terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Cartoons em estilo Anime!

 Fantástica arte de DadlyTaco!




Retrospectiva 2020

Mas e aí, amigo?

Nossa, faz um tempão que a gente não troca uma ideia, né?

Aliás, faz um tempão que eu não escrevo nada diretamente aqui no PontoFinal! Só coletâneas de imagens de artistas, uns textões escritos para redes sociais que eu copio e colo aqui. Meu mais sincero agradecimento para os quase 500 doidos que continuam acessando o PontoFinal! todos os dias. Cês são ó: do coração.

Como eu não tenho dado notícia alguma, acho que a retrospectiva é um bom momento para falar um pouco de mim.

2020 foi um ano da porra, ein?


Janeiro.

Comecei o ano desestimulado. Em 2019 fiz escolhas profissionais que me deram uma ponta de arrependimento. E o trabalho estava chato demais. Tudo o que eu queria era ficar na minha, quieto no meu canto. E parece que 2020 atendeu às minhas preces: em janeiro o Twitter me baniu.

Eu já estava de saco cheio do Twitter. Entre 2007 e 2017 sempre que eu chegava a 500 seguidores, fazia uma limpa para manter uns 300. Qualidade, não quantidade. A partir de 2017, ouvi o conselho de um amigo e deixei os seguidores acumularem. No final de 2019 eu já tinha alguns milhares de seguidores e nenhuma alegria ao entrar no Twitter. Mas mesmo assim, não vou mentir para vocês: os dois primeiros meses sem Twitter foram difíceis. Eu tô falando de síndrome de abstinência mesmo. Passar mal por não estar seguindo os assuntos do dia, não saber da última notícia em tempo real.

Mas... conforme o tempo passou, eu fui notando que tinha tempo livre, para mim. Meu sono melhorou. Passei a cozinhar mais. Pude dar mais atenção para a Barbarah. Fiz alguns cursos, tirei algumas certificações. Até a concentração no trabalho melhorou.

Fevereiro.

Mês do aniversário. 2020 viu que eu estava querendo ficar na minha, sozinho... arranjou o COVID-19 pra mim.

Um tempo atrás, uma colega e eu conversamos seriamente sobre fabricar um vírus mortal e espalhar pelo mundo. E vou confessar que chegamos a fazer um roadmap. Definimos as fases, criamos milestones, abrimos as duas primeiras fases em etapas e tarefas. E até já tínhamos conseguido finalizar três dessas tarefas. Mais dia, menos dia, nós teríamos um vírus mortal para espalhar pelo mundo. Alguém foi mais rápido. E talvez a pressa dessa pessoa tenha estragado a oportunidade de infectar o mundo inteiro com uma doença mortal, levando a humanidade de bilhões de pessoas para alguns milhares, centenas ou até mesmo a extinção total. Pena.


Março, abril, maio e junho.

Sabe quando você tenta ser legal com os outros e os outros só te fodem a vida?

Quarentena. Então. Fiquei em casa 97% do tempo. Mal saí para fazer compras no mercado uma vez por semana e uma vez para ir ao trabalho pegar uma encomenda para outra pessoa e enviar por motoboy para outra cidade. Tipo, lááááááááá fora do meu escopo de trabalho.

Com emprego garantido, tentei usar minha renda para agitar a economia em volta de mim. E puta merda, como é difícil fazer o povo entender como se ajudar. Chega a ser irônico: tanto socialista nessa merda de país e, quando tem chance de exercitar o socialismo, são uns cuzões egoístas, na melhor expressão do corporativismo mais mafioso que você pode imaginar.

Tentei me preocupar com outras pessoas. Fui usado. Traído. E sei que não vou ver o cheiro do dinheiro emprestado nunca mais.

Julho.

Um colega saiu para outra empresa. Uma festa de despedida. Cerveja. Um desafio. "O máximo que pode acontecer é ouvir um não!" Olha nós aí com namorada nova!

Viajei em Julho o que não viajei nos últimos anos. Nem sabia que conseguia viajar tanto, assim.

Comecei uma dieta. 100kg e descendo.


Agosto

Bala. Novo AP. Novo relacionamento. Novos ares.

Fui sair do apartamento que estava morando sozinho. Puta merda a droga da Imobiliária Haus. Gentinha do pior tipo. Desorganizados de propósito. Atrasou o que pôde para aceitar o apartamento de volta. E cobrou de mim cada dia que ele atrasou o processo. Até hoje não recebi a vistoria inicial do apartamento. E nem a final. Recebi um lixo de apartamento e fui obrigado a entregar com pintura. Recebi com a cozinha destruída e fui obrigado a consertar até torneira. Tive que limpar a porcaria do lugar na entrada e na saída. E o infeliz do dono da imobiliária com a cara de pau de dizer que isso é normal. Terei zero surpresas se um dia ler em um jornal que esse cara amanheceu com a boca cheia de formigas. Eu paguei para me livrar de relações comerciais com ele. Não sei se outras pessoas terão a mesma atitude nobre que eu.

Fui entrar no apartamento novo. Época de pandemia. Povo dependendo como nunca de serviços essenciais. Hospitais, bombeiros, supermercados, água, esgoto, internet, telefones... E você nota que todos esses serviços essenciais dependem diretamente de... ENERGIA ELÉTRICA? No auge da pandemia, precisei ligar um contador de energia. 10 FUCKING DIAS ÚTEIS PARA FAZER UMA LIGAÇÃO. E quando você liga na central da Celesc eles têm a pachorra de dizer "por causa da pandemia estamos com capacidade de atendimento reduzida". Sim. Em vez de contratarem mais mão de obra para atender à demanda, reduziram o pessoal.

Setembro.

Lua de mel fodida da porra.

Outubro.

Não suportava mais o meu emprego. Hora de buscar novas oportunidades.

Novembro.

Entre uma empresa gigante e um desafio inédito de aplicar agilidade na educação e uma startup disruptiva na cidade que eu amo.

Partiu Floripa, de novo!

Cidade nova, AP novo, emprego novo.

Dezembro.

Acredita que eu tô me fodendo com um instaladorzinho de ar condicionado? Bem, já fiz um vizinho barulhento ser obrigado a fazer trabalho voluntário. Já fiz um receptador de roubo passar uns anos na cadeia. Bóra fazer esse instalador passar um tempo na cadeia por apropriação indébita.

Pelo menos tô com 85Kg. 15kg a menos nesse ano. Jejum intermitente. Funciona bem pra mim.


Esse ano me deixou bem feliz. 

Não precisar passar muito tempo com os outros. Cara, como eu adorei home office. Produzir pra caramba e mesmo assim poder cuidar da Barbarah o dia inteiro. Estar perto da minha namorada sempre. Quanto sucesso.


E esse ano me deixou muito puto.

Eu já achava as pessoas péssimas. Bando de cuzões. Um imbecil em cada esquina. A quantidade de pessoas fazendo asneiras parece que multiplicou. Eu JURO que nesse ano um ciclista que estava andando sobre a calçada me ameaçou de porrada NA FRENTE DA DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL de Blumenau. Bando de energúmenos.

Aí tu dá tempo em rede social para esses cuzões. E cada um deles cagando pelos dedos a cada post. Eu não aguento mais ler comentário de torcedor de político. E também não aguento mais gostosa que a gente sabe que é escrota, fazendo postagem da raba com frase de auto-ajuda e fundo moral. Hipócritas dos infernos. 

O que já era péssimo, se tornou algo terrível. Aterrorizante. Eu já odiava cada um de vocês, agora eu transcendi. Eu que já estava puto fiquei indignado que esse viruzinho de bosta não consegue realmente dizimar cada um de vocês. Agora os países estão preparados para pandemias. Vai ficar mais difícil para o meu vírus matar vocês.

Para aguentar esse ano, só com muito vídeo no Youtube.

Não fosse pessoas como o Kimagure Cook, Jim Jefferies, Afonso Padilha, Rodrigo Marques, Júnior Chicó, Anton Petrov, Sérgio Sacani, Fabio Akita, entre outros, eu não sei como conseguiria passar esse ano.

2020 mostrou que eu sou viciado em filmes e cinema. Um ano inteiro e eu fui ao cinema 3 vezes. Eu não aguento mais não ir ao cinema, não ter filmes novos, não ter mais histórias para acompanhar.


Em 2021 eu realmente espero que as vacinas não funcionem. Que vocês tomem a vacina, se sintam seguros, vão pra rua, peguem o COVID, fiquem doentes, passem para outros e morram.

Espero que o COVID sofra uma mutação violenta, garantindo mais infecção e maior mortalidade.



Assim foi o meu ano de 2020.

E esses são os meus desejos para 2021.

Cabe a cada um de vocês serem pessoas melhores e difundirem boas maneiras e educação para as demais pessoas para que vocês provem que eu sou injusto e estou errado.

É isso, amigo. Talvez todo esse ódio no meu coração seja o motivo pelo qual eu não esteja dando tantas notícias sobre mim. Vou voltar a ficar quieto no meu canto, para que as confusões não me encontrem e eu consiga ter um pouco de serenidade na minha vida.


E ainda faltam dois dias para essa droga terminar.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Redes Sociais, Vacinas e Liberalismo

As redes sociais deveriam criar uma forma de denunciarmos comentários e posts anti-vacina.

Terra Plana é irritante, mas um imbecil torrando o saco com isso não muda a verdade: a terra é uma esfera, levemente achatada nos polos.

Religiões já causaram muitos males ao mundo. Mas os liberais separaram Igreja do Estado no mundo civilizado. Hoje o único mal das religiões é a perda de tempo e dinheiro dos seus seguidores. Cada um que escolha o vício que vá lhe matar e não me encha o saco.

Mas anti-vacinas não caem nesse tipo de asneira.

Vacinas são o meio mais eficaz de PREVENIR DOENÇAS.

Antes das vacinas, pessoas morriam por causa de sarampo, caxumba, tétano, raiva, rubéola, entre tantas outras doenças. Surtos de pólio faziam milhares de pessoas precisarem de pulmões de aço para respirar. E os poucos que se recuperavam ficavam com sequelas para a vida inteira.

As vacinas são seguras.

O único efeito colateral de ser vacinado é uma marquinha no lugar da agulhada e a certeza que daquela doença você não vai morrer.

Eu sei, eu sei, sempre existe um alérgico.

Alguém que não pode tomar a vacina por conta de algum componente.

Ou ainda aqueles cujo o corpo não consegue criar os anticorpos mesmo tendo tomado a vacina.

Essas pessoas PRECISAM que todos os outros tomem as vacinas. Assim, poucos indivíduos carregam a doença e as chances de infecção caem para quase zero. Isso se chama "imunização de rebanho".

"Ain Arthur, você é liberal, você não deveria estar defendendo o direito das pessoas não tomarem vacinas, se não quiserem?"


Muito bem colocado!

A resposta é: NÃO.


Nunca use o liberalismo como princípio para falar asneiras, por favor.

John Locke, há mais de 300 anos, cunhou as três premissas do liberalismo. Muita gente mais inteligente que nós dois juntos já tentaram refutar e não tiveram sucesso.

As três premissas do liberalismo são, nessa ordem:

1- Direito à vida;

2- Direito à propriedade;

3- Direito à livre associação.

Você sabia que foi o liberalismo que criou a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Consequência direta desses três princípios.

O Direito à Vida é básico. Chega a doer de tão lógico: sem vida, não há como ter posses nem como se associar as demais. Mortos não exprimem vontades.

O Direito à Propriedade é elementar. Antes da revolução liberal, o fruto do trabalho dos vassalos era propriedade dos senhores feudais. Ou você pensa que a escravidão apenas ocorreu com os negros na américa? Na Europa dos tempos medievais, Reis, Condes e Barões podiam entrar na sua casa, estuprar sua mulher, sequestrar seus filhos, te prender, tomar todas as suas coisas, queimar sua casa e urinar no seu cachorro. E nada de errado tinha acontecido. Foi preciso essa premissa liberal para mudar o mundo e realmente tornar as pessoas livres.

Uma vez que você possui vida e tem propriedade sobre as suas coisas, aí sim faz sentido você ter direito a se associar com as outras pessoas do modo que você quiser.

Nós, liberais, entendemos que quanto mais regras o Estado te impõe, menos opções você possui para agir. Logo, o Estado está restringindo a tua liberdade de decisão.

Em muitos pontos nós não concordamos com o Estado. Queremos menos interferências no bolso do cidadão, principalmente.

Mas em alguns outros pontos, é necessário que exista uma coordenação central, mesmo.

Por exemplo? Trânsito. Algumas cidades do Brasil já contam com milhões de pessoas. Pessoas com necessidade de ir e vir. Para que exista um fluxo justo, é necessário que uma coordenação central atue, organizando o caos. Liberais não gostam da ideia de ser obrigado a parar em um sinal vermelho. Odiamos que um guarda de trânsito tenha poder de apontar eventuais transgressões de trânsito e pior ainda: nos multe. Mas nós entendemos que a alternativa é um caos total até que ninguém mais consiga se mover dentro da cidade, inviabilizando a vida de todos e a própria existência da cidade.

Outro exemplo? VACINAS.

Vacinas obrigatórias violam o terceiro princípio liberal, sim.

Mas uma vacinação bem sucedida garante o primeiro princípio liberal para bilhões de pessoas.

Você, que se vacinou contra o sarampo e está imune de morrer de sarampo é quem está vivo.

E pelo fato de você estar vivo é que você tem o direito à propriedade do seu computador ou smartphone e da internet que está usando.

E APENAS por causa desses dois primeiros princípios respeitados, é que você está tendo o direito de se associar livremente a essa conversa para dizer que vacinação obrigatória é errada.

Anti-vacinas são um perigo para o mundo.

Atentam diretamente contra a vida de bilhões de pessoas.

São uma ameaça pior do que terroristas e nazistas.

E as redes sociais deveriam ter uma forma de impedir que esse discurso de ódio anticientífico e infundado seja disseminado.

Tomem as vacinas.

Protejam a si mesmos.

Protejam as pessoas à sua volta.

Sejam pessoas melhores.

(Se alguém vier aqui atacar vacinação, vou responder com fotos e vídeos de pessoas morrendo por doenças que podem ser evitadas com vacinas. Sem dó. Vacilão precisa ver como se morre de raiva para entender.)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

112 elementos!

Pessoal do KcDStudios fez essas artes muito legais e vende os cartões delas para fins educacionais.
Eu achei o máximo e estou compartilhando a arte, aqui!
Gostou? Quer os cards? Encomenda lá no Etsy!




Pokemóns Reimaginados!

O artista iingo reimaginou vários pokemóns! 

E eu adorei cada arte!





domingo, 18 de outubro de 2020

X-Men Japão Feudal

O Lucas Pereira fez esse magnífico trabalho de imaginar os X-Men como personagens do Japão feudal. E eu já tô louco para ler um gibi nesse contexto!



quarta-feira, 16 de setembro de 2020

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Desabafo, Falácias e Fuck The Police

Um desabafo.

Eu odeio qualquer tipo de falácia.

E dentre as falácias mais infames, o apelo à autoridade é o que eu tenho um ódio mais particular.

Acho até que é esse ódio que me faz ser um punk até hoje. Eu desprezo status quo.

Quer mandar em mim? Prova por A + B que tu tens capacidade de mandar em mim.

Não importa quem você seja ou qual cargo você ocupe: se eu notar que a tua autoridade é artificial, eu vou cagar e andar para ti e para o que tu diz.


FUCK THE POLICE.


Posto isso.


Não se deixe enganar pela minha cara de novinho na foto.

Quem conversa comigo sabe que eu falo gíria, falo palavrão, encaixo memes e piadas em cada milímetro de conversa que eu posso.

Eu gosto de ser meio palhaço, meio brincalhão e completamente informal.

Não que eu não saiba falar direito e me portar em uma situação séria. Sei sim.

E sei muito bem da diferença abissal entre a besteira de "ser solene" e a importância de "ser sério".

Você não precisa ser formal para ser sério.

E muitas pessoas extremamente formais não são sérias quando a situação exige.

Falam imensas besteiras com as frases mais bem construídas.

Crianças em ternos. 

Mas divago. 


O que eu quero dizer é que eu tô com 37 anos.

Minha barba já tem partes brancas.

Se fuçar no meu cabelo, os primeiros fios brancos também já estão lá.

Minha cara não é enrugada porque eu tomo bastante água e não saio no sol. #useFiltroSolar

Mas eu já tomei muito no lombo nessa vida.

O suficiente para reconhecer toda a extensão da minha ignorância e aprender a prudência de não me expressar nos assuntos que eu não domino.

Todos os dias eu descubro que sei menos ainda do que eu imaginava.

Sabe o que eu faço quando encontro algo que eu não sei?

Procuro especialistas. Procuro palestras, teses, artigos e livros.

Visto as sandálias da humildade e corro prestar a atenção em quem entende para aprender alguma coisa do assunto.


Minha profissão me ensinou que o processo de aprender necessita de ambiente seguro para criar ideias, testá-las e... ERRAR!

Porque ninguém acerta 100% do tempo na vida.

Cada problema é um desafio.

E cada desafio exige uma solução.

Dentre todas as soluções possíveis, muitas funcionarão.

E muitas soluções fracassarão miseravelmente.

A experiência comprovada pode trazer exemplos do passado para eliminar algumas soluções com baixa probabilidade de sucesso.

Mas qualquer solução que você tenha escolhido - mesmo a com maior probabilidade de sucesso arrasador! -, corre o risco de fracassar.


E se você for penalizado quando erra, você dificilmente terá a chance de utilizar aquela experiência adquirida no futuro.

Geralmente quem é penalizado por errar se fecha e nunca mais tenta nada novo.

Porque o recado foi dado: se você tentar e errar, você vai ser punido.

O comum é a pessoa nunca mais se arriscar fora do que entende.


Eu evito opinar em assuntos que eu não entendo.

Que venha me desmentir aqui quem já me ouviu dando dicas de mecânica ou me viu discutindo moda, por exemplo.

Não entendo, não me meto.


Mas em alguns poucos assuntos eu tenho domínio.

Estudei bastante.

Experimentei o suficiente.

Dei um passo à frente e me prontifiquei a atender necessidades de clientes nesse assuntos.


E nesse pequeno conjunto de conhecimentos humanos que eu tô me esforçando pra aprender nos últimos 20 anos, eu posso dizer que domino meia dúzia de temas.

E se algum dia eu disser algo sobre esses temas, eu realmente espero que as pessoas me ouçam.

A menos que seja uma autoridade realmente foda.

Alguém reconhecidamente melhor do que eu no assunto.

Se essa autoridade foda bater no meu ombro e disser que eu tô errado em algo, eu vou abrir um sorrizão e pegar meu caderninho na hora.

Porque é uma honra ser corrigido por alguém que realmente sabe mais do que você. 

Sinal que essa pessoa te considera o suficiente para te ajudar a não errar mais.


Para todas as outras pessoas, eu digo apenas: escuta o que eu digo, amigo. 

Pareço meio palhaço, meu jeito é meio bobalhão, mas eu sei do que eu tô falando.

São 37 anos de vida, pelo menos 20 anos de experiência.

Eu sou um cara gente-boa, do bem.

Eu me importo com pessoas do bem.

O suficiente para bater no ombro dessas pessoas e ajudar quando noto que elas estão erradas.

Eu tô aqui, perdendo o meu tempo pra te dar uma informação que tu não tem.

Valoriza agora, porque na próxima vez eu vou ser obrigado a te cobrar pelo curso.


Fim do desabafo.

Bóra pra vida real, de novo.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

How I Met Your Mother

How I Met Your Mother.

Não quer spoilers?
Nem clica no "ler mais".


Ignore esse post. Aproveita a quarentena e vá maratonar o seriado agora. (Chama no chat que eu te digo um modo fácil e 0800.)


quarta-feira, 1 de julho de 2020

O que é capitalismo, manual do mercado e o problema da nossa civilização

Se você não gosta de capitalismo, ou você é um inútil, ou você não entendeu como o capitalismo funciona.

Fim da frase contundente, criada para chamar a sua atenção, te deixar irado e continuar lendo o meu texto.

Mas sabe o que vai te deixar realmente irado?
Essa frase que eu escrevi é real.

Antes do dinheiro - capital - quando você queria algo, você precisava trabalhar e consumir o seu trabalho, quase que imediatamente.
Você precisava caçar para comer. 
Você precisava construir sua casa com as suas mãos para morar.
Você precisava cerzir suas roupas para vestir.

E se você quisesse algo que você não consegue fazer, você dependia de algum tipo de troca para consumir essa coisa que você não consegue produzir. Mas a troca tem um problema: a outra pessoa precisa querer algo que você pode oferecer a ela. Eu, Arthur, não sou grande fã de melancias. Até como, mas de longe não é minha fruta predileta. E eu desenvolvo softwares. Se um produtor de melancia quiser um software que eu faço, ele terá que me oferecer muitas melancias pelo meu software. E como eu não me interesso tanto por melancias, eu não iria querer fazer a troca. Eu teria que dizer ao produtor de melancias que me interesso mais por gibis de super heróis. Aí o produtor de melancias tentaria trocar suas frutas por gibis para trocar os gibis pelo meu software. E se o artista de gibis não quisesse melancias, seria só mais um produto que o produtor de melancias teria que ir atrás para conseguir o que ele quer.

Perda de tempo. Em tempos antigos e medievais, anteriores ao capitalismo, era mais fácil recorrer à violência. O produtor de melancias se juntaria com outras pessoas e tomaria a minha cidade. Faria de mim um escravo e me obrigaria a escrever softwares que ele precisa.

Quando a nossa sociedade aboliu o escambo e criou a moeda, tudo mudou.
Porque a moeda é a invenção humana que conserva TRABALHO.
Eu trabalho para quem tem interesse no meu produto ou serviço. Essa pessoa me valoriza, me dando moeda. E eu posso guardar essa moeda o tempo que eu quiser, para usar esse trabalho no momento que eu precisar.

Hoje pela manhã, mesmo.
Eu tinha 5 reais na minha carteira.
Eu gostava muito desses meus 5 reais.
Foi difícil pra mim conquistar esses 5 reais.
Precisei estudar muito, precisei encontrar alguém que valorizasse o meu conhecimento, precisei aplicar meu conhecimento na forma de trabalho e precisei que alguém reconhecesse o resultado do meu trabalho na forma de dinheiro.
Mas hoje pela manhã, eu tinha a necessidade de uma xícara de café e um pão de queijo.
Eu fui até a cafeteria em frente ao meu prédio.
Lá, estava uma pessoa que eu não conheço. Nunca vi antes. Não sei o nome. Não sei da sua vida, dos seus sonhos, dos seus temores e de nenhum detalhe sobre essa pessoa. Mas essa pessoa acordou mais cedo do que eu. Foi até a cafeteria. Limpou e organizou o lugar. Fez café, fez pães de queijo. E quando eu cheguei, essa pessoa tinha tudo pronto para atender à minha necessidade.
Eu pedi um café e um pão de queijo. E essa pessoa pediu os meus 5 reais.
Nesse momento eu pude transformar o meu trabalho potencial em café o pão de queijo reais.
Nesse momento a pessoa pode transformar o trabalho de ter feito café e pão de queijo em uma moeda que conservou o trabalho dela para usar no que ela quisesse.

E nós dois ficamos mais felizes do que um segundo antes.
A pessoa me entregou o meu café e pão de queijo e eu disse um "obrigado" com um sorriso no rosto.
Eu entreguei minha nota de 5 reais para a pessoa e ela me disse um "obrigado" com um sorriso no rosto.

E é aqui que muita gente não entende o milagre do capitalismo. Porque capitalismo é isso aqui: uma corrente mundial de pessoas resolvendo os problemas umas das outras.
O café o pão de queijo não custaram 5 reais para serem feitos. Mesmo somando o tempo de trabalho da pessoa, os custos fixos da cafeteria com energia elétrica, aluguel, água, etc... o café e o pão de queijo custam menos do que os 5 reais. Mas eu dei valor para aquele café e aquele pão de queijo. Eu precisava tanto daquele café e daquele pão de queijo essa manhã, que eu não apenas paguei o custo de produção daquele café e daquele pão de queijo, como dei um valor a mais como agradecimento. Uma gorjeta. O lucro do local.

Essa gorjeta não existia no mercado, antes. E quando eu reconheci o trabalho dessa pessoa, o dinheiro passou a existir milagrosamente.
O "bolo" aumenta todos os dias, de agradecimento em agradecimento. De reconhecimento em reconhecimento. De lucro em lucro.

E aqui está algo que muitas pessoas não entendem sobre o capitalismo: capitalismo não é sobre dinheiro. Capitalismo é sobre você atender às necessidades das pessoas à sua volta.

Quais necessidades? Não sei. Você precisa estudar a sociedade. Estar conectado com as demais pessoas para saber os problemas que elas têm. E você precisa desenvolver um grupo específico de habilidades para conseguir resolver de verdade os problemas das outras pessoas.

Porque, não sei se você concorda comigo, nada melhor do que você solicitar um serviço porque você tem um problemão e esse serviço não só resolver seu problema com qualidade como também te atender bem e te cobrar um preço razoável pela solução.
Não é?
Quando o restaurante te serve uma comida fantástica e te proporciona uma experiência maravilhosa, você não quer voltar e indicar o restaurante para todo mundo? Porque você faz isso? Simples, porque o restaurante resolveu um problema de alimentação, diversão, romântico e social, teu. O restaurante superou as tuas expectativas. Você passa a adorar o local!


E quando você tem um problema e a loja não te atende bem? Quando você precisa do produto pra hoje, a loja diz que tem "à pronta entrega" e te deixa uma semana esperando? Teu problema não é resolvido, mas teu dinheiro é tirado de ti. Você não gosta. Você se sente lesado, roubado, traído. Você quer dizer pra todo mundo que aquele lugar não é legal para fazer negócios. Ele não atende bem às necessidades do cliente.

E é isso que as pessoas não entendem sobre o capitalismo: você não é só consumidor. Antes de ser consumidor, você é um fornecedor. Para entrar na corrente mundial de seres humanos resolvendo os problemas uns dos outros, você precisa entregar uma solução. Depois você passa a ter acesso às soluções das outras pessoas.

Eu mesmo, agora, estou dando o meu melhor para escrever um texto que te entretenha e te agregue algo na tua vida. Estou usando anos de estudo de conteúdos e treinamento em escrita para tentar te prover conhecimento e entretenimento. Como você pode me retribuir? Compartilha o texto? Dá um like? Comenta algo com educação?

E eu escrevi isso tudo apenas para justificar essa hipótese que pensei nessa madrugada: O problema com as civilizações é que elas criam tantas soluções para problemas das pessoas, que trazem muito conforto e riqueza para as pessoas. Tanto conforto e riqueza fazem com que as pessoas possam manter os filhos por mais tempo. E assim, as novas gerações se acostumam a entrar no mercado primeiro como consumidores, usando o trabalho acumulado (dinheiro) dos seus pais. E como essas novas gerações não se acostumam a resolver os problemas uns dos outros, conforme os pais vão se aposentando e morrendo, os filhos não conseguem manter a civilização. Literalmente vão gastando o trabalho acumulado sem evoluir as soluções. Desaprendem a prover soluções. Lá pela geração dos netos ou bisnetos, coisas boas vão se tornando escassas.
Sorte da nossa civilização que nossas soluções conseguiram aumentar a quantidade de pessoas no mundo. Mais gente para manter as soluções. Mais tempo com luxos de alta tecnologia para nós!
Azar da Era Vitoriana, de Roma, Grécia, Mongóis, Egípcios, Babilônicos, etc...


E qual é a manifestação do mal desse pessoal mais novo que não entende o capitalismo?
Primeiro, tentar manipular o capitalismo. Criam o corporativismo. "Cercam" pessoas como gado. Criam "reservas de mercado", regiões onde só o produto do corporativista pode ser vendido para aquele povo. Viram parasitas do trabalho daquele povo, dando ilusão de escolha através de competição com barreiras econômicas. Todos os concorrentes são mais caros e o corporativista sempre é o mais barato. Escravidão 4.0, como eu chamo.
Segundo, os jovens mimados olham esse corporativismo e acham que isso é capitalismo. Afinal de contas, o povo está trocando dinheiro por produtos, na falta de experiência desse pessoal mais novo, isso só pode ser capitalismo. Então em vez de lutar por liberdade, esse pessoal mais novo mimado passa a querer mandar no sistema. Rejeitam que as próprias pessoas criem a demanda por soluções e querem planificar a economia, ditando as demandas e determinando as soluções. Literalmente querem jogar vídeo game na vida real. É claro, colocando as próprias soluções e de seus amigos como únicas para todas as pessoas. Voltamos ao corporativismo, só que com outro grupo de pessoas escravizando as demais.

Não sei se consegui explicar direito o Corporativismo.
Quem sabe com uma tirinha o conceito fica mais claro.

Eu acredito que precisamos urgentemente reconectar nosso sistema educacional com a realidade do mercado. Já que temos o privilégio de conseguir acumular conhecimento e podemos dedicar mais anos para a formação da próxima geração, que o conhecimento mais atual seja entregue para que a próxima geração consiga entender melhor os problemas atuais e consiga propor soluções para entrar mais rapidamente na corrente do mercado.

Eu acredito profundamente que nossos professores estão defasados. Não importa o quanto nós coloquemos dinheiro no sistema atual de educação, a linha de produção de professores está operando com ideias arcaicas. E esses professores formados hoje com ideias de 70 ou 100 anos atrás estão formando nossa próxima geração não para contribuir com a sociedade, mas para destruir a sociedade como conhecemos.

E essa é a segunda hipótese que me ocorreu nessa madrugada: muitos de nós - sim, "nós", eu incluso, porque por muito tempo também fiz isso - caímos na vala comum de dizer que a solução para todos os problemas do mundo recaem sobre a educação. E ano após anos nós despejamos um caminhão de tempo, trabalho e dinheiro em um sem número de cursos. E ano após anos os resultados no máximo continuam tão medíocres quanto eram nos anos anteriores - no melhor dos casos, porque geralmente os resultados da educação só pioram!

E isso leva ao terceiro modo como o pessoal mais novo manipula o capitalismo: da união de ser mimado e não saber como o capitalismo funciona, nascem o que os norte-americanos chamam de "white people problems"... e toda a estrutura para atender esses "problemas".

Louis CK explicou com maestria o que são os "problemas de pessoas brancas": sabe quando sua vida é maravilhosa? Tão maravilhosa que você precisa escavar profundamente para encontrar algo que mal te deixa desconfortável? E como você não tem nenhum problema real, problema da base da Pirâmide de Maslow, você se apega nesse desconforto e começa uma cruzada para mostrar ao mundo o quanto esse TEU problema é relevante e PRECISA ser solucionado?
Então. Esses são os "problemas de pessoas brancas".

"Pessoas em outros países têm problemas de verdade.
Como -- "Oh, droga. Eles estão cortando nossas cabeças hoje!" --
Coisas como essa."

Veja bem, esse pessoal não entra no mercado para solucionar problema dos OUTROS (o que requer empatia e vontade real de querer fazer o melhor para O OUTRO), mas, sim, entram no mercado para forçar os outros a resolverem um problema PARTICULAR deles.

Aí vem a onda da ~problematização~. Como esse pessoal não têm empatia com os outros, olham para si mesmos, descobrem um "problema" particular e fazem de tudo para vender esse "problema" como sendo de todo mundo.
Aí vem a onda de ~aceitação social~. Onde forçam os demais a terem empatia sobre a causa e obrigam moralmente a todo mundo ajudar a "Associação Internacional de proteção às borboletas do Afeganistão".
Aí, quando o mundo real diz que o problema até existe, mas há coisas mais urgentes para se resolver, esse pessoal se fecha no próprio grupinho de mimados e passa a querer agredir aos demais. O xingamento do momento é "fascistas". 

O que esse pessoal não entende é que as causas deles têm problemas porque não se inserem na corrente de resolução de problemas. Desculpe se parece frio dizer isso, mas quem é pobre só tem pouco dinheiro porque não resolve problemas das outras pessoas. Ou resolve problemas muito superficiais, não importantes, não urgentes e de pouquíssimas pessoas.
Quando alguém é tão ineficaz e ineficiente assim, os outros não procuram essa pessoa para resolver os seus problemas. Os outros não dão valor ao trabalho de alguém que atende mal, que não resolve o problema e quer cobrar caro por isso.
E não me entenda mal, mas não existe maior injustiça social do que você obrigar as pessoas úteis a pagarem pesados impostos para subsidiar a vida das pessoas inúteis. Pra você pode parecer egoismo meu dizer isso, mas eu tenho os meus problemas e eu preciso do meu dinheiro para pagar pelo trabalho das pessoas que são úteis pra mim e resolvem os meus problemas.
Ao tirar de mim o meu trabalho que eu guardei como dinheiro, você está tirando a minha liberdade de escolher e beneficiar as pessoas que são melhores em resolver os meus problemas. Ao usar o meu trabalho escolhendo e beneficiando pessoas que não resolvem os meus problemas, você está usando o meu trabalho sem me dar algo em troca. E a definição de explorar o trabalho dos outros em benefício próprio se chama "escravidão". Bem, até os escravos recebiam casa e comida dos seus donos. No sistema atual, as soluções que vocês criam passam pelo governo tomar o dinheiro das pessoas e não dar nada em troca. E ainda cobrar um percentual pela administração. Ou seja: é pior do que escravidão...

Com sorte, a vida real atinge alguns desses mimados e eles são obrigados a crescer. Conheço alguns que depois de entender como o mundo funciona, têm vergonha do próprio passado. 
Outros vivem uma vida inteira de ~revolução~. Apenas gastaram tempo e trabalho da sociedade e em nada contribuíram para ninguém. Mesmo querendo fazer uma ~revolução~ com a melhora das intenções para contribuir com a sociedade...

terça-feira, 9 de junho de 2020

As 12 Leis do KARMA

Você que me conhece deve estar completamente confuso, agora.
"Como assim, o Arthur falando de espiritualidade???"

E pra falar a verdade, eu não só te compreendo como peço desculpa.
Se colocássemos todas as pessoas do mundo em ordem de espiritualidade, provavelmente sequer permitiriam eu entrar na fila. Eu ficaria em algum grupo de fora, só olhando e rindo da logística para organizar 7,6 bilhões de pessoas.

Mas não é porque eu esteja completamente desconectado dos mistérios da fé que eu não possa ler e me informar sobre o que se passa com esse tema.

Para ser sincero, eu trato tudo com o método científico.
Ideias soltas são hipóteses. E hipóteses são meros devaneios, tentativas de explicar algum fenômeno.
Quando você pega essa hipótese e submete ela a um teste padronizado, você verifica se essa ideia passou ou não. Se a hipótese não passar no teste, é hora de abandoná-la. Procurar ideias melhores. Talvez o próprio resultado do teste tenha algumas pistas preciosas. Se a hipótese passou no teste, ela se transforma em uma teoria. Teorias são ideias que passaram por pelo menos um teste que tentou provar que a hipótese é falsa. Mas não é porque passou em um teste que a teoria se tornou verdade. Precisamos colocar a teoria à prova a todo momento. Quantas vezes forem necessárias. Cada novo teste deve ser como um chefão de vídeo games e ser mais e mais forte para matar a teoria. Dos caquinhos dessa briga a ciência pode criar novas hipóteses e assim evoluir o conhecimento humano, trazendo melhora de vida para todos nós.


Porque eu falei tudo isso em um texto sobre As 12 Leis do Karma?


Porque lendo as 12 leis do karma eu vi que muita coisa escrita ali se tornou base ou conclusão para ideias científicas que temos hoje. Sendo bem sincero, algumas partes parecem simplesmente ciência feita em uma época e lugar que as pessoas simplesmente não sabiam o que era ciência. Então, eles colocaram espiritualidade nas lacunas de conhecimento em vez de continuarem explorando. E eu não acho certo jogar todo o trabalho de alguém fora só porque essa pessoa chegou no seu limite e esse limite é inferior ao que sabemos hoje. De certa forma, dá para ver divulgação científica em termos que espiritualizados conseguem entender. Basta aprofundar um pouquinho cada lei do Karma.




Por exemplo a primeira lei do Karma: "Tudo que nós colocarmos no Universo, o Universo vai devolver para nós." Isso é física newtoniana básica. Lei de ação e reação. "Para cada ação existe uma reação igual e em sentido oposto." E por mais maluco que pareça, essa lei funciona muito bem para os corpos inanimados e até mesmo para os seres vivos. Desde os seres mais simples reagindo aos estímulos que recebem até os seres superiores com seus instintos, raciocínios e inteligências. Até mesmo nós, humanos, em sociedade. Nosso senso de justiça primata quase que nos manda revidar qualquer estímulo que tenhamos. E quando não conseguimos revidar fisicamente, guardamos o estímulo dentro de nós na forma de emoções. Quem quer que tenha trazido essa característica do dia a dia para uma lei do karma foi muito perspicaz.   



A segunda Lei do Karma é simples e muito óbvia: "A vida não acontece sozinha, nós precisamos fazer ela acontecer." Há dois sentidos nessa frase. 

O primeiro, muito científico, diz respeito à criação da vida em si. Ela precisa ser criada para existir, ela não acontece sozinha. Já descobrimos que todos os átomos vêm do bigbang, de estrelas e de supernovas. Como dizia Carl Sagan, nossos corpos são compostos de elementos gerados no interior e na explosão de estrelas. E chegaram até a gente quando estrelas explodiram e jogaram seu conteúdo no Universo. Esse conteúdo esfriou, virou poeira estelar. Aglutinou-se em uma nuvem. E por algum capricho da gravidade voltou a formar uma outra estrela. Essa estrela manteve um disco de poeira, dessa vez rico em elementos diversos. Esse disco criou planetas com uma química mais rica. Química essa que reagiu em si até criar os primeiros seres, muito simples. As leis da evolução foram transformando esses seres até o que vemos hoje. De certa forma, nós somos o Universo. Somos uma forma do Universo ver a si mesmo. Sendo nós parte do Universo e sendo o Universo o criador da vida como conhecemos, de certa forma nós mesmos nos criamos.
Aí chegamos no segundo jeito de ler essa lei do karma: nós precisamos atuar para que as coisas aconteçam na nossa vida. Eu tive a ideia para esse texto há dois meses. Deixei as imagens salvas no meu computador e me concentrei em um milhão de outras coisas. Eu poderia nunca ter agido e jamais colocado esse texto no blog. E se eu não publicasse essas ideias, elas se perderiam mais cedo ou mais tarde. É necessário colocarmos esforço nos nossos sonhos para construir a vida. Porque a vida não acontece se a gente não arregaçar as mangas e continuar construindo ela.

A terceira Lei do Karma fala que "é necessário aceitar algo para poder mudá-lo". Eu sei lá quem ou quando criaram essas 12 leis. Mas olha aí o primeiro estágio da mudança e do luto descritos em tantos livros de psicologia. Ciência humana não é boa o suficiente? A própria matemática, mãe de todas as ciências exatas, tem como premissa: "se a fórmula parte de uma premissa incorreta, seu resultado é incorreto". E o motivo é bem óbvio: se você não tem domínio do ponto de partida do seu trabalho, você criará planos sem ter todas as informações do que vai lidar. É como construir uma casa em um terreno que não foi devidamente plainado. As fundações serão construídas fora de nível. E o resultado será paredes e telhado tortos.
Precisamos aceitar a realidade das coisas. Nos cercar de cada informação possível no início do trabalho. Para, então, conseguirmos fazer mudanças reais. Tanto dentro da gente quanto no mundo que nos cerca.



A quarta Lei do Karma nos diz que "quando mudamos nós mesmos nossa vida nos segue e muda também". Sociólogos, pedagogos, psicólogos e nutricionistas têm muito a contribuir com isso. E até a minha profissão de agilista segue isso. Einstein dizia que "não há maior prova de loucura do que fazer as coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes". Essa frase diz simplesmente que se você quer um resultado diferente na sua vida, você precisa começar a fazer algo diferente a partir de nós mesmos. Se eu quero emagrecer, eu preciso mudar meus hábitos de refeições. Qualquer atitude extrema que não mude o que a pessoa é apenas trará resultados esporádicos. Larga a dieta, o peso volta. Enquanto agilista, meu foco é mudar a cultura da empresa. Eu tenho que fazer as pessoas pararem de trabalhar no modelo tradicional e engajarem no modelo ágil. Eu posso pegar o pessoal pela mão e obrigar eles a fazerem todas as cerimônias e documentos. Posso ensaiar à exaustão para eles dizerem a coisa certa na hora certa. Mas se eles não mudarem a si mesmo para o modelo ágil, assim que eu sair de perto eles voltarão para o modelo tradicional. Mudanças de verdade exigem que a gente comece mudando o nosso interior. E quando mudamos a nós mesmos, passamos a ver o mundo inteiro de modo diferente. Passamos a agir dentro desse mundo de modo diferente. E nosso comportamento passa a influenciar o mundo inteiro. É assim que a cultura muda. Requer esforço e tempo.


A quinta Lei do Karma foi a que conectou ciência e espiritualidade na minha cabeça. Ela diz que "nós precisamos assumir a responsabilidade por tudo o que está nas nossas vidas". Na agilidade existe uma ferramenta chamada "Extreme Ownership". Essa ferramenta foi criada para administradores de empresas. Diretores, gestores, coordenadores, líderes de modo geral. E para qualquer funcionário que queira realmente fazer a diferença no seu trabalho. Basicamente, essa ferramenta introduz o conceito de que tudo o que acontece dentro do teu time e da tua empresa é direta ou indiretamente tua responsabilidade. Essa ferramenta diz para você ser verdadeiro consigo mesmo. Parar de dar desculpas. Tomar as rédeas da sua própria vida e garantir que as coisas sejam feitas do modo que devem ser feitas. E quando os erros acontecerem - e eles vão acontecer - tomar a responsabilidade sobre o que aconteceu. Descobrir porque os erros aconteceram. Traçar estratégias e táticas melhores para descobrir o que você pode fazer para garantir que o erro não ocorra mais. Mesmo que você não tenha errado diretamente. Mesmo que o erro seja de outra pessoa, de outro time, de outro setor ou de outra área da empresa. O time vence e perde em grupo. O goleiro que tomou 11 gols perde da mesma forma que cada um dos outros 10 jogadores que fizeram um gol cada um. Extreme Ownership conta que só conseguimos mudar de fato as nossas vidas quando tomamos a responsabilidade em nossas mãos. Quando paramos de culpar terceiros, o azar ou o acaso por nossa situação.


 A sexta Lei do Karma é física newtoniana, também. Ela diz "o passado, o presente e o futuro estão todos conectados". A física newtoniana explica a entropia. E a entropia é o conceito de caos na física. Um estado da existência onde as coisas não estão organizadas. O Universo tem a tendência de partir de um ponto mais organizado para um ponto menos organizado. É necessário aplicação de trabalho e forças para contrariar a entropia e partir de um ponto desorganizado para um ponto organizado. E esse conceito de "partir de um ponto para outro" é o que a física chama de "flecha do tempo". Ela se move em apenas uma direção. Vem do que chamamos de "passado", nós viajamos no que chamamos de "presente" e sabemos que essa flecha está se movendo para o que chamamos de "futuro". A física de Einstein explicou melhor como o tecido do espaço-tempo funciona e como matéria influência intimamente o tempo. Mas mesmo na física de Einstein, eventos que passaram influenciam os eventos que a sucedem. Uma ação feita hoje tem impacto na realidade de amanhã. Tudo está conectado e se você não tem consciência disso, você tem muitos problemas na sua vida. Problemas óbvios como ser mau para uma pessoa hoje e não contar com a ajuda dessa pessoa amanhã. Problemas mais complexos, como não poupar dinheiro hoje e amanhã passar necessidades por não ter dinheiro.

Eu gosto de dividir meu passado, meu presente e meu futuro em três "Arthures". O Arthur do passado eu sempre vejo como um pirralho inconsequente, de boné vermelho do Inter. Um borra bostas que fez escolhas imbecis e me trouxe até a situação que estou hoje. O Arthur do presente sou eu. Sempre reclamando do Arthur do passado. E tentando não fazer com o Arthur do futuro sofra comigo o que eu tô sofrendo com o Arthur do passado. E o Arthur do futuro eu imagino sempre como eu quero ser. O Arthur ideal. Todos os problemas que eu tenho hoje, resolvidos. E esse Arthur é um mala. Um chato. Puta que me pariu, o Arthur do futuro está a todo momento julgando as coisas que eu estou fazendo, através das suas memórias. Ele briga comigo a cada hambúrguer que eu como. "Essa porcaria vai me deixar gordo, você quer me matar?".
Quando você conecta passado, presente e futuro, você consegue planejar sua vida. E o resultado será tão bom quanto o plano e a execução que você fez.

A sétima Lei do Karma diz que "nós não podemos pensar em duas coisas diferentes ao mesmo tempo". Aí é biologia, mesmo. Nós podemos mudar de assunto muito rapidamente dentro da mesma fala. Mas só conseguimos dar atenção plena a uma coisa por vez. Na minha área de desenvolvimento de sistemas nós brigamos para organizar os times no sentido de cada pessoa fazer uma coisa de cada vez. O lema da ferramenta kanban é "pare de começar e comece a terminar" justamente para focar uma coisa de cada vez. Quando um mesmo funcionário trabalha em mais de uma tarefa, ele na verdade está criando "estoque de trabalho" em uma tarefa que está parada, enquanto trabalha na segunda tarefa. Esse "estoque de trabalho" é dinheiro jogado fora para a empresa.
O mesmo vale para a vida pessoal. Embora tenhamos diversas áreas dentro da nossa vida, precisamos priorizar o que vamos dar mais atenção o tempo inteiro. Família, amigos, lazer, trabalho, estudos, etc... é necessário concentração em um item para desempenhar ele direito. E todos nós notamos quando alguém se engana dizendo que está fazendo tudo ao mesmo tempo, mas não estamos recebendo a atenção que achamos que merecemos.
Um vendedor de loja que atende 2 clientes, não atende cliente nenhum...


A oitava Lei do Karma diz que "nosso comportamento deve seguir nossos pensamentos e ações". É basicamente tentar não mentir. Não apenas para os outros, mas principalmente para nós mesmos. Passa por aceitação de quem somos de verdade. Porque nós somos o resultado das nossas ações. Nós só somos nossos pensamentos quando os nossos pensamentos realmente são materializados via nossas atitudes. E, novamente, nós só conseguimos criar projetos efetivos se trabalhamos com princípios verdadeiros. Por isso, precisamos ser verdadeiros conosco e com os demais. Em tempos de política excessiva, onde as pessoas escolhem as verdades que vão contar ou não umas para outras, nosso mundo como um todo está rumando ao caos por contrariar esse princípio simples. 






A nona Lei do Karma invoca novamente a psicologia. "Você não pode estar presente se você vive no passado." A nona lei está conectada intimamente com a sexta. Tudo está conectado, mas você precisa estar no presente, focando no futuro. O passado é excelente professor, nos ensina muito sobre o que erramos e acertamos, mas ele não volta. A flecha do tempo não volta e não adianta ficar preso em um momento querendo arrumar ele. A consequência da nona lei do karma está intimamente ligada com a décima lei do karma. 









A décima Lei do Karma diz que "a história se repete até nós aprendermos com ela e mudarmos nosso caminho". Na agilidade, temos um momento que chamamos de "retrospectiva". Nós trazemos os fatos que ocorreram no último período de trabalho e apresentamos para o time. O time discute, entende e cria planos de ação para continuar fazendo coisas boas e consertar coisas ruins. Isso é basicamente olhar para o passado para aprender com ele, mas garantir que faremos ações hoje para mudar o futuro para melhor. 








A décima primeira Lei do Karma nos dias que "as recompensas mais valiosas requerem persistência". Olha aí a frase de academia, né? "Sem dor, sem ganho." "No ano que vem você vai desejar ter começado hoje." O fato é que nossas vidas são longas. Já escrevi textos aqui deixando claro que "YOLO" é uma besteira. Dez anos de foco já garantem um sucesso bem interessante na vida de qualquer um. A vida maçante de fazer todos os dias a mesma coisa gera resultados perenes. Grandes recompensas exigem grandes planos. E grandes planos exigem grandes esforços. E para suportar esse esforço, você deve ter persistência.





A décima segunda Lei do Karma nos diz que "as recompensas são resultado direto da energia e trabalho que nós fazemos". Aqui entramos em economia. A meritocracia diz exatamente isso. A biologia também diz isso através da evolução das espécies. Existe todo um pessoal que parece não entender como funciona. Eu vou tentar explicar.
Tanto a meritocracia quanto a lei do mais apto dizem que aqueles que mais se esforçam, ganham melhores recompensas. Na lei da selva, isso significa viver mais um dia para se reproduzir e assim persistir sua espécie. Na lei da selva de pedra, isso significa fazer as coisas certas no mercado para ganhar mais dinheiro hoje e, assim, ter mais dinheiro amanhã.
Geralmente o povo anti-ciência não entende como a evolução funciona. Eles não compreendem "como um macaco pode ter se transformado em um homem" Dica: foi um primo comum, não foi um macaco. Mas eu entendo a questão. Como um animal se transforma em outro? Simples: através de seleção natural. Seleção é escolha. Natural é porque acontece naturalmente, através de mudanças na natureza, mesmo. A Índia se chocou com a Ásia. O Himalaia cresceu demais. As chuvas se concentraram na região formando as monções. O Saara e a África secaram. Menos água, menos florestas. Nossos antepassados que estavam protegidos nas árvores passaram a ter que andar no chão. Aqueles que tinham pés parecidos com os dos macacos, bons para árvores e ruins para o chão, eram alcançados e devorados por predadores. Ou não conseguiam ir muito longe e não alcançavam boas áreas de frutas e caça e morriam de fome. Aqueles indivíduos que nasceram deformados, com pés um pouco melhores para andar no chão do que nas árvores conseguiam fugir dos predadores e alcançar outras árvores com mais comida. Viviam mais um dia. Podiam reproduzir mais. Passavam o gene do pé deformado à frente. E esse gene foi mudando com o passar das gerações, se deformando cada vez mais do pé do nosso primo parecido com macacos até se parecer com o pé que temos hoje. Não tem nada a ver com ser o mais forte ou o mais esperto.
Geralmente o povo anti-mercado não entende meritocracia. "O funcionário do chão da fábrica se esforça mais do que o patrão, porque ele ganha menos?" Dica: porque o funcionário do chão da fábrica está jogando o jogo de forma errada. Mas eu entendo a questão. Como pode uma pessoa se esforçar mais e não ser recompensada de acordo com a medição do esforço? Não parece justo. O problema é que o esforço medido pelo mercado não é o físico. As pessoas têm problemas. Comida, vestuário, saúde, segurança, moradia, transporte, lazer, educação, romance, etc... As pessoas te valorizam pela tua capacidade de resolver os problemas delas. Quanto mais importante for o problema que você resolve de mais gente, mais as pessoas vão dar valor ao teu trabalho. Mais pessoas vão querer o resultado do teu trabalho, porque o resultado do teu trabalho ajuda a vida delas. Se você tem tempo para atender uma pessoa e duas disputam o resultado do teu trabalho, você pode iniciar um leilão. A pessoa que pagar mais vai ficar com o resultado do teu trabalho. A pessoa que pagar menos vai ficar sem. Leilões são cruéis. Leilões são terríveis. Eticamente falando, se você faz leilões você é uma pessoa horrível... e normal. Todos nós fazemos leilões o tempo inteiro. Tudo o que fazemos hoje em dia na nossa vida é alguma forma de mercado. Aquela mulher linda que tem 50 pretendentes está fazendo um leilão da sua beleza agora mesmo. Ela colocou esforço para realçar a sua beleza natural e assim ela terá como recompensa o melhor homem que ela puder escolher. O dono da empresa se aventurou a criar uma solução para um problema. Investiu dinheiro, tempo e esforço sem ter certeza se esse investimento teria procura. Ele é o responsável legal pela solução que ele colocou no mercado. E ele é responsável por todas as pessoas que emprega. Ele gera uma solução para um problema de uma quantidade grande de pessoas. O trabalhador de chão de fábrica é bom em fazer o trabalho dele. Esse trabalho específico pode ser feito em algumas empresas, que são as clientes do trabalhador. Ele ganha pouco porque ele resolve o problema de pouco clientes. E se o problema que o trabalhador resolve não for altamente especializados, há muitos outros trabalhadores que podem fazer o mesmo trabalho. McDonald's paga pouco porque qualquer um pode assumir uma chapa no restaurante. Não importa o esforço que o trabalhador faça, há mais trabalhadores do que vagas. Assim, o McDonald's pode fazer um leilão: "quem paga mais (recebe menos) para ter a vaga de trabalho?"
Nesse contexto, "meritocracia" é basicamente você se esforçar... para resolver um problema grande de uma quantidade enorme de pessoas.
(Claro, aqui temos reserva de mercado, corporativismo, empresas estatais, coronelismo, cartel, monopólio e todo tipo de estrutura feita para deturpar o leilão natural de produtos e serviços. Essas práticas deveriam ser crimes, mas algumas delas são feitas pelo próprio Estado...) 


Achei bem interessante como as 12 Leis do Karma tem paralelos surpreendentes com bom senso e ciência.
Não sou lá o cara mais espiritual do mundo, mas de certa forma eu sigo bem essas Leis do Karma.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Estatística, COVID19, Coca-Cola e Retorno de Investimento

A matemática é algo impressionante.
Quem me acompanha de perto sabe que eu coloquei embaixo do braço as estatísticas do COVID19 e tomo decisões baseado nos fatos, dados e números apresentados.
Porém...
Quem usa método científico não tem compromisso algum com nenhuma hipótese e o compromisso com qualquer teoria acaba na hora que ela se revela errada.
Esse vídeo de distribuição estatística acabou de abrir meus olhos sobre o cálculo do "pior caso possível". E da forma como foi apresentado, também me abriu os olhos sobre ROI de projetos de TI. Vê se pode!


Porque, veja bem, o pico da peste negra terminou há séculos, mas ainda temos casos de pessoas que contraem e morrem da doença. Tecnicamente, a doença não foi erradicada, como conseguimos com a varíola, por exemplo. Por causa do fator tempo, o "rabo" da curva da peste negra, mesmo com incidência próxima a zero, acaba acumulando casos suficientes para forçar a média para o início da curva da doença.
Em uma visão comercial, um produto que realmente atenda às necessidades dos clientes cria um "rabo" perene. Não me deixam mentir a Coca Cola, OMO e tantos outros produtos consagrados que atendem nossas necessidades há quase dois séculos.
As novas vendas no "rabo" da curva, por menor que sejam, empurram a média de receita daquele produto cada vez mais para o início da curva.

Pegando o exemplo histórico da Coca-Cola, se fossemos calcular o ROI dela HOJE, qualquer um iniciaria o projeto, mesmo com a previsão de vender apenas uma garrafa no primeiro mês. O ROI seria negativo, mas nós sabemos que com o tempo a receita explodiria e seria uma das empresas mais estáveis da história.
Porém, nesse primeiro mês, o pessoal lá no início da Coca-Cola não sabia sobre o futuro. Se você voltasse no tempo e mostrasse o cálculo de ROI apenas com os ganhos de uma garrafa vendida nesse primeiro mês, nenhum deles continuaria no negócio. O cálculo mostra claramente que não haveria como pagar os custos do primeiro mês do projeto de produção. O gestor tradicional não começaria o projeto Coca-Cola e o mundo seria totalmente diferente.
Portanto, quando começamos uma empreitada, o foco em um produto que seja estável no mercado durante o tempo é mais determinante para o sucesso do projeto do que a receita que supomos que o produto vai gerar.
E, agora falando de gestão ágil, o sucesso financeiro da empresa depende da capacidade em manter os custos abaixo da receita, e não da busca desenfreada por receita, como os unicórnios geradores de bilhões em "uma semana" e que - quando conseguem - desaparecem na semana seguinte.
Voltando para a visão da pandemia, o sucesso na batalha contra o COVID19 é erradicá-lo o mais rapidamente possível. Assim, cortamos o "rabo" da distribuição da doença.
Como? Diminuindo a contaminação ao máximo possível.
Use máscara.
Lave as mãos.
Saia de casa somente quando necessário.
Na rua, mantenha-se há um metro de todos à sua volta.
E, pelo amor de Deus, gestor tradicional, abandone tuas planilhas de Return of Investment. Elas são inúteis para produtos realmente bem construídos, porque você não vai conseguir prever todo o tempo que seus produtos estarão gerando receita. Logo, o fator decisivo para iniciar o teu projeto não é "se ele vai gerar receita logo" mas, sim, "se o produto realmente atende às necessidades do cliente através do tempo".
É por isso que ainda temos tantos sistemas feitos em COBOL, FORTRAN, etc... em áreas críticas da nossa economia. Esses sistemas foram bem feitos e atendem às necessidades dos clientes. Cliente satisfeito continua pagando. E esse "continua pagando" estende o "rabo da curva" da vendas, gerando uma receita que NENHUM estudo de ROI jamais conseguiu prever.
A dica de ouro é: passem a usar Lean e Kanban para cortar ao máximo os seus custos, mantendo qualidade. O sucesso da tua empresa não está em quanto o seu projeto vende, mas em garantir qualidade do produto mantendo os custos do projeto abaixo da receita da venda do produto.