sexta-feira, 28 de outubro de 2011

As verdades que os homens contam


Sílvio acordou, espreguiçou-se, apertou os olhos e viu sua namorada, Fátima, uma feminista convicta,
com um sorriso no rosto e um belo café da manhã na cama.
- Puxa, obrigado!
- Você merece, querido. Em seguida prepare-se pra receber o melhor boquete da sua vida!
- Um boquete? Você nunca fez isso em mim!
- Ah, mas você merece!
Após tomar um café da manhã digno de reis e receber o melhor boquete que já tinha recebido na vida,
Sílvio foi surpreendido com uma massagem. Em seguida, saiu pra trabalhar mais feliz do que nunca.
Por volta das 11 horas, um entregador chegou em sua mesa e deixou-lhe uma encomenda. Era um presente
da sua namorada:
- Caramba, uma cerveja, um saco de amendoim e um DVD de Rambo 1. Que presentaço!
A tarde, recebeu um SMS dela que dizia apenas “Te amo, gostoso!”. O ego dele foi às alturas.
Ao chegar em casa, recebeu uma ligação:
- Vamos sair para jantar hoje?
- Tudo bem, vou me arrumar.
- Ok! Eu já estou quase pronta, vou passar aí pra te buscar e ficar esperando.
Sílvio estava tão satisfeito que nem reparou que ficou 2 horas no banho e demorou mais 1 hora pra
decidir com que roupa sairia pra jantar. Fátima esperava na sala e perguntou:
- Está pronto, querido?
- Sim, vamos indo!
E saíram pra jantar. Ao chegar no carro, Sílvio ficou parado na porta do carro. Fátima ficou do lado do
motorista, sem entender.
- Bem que você podia abrir a porta pra mim, né?
- Desculpa amor, esqueci.
- Obrigado, assim fica mais romântico.
Ao chegar no restaurante, Fátima puxou a cadeira pra Sílvio sentar e passou a noite inteira elogiando-o,
dizendo como ele era importante pra ela e como ela o amava. Fátima pagou a conta e depois disso foram pra casa.
- Podíamos finalizar a noite fazendo aquele sexo bem gostoso, que tal?
- Melhor não, querida. Me deixe em casa, estou com dor de cabeça, acho que bebi vinho demais.
- Tem certeza?
- Tenho, e você tem que acordar amanhã cedo pra ir fazer seu alistamento no Exército, lembra?
- Ah é, verdade.
- Ah, e não esquece de trocar o pneu do meu carro quando puder. Em seguida leva ele pra fazer a revisão, que tá precisando.
Fátima suspira, respira fundo e diz:
- Tá bom, querido, deixa comigo.
- Um beijo, não esquece de tirar o lixo antes de ir pra sua casa.
- Ah, Sílvio, esqueci de dizer uma coisa.
- O que foi?
- Acho que vou parar com essa história de feminismo.
- Por que?
- Sei lá, andei pensando e vi que esse papo de direitos iguais não tá com nada…





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Esse conto não é meu. É do Marcel Dias:

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Se não for isso, o que será?"

Em apoio ao projeto Pasárgada.


Todos sabem. Nasci em Porto Alegre, mas cresci em Santa Catarina.
Foi em Criciúma - uma cidade de médio porte - e Balneário Gaivota - prainha semi-deserta, exatamente no fim do mundo - onde criei amizades, onde cursei o colégio e onde aprendi a ser gente.

Nos anos que vivi em Santa Catarina, aprendi as coisas do currículo de lá. Sei onde fica Xanxerê, mas me perco quando perguntam onde fica Passo Fundo.

Porém, Porto Alegre NUNCA saiu da minha mente. Tanto que, bastou ter uma remota possibilidade e eis-me aqui, em Novo Hamburgo, a um mísero passo de voltar a morar na cidade que tanto amo. Não, não sou Gaúcho, sou Porto-Alegrense.

Há uma passagem engraçada em que, certa vez, fui ao Gigante da Beira Rio, assistir a um jogo do Internacional. Lá pelas tantas, a torcida começou a entoar um canto, que eu não conhecia, mas que achei LINDO. Diziam os versos, que assimilei rapidamente: "Sirvam, nossas façanhas, de modelo, à toda Terra!"

Ao acabar o canto, virei, visivelmente emocionado, para o torcedor ao meu lado e exclamei: "Como a torcida do Inter cria músicas tão legais para cantar no estádio!"
Recebi, como resposta: "Isso é o Hino do Rio Grande, animal!"

...

Tenho a música no meu MP3, e sempre me emociono ao escutá-la.

Porque será?

Historicamente, as pessoas possuem um vínculo com a terra onde nascem, vivem. 
Já escutei várias teorias a respeito do porquê disso.
Uma delas, se baseia em que "somos o que comemos". Nossa comida se alimenta dos nutrientes da terra, a nós nos alimentamos dessa comida. Logo, nós somos a terra que vivemos. Não sei bem como isso se encaixa no contexto atual de mercado globalizado. Mas a ideia não me parece tão insana.
Também já ouvi falar que há ligação com o local através do processo cultural de culto aos mortos e seus locais de sepultamento. Pessoas tendem a ficarem próximas dos locais onde seus parentes estão enterrados. Acho essa teoria meio furada, mesmo porque eu jamais tive vontade de visitar túmulos de parentes. Somado ao fato de que as pessoas mais velhas - com menos expectativa de vida - serem as mais apegadas a temas de vida após a morte e não conseguirem viajar com o mesmo vigor de anos mais jovens, só posso concluir que isso é mais um estágio da vida de certas pessoas do que, propriamente, um fato da vida.

Enfim, o que quer que nos prenda ao lugar que moramos, é inegável que temos uma associação forte ao local de nossa origem.
Reservo essa ideia para o final da receita.

Vou unir, aqui, o instinto humano. Imprescindível, ao meu ver. 
Mulheres são sedentárias. Elas, por carecerem de constituição física, na maioria dos casos, precisam da segurança que um grande número oferece. Aliado a isso, são elas quem carregam as crias, o que só as torna mais vulneráveis, precisando de um local seguro para poderem viver.
Na contramão do instinto, temos os homens, que precisam, a todo momento, provar o seu valor para, então, conquistar as fêmeas. Lembrem-se elas escolhem o melhor pai para o seu filho, pois podem ter poucos filhos durante a vida, em comparação. Assim, os homens aprendem a se aventurar, desbravar, buscar por novos desafios, espaços.
Em resumo: Nós, homens, temos, no cérebro reptiliano, o desejo de entrarmos em caravelas ou capsulas espaciais e descobrirmos novos mundos.

Então a dualidade foi instituída. Por um lado, gostamos de manter a tradição, montar o acampamento e defender a terra que amamos. Por outro lado, o horizonte convoca a caminhada, rumo ao desconhecido.

O que fazer?

Bem, é complicado responder ainda mais tendo o Brasil como lugar envolvido no assunto.
Cada lugar do mundo tem suas características, que atraem ou repelem as pessoas.
Nosso pais é, talvez, o que possa despertar maior discussão a respeito de "ir ou ficar"?

Os que quiserem ir, provavelmente, começarão a argumentação com a desassistência do nosso Estado para com os cidadãos, fruto da corrupção que nos assola. Eu vou mais além. Se eu fosse embora do Brasil, o faria pelo que origina a corrupção: a porcaria do "jeitinho brasileiro". Aquele que todos condenam e praticam, no maior exercício de hipocrisia que pode ser catalogado pela história humana. Marchamos contra a corrupção, saímos com as caras-pintadas, exigimos diretas já, nos revoltamos contra tudo e contra todos, só pelo direito ao nosso jeitinho brasileiro. "Venha se dar bem você também". Queres algo de um brasileiro? Faça parecer maracutaia. O negócio pode ser o mais honesto e laborioso que existe. Se for travestido de maracutaia, o povão adere. E gosta. E difunde. E, em pouco tempo, a porcaria do "Lojão de 1,99" está em todas as esquinas.
Essa porcaria de "jeitinho Brasileiro" é o que faz com que as pessoas não se importem com o patrimônio público. Se eu me importar, estarei perdendo meu tempo cuidando do que é de todos... 
Assim, acontecem cenas como a que presenciei domingo: "patyzinha", de roupinha da moda e fedendo a perfume a rua inteira, joga o papelzinho da balinha a 3 passos de uma lixeira. E ainda tem marmanjo que vem com a desculpa esfarrapada que "se não jogar lixo na rua, não tem serviço para os garis". Como diz a resposta clássica, morre e dá serviço para o coveiro, logo!
Não admira a internet ser o sucesso que é, no Brasil. Terra sem lei é nossa praia, mesmo.
Toda essa vontade de subir na vida sem esforço já nos torna corruptores desde sempre. E dos poucos que se recusam a serem corruptores, acabam corrompidos. E a parcela ínfima que sobra acabam como eternos frustrados, ermitões desse mar de lama.

Claro que tem gente que acha esse panorama um absurdo.
Exaltam a alegria, receptividade, permissividade, liberdade, economia, etc...
Sabe que até concordo com algumas partes?
Por exemplo, a parte econômica. Sempre ri muito das histórias das pessoas que iam para os EUA trabalharem em sub-sub empregos, dois turnos por dia, alugavam uma caminha em um albergue coletivo, mal tinham as roupas do trabalho, não saiam, não faziam festa, economizavam cada centavo que ganhavam... e, depois de anos passando o inferno nos EUA, voltavam para o Brasil com grana suficiente para comprar um carro, uma casa ou montar um negócio.
Sinceramente, nas mesmas condições, o resultado, aqui no Brasil, é o mesmo. Experimente passar anos trabalhando muito e gastando o mínimo indispensável para viver, no Brasil. Você terá o mesmo carro, casa ou negócio...
Diria eu: de modo cartesiano.
Nós estamos, também, acostumados a um nível absurdo de liberdade. Aliás, quem me conhece já sabe que nem utilizo mais esse termo, porque o conceito de "liberdade" exige compromisso, regras a cumprir e que, em qualquer momento, o alvo tenha estado "preso". No Brasil, não sabemos o que é estar - realmente - sitiado. Nunca fomos submetidos a privações desumanas. Há quem seja saudoso do nosso pior momento: a ditadura! Em paralelo, nada fizemos, realmente, pela nossa "liberdade". Não lutamos, não nos revoltamos, não tiramos nossa bunda gorda do sofá. E, por fim, não reconhecemos a dívida de qualquer contrapartida para termos tanta liberdade. Logo, toda essa capacidade de fazer as coisas, sem o devido respeito e reverência para a mesma, torna nosso povo libertino. Sim, nossos tempos são os de libertinagem. Somos crianças cujos adultos responsáveis simplesmente sumiram. E não temos uma fadinha ou um grilo para nos dizer o que é certo ou errado.
Essa libertinagem nos faz mal acostumados. E não conseguimos suportar a responsabilidade da liberdade de outros países. Logo, nosso pais é único e belo por causa disso!

Por fim, encaro o lado filosófico.

Há diversas visões para a migração. Há quem veja a grama do vizinho mais verde e ache que o paraíso é logo ali, do outro lado da fronteira. Mas se esquece que, não importa onde se vá, você é o mesmo, sempre. E você muda o mundo à sua volta. O lugar novo deixa de ser novo em pouco tempo. Temos a incrível capacidade de transformar qualquer que seja o nosso meio na concepção de lar que temos.
Mudar de vida, mudar de ares, buscar novos desafios...

Pegando os ingredientes que preparei até agora, acho que temos um dever com o nosso chão. Não importa o quão longe vamos, sempre teremos nossa terra como referência. Como pode haver paz eterna no céu, se sabemos que algum ente querido está agonizando no inferno, não é?

Fiz questão de voltar para o meu chão, faço questão de corrigir a patyzinha mal-educada, quero minha cidade cada vez mais bonita, cada vez melhor e procuro passar os valores que creio serem os corretos.

Se eu sairia do meu Rio Grande amado para morar em outras plagas? Só em extremo caso de necessidade. Mas, mesmo assim, contrariado.

"Miau"

Sério. Esse adesivo eu terei no meu carro.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Resposta


Depois de muito tempo (MESMO), hoje alguém me largou três frases que merecem resposta a respeito de um tema.
Essas três frases sequer arranharam minhas opiniões, mas, por serem ditas corretamente em uma discussão sadia, merecem a devida resposta.

O texto é longo e recomendo a leitura com atenção até o final.

Quero começar dizendo que mandar-me estudar teologia é um ataque direto de menosprezo à minha pessoa. Não falo do que não sei. Por sorte, sei de muita coisa.

A primeira frase que vou responder é a segunda, cronológica, me dita. Ela me ajudará a introduzir minha resposta:

"Religiões são fruto da fome de transcendência humana e nasceram junto com a humanidade e seu processo civilizatório"

Boa. Concordo.
Estamos aprisionados, fisicamente, no tempo da nossa existência. Sim, é uma prisão. Penso no tempo como uma prisão porque, por mais que pensemos ser livres, jamais passaremos da distância máxima que pudermos percorrer durante o tempo de nossas vidas. Imagine: Uma vida humana não é suficiente para chegar à 1/100 da distância da estrela mais próxima, fora o sol!
Talvez por isso a velocidade dê a sensação de liberdade que proporciona. Quanto maior a velocidade, maios espaço percorremos, em menos tempo. Se há algum Deus, esse Deus deve ter o controle absoluto da velocidade.
Mas esse sentimento de prisão não vem sozinho. Vem acompanhado com a ideia da inexistência que acontecerá quando o tempo de vida acabar. A morte, para nós, até que se prove o contrário, é o fim. Deixamos de ser algo material para nos tornarmos uma ideia, uma lembrança. Particularmente, minha concepção de imortalidade passa pela capacidade de nos fazermos lembrados pelos outros.
Porém, as frágeis e contraditórias emoções humanas não suportam a perda. Sim, a perda dos outros. Porque são raríssimos os exemplares da nossa espécie que pensam na própria morte como sofrimento para os nossos entes queridos.
Assim sendo, começou-se a pensar na tal "vida após a morte".

Acho essencial deixar algo claro, líquido e certo, aqui, agora: NUNCA, NINGUÉM PROVOU A EXISTÊNCIA DO "OUTRO LADO".

Desculpem-me as pessoas que acreditam. Mas as crenças são baseadas em provas circunstanciais. "Está escrito em um livro". Desculpem-me, mas Alcorão, Bíblias, manuscritos, etc... não são fontes confiáveis. E dizer que "os escritores estavam imbuídos do Espírito Santo" é muito estranho. Se esse Espírito veio uma vez à Terra, porque não veio mais vezes? Será que nossa atual conjuntura melhorou o suficiente para que Deus nos deixasse andar com nossas próprias pernas?

Bem, retomando, então as tribos ancestrais sentiam demais a perda de seus entes queridos e passaram a gerar a ideia de vida após a morte como alento para tristeza que sentiam.
E, se há uma vida após a morte, deve haver uma estrutura que a gerencie. Devem haver leis que regulem esse outro mundo. E, é claro, onde há ordem e leis, há responsáveis pela instituição, manutenção e julgamento. Logo se desenvolveram cultos ao sol, chuva, vento, mares, animais, natureza, outros seres humanos, etc...
Quando estes "outros seres humanos" apareceram, é que começou a bagunça. Ressalto que, desde sempre, as pessoas que controlaram essa comunicação divino-humano, se beneficiaram de alguma forma. Porém, foi ao antropomorfizar a figura divina, que, literalmente, "baixaram" o Deus do plano divino e trouxeram para o dia-a-dia das pessoas. Um Deus-Sol não fala. Um Deus-Trovão aparece, mas não interage. Agora, um Deus-Homem. Ele fala. Faz planos. Tem vontades. Tem opinião.
E são essas características do Deus-Homem que me desconcertam.
São essas características que fazem com que hajam - ainda hoje! - sacrifícios humanos!
São essas características que fazem com que comer carne de porco seja proibido aos Judeus!
São essas características que fazem com que muçulmanos tenham que parar a vida por vezes ao dia, só para orarem!
São essas características que fazem com que muçulmanos apedrejem pessoas até a morte, sem julgamentos!

Tudo isso em troca do que?

Bem, em tempo remotos, antes da revolução iluminista, concordo que as pessoas precisassem ser forçadas a respeitar as regras básicas de convivência (conhecido como "Pacto Social"). Aliás, concordo que hoje em dia algumas pessoas ainda precisem ser forçadas, igualmente. Ironicamente, essas pessoas costumam ter o modo de pensar de eras passadas, onde não tínhamos pensamentos iluministas para nos guiar.
Acredito, por exemplo, que tribos e povoados silvícolas ainda vivem na era do paleolítico. Consequentemente, seus costumes, filosofias e religiões estão atrelados a este tempo.
A religião das pessoas relocam-nas para o tempo onde a mentalidade predominante era a da doutrina. Assim, não é de se espantar que certos grupos religiosos tornem-se grotescamente medievais, romanos, astecas, gregos, egípcios, babilônicos e, novamente, paleolíticos.

E como a religião é algo arraigado em nosso cotidiano, essas ideias ultrapassadas são mantidas e transmitidas de geração para geração.

Assim, ao invés de não matar as outras pessoas porque é algo errado e hediondo, por pura consideração de que a vida de outrem é tão importante quanto a minha, pessoas religiosas não o fazem porque é um dos mandamentos divinos.

Mas a hipocrisia religiosa vai mais além.

Antes fosse a pura obediência cega o fato motivador da crença em religiões.
Para manter seus fiéis, vários sacerdotes criaram a ideia de punição.
Assim sendo, infernos, purgatórios, julgamentos e toda espécie de tortura foram institucionalizados e pregados. Para manter o público, foi preciso ameaçá-los!

Desde então, o bem é feito não porque é o certo a fazer; mas, sim, pelo medo do mal.
Não se engane: o Kardecista que dá cestas básicas aos necessitados só está interessado na própria salvação.

Não existem atos altruístas fora dos gibis.

Não ficaria surpreso se, na hora do julgamento, esse interesse velado fosse posto nas balanças.

"Estás enganado, fazes tabula rasa das religiões. Essas aí não são igrejas, são empresas fuleiras"

Sim. Faço pouco de TODAS as religiões, sim.
E o meu problema pessoal é que a argumentação da religião não se sustenta. Os benefícios que elas criam servem para compensar os seus malefícios.
Como bom pisciano, eu quero acreditar. De verdade. Mas, infelizmente, não consigo acreditar em algo que não possa ser comprovado.
E, somente então, notei um paradoxo. Uma piada interna. Uma mentira repetida até virar verdade:

É a ciência que é baseada na humildade, enquanto a soberba se encontra na fé.

A ciência procura as verdades. Quando acha que encontra, comemora e faz a vida de todos melhor. Porém, tudo é posto à prova, o tempo inteiro. Outro dia, afirmaram que a luz não possui a velocidade máxima no universo. Einstein, nosso exemplo de gênio máximo está sendo posto à prova. E nós, pessoas dadas às ciências, estamos exultantes! Qualquer que seja a conclusão, queremos sabê-la! Se Einstein estava errado, vamos corrigi-lo! Novas descobertas aparecerão e nossas vidas tornar-se-ão melhores! Agora, se Einstein continuar supremo, continuaremos a testá-lo. E, mesmo que um dia encontremos falhas em suas teorias, ele não deixará de ser a referência que é. Assim como Newton e tantos outros. Não consigo compreender conceito melhor de humildade do que reconhecer que pode-se estar errado, mesmo quando tudo ao seu redor indica que se está certo.
Já a fé institucionaliza as verdades. Está escrito. É assim. Foi dito. Escritos que possuem milênios de idade continuam fazendo parte das vidas das pessoas, dia a dia, geração a geração. Pessoas que se satisfazem ao creditar as maravilhas que acontecem ao sobrenatural. Não consigo conceber mais exemplo de soberba do que se achar certo, mesmo com todas as provas apontando o contrário.

"Religiões não se submetem à tua percepção reducionista"

Minha percepção de religiões passa por todas as que temos notícia. Gosto da ciência e encaro a religião com métodos. Leio o que posso, não me privo dos debates e tiro minhas conclusões.
Já participei de Grupo de Jovens Cristãos, fui a cultos evangélicos, Mórmons, templos budistas, longas tardes conversando com Kardecistas.
Vejo filmes, documentários e já encarei missas e cultos que são repassados na televisão.
"Nosso lar", "Eram os Deuses Astronautas?", livros sobre mitologia Grega, Romana, Celta...
Textos sobre Sidarta Gautama, sobre Jesus Cristo, sobre Maomé.

Todas as religiões que tive conhecimento se reduzem, infelizmente, à manipulação do povo, utilizando-se de sua boa-fé.

E, bem no fim, minha consciência fica tranquila. Mal sei da vida aqui na Terra, imagina se eu ficar perdendo o meu tempo pensando em como é a vida "no outro lado". E, como ninguém parece vir com um "manual de instruções" "do outro lado", minha conclusão é uma só: "preparar" a próxima vida é uma perda de tempo.

Mas eu sou um cético em busca de confirmação.
Talvez, no final das contas, minha falta de fé na religião me torne uma pessoa muito mais "salvável" no juízo final: eu quero viver bem e em harmonia neste mundo porque isso - por si só - basta para mim. Se houver "outro lado", preocupo-me depois.
Isso faz com que minha satisfação e experiência sejam garantidas. Base racional de vida. Faço as coisas porque é o melhor e o certo a ser feito.
Acredito que o certo é algo que todos saibam identificar, e me pauto por isso o tempo inteiro. Sou juiz de mim mesmo, me policiando para não fazer coisas que - de alguma forma - lesem as pessoas à minha volta.
Muito melhor do que carolas "ratas-de-igreja" ou "marias-batina", que pregam o cristianismo aos quatro ventos, mas têm uma vida repleta de "pecados".
Muito melhor do que homens-bomba que nunca perderam uma hora de oração voltados para Meca.
Muito melhor do que tribos africanas que fazem seu sacrifício humano periódico ao seu Deus.

Sim, no final, reduzo a insensatez e o fanatismo religioso, retirando toda a "gordura" de más práticas e ensinamentos e ficando só com os seus bons propósitos.

Isso, é claro, até que seja provado cabalmente a existência de um Deus real e sua religião oficial.

Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Levitação

1 - Em tempos sem PC em casa, os posts são raros e curtos, mesmo.
2 - Que baita ano para a ciência, einhô? Acho que a minha retrospectiva deste ano vai ser só de fatos científicos!

Vídeo, passado pelo Robson via twitter, mostrando a primeira levitação quântica.
Fantástico!



domingo, 2 de outubro de 2011

Estórias...

Enquanto não ligam a minha luz, continuo na república.

Hoje, a dona da república nos contou a estória de um interessado que a contatou.

Segundo o relato, o homem é um soldado militar que faz o seu famoso e imprescindível bico em uma empresa de segurança e zeladoria. Isso garante a manutenção de sua família, mulher e três filhos.

Porém, na última semana, ouve um problema na vida deste homem.

A sua filha mais velha tem 17 anos e namora um rapaz há algum tempo. Sério, firme. Rapaz sério, responsável. Namoro de ir em casa, almoçar com os sogros, etc...

Aconteceu, então, que o brigadiano tomou uma rua diferente no trajeto trabalho-casa. Por coincidência, viu sua filha - que deveria estar na escola, na hora - dentro de um bar, agarrada com outro homem.
O brigadiano - PAI - fez o que qualquer bom chefe de família fez: tirou a guria à tapas do bar, levou para casa, deu-lhe uma boa e corretiva SURRA e deixou-a de castigo.

Sabe, coisa simples, pra aprender a deixar de ser PUTA VADIA.

Mas o relato não acaba aqui.

Quando sua mãe soube do ocorrido, em vez de corraborar com a decisão de seu marido, pegou a "indefesa filinha", levou-a à delegacia da mulher, fez exames, prestou queixa e acionou O MARIDO!

Sim, amigos! O brigadiano contactou a dona da pensão pois este se encontra impedido de pisar em casa!
A esposa não somente acionou como está se separando, exigindo todos os bens.

Sinceramente, não sei o histórico, tão pouco ví o pinta. Não posso opinar muito, porque os fatos podem estar sendo mostrados por um ângulo, apenas.
Mas, se realmente a situação for esta contada, nossa sociedade se perdeu totalmente.

Onde que um PAI não pode aplicar uma CORREÇÃO JUSTA ao seu filho?
Em que mundo uma MÃE é conivente com atos depravados de seus filhos?

Sinceramente? Já passamos da hora de uma revolução. Precisamos queimar nossos códigos atuais, colocar forças repressoras nas ruas e recomeçar uma constituição do zero. Sem choro.

Porque - não adianta - o brasileiro é bixo triste e só respeita quando é forçado.
Por exemplo, a BR-116, no trecho entre Novo Hamburgo e Porto Alegre.
É, históricamente, um local de milhares de infrações de trânsito, diárias. Motoristas trafegando em acostamento, estacionamento indevido, caminhões na pista da esquerda, motoqueiros "costurando", excesso de velocidade, conversões proíbidas, etc, etc, etc...

Na última semana, passaram a utilizar as câmeras novas para multar os motoristas.
Segundo as rádios e os jornais, o respeito pelas leis de trânsito foram instantâneas: desde o primeiro dia os motoristas passaram a se comportar direito e, reza lenda, até o trânsito, como um todo, melhorou.

Não sei quanto a vocês, mas eu preciso de um mundo civilizado para viver, com pessoas que tenham o mínimo de caráter e respeito.