programa deve atender.
Existe o desenvolvedor, que irá criar as novas aplicações no sistema, seguindo as orientações do analista de negócios, sobre a base e os pilares que o arquiteto de software criou.
Existe o suporte, que irá atender aos problemas do dia-a-dia de utilização do software pelos clientes, gerando, inclusive, demandas para a programação.
Existe o programador, que irá efetuar as correções e as modificações, seguindo as orientações do suporte e dos analistas de negócio, sobre os programas já criados pelo desenvolvimento, no sistema.
Existe o testador, que irá submeter todas as alterações a testes, para certificar a qualidade e padronização do software.
Existe o documentador, que irá descrever as regras de negócio e de usabilidade do software, para registro do padrão do sistema.


E ainda podem existir mais pessoas envolvidas no processo. Implantadores, seccionamento de setores por nível, etc... Mas cada um destes trabalhos possui toda uma área de estudo, suas próprias metodologias e ferramentas. Assim como em outras áreas, até há como alguém fazer mais de uma etapa. Mas é muito mais interessante aplicarmos o fordismo e criarmos uma linha de produção. Cada qual fazendo uma parte pequena do todo.

Esses donos de empresa querem o máximo de conhecimento pagando o mínimo de salário, justamente porque não sabem gerencial o projeto que se inicia com a venda do software.

E o pior é que tem profissionais de TI que aceitam receber pouco, serem sobrecarregados com acúmulo de funções e, ainda por cima, serem cobrados como se nada estivessem fazendo.

Nós, profissionais de TI, chamamos este quadro de "prostituição".

Basicamente, para não morrer de fome, os péssimos profissionais se submetem a "R$10,00 a hora" ou "R$800,00 por mês". E, porque eles aceitam, a média de qualidade dos softwares acaba baixando drasticamente. Os softwares são entregues para as empresas-clientes sem renderem tudo o que poderiam. Às vezes, até mesmo dando prejuízos. O produto-TI desvaloriza. As empresas que querem cobrar valores justos têm menos base, ainda, para discutir. Mesmo tentando se diferenciar no mercado, sendo exemplo de empresa com boa qualidade.

Não faltam bons profissionais de TI no mercado. Eles só são bons demais para se sujeitarem a esse ciclo de exploração. Simples assim.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mudanças...

Então. Mudei.

Antes, era eu um ser passivo que muito trabalhava para chegar a um objetivo determinado, que eu não sabia se era exatamente aonde eu queria chegar. 

Mas "tudo mudou. Ela acordou. Estava aonde nunca quis estar."

Desde então, eu estou com as rédeas da vida nas minhas mãos.

Hoje, sou eu um ser ativo que faz só o necessário para chegar na próxima esquina de felicidade, caminho que me faz mais feliz, mas eu não sei aonde vai terminar.

Hoje eu troquei as minhas certezas de vida, pela felicidade que eu acho que cada situação pode me trazer.

Comecei notando que eu cuido muito bem de qualquer ser humano que chegue perto de mim. Faço isso na esperança de que essas pessoas cuidem de mim. Eu acho mais legal assim. Interação, troca... 
Mas, como ninguém cuida de mim, comecei mudando meu foco. Chega de cuidar dos outros. Ainda mais de quem pouco se lixa para as minhas necessidades. Ajustei minhas lentes para ver a mim mesmo. Hoje eu cuido dos meus interesses. O adulto Arthur dá para a criança Arthur tudo o que foi sonegado e que eu soneguei a mim mesmo, desde sempre.

Minhas bebidas, minhas roupas, meus calçados, meus shows, meus filmes, peças de teatro...
Meus amigos... Meu emprego e a minha casa! Sim, minha empresa disse um "Não" para mim, fui procurar uma empresa que dissesse "Sim". E a empresa que disse "Sim" fica perto dos meus amigos. Exatamente aonde minha família adora. Lá vou eu abrir caminho, ser pioneiro, desbravar o caminho da minha felicidade.

E, olha, amigo... Quanta felicidade me espera ali na esquina para o próximo ano...

E felicidade sempre carrega consigo mais felicidade. É uma praia com ondas perfeitas. Uma atrás da outra. Começas a surfar uma delas, as outras te seguem, se repetem...
E exatamente nessa onda que eu estou surfando, encontrei uma minúscula janela de oportunidade para buscar o tubo mais perfeito. Não sei se eu falei ou fiz os gestos certos, no momento exato em que as palavras deveriam ser ditas e os carinhos deveriam ser feitos. Mas o certo é que eu consegui até mesmo surfar esse tubo perfeito. E, olha, amigo... Não sei se esse tubo tem fim ou, se tiver, aonde ele me levará.

A única coisa que eu sei dizer é que é emocionante estar vivendo a vida que eu estou dando para mim mesmo. Pela primeira vez, em mais de uma década de vida, eu tenho paz no coração, a mente tranquila e faço as coisas que eu gosto sem cuidados, sem culpas, sem remorsos... Eu consigo ser eu mesmo. E isso está me fazendo feliz.

É só coisa minha. Posso estar errado nesse meu achismo. Mas eu tenho que dizer para você, amigo: Não gostas do que está fazendo? Pare agora. Mude. Mude de música, de roupa, de bebida, de casa, de emprego... Mude as amizades, renove o coração!

O mundo é muito grande e muito bonito para que a gente perca o nosso pouco tempo de vida olhando para o lado escuro dela.

Sê feliz!

Parceria Masculina

É bem assim mesmo. Posso nem conhecer o bróder, mas ajudo e vamos tomar umas cevas, logo depois.

E se o cara não achar certo isso ou não largar tudo para ir ajudar outro parceiro, é porque é um puta veadinho adorador de caralhos. No mínimo tem "melhores amigas", toma drinques coloridinhos com frutinhas e mija sentado "para não sujar o banheiro".

(PS - Tem muito homossexual que é parceria assim. Eu quis xingar os homossexuais que não são desse jeito. E se o cara se acha hetero e não é parceiro assim, cai no xingamento, também. Sua bichinha motosserra.)