domingo, 26 de julho de 2009

Inter, Inter...

Ok... Vamos à analise, então...

Existe uma coisa no esquema de um time de futebol chamada de "balanço". O "balanço" é sub-dividido em "balanço ofensivo" e "balanço defensivo". Na prática, se o time está defendendo, tem que ficar alguém no ataque pra "puxar marcação" e, se o time está atacando, tem que ficar alguém para que não haja contra-ataque.

Sim, isso é bem básico. Nas peladas no meio da rua a gente mandava os piá mais novinhos e franzinos ficarem na banheira, o que obrigava pelo menos um dos mais velhos do outro time ficar lá perto do goleiro...

No futebol profissional, o balanço defensivo/ofensivo iniciou-se com 5-5. Ou seja, 5 ficavam "mais atraz" e 5 "mais na frente". Época gloriosa do 4-2-4.

Bem, a habilidade e inovações táticas criaram uma necessidade defensiva maior. Com isso, vários técnicos começaram a criar variações do esquema dentro do mesmo jogo. Aproveitando-se do aprimoramento físico dos atletas, puderam desenvolver balanços em que 7, 8 ou 9 defendiam e 6 ou 7 atacavam.

Hoje, para um time ser realmente competitivo, tem, necessariamente, que defender com, pelo menos, 7 jogadores e atacar com, pelo menos, 6 jogadores. Porém, times campeões costumam defender com 9 e atacar com 7 ou 8.

Como se dá esta "multiplicação" de jogadores em campo?

Simples: além de muito condionamento físico, para que todos suportem 90 minutos correndo, e o técnico tem que desenvolver uma tática que, além de tirar o máximo da habilidade dos jogadores, faça com que eles corram o mínimo possível.

Mas correr pra que? Amigos, o jogo de Futebol é muito parecido com o de Xadrez. Você só pode avançar uma peça se ela estiver protegida por outra.

Em uma partida de futebol, para multiplicarmos os jogadores em ambos balanços sem que estes corram muito, desenvolveram-se os laterais. Jogadores que correm próximos às linhas de lateral. Com isso, eles ajudam a fechar e deter cruzamentos à sua meta, e atacam como se fossem os velhos pontas.

Atentem que os laterais têm o dever de fechar os lados da sua área. Portanto, são fundamentais no balanço defensivo. Porém, como possuem a atribuição de serem pontas também, não pode-se deixar as costas livres. Alguém deve entrar neste seu espaço para que fique devidamente protegido enquanto o lateral aventura-se ao ataque.

Isso, amigos, é função de um quarto Zagueiro, do primeiro ou do segundo volante. Na grande maioria dos casos, do primeiro volante, como o Edinho sempre o fez. No atual Inter, é função do segundo volante, Guiña.

Além disto, quando um lateral ataca, o outro não deve sair da posição de defensor. Isso cria o balanço defensivo com 4 jogadores evitando contra-ataques, deixando 6 jogadores com possibilidade de atacar. Caso haja necessidade, avançam-se os 4 jogadores do balanço defensivo para que o mais adiantado dos 4 esteja já no campo de ataque, criando a possibilidade dos 7 jogadores no ataque.

Mas, no atual inter, a intenção do Tite é aproveitar a habilidade, velocidade e resistência do segundo e terciero homens de meio de campo. Assim, nosso técnico espera que, no ataque, o time fique da seguinte forma:

-------------------Lauro--------------------
---------------------------------------------
---------------------------------------------
------------indio--------Soronodo----------
--Bolívar--------sandro-----------Kléber---
----------------------Guiña----------------
--------------D'Alessandro-----------------
---Magrão----Alessandro----taison--------

Como podem ver, o terceiro homem do meio e o segundo atacante caem pelas laterais. Os laterais ficam presos ao meio de campo, para evitarem contra-ataques juntamente com os zagueiros e o volante. Guiña mais recuado e D'Ale ou Andrezinho, sozinhos, para armar a jogada para o centro-avante concluir, também isolado dos demais.

Quando um lateral "desobedece" o esquema e sobe, o volante não o cobre, exigindo do segundo homem do meio de campo (Guiña) um esforço para cobertura.

O Tite faz tudo isso para que o Inter não seja supreendido defensivamente. Porque, concordo com a afirmativa, uma equipe de futebol vencedora começa pela defesa.

Só que, para se defender, não é preciso abdicar do ataque.

Nossa defesa tras um excelente conceito de marcação, o das linhas de 4. A idéia é que os meio campistas estejam, todos, atras da linha da bola defendendo como zagueiros e os zagueiros estejam a poucos metros dando a devida cobertura, em pares.

-------------------Lauro----------------
-----
-Bolívar----Indio----Sorondo----Kléber-
-Magrão---Sandro---Guiña----D'Ale-----
----------------------Taison------------------
--------------Alecsandro---------------------
-------------------------------------------------
-------------------------------------------------
--------------------------------------------------

Esse esquema, muito usado na europa depende do compromisso de todos os jogadores com a defesa. Os Meias devem, todos, recuar e marcarem como zagueiros mesmo. Já o segundo atacante deve ser uma espécie de Pivô, que corre entre os armadores adversários para tentar roubar-lhes a bola. O centro-Avante deve sempre estar pronto para receber lançamentos e tem que deter, pelo menos, dois marcadores.

Porém, na prática, nosso meio não joga da maneira que precisa para fazerem-se as linhas de 4. Pior: nossa defesa joga nesse esquema, e o meio, em losangulo. Quando atacado o Inter se defende desta forma:

-------------------Lauro---------------------
----Bolívar----Indio----Sorondo----Kléber---
------Magrão--sandro-----Guiña-------------
-----------------------------------------------
-----------------------------------------------
---D'Alessandro---------------Taison---------
---------------Alecsandro---------------------

Magrão providencia cobertura do Bolívar e o Guiña do kléber. Sandro, que deveria dar cobertura por onde a bola estivesse, fica preso ao meio, entrando na área como um terceiro zagueiro constantemente.

Por fim, o problema não é o Kléber mesmo.

Acredito que o maior problema esteja na confusão entre esquemas e supervalorização de jogadores medianos.

Acredito que um 3-5-2 igual ao que o Se Adenor utilizava no Grêmio dele daria muito certo ao inter.

Temos 2 Zagueiros que sabem sair jogando razoavelmente e um Xerifão;
Temos um Volante disciplinado;
Temos um motorzinho para o meio;
Temos dois jogadores qualificados apra a ala esquerda e, na direita, podemos improvisar até 5, dois mais defensivos, 3 mais ofensivos.
Temos dois meias habilidosos;
Temos atacantes com vontade.

---------------------------Lauro---------------------------
-------------------------Sorondo---------------------------
------------Bolívar-------------------Indio----------------
-------------------------Sandro----------------------------
---------------------------------Guiña---------------------
--Magrão-------------D'Alessandro--------Kléber---------
--------------Taison----------------------------------------
---------------------------Alecsandro----------------------

Na necessidade da defesa, Magrão e Kléber podem compor um 5-3-2. No ataque, ambos podem e devem avançar simultaneamente.

Bolívar dá cobertura ao Magrão, Índio para o Kléber. Sandro e Sorondo ficam fixos em suas posições.

Guiña atua como o motorzinho que o tinga sempre foi no Gremio do Tite.

Com os alas e o Taison para tabelar, D'Alessandro não perderá mais a bola tão facilmente, podendo municiar o Alecsandro com mais facilidade.

Pra cima deles Inter!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Serviço de Utilidade Pública

http://www.southparkstudios.com/






De nada!

Do Plástico ao Fim do Mundo...

Existe, entre os EUA e o Hawai e entre o Hawai e o Japão, duas áreas com o tamanho maior que o território dos EUA, que contém lixo humano (principalmente plásticos, borracha e afins) "flutuando" entre dois e doze metros abaixo da superfície da água.


http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1997/artigo71923-1.htm

http://www.portaljipa.com.br/hp_noticia_materia.php?Id=2024

Imagino que falte pouco para podermos construir "pontes flutuantes" nesses locais.

Observando as leis de conservação de massa e as que descrevem o comportamento dos fluidos, acredito que este "aterro oceânico" já deva ter contribuído com a elevação do nível dos mares.

Cruzando mais informações, lembrei de várias ilhas do pacífico que têm sido, sistematicamente, engolidas pela água. Ilhas que possuíam até vinte metros em seu ponto mais elevado em relação ao nível do mar, estão com sua integridade ameaçada. O cenário é muito preocupante pois encontra-se água salobra cavando menos de um metro o chão. Construções e agricultura encontram-se em via de inviabilidade total. Cedo ou tarde, estas populações deverão ser removidas para outros locais. Serão os primeiros "refugiados do aquecimento global", como fala a matéria.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_222280.shtml

Emissão de gases, poluição por líquidos e sólidos à água e à terra, desmatamento e matança indevida somam-se aos eventos cósmicos para formarem um quadro apocalíptico. A "chuva de raios gama" que, oriunda do centro da galáxia, banha nosso sistema a quase cem anos, tem feito nosso sol ficar mais ativo, com erupções e explosões mais frequentes, pondo a prova nossos delicados escudos.

Lembro-me da fala de Tommy Lee Johnes, em MIB, a mais de 10 anos atrás: "Sempre tem uma praga intergaláctica pronta para acabar com a vida miserável deste planeta. A única forma destas pessoas viverem felizes é não saberem de NADA".

É amigos, parece que a ignorância é uma bênção mesmo. Começo, inclusive, a compreender os políticos do mundo inteiro quando eles desprezam a educação de suas populações. Chego a entender porque o consumismo é incentivado. Com a massa seguindo ideais ridículos, alcançam-nos com facilidade e tornam-se, assim, o chamado "gado feliz", prontos para morrerem sem ter feito nada de bom pelo mundo.

Mas este torna-se o principal questionamento: o que é "fazer algo de bom pelo mundo"? Cada interferência gera consequências imprevisíveis. Interferir nessas consequências gera mais caos, criando uma corrente sem fim, um ciclo vicioso de tentativas frustradas de reparações de erros causados por tentativas frustradas.

Mas, se acabarmos optando pela não intervenção, passamos a não viver, pois a atividade humana que leva à felicidade (tão almejada) passa, ironicamente, pela intervenção.

Logo, como diria o Agente Smith em Matrix, "a raça humana é uma praga que só sobrevive consumindo e devastando seu meio". Por isso o futuro acaba sendo tão obscuro. A profecia Maia até estipula data e hora para o final deste ciclo de absurdos. Temo pois vejo que temos que mudar logo o foco das nossas atitudes, mas não vejo opções para tanto.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um lugar do Caralho...

Hoje eu acordei com uma pequena vontade de me jogar na frente de um ônibus.

Sei lá, sabe, uma pontinha inuportuna de depressão bateu em mim. De tanto ver portas fechando-se à minha frente, agora, quando o vento começa a levar uma porta eu já fico todo mal. Talvez esteja apenas traumatizado.

O que me ocorre é que não deveria estar sentindo estas coisas. O que me ocorre é que eu sempre tentei olhar a vida pelo lado mais bonito dela. Nem que fosse pelo menos feio... Mas, hoje demanhã eu não consegui.

Não sei se são estes dias cinzas em repetição, ou toda a ignorância que eu tenho que escutar, ou as caras amarradas dos cidadãos da cidade grande... Acontece que eu estou pra baixo.

Não, definitivamente não é o meu time... Já não sou mais criança para me importar tanto com derrotas do Inter...

Também não foi minha irmã, que tive o prazer de fazer uma vista ontem.

Não foram as manias do meu pai, querendo assistir filme no notebook às 3 da madrugada, lendo e relendo orações ridículas, tão pouco as observações maldosas da minha avó... Não vó, Zaffari não contrata free-lancers. Mesmo que contratassem, estou no limbo profissional onde não sou qualificado o suficiente para os cargos mais elevados, mas sou muito qualificado para as tarefas mais simples. Não, não me darão emprego de frente de caixa só porque fui falar com a gerência...

Sei lá mesmo, sabe? Tenho uma namorada fantástica e, a cada dia que aguento aqui, aproxima-se a parca hora que terei com ela.

Sei que, mesmo com as coisas não estando ideais, não deveria me desesperar. Mas estou. Fico pensado nos corredores de ônibus na Protásio e na Bento. Repleta de coletivos lotados, velozes e pesados. Será que se eu me jogar na frente de um deles o atropelamento me fará sumir deste lugar que insiste em perder as cores sem razão?

Eu idealiso demais, sabe? Acho que, no fundo, é só a vontade de anular um pouco a manias das pessoas, abrir espaço para o diálogo, impregnar os meios com paz, sinceridade, boa-vontade e compreensão.

Ou seja só o medo bobo de ter que voltar para aquele Balneário-Prisão, de onde luto tanto para sair. Talvez seja o pavor de não encontrar oportunidades, de ter que viver como eterno dependente, de ser submetido às fantasias alheias o tempo inteiro.

O fato é que esta pequena senssação viaja pelos meus neurônios como ratos em um navio: Nunca a vejo diretamente mas, a cada segundo, tenho a impressão de ter visto algo correndo ali, pelo canto do olhar, por entre as outras coisas...

Gostaria de não estar sentindo isso, gostaria de poder estar no meu mundo idealizado, no meu cantinho de paz...