quarta-feira, 25 de julho de 2018

Ódio

Eu ando com tanto ódio no coração que eu nem saberia por onde começar a explicar as coisas para você.

São tantas situações no dia a dia que me deixam LOUCO de ira, que eu nem consigo elencar as que mais me dão raiva até as que apenas me incomodam.

Eu tô gripado. Há quase dois fucking meses.
Já fui em vários médicos. Sempre a mesma ladainha de virose. Cesta básica de remédios para os sintomas. Segue a vida com o nariz congestionado, dor de cabeça, febre, vontade de dormir o tempo inteiro e o escambau.

Hoje choveu. Poças nas ruas. E os motoristas seguem andando a 100 por hora. Molham pedestres como se nada estivesse acontecendo. Mesmo comigo ACENANDO para os FILHOS DA PUTA diminuírem a velocidade.

Não ando com fome. Isso até é bom. Bóra emagrecer. Mas é por causa dessa gripe que não cessa. Aí não é bom estar doente e não se alimentar. Quando vejo, tô com dor de cabeça por causa de fome. Saco.

Eu ando PUTO com gente de RH.

<----------- Edição em 04/09 ------------->
Passaram Julho e agosto e eu melhorei.
Aí, um colega veio me dizer que "alguem" pegou esse meu texto e publicou em grupos de whatsapp. Que tá pegando mal e que o pessoal não tá gostando da minha crítica ao RH. Especialmente as ~profissionais~ de RH.

Apenas para as antas prepotentes, pequenas tiranas que se acham muito poderosas por serem as "guardiãs dos empregos": mesmo com todo o ódio de julho tendo passado, eu mantenho cada palavra que eu disse, aqui.
E é bom separar: eu tô criticando as más profissionais. As engessadas. As que não sabem conduzir uma negociação de contratação. Essas, que, ainda por cima, se acham a última bolacha do pacote por causa da ilusão de poder em barrar um candidato.
Essas pobres diabas, geralmente psicólogas, não conseguem notar um rompante de fúria em um desabafo? Estarão elas acima de qualquer julgamento, que as impeça de ouvirem um feedback negativo?

Meu mais sincero pedido de desculpas a todas que não se ofenderam com a minha crítica. Vocês são o máximo e logo tomarão mercado de todas as ~profissionais~ que não sabem lidar com críticas.

Para as MENINAS de RH que estão putinhas com o meu texto, convido cada uma de vocês a argumentarem porque eu estou errado. Os comentários estão ali embaixo. Até agora, só uma lançou um ad hominem. Mas coragem para falar na cara? Nenhuma tem.

Vocês não são profissionais. Apenas criam um roteiro e o seguem. Trabalham com TI e não têm a menor noção do que é o mundo de tecnologia ao sei redor. Se encostam em um cargo e ficam lá pro resto da vida fazendo a mesma tarefa infeliz.

Querem saber? De julho pra cá eu fui desligado da Stefanini. Em 8 dias eu já tinha 5 propostas sobre a minha mesa. 4 com salários maiores. Não sou eu quem deve se preocupar com a reação desse texto. São os empregadores das MENINAS de RH que não gostam de ser criticadas que devem se perguntar se estão com as profissionais certas para gerenciar suas contratações.

Novamente, peço perdão para as boas profissionais de RH. Mesmo porque vocês leram esse texto e sabem que não estou falando de vocês

Para todas as outras que ficaram putinhas: a água tá subindo. É bom aprender a nadar.

<--------- Fim da edição de 04/09 --------->

Cara, eu tô empregado.
Em uma das maiores fábricas de software do Brasil.
Tipo, 55 mil fucking colaboradores. Não é pouca coisa, não.
E aqui dentro eu tô em um papel de metodologia de projetos.
Scrum master. P.O. Dev Lead.
Viajando para outras células para espalhar a metodologia e ajudar as equipes a trabalharem melhor.
Queimando pestana para os projetos serem entregues em dia.

Aí aparecem DO NADA, empresinhas FULEIRAS, saídas do CU DO MUNDO, me aliciando para entrevistas.

Ok. Conversar não mata.

Uma dessas empresinhas se chama DBC. Os infelizes me contaram sobre um projeto em um cliente deles, que precisavam de um DevLead por lá. Aí pediram para eu ir conversar com um tal de Rodrigo.
Esse Rodrigo é cliente da DBC, uma tal de "Saque e Pague" - um bando de idiotas que acredita que caixas eletrônicos que utilizem as cédulas depositadas é uma ideia do futuro. Aquele mesmo futuro aonde cada vez menos pessoas usarão cada vez menos cédulas.
Bem, devido ao trânsito eu me atrasei alguns minutos para ir conversar com esse Rodrigo da Saque e Pague.
E isso me rendeu uma mensagem no Whatsapp de um tal de André - que até agora eu não sei de que CU saiu nessa história - dizendo que "o cliente está P. faz o Uber vir mais rápido".
Cliente de quem, André? Meu que não é. EMA EMA EMA, cada um com os seus. Ok?

Cheguei na Saque e Pague. O tal Rodrigo começou a me inquerir detalhes de codificação.
E eu fiquei pasmo com o nível da conversa. Cara, VOCÊS estão ME convidando para uma conversa que consiste em "quais método você usa para integrações SOAP?"
Sei lá, mano. Os métodos necessários. Tenho menor ideia da bosta de regra de negócio que vocês têm que atender. POST, PUT, GET... é isso que você espera de resposta de um profissional com 10 anos de experiência?

Eu ainda estou em dúvida sobre quem é mais incompetente e amador de todos: a RH Danielle, esse André-sei-lá-de-onde-saiu, o metidinho a "eu sei tudo" do Rodrigo ou a DBC por vender para o profissional que estão aliciando uma coisa e outra para a empresa cliente.

Tem mais.

Caras meninas de RH: vamos deixar de ser PREGUIÇOSAS e vamos criar DOIS scripts de seleção?
Quando o profissional se candidata para a vaga, vocês colocam ele em um script com as perguntas para vocês conhecerem o profissional.
Quando VOCÊS aliciarem um profissional QUE ESTÁ TRABALHANDO EM OUTRA EMPRESA, favor, criar um script de CONVITE para trabalhar na sua empresa.
Tem RH que abre a conversa dizendo "vi seu perfil e acho que se encaixa na minha oportunidade, vamos conversar?" Aí na conversa, pergunta coisas básicas como "Você sabe JAVA?" E aí, filha? Viu ou não viu meu perfil? Estudou quem eu sou antes de me mandar uma oferta, ou só digitou a palavra-chave "JAVA" na pesquisa do LinkedIn e saiu mandando a mesma mensagem para todos os perfis do resultado?

Porque, veja bem, EU não tenho A MENOR NECESSIDADE do emprego que você está me ofertando. Eu tô empregado, CARALHO. Tenho muito o que fazer e pouco tempo para ir em horário comercial escutar o mimimi de vocês.

Mas antes fosse apenas ir escutar os mimimis da RH e do Técnico.
Eu acho ENGRAÇADO como essas entrevistas são tão mal conduzidas.
Chegam a perguntar "porque tu tá querendo sair da tua empresa atual?"
E ficam desconsertados quando eu respondo "eu não tô querendo sair da minha empresa atual, você que está querendo me tirar de lá."

Parecem que não entendem o que tá acontecendo, né?

Mas a cereja do bolo são coisas como o que a Join Tecnologia quis fazer comigo.

Mais uma empresa que me aliciou. Mais uma empresa em que eu tive que dizer na entrevista que não queria sair da Stefanini. Mais uma empresa que o pessoal de RH ficou com tela azul porque não entende como funciona dinâmica de contratação.
E, ao acabar a conversa com a menina do RH, ela me comentou que haveria um teste.

TESTE.

10 anos de experiência.
Trabalhei em empresa que atendia os maiores curtumes do mundo.
Trabalhei em uma empresa com mais de 10 mil funcionários, atendendo clientes públicos do Brasil inteiro.
Trabalho em uma multi-nacional com mais de 55 mil funcionários no mundo inteiro.

Mas a Join Tecnologia.
Com menos de 30 colaboradores.
Quer me aplicar um TESTE.
Porque tu sabes, né? O nível de exigência da Join é altíssimo. Uma empresa com todo esse sucesso no mercado precisa mesmo testar se um profissional que só passou por empresinhas minúsculas é capacitado ou não para atender às suas necessidades.

"Ok. O que é esse teste?" - perguntei.
"Ah, é uma atividade que demora cerca de 12hs." - respondeu a menina do RH.

12. DOZE. DO-ZE. XII. UMA DÚZIA DE HORAS.

Eu sei lá.
Eu ando é muito puto.

Dentre outras coisas.

Eu juro que tentei ficar com uma guria do meu passado.
Bonitinha. Gente boa. Parecia odiar exatamente as mesmas coisas que eu odiava.
Workaholic como eu.
No papel, tinha tudo para dar certo.
Na prática...
Eu, que odeio sair, fui obrigado a sair. Ir pra bar.
A guria e eu morando na puta que pariu, zero interesse de morar mais perto.
Ela realmente queria gastar 2000 por final de semana para passarmos 10 horas juntos.

Tipo, vá se foder.

Aí eu comentei para ela vir pra Porto Alegre ou eu ir pra Fortaleza.
A infeliz foi contar pros pais que eu queria casar com ela.
E essa bosta chegou nos ouvidos da minha família.
Tão lá meu pai e minha avó putos, achando que eu vou casar sem contar pra eles.

Tipo, eu mereço me foder. Muito.

Mano, por 2000 por final de semana eu compro uma esposa muito melhor.
Uma que não fique fazendo fofocas nas minhas costas.

Aí, bem nesse período, aparece uma ex-morta-viva.
"Tu ainda tem interesse em ficar comigo?"

Cara, se eu fiz uma coisa certa nesse ano foi ter mandando um NÃO pra esse criatura.

ALIÁS: tudo de bom que eu fiz esse ano passou por NÃO.

Porque, naquelas, deve ser muito legal ter um amigo que embarca nas tuas loucuras cara-cu. Que faz um sistema todo de graça pra tua mãe, etc... e ainda por cima financia propriedades!

Bem, amizade nenhuma me levou a lugar nenhum nessa vida.
Ter dito "NÃO" para empréstimos e festinhas de ranhentos alheios levou embora os últimos muy amigos que só atrasavam a minha vida.

De boas, o ser humano precisa acabar.

Morar em Flat é divertido.
Mas também é um saco.

Céus, como eu odeio vizinhos. Eu tô com um vizinho que recebe a namorada finais de semana. E ficam batendo a guarda da cama das 5 da manhã até a 1 da manhã do outro dia.

Gente sem noção me dá ódio.
Mas gente burra me dá mais ódio, ainda.

Ódio visceral. Raiva incontrolável. Ira venosa.

Eu passei os últimos seis meses explicando metodologia ágil para a colega. Dissecando o kanban. Explicando como usar o kanban board. Mostrando na prática. Mostrando em vídeos. EMPRESTANDO LIVRO!!! para ver se o conteúdo entrava na cabeça.
Alguns amigos ao meu redor viram o que eu estava explicando e tentaram ajudar.

SEIS. MESES. TODOS. OS. DIAS.

Resultado?

Três dias antes de entregar o sistema, a criatura ainda trabalha errado.
E fica magoadinha se a gente fala isso em voz alta.
Chamam gente do RH para conversar. "Porque tu tá sendo agressivo, Arthur?"

Mano, eu ando com muita, mas muita raiva, mesmo.
Parece que existe uma competição entre as pessoas para descobrir quem é que vai me enlouquecer.

Essa semana eu decidi tirar os mutes de todas as pessoas que eu sigo no Twitter.
Sim, sigo um monte de gente muito mais por educação do que propriamente pelo conteúdo.
Porque, convenhamos, muitas dessas pessoas sequer possuem conteúdo.
Não se preocupam com a imagem que estão vendendo para o mundo através do seu tuíter.
Não querem entreter os seus seguidores.
É um absurdo atrás do outro.
Uma falta de noção atrás da outra.
Frases mentirosas, batidas e repetidas até que algum imbecil passe acreditar nelas.
E, amigão, pra imbecil eu não sirvo.
"I am a smart ass, but I play dumb."

Poxa, eu acabei de ler que "Vocês já notaram que quando um cristão mata alguém não aparece nenhum grupo cristão fundamentalista para dizer que o assassino estava cumprindo uma missão?"
Bem.
Vamos lá.
1 - Os países cristãos atualmente separam a Igreja do Estado. Logo, isso tende a diminuir, mesmo. Porque a Igreja deixa de ter um papel político na vida das pessoas. O que é bom.
2 - Quando o cristianismo era incipiente, os cristãos faziam muitos atentados políticos, sim. Não é a toa que os Romanos perseguiam cristãos. E enquanto os países cristãos ainda mantinham unidos Igreja e Estado, o Cristianismo foi a única religião que lançou CRUZADAS contra outros povos. E não foi uma, não foram duas guerras santas proclamadas pela igreja católica. Foram nada menos do que DOZE.

12. DOZE. DO-ZE. XII. UMA DÚZIA DE CRUZADAS.

Eu tô puto da vida com a NET.
O Flat onde moro já tem toda a instalação para receber a NET e eu não posso contratar outra operadora.
A instalação interna está toda OK.
Mas, vira e mexe, o sinal de internet fica instável.
Cai. Volta. Cai. Volta. Cai. Volta muito fraco. Cai...

Aí eu reclamo com a NET.
Mandam "reforço de sinal" ou "atualização do moden".
Eu acho legal o quanto trabalham os desenvolvedores de software de moden. Às vezes são DUAS atualizações por dia!

Aí eu cobro uma solução definitiva.
"Vamos ligar para o senhor, qual é o melhor horário?"
"Eu trabalho em horário comercial. Favor ligar depois das 18:30hs."
Ligam ao meio dia. 15hs. 10hs...
Encerram o chamado porque "eu não atendo às ligações".

Mas o boleto? Ah! Os boletos me encontram TODOS OS MESES!

Enquanto eu estou escrevendo esse texto, pessoal tá noticiando que o governo aprovou uma "cota presidiário para contratação em serviços da União".

Entendem?
Eu não sei o que cada um de vocês faz com a própria raiva. Com essa barrinha de ódio que já chegou no 100% e continua enchendo.

Por enquanto eu só tenho ódio.
Muito.
Um poço de ódio.
Meu pai acertou quando falou duas coisas de mim:
1 - Eu sou um nobre inglês. Fodam-se, é assim que eu ajo.
2 - Eu sou furioso. Eu não demonstro isso em momento algum. E também não escondo isso. Deixo claro para todos o quanto eu odeio o ser humano e o mundo. Minha vontade de destruir toda a humanidade e que eu tenho um plano viável em execução para atingir esse objetivo.

Mas as pessoas dão risada. Acham que é mentira. Que eu estou brincando. Sei lá.

O plano vai demorar, mas uma hora dessas eu atingirei as metas. Os prazos se cumprirão. E as etapas serão vencidas. As pessoas começarão a morrer e, enfim, eu terei paz de um mundo sem tanta fonte de absurdos para inflarem o meu ódio.

Meu ódio salvou a postagem desse mês.
Desculpem, isso é o máximo que eu consigo oferecer por hora.

Talvez se o mundo parar de me irritar, eu consiga entregar algo melhor no próximo mês.