P1: "Ponto 1 da conversa: Nós vamos usar essa metodologia."
EU: "Essa metodologia mantém a empresa presa na maturidade 1 da filosofia que eu uso, o que é muito, muito ruim a longo prazo para a organização."
P1: "Nossa organização não vai usar a tua filosofia, a tua filosofia não funciona, você pensa que é o único que tem experiência, mas as pessoas que determinaram usar a metodologia também têm experiência, você vai usar ela e pronto."
EU: "Ok. Continuo levantando a bandeira dos problemas da metodologia. Vou fazer o melhor que eu posso para evitar os problemas, mas não garanto."
P1: "Mas Arthur, a tua filosofia também tem problemas, ela também não garante tudo, nós não podemos forçar, a empresa é agnóstica a ferramentas de processos. Mas nós vamos usar ESSA metodologia."
EU: "Ok..."
P1: "Ponto 2 da conversa: Novo projeto que você vai tocar. Acho que vamos pelo projeto que você fez, vamos usar a tua filosofia porque ela está funcionando muito bem, a direção tem total confiança no teu trabalho e gosta muito dos resultados que a tua aplicação da filosofia vêm trazendo. Então vamos começar mesmo medindo a maturidade para avaliarmos onde podemos ajudar mais e melhor já no início. Assim, priorizamos de acordo com os pontos aferidos para melhorarmos os processos com velocidade."
EU: ¯\_(ツ)_/¯
Parece papo de louco, né?
Também acho, amigo.
Sabe, eu tenho problemas GRAVES com política e ego dentro das organizações.
Eu sei lá, mas desenvolvi minha carreira sempre focando no propósito da empresa onde estou trabalhando. Buscando propor o melhor possível para o mercado, garantindo que fornecedores, colegas e, principalmente, os clientes estejam plenamente satisfeitos com o trabalho executado.
Toda vez que eu vejo ego e POLITICAGEM dentro da empresa onde estou atuando, eu tenho um treco. Já foi pior, já tive menos maturidade.
Em certa empresa, com 5 dias de casa bati o olho e entendi o problema: a especialista no produto mandando e desmandando nos processos. Escrevi um email para o dono da empresa advertindo o problema real, todas as decisões da especialista de produto e as consequências da escolha. ÓBVIO que eu fui demitido poucas horas após o email. E MAIS ÓBVIO AINDA que desde então já recebi vários contatos das pessoas que têm boa intenção dentro da empresa relatando que CADA COISA que eu disse aconteceu. Nenhum contato do dono da empresa, claro. O ego é grande demais para permitir que a boca reconheça o erro.
Sem problemas.
O plano é simples: continuar encantando no bottom-up, dia após dia.
Continuar com o bom trabalho, enquanto me deixarem entregar bons resultados.
Continuar ouvindo maluquices enquanto aceno e sorrio.
Mais dia, menos dia, a minha filosofia vai tomar a empresa. E quando as boas práticas se alastrarem, não vai existir top-down capaz de interferir em nada.
Mas, poxa vida, que saco ficar aguentando esse tipo de conversa.