sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Sobre Agilidade, Imortalidade e Epitáfios

 No meu ramo - gestão ágil de processos - eu preciso estressar as pessoas para que elas saiam da sua zona de conforto e busquem um novo patamar de entendimento do seu trabalho. Quando as outras pessoas chegam a essa nova maturidade, eu atinjo meu objetivo. Eu contribuo para a melhoria contínua das pessoas, dos times e da empresa como um todo.

Na agilidade, nós começamos estressando as pessoas com visualização. Nós expomos tudo o que a pessoa e o time fazem, para a própria pessoa e para o próprio time. Juntamos todas as listas de tarefas em um único lugar, mostramos o panorama de todo o trabalho que está sendo feito e deixamos que as pessoas notem o problema por si só. Só então, com a pessoa notando o problema e pedindo nossa ajuda, que nós, agilistas, prestamos nossos trabalhos.

E uma das formas de visualizar o trabalho é através de MÉTRICAS. Juntamos os dados referentes ao trabalho, calculamos e plotamos em gráficos para que a pessoa e o time possam compreender o resultado das suas ações e buscar mudanças para melhorar.

As primeiras métricas que mostramos se chamam "Métricas de Vaidade". Quantidade de trabalho terminado, velocidade de atendimento e tantos outros números que, no final das contas, não servem para NADA. Não dizem nada sobre a satisfação do cliente, sobre a qualidade do serviço ou sobre o faturamento da empresa. Não ajuda a entender produtividade e não dão nenhuma pista sobre como melhorar o dia a dia de trabalho.

Tem um textinho famoso em redes sociais que diz algo mais ou menos assim: "você morre três vezes, primeiro quando seu corpo deixa de funcionar, segundo quando a última pessoa fala pela última vez seu nome e por fim quando a última pessoa pensa em você pela última vez".

Li esse textinho hoje e não consegui parar de pensar nisso: quão vaidosa é essa visão.

Seguindo esse textinho, você vai viver errado. Você fará coisas para ser citado, para ser lembrado. Vai correr atrás de uma realização impactante somente para ter seu nome na boca e nos pensamentos de todos no futuro. É pura e simples vaidade.

Bem, Hitler com certeza vai ser citado e lembrado por muito tempo.

A imortalidade proposta não é nada quando motivada por vaidade.
Jamais esqueça que pessoas precisam de diversas coisas, o tempo inteiro. Dá uma olhada na pirâmide do Maslow e você tem até mesmo um ranking desde as necessidades fisiológicas até as necessidades de realização pessoal.
Quanto mais básico for o problema que você resolver e quanto mais acessível a sua solução for para as pessoas, mais pessoas você impacta. (Essa é, inclusive, a receita para ser uma pessoa rica. Mas divago.)


O ponto, aqui, é compreender que não existe nada mais comunista nesse mundo do que empreender para oferecer uma solução para as pessoas no capitalismo.

O impacto que você quer fazer não é ser citado pelos outros.
"Eu faço isso porque o Arthur disse que era o certo" é o ápice da vaidade autoritária. Você pisa um milímetro fora do case que eu disse e minha solução não se encaixa mais. Eu viro um ditador vaidoso, comandando e controlando o pensamento das pessoas. E há tantos argumentos para NÃO agir assim que eu sequer consigo priorizar qual o melhor para citar agora.

O impacto que realmente muda a vida dos outros não é vaidoso.
O melhor impacto que você cria na vida dos outros é abrir as portas do pensamento dos outros, para que os outros acessem um novo contexto e sejam livres para encontrarem as próprias conclusões. Aí você está realmente criando um exército de pensadores: quando você apresenta a situação e deixa que as pessoas criem seu próprio entendimento.

Sem googlar você não sabe o nome da pessoa que inventou a margarina ou a privada.
Sem googlar você sequer sabe que essas duas soluções deram capacidade da humanidade crescer em quase 1 bilhão pessoas.
Sem googlar você talvez nem soubesse que cada tecnologia que desenvolvemos são as responsáveis por permitirmos que mais seres humanos vivam no planeta, ao mesmo tempo.

E a maioria dessas contribuições você não sabe o nome das pessoas que as criaram.

No fim, a vaidade é algo autoritário e danoso.

E o único epitáfio válido para um vida plena seria algo como:
"Tenha vergonha de morrer antes de contribuir com uma vitória para a humanidade."

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

E se os países fossem vilões?

O Lucas, do Freitas AI Art, começou um trabalho interessante: usou IA para criar imagens dos países, se eles fossem vilões!

O resultado ficou MUITO interessante!





quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Encontrei três tipos de falhas


Estava pensando com os meus botões.

Conversa vai, conversa vem, comecei a categorizar "falhas".

Encontrei esses três tipos:


1) O investimento

Você está investindo no desenvolvimento de uma pessoa. Você já passou por aquela experiência, você já ajudou outras pessoas a passarem por aquela experiência. Você já testou algumas opções, já viu outras pessoas testando outras opções. Já sabe quais opções dão mais resultado e quais opções simplesmente falham em resolver o problema.

Mesmo assim você está apresentando o problema para essa pessoa. E essa pessoa apresenta uma solução que você sabe que não dará resultado. Mesmo assim você deixa a pessoa falhar para que ela aprenda com a própria falhas.


2) O teste;

Um problema aparece. E você até pode usar soluções já testadas antes para solucioná-lo. Porém, decide usar uma nova abordagem, nunca antes testada em seu contexto. Não há registros prévios de resultados porque essa solução nunca foi testada. E agora é um momento propício para verificar se esse caminho pode trazer bons resultados.

O time testa a solução e ela... falha.

O time documenta o problema, a hipótese, o teste efetuado e o resultado negativo. Cria planos de ação para evitar que a falha ocorra novamente. Cria lições aprendidas para serem divulgadas para a organização.


3) O teimoso;

O mesmo problema que já ocorreu antes, volta a ocorrer. Sem saber ou mesmo sabendo que a solução não resolve o problema, você usa uma solução que já falhou antes.

E, para surpresa de zero pessoas, a solução que não resolveu o problema anteriormente não resolve o problema dessa vez, novamente.

Bem, na próxima vez que o problema aparecer, quem sabe essa mesma solução funcione, né?