segunda-feira, 22 de março de 2010

Educação.

Não sei direito onde vai terminar esse texto. Estou escrevendo de improviso, querendo juntar coisas que estão me cutucando dentro da cabeça.

Faz quase um mês que eu vi uma notícia no Bom dia Brasil, jornal matinal da Globo.

Nos E.U.A. as embalagens de produtos devem, a partir daquela data, ter a recomendação de idade para consumo descrita bem grande.

Porque? Porque uma criança de menos de dois anos morreu engasgada com um "Cachorrinho Quente".

Na boa, que mundo de merda esse o nosso. Onde estava a mãe? Onde estava o pai? Onde estavam os avós, irmãos ou a babá? Onde todos estavam fisicamente... e com a cabeça? Como que alguém me dá um cachorro-quente industrializado para uma criança de menos de dois anos? Pior: Como que não ficam cuidando a criança????

Vai ver não foi um acidente, como a promotoria está tentando condenar os Nardoni... tadinha da Isabella.

Na boa, quando eu era pequeno minha mãe me dava bifes mal-passados. Como eu não tinha dentes, sugava todo o "caldo" do bife, deixando uma coisa horrendamente branca a ser descartada. Coisa gostosa. Mas eu fazia isso com minha mãe a menos de dois passos de mim. Ou minha avó. Ou meu tio. Ou meu pai. Ou minha outra avó.

Hoje li a respeito de mais uma cosia que era óbvia pra mim, mas nunca tinha visto ninguém comentar:
Depois da segunda grande guerra, os homens daquela geração que sobreviveram viraram zumbis. Voltaram para casa e viram mulheres e crianças tomarem seus empregos. Muitos até conseguiram algo. Mas a gente nota no olhar deles. São pessoas sem almas, atormentados pelos horrores. Homens que cumpriram seu papel de guerra, mas não cumpriram seu papel de cidadão. Não sustentaram suas mulheres, não criaram seus filhos. Castigos e Surras de menos, permissões e brandura demais. Seres humanos, para serem decentes, precisam ser talhados com muitas regras e punições. Todos têm que saber, exatamente, seus limites.

Pessoas sem limites acham que podem entrar gritando na sala dos outros, que podem determinar o que é certo e errado, que podem se impor acima de todos os demais. Pessoas sem limites não conhecem as regras. Pessoas sem limites transgridem as regras. Pessoas sem limites não sabem escutar um "não". Pessoas sem limites são aquelas que estouram os miolos - próprios ou alheios - ao primeiro sinal de frustração. Pessoas sem limites geralmente não têm escrúpulos. Roubam, matam, mentem, esquartejam, estupram, torturam e corrompem.

E, por pior que pareça, ainda há mais: Essas pessoas que eu acabei de descrever são, hoje, avós. Sim. Esses pobres-diabos já tiveram seus filhos. Criaram de modo ridículo. Pai E Mãe se matando de trabalhar na rua para comprar uma TV, um carro. para colocar comida na mesa.

Por favor, entendam: Eu não tenho nada contra as mulheres trabalharem. Mas todos têm que concordar que, quanto maior a oferta, menor o valor. Se, antes, só com homens trabalhando, o trabalho já era pouco para a multidão de desempregados, hoje, com a multidão multiplicada por dois e os trabalhos na mesma medida, são duas vezes a multidão tentando um emprego. Depois ninguém sabe porque sobra mês no salário. Depois ninguém sabe porque todos se humilham, subservientes, a patrões acéfalos que, muitas vezes por sorte, conseguiram montar e manter a empresa.

Bem, voltemos às crianças. Aos filhos dos primeiros degenerados. Que não tiveram algum modelo de família. Que aprenderam as coisas com a TV ou na rua. Essas crianças desenvolveram-se como chimpanzés. Afoitos pelas únicas coisas que fazem sentido em suas pobres cabeças: Sexo e dinheiro.

Bem, o mercado se adapta aos consumidores, não? A TV perdeu a inocência. Por causa da geração que queria só traição, sexo, enganação, prostituição e dinheiro, os exemplos da TV seguiram esse rumo. E as crianças dessa segunda geração acabaram por serem erotizadas muito cedo. Eu mesmo sou uma vítima disso. Com 6, 7 anos já havia carnaval com mulatas semi-nuas às 3 da tarde. Novelas em que 50% do tempo de programa se passava na cama. Ridículo.

Então, a terceira geração cresceu. Essa terceira geração já nem sabe mais o que é um molde. Celulares, carros, álcool, sexo, dinheiro, "ser o tal", "moral", "dar a letra", "papo reto"... NOJO!

Escutei, em um programa "Quem tem medo da Música Clássica", do Artur da Távola (Ex-Senador), a idéia que o Brasil não nasceu para ser uma potência econômica mas, sim, uma potencia Social. Onde poderia-se provar para o mundo que todos podem viver em paz, respeito e harmonia de idéias e miscigenação de culturas.

Grande Mentira. Enorme Falácia. No Brasil há toque de recolher... quanto mais próximo de grandes centros, mais cedo é o toque de recolher. E, até nas pequenas cidadezinhas todos vivem com medo, não saem a noite, não possuem liberdade. A ganância e falta de educação tornou nosso povo marginal. Os que conseguem algo na vida, geralmente é por algum artíficie ou malandragem, sempre correndo riscos. Acabam, depois, tenhdo que gastar fortunas e saúde para se protegerem de quem não conseguiu algo. Não importa o lado que você esteja, você é mentiroso, partidário, corrupto, ladrão, inescrupuloso e assassino.

E isso tudo me revolta. Quero um mundo melhor. Quero pessoas que saibam escutar os mais velhos, que aprendam com os erros alheios, que produzam coisas belas, idéias bonitas, vidas verdadeiras, que colaborem com o coletivo.

Como sou besta...

sábado, 6 de março de 2010

Conflitos

Eram 00:06.

O Relógio insistia em ficar martelando o tic-tac, preenchendo o vazio do quarto com o estrondo de um super-vulcão explodindo durante um terremoto de 15 graus. Tic-Tac.

Se esse relógio parasse o quarto ficaria vazio. Não havia luz. Por anos uma fresta na janela tomava o quarto com luz. Não haviam móveis. Não conseguia tocá-los, então, simplesmente, não existiam. Não havia nem mesmo "eu" ali. Os problemas e pontos de vista eram tão insolúveis que não havia como homogeinizar a torrente de idéias e imagens em uma única pessoa.

Eu era uma multidão. E quanto mais me preocupava com as coisas que os outros pensavam, mais mundos eu absorvia para dentro de mim. Cada novo ponto de vista não me fazia refletir, adaptar e melhorar. Muito pelo contrário, cada nova idéia que entrava em minha cabeça escolhia um canto do meu cérebro para hastear sua bandeira, construir sua moradia e defender seu estilo de vida.

Eu era muitos coletivos. As idéias não paravam de se unir, desunir, rebelar, tratar acordos, gerar documentos, alterar a cada 5 minutos a perspectiva que eu tinha da vida ao meu redor. Em determinado momento, pensar que "penso, logo existo" era uma coisa confortadora e natural. Meia hora depois, a metafisica da realidade individual compartilhada destruia, tijolo por tijolo, o muro que as rodeava e unia para gerar o caos da anarquia novamente dentro de mim.

Eu era infinito. O universo cabia em mim. Não havia perda, não havia falha. Como em um livro onde o mundo é organizado, como a idéia que todos têm do Japão, como pais modelo de educação, determinação e empenho, tudo não passava de uma grande mentira. Nada era, realmente, quantificado. A fronteira sempre está daqui a 20 Kilometros do último posto de gasolina, que nunca chega. O princípio é sempre o mesmo... Toda vez que uma idéia nova (veja bem, não trata-se de uma idéia boa, trata-se de uma idéia nova!) chegava no "hotel meia-estrela cérebro do Arthur", eu fazia todas as idéias pularem para o próximo quarto. Como são infinitos quartos, sempre havia mais um. Então, a última idéia sempre pega o primeiro quarto, a penúltima vai pro segundo quarto, a antepenúltima vai para o terceiro quarto. E todos se acomodam até que a minha primeira idéia se ajuste no quarto infinito. Assim, sempre tem lugar para mais um.

Eu era onisciente. Na escuridão do quarto barulhento eu sabia de tudo. Tinha infinitas idéias brigando dentro de mim, querendo, cada uma, controlar o meu corpo. Mas sabia, exatamente, como se sentia cada idéia. Cada idéia que me deram. Cada idéia que eu comprei. Cada idéia que me forçaram. Cada idéia que eu roubei. Todas tinham seu próprio sentimento. E eu conhecia o âmago de cada uma. Eu sabia, com exatidão de milímetros, o que aconteceria com cada idéia na minha cabeça. Tudo era tão lógico. Tudo era tão prático. Mas, com o tempo, tudo também ficou tão chato. Quase como ver TV a Cabo. Nos primeiros 6 meses é uma overdose de programação nova. Divertida, surpreendente, fascinante. Depois disso, tudo se repete. As coisas não possuem mais graça. Minhas idéias envelheciam com rítimo assolador. Virou um vício procurar idéias novas. Como galos de rinha, como um bom livro novo na mão. Ao encontrar uma idéia nova, jogava-a alucinadamente para o primeiro quarto. Nem esperava ela se acomodar, eu já queria saber o que ia acontecer quando ela entrasse em contato com as demais. E, tão rapidamente quanto eu atirava a idéia nova às outras, eu já sabia tudo o que iria acontecer. E a busca por uma nova idéia começava. Isso me consumiu. Isso se tornou... Chato! Um pesadelo!

Passei, então, a tentar manipular as idéias. Jurei que poderia tecer uma trama, entrelaçar todas as idéias em um único e lindo tecido. Um Veludo Azul-Claro. Claro que não deu certo. Como algo fragmentado conseguiria ser oposição a milhões de unidades? Sempre há uma idéia para opor a outra. E nenhuma me reconhece como o Juiz. Não há como estabelecer uma paz se, a todo momento, até o que julgo ser "eu" entra em bate-boca com... idéias. Cada idéia tentando ter mais razão que o infinito das outras ideias e, até mesmo, que "eu".

Essa guerra mundial não me deixa dormir. Essa guerra nas estrelas não me deixa raciocinar ou viver plenamente quem eu sou. Muita mudança para uma única pessoa. Muitas pessoas dentro de uma única pessoa. Tem tudo pra não dar certo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Março de 2010! :O

Passou o verão,

Dois meses de 2010 já se foram. Caramba, o tempo voa. Esses milissegundos que os terremotos estão gerando são de velocidade, para os dias ficarem mais curtos mesmo!

Passou o meu Aniversário,

E eu só tenho que agradecer ao Carnaval, que é feriado pra todo mundo menos pra minha cidade, e ao meu pai que, por causa de uma merda de cadela, não pode ir pegar meus documentos para que eu pudesse estudar neste semestre.

Passou tanta coisa, tudo mudou e tudo ainda parece estar como sempre esteve. Os dias continuam quentes e intermináveis. As ineficiencias continuam evidentes até a mais "escandalosa-bicha-louca-fútil-acéfala".

Mas todo esse calvário é para um bom fim. Tudo há de melhorar. Alguma Quina de Mega-Sena há de acertar os números que eu jogar... O inverno vai chegar. Os dias serão mais longos... E eu ainda verei tudo se encaixar como peças de lego novas.

Ps - Ando sem tempo, mas, nos próximos dias, vou escrever uma baita história que estou criando. Aguardem!