quarta-feira, 31 de julho de 2013

Movimentos da Terra

Nós só aprendemos rotação e translação no colégio.

Mas a Terra tem mais de cinquenta movimentos diferentes. E cada um deles é interessante de estudar.
O da imagem, por exemplo, é referente ao momento que a Terra segue o Sol. Se você não sabe, o Sol também está em órbita. Ele gira junto com a Via Láctea - nossa galáxia.

Enquanto nosso planeta acompanha a nossa estrela, esse é o efeito que temos.

Não, o Sol não está parado. E, assim como nós NUNCA podemos voltar a um instante já passado, nós NUNCA voltamos ao mesmo lugar de onde saímos. Mesmo quando estamos parados.
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O que fazer com vizinhos de condomínio barulhentos?

As leis brasileiras possuem uma premissa: ninguém pode alegar ignorância delas como defesa.

Todas as leis estão publicadas. Problema seu se você não leu e entendeu os códigos brasileiros e não assina ou acessa o diário da união.

Agora, vamos deixar uma coisa bem clara por aqui?

Se o SEU pai não te deu educação, o problema não é meu, ok? 
Não é MEU dever te explicar como o nosso país funciona. Não é MINHA obrigação te pegar pela mão e te mostrar como VOCÊ deve se portar em sociedade.

Mas É MEU DIREITO cobrar que VOCÊ se porte corretamente em sociedade. Diria até que É MEU DEVER, enquanto cidadão, fiscalizar e denunciar todas as coisas erradas que VOCÊS fazem. Assim como eu espero que vocês me corrijam quando eu agir de forma errada.

O termo "construir um país" não é usado em vão. Cada um de nós deve "trabalhar" nessa "obra" que é criar e manter um Estado de Direito. E o "trabalho" do cidadão é agir de acordo com as leis e fiscalizar os demais para que eles também sigam.

Novamente, isso deveria ter sido dito a você pelos seus pais. Não por professores, não por advogados, não por juízes e, certamente, não por mim. Se eu estou te dando esse toque - não importa o método que eu esteja aplicando - você deve achar isso muito legal da minha parte. Aceito agradecimentos. Sério.
Agora, se você não gosta do meu método de ensinar, sinto em te dizer que isso é só "a vida te dando pancadas". Lembra quando você era adolescente e teus pais te ensinavam as coisas de modo gentil? E, mesmo assim, você brigava com eles? Lembra que eles diziam que "a vida" não iria te ensinar e te dar chances de falhar? Então, eu sou "a vida" e não tenho a menor consideração contigo. Eu faço contigo o que eles diziam que "a vida" ia fazer, caso você não os escutasse. Porque agora, "na vida" adulta, se você pisar na bola eu vou bater na sua porta e exigir meus direitos. De forma educada e culta, mas incisiva. Eu quero e eu vou ter. Se você reincidir, eu vou te denunciar para as partes competentes. Se nada mudar, eu vou te processar. E você terá que pagar pelo dano causado.

Novamente, eu não sou seu pai. O círculo de pessoas que eu tenho apreço é bem reduzido e, provavelmente, você não faz parte dele. Eu não vou te explicar a vida como adultos explicam para uma criança. Bem vindo à vida adulta.

Este ponto foi bem compreendido?

Que bom.

A constituição federal prevê:

(...)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...)
XXII - é garantido o direito de propriedade;
(...)

Cada um de nós pode fazer o que bem entender com os bens que forem de nossa propriedade.

Entretanto, a humanidade desenvolveu a tecnologia de engenharia até o ponto de construirmos condomínios verticais: os prédios. E em um prédio, o direito à propriedade não é absoluto. Entenda: apartamentos compartilham paredes. O teto de uma pessoa é o chão da outra. Hall de entrada, salões de festa, corredores, escadarias, passeios, entradas e saídas de garagens... A lista de itens e áreas em comum é gigantesca. Ninguém e todos são donos de cada uma dessas áreas.

Logo, há a necessidade de criar regulamentações específicas sobre essa exceção. 
O Código Civil Brasileiro tem toda uma Parte Especial só para regulamentar condomínios.
Código Civil - CC - L-010.406-2002, Parte Especial, Livro III, Do Direito das Coisas, Título III, Da Propriedade, Capítulo VII, Do Condomínio Edilício, Seção I, Disposições Gerais:

(...)
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Alterado pela L-010.931-2004)
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
(...)

O item IV deixa claro que, quando em condomínio, ninguém pode dispor do seu direito de propriedade de maneira prejudicial ao sossego alheio.
Assim sendo, viver em um prédio é quase como ter o seu próprio quarto na casa de seus pais. Dentro do quarto (seu apartamento) você pode fazer tudo o que quiser, desde que não atrapalhe a vida das outras pessoas na casa (seu prédio).
Interessante comentar a parte da "mesma destinação". Se o prédio é de jovens que gostam de fazer festa, um morador que queira dormir cedo é quem está errado. Se o prédio é de idosos que querem sossego, o festeiro é quem está errado. Prédio residencial não pode ser usado para comércio ou indústria, e vices-versas.

Acontece que eu moro em um prédio residencial. Acontece que o meu prédio é um prédio de idosos e de "jovens envelhecidos antes do tempo". Acontece que eu me mudei para este prédio quando a paz ainda reinava absoluta. A única vez que eu precisei conversar com outro inquilino foi quando a vizinha de cima estava se mudando. Os barulhos inéditos de arrastar de móveis, marteladas, quedas, etc... me fizeram ir até o terceiro andar perguntar se estava tudo bem. Descobri que a vizinha estava se mudando e ainda me ofereci para ajudá-la. Em uma mudança, um braço amigo extra nunca é de mais.

Quem diria que essa mudança marcaria o final da minha paz?

Em menos de dois meses o terceiro apartamento do meu andar e o apartamento sobre o meu foram ocupados. Novos inquilinos. Pessoas aparentemente jovens.
A vizinha do 302 anda de salto/botas em casa. E, quando anda descalça, bate os calcanhares no chão dela. Isso gera um som surdo que reverbera por todo meu apartamento. Frequentemente ela recebe visitas (algumas com crianças, inclusive) que, igualmente, batem seus pés no chão. Há dias em que ler um livro, assistir à TV, escrever aqui para vocês, trabalhar nos meus livros ou somente ir dormir é impossível. Isso quando ela não volta acompanhada de baladas, durante a madrugada. Os sons de arrastar de cama, cabeceira batendo na parede e gemidos são... constrangedores.

Já os vizinhos do 203 definitivamente acham que moram no meio de uma chácara. Em dias de jogos de futebol, a televisão fica no último volume até o final do jogo. Nos dias que não têm futebol, são os sons de filmes que inundam o corredor e escadarias. Ontem na final da Libertadores, a sessão foi até as 00:30hs.
Mas se à noite o barulho é ruim, o que dizer do barulho da manhã? Amigo, meu trabalho começa às 08:00hs. Eu demoro cerca de 15 minutos a pé para chegar no trabalho. Eu posso acordar entre 07:00hs e 07:30hs, que eu ainda chego a tempo. Mas, todos os dias, eu sou acordado às 06:00hs com o barulho do despertador do vizinho do 203.

Sei de cor o barulho do despertador dele. É o ringtone do personagem Carl de "Sim Senhor". Exatamente aquele barulhinho que inicia o filme.

Aliás, sei até que, geralmente, ele usa o recurso de soneca. Isso porque em pouco tempo o alarme toca novamente. Se eu não acordo da primeira vez, a segunda é infalível.
Mas, mesmo assim, eu sou teimoso e continuo na cama. Vai que eu consigo tirar mais um cochilo, né? Não. Não é sempre. Eles falam alto. Provavelmente pela surdez causada ou causadora do alto volume da TV. E, ali entre 06:00hs e 07:00hs, eles conversam e gargalham na cozinha, provavelmente fazendo ou tomando o café da manhã. Exatamente no cômodo do apartamento deles mais próximo do meu apartamento.

Ou seja: eu não tenho o meu direito de propriedade observado. Eu sou obrigado a ir dormir no horário que o vizinho do 203 desliga a TV ou que a vizinha do 302 para de sapatear no meu teto, ocasionalmente sou forçado a acordar com barulhos de sapateado e sexo no meio da madrugada e, para fechar com chave de ouro, tenho que acordar no mesmo horário do vizinho do 203.

E o mais interessante é ler a Lei Ordinária de Novo Hamburgo Nº 2519/2013, de 3 de janeiro de 2013, que dispõe sobre poluição sonora de qualquer natureza.

O Artigo 11 já chega colocando ordem na bagunça:

(...)
Art. 11. A ninguém é lícito por ação ou omissão dar causa ou contribuir para a ocorrência de qualquer distúrbio sonoro.
(...)

O artigo 9 determina o que é considerado barulho em seu item VII:

Art. 9º Para os efeitos da presente Lei, consideram-se aplicáveis as seguintes definições:
(...)
VII - Som incômodo: Toda e qualquer emissão de som medida dentro dos limites reais de propriedade da parte supostamente incomodada a 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros) da divisa e a 1,20 m (um metro vinte centímetros) do solo, que:
a) ultrapasse em mais de 10db-A o valor do ruído de fundo, em resposta lenta, sem tráfego ou;
b) ultrapasse os seguintes limites:
1. horário diurno: 70 db-A;
2. horário vespertino: 60 db-A;
3. horário noturno: 50 db-A.
(...)

E o item XV estipula os horários de silêncio em Novo Hamburgo:

(...)
XV - Horários: diurno é aquele compreendido entre às 7h e 19h dos dias úteis; - vespertino, das 19h às 22h; noturno, das 22h às 7.
(...)

Portanto, em relação ao vizinho do 203, a um metro e cinquenta centímetros da porta do meu apartamento, eu não deveria escutar um som maior que 50 decibéis entre as 22hs noite e as 7hs da manhã do outro dia. O que não está acontecendo.

Quanto à vizinha de cima, o barulho dela não tem volume alto, mas surdo. Um barulho que - muitas vezes - faz vibrar as paredes e chacoalha as luminárias do meu apartamento.
Para ela, o Item IV do mesmo artigo 9 deixa claro:

(...)
IV - Ruído: qualquer som que causa ou tenda a causar perturbações ao sossego público, ou produzir efeitos psicológicos e/ou fisiológicos negativos aos seres humanos;
(...)

Pesquisando na internet e falando com advogados, foi-me sugerido que eu seguisse esses passos:
1 - Alertasse os vizinhos citados sobre o barulho que eles estavam emitindo, solicitando que parassem.
2 - Comunicasse às partes cabíveis (síndico).
3 - Chamasse a polícia.

Amigo, eu trabalho das 8hs até as 18hs. Saio de casa entre 07:30~07:40 e chego em casa por volta das 18:30. Minha rotina ao chegar em casa é banho -> janta -> mais trabalho -> cama.
Tenho minhas motivações pessoais para tanto trabalho. Se você está com a vida ganha e pode ficar flanando na frente da TV à noite, que bom para ti. Eu tenho que ralar a vida e ainda estipulei metas ambiciosas. Metas que precisam de dinheiro. Dinheiro que eu ganho escrevendo. E, para escrever eu preciso ler. Para ler e escrever eu preciso de silêncio. Silêncio que eu ofereço aos meus vizinhos. Silêncio almejado que me fez procurar um condomínio com predominância de idosos e estatuto de paz.

Resumindo: eu não tenho tempo para ir até os apartamentos, pegar os novos vizinhos pela mão, colocar eles no colo, preparar toda uma historinha para explicar a eles o que está acontecendo, aguentar os chiliques de adultos que vivem como adolescentes, enxugar as lágrimas das criaturas e dar um pirulito para compensar os coitadinhos.
Aliás, já me custa muito ter que escrever uma carta/bilhete/nota/correspondência/"chame do que quiser" para alertar os "educados parcialmente pelos pais" das cagadas que estão fazendo. O tempo que eu estou perdendo pesquisando leis e escrevendo para eles está - literalmente - atrasando minhas leituras, meus textos nos blogs e o andamento dos meus livros. Aliás, estou colocando isso no Blog porque perdi tempo com essa bobagem toda e quero tentar transformar o caso em algo produtivo. 

Isso sem falar da redução da minha produtividade no meu "trabalho de carteira assinada", durante o dia, provocada pelo sono mal dormido. Se eu for demitido esses vizinhos barulhentos vão pagar minhas contas? É, eu acho que não...

Mas vamos deixar claro. Mesmo que eu fosse um VAGABUNDO com todo o tempo do mundo disponível, eu teria o mesmo direito de exigir silêncio sem precisar me sujeitar a explicar de modo paternal a situação. É um abuso que outra pessoa invada o meu sossego pessoal, retirando o meu direito ao usufruto da minha propriedade.

Então, eu mandei essas carta/bilhete/nota/correspondência/"chame do que quiser", personalizadas, para cada um dos vizinhos citados.

Português formal. Sem palavrões. Sem piadas. Texto limpo, claro, sem aspas ou erros, mas direto. Incisivo. As duas cartas podem ser resumidas assim: "Seu barulho é ouvido no meu apartamento e me incomoda. Por favor, pare."

Fiquei surpreso quando OS DOIS vizinhos foram reclamar de mim ao síndico. A primeira alegação é que NENHUM DELES FAZ OS BARULHOS! Que pena para eles que eu tenho os barulhos deles gravados...

Em uma manhã desta semana eu fui acordado com a gritaria às 6hs da manhã dos vizinhos do 203, mais uma vez. Mesmo com o frio do cão que assola o sul do Brasil, fui até o corredor e fechei a janela do hall do nosso andar, que fica entre a janela cozinha deles e o meu apartamento.
Acontece que há um vazamento de gás no prédio, que é notado no nosso andar. Vazamento que está ocorrendo há semanas. Vazamento que as vizinhas do 201 e do 203 - que passam o dia em casa - não são capazes de comunicar ao síndico. Estão esperando o que? Que eu vá incomodar o síndico à noite? Que eu perca mais tempo de trabalho com problemas que os outros também têm o dever de - e mais tempo para - resolver?

Ok.

Cheguei em casa à noite e encontrei a janela do corredor aberta, com um LACRE de fita adesiva e um bilhete: 
"Não fechar a janela por causa do cheiro de gás."

Senti-me obrigado a responder:
"1 - Mandem arrumar o vazamento de gás;
2 - Parem de gritar na cozinha às 6hs da manhã."

Ainda coloquei um bonequinho rindo no meu bilhete, na tentativa de ser amigável.

Ontem a noite, cheguei em casa e senti o cheiro de gás, novamente. Não sabendo se já haviam tomado providências ou não, foi até o oitavo andar para comunicar ao síndico sobre o gás. Ele disse que já tinha sido comunicado. Ainda bem. Aposto que se eu não tivesse colocado minha resposta, o cheiro de gás ainda estaria lá.
Mas ele aproveitou para ME REPREENDER! Ele disse que não gostava da minha "mania" de deixar bilhetes para os outros. Que EU estava incomodando os demais condôminos!!!!!

Absurdo. Alguém - que se candidatou e foi eleito para mediar os problemas do prédio - ataca a vítima, sem averiguar os fatos... Aposto que sequer se deu o trabalho de ler as minhas reclamações.

Ok, pensei eu. Se pararem de fazer barulho eu já fico feliz.

Cerca de uma hora depois disso chegaram os técnicos para verificar os registros de gás no meu andar. Eu - sempre solícito - fui até o corredor para ficar à disposição para prestar qualquer auxílio. Inclusive cedi água para os técnicos ensaboarem os registros em busca de vazamentos.

Nisso o vizinho do 203 saiu do seu apartamento e veio falar comigo, no corredor. Ele procurou um advogado e portava um comunicado para mim, em que solicitava que eu parasse de enviar carta/bilhete/nota/correspondência/"chame do que quiser" para ele. Dizia que eu não tinha provas de que o barulho vinha do apartamento dele.

Eu recebi o comunicado e disse a ele que tinha algo para mostrar a ele, também. Fui até o meu apartamento pegar os textos de leis (a base para esse texto). Sem ser convidado, ele tentou entrar em meu apartamento. Impedi educadamente, dizendo "você está invadindo" e apontando a linha da porta no chão. Ele se escorou no marco da minha porta. De dentro do meu apartamento, comecei a explanar o meu problema a ele. Bem, eu não consegui chegar no Código Civil. Ele me olhava com uma cara incrédula, e passou a me chamar de "idiota". Perguntar "o que você está pensando?". Quando ele deu o primeiro grito com desaforos (presenciados pelo síndico), eu respondi surpreso: "O síndico disse que você é educado..."

Ele se exaltou. "EU SOU EDUCADO!" - Gritava, intercalando baixarias em minha direção.
Então tentei falar: "SE o teu pai não te educou, não vou ser eu que vou te dizer como se portar em sociedade."
Mas, quando eu falei a "palavra mágica" "pai", ele INVADIU O MEU APARTAMENTO E ME DEU UM CHUTE NO ESTÔMAGO

Nesse momento o síndico estava olhando tudo abraçou-o pelos ombros e retirou ele do meu apartamento.

Imediatamente chamei a polícia.

Quando os policiais chegaram, na tentativa de mediação ele ainda disparou em minha direção:
"Que idade tu tem?" - Ele perguntou.
"30." - Respondi.
"Ah! Tu tem muito o que aprender ainda!" - Ele retrucou.

Solicitei que fossemos conduzidos à delegacia. Aberta ocorrência, primeiras declarações tomadas e o processo irá se estender.

Distúrbio da paz (gravado em vídeo), invasão de propriedade, agressão (com testemunhas) e calúnia (com testemunhas policiais).

Sinceramente, eu não quero dinheiro dele. Meus amigos chegaram a me oferecer ajuda para que ele "grite de dor às 6hs da manhã", mas eu não acredito em violência. Obrigado parceiros.
O chute não doeu. Sou gordo (como ele próprio me ofendeu: "Gordo desgraçado"), sou goleiro, o frio da noite me fez usar muitas roupas, ele estava longe de mim e usava pantufas.
A invasão de domicílio - seja por som ou fisicamente - incomodaram, mas não são motivos para o processo.

O importante, aqui, é provar para por A + B que ele não pode me desrespeitar ou menosprezar. Que, pouco me importa a idade deles, são ELES quem precisam aprender MUITO ainda sobre a vida. No fim, eu quero provar judicialmente que eu SOU mais do que ELES.

Já era pessoal. Agora é questão de honra. Eu quero esse vizinho fazendo serviço comunitário ou pagando cestas básicas. Quero que a justiça ensine para ele o que eu já sei faz tempo e que ele não conseguiu aprender até hoje: RESPEITE AS OUTRAS PESSOAS.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Mentira do Voto Secreto

Oi amigo. Faz um tempo que você disse para mim que eu deveria falar a verdade em todos os momentos. Desde então, eu venho analisando cada aspecto do meu comportamento, em busca de mentiras que eu possa estar falando. Das mais óbvias até as que estão escondidas na nossa "cultura". E, perdido nos meus pensamentos, encontrei um ponto interessante. Você me acompanha?

Há quem diga que "um homem de verdade é responsável por suas opiniões". Dessa frase eu só não concordo com a parte do "homem". Seguindo meu ideal "pessoista", acho que todos - independente de sexo, raça, idade, opção sexual, etc... - devemos nos "pré-auto-responsabilizar" por tudo o que dizemos e fazemos. Cada direito (emitir opinião, efetuar um ato, etc...) implica em um dever (prestar contas sobre o que foi dito ou feito, etc...). Pensar antes de fazer as coisas é um bom método para encarar a vida.

Mas é complicado falar disso aqui no Brasil. Por causa da "censura" que a ditadura militar impôs, o povo brasileiro é traumatizado no que tange restrições à liberdade de expressão. Aqui, confundimos o "direito de livre expressão" com "impunidade de dizer o que quiser". Não é porque você pode se expressar, que você vá falar o que vier na cabeça pelos cotovelos. Inclusive existe aquela máxima:

"O homem é senhor dos seus pensamentos e escravo de suas palavras..."

Amigo, dentro da tua cabeça tu pode pensar o que quiser. No momento que tu abre a boca e exterioriza o que pensou, tu - literalmente - pariu um outro ser. Essa opinião é "um alguém" para com quem tu tem responsabilidades. Experimente difamar alguém, por exemplo. Uma afirmação qualquer, que você não possa provar e que cause danos morais em outra pessoa. É amigo... Você conhece a história: processo, indenização...

Então eu fiquei pensando sobre o voto secreto.

Esse "instrumento da democracia" foi criado para que todos pudessem emitir a sua opinião sem medo de represálias. Mas... Como assim???

Em um tempo de coronelismo e autoritarismo isso até se justificaria no sentido de "proteger" a pessoa que está emitindo sua opinião. Mas, hoje em dia, na era da informação, nós temos mais segurança. Mais métodos que impeçam e reprimam violência e represálias. E, quando se trata de política, o voto secreto de parlamentares não é só imoral como é uma afronta aos cidadãos. Imagine por um segundo: você deu seu voto (de confiança) para uma pessoa te representar perante os interesses do Estado. E essa pessoa não deixa claro as decisões que toma em seu nome? Como assim, amigo?

Mesmo em um país que tenha cidadãos "de verdade" - e não os espertalhões que são produzidos em série no nosso país -, o voto secreto de representantes do povo não é justificado.

Cada um de nós tem o direito de saber o que estão decidindo os parlamentares que elegemos. Isso porque é muito possível que o discurso do político seja um e, na segurança do voto secreto, o seu ato seja outro. Ao abrirem-se os votos, justificativas deverão ser feitas. Em minha humilde opinião, cada político deveria manter um site pessoal, onde ele publicaria diariamente os projetos em que está trabalhando - seja os dos seus colegas ou criando os seus próprios. E, junto com essa informação, o politico deveria ir emitindo suas opiniões no decorrer do trabalho. Opiniões que podem mudar, sim. Afinal de contas, cada político é uma pessoa só. Um mero representante. Ele pode muito bem não saber todo o panorama em um dia. E, aos poucos, a própria população pode ir inteirando o diplomado com mais dados, casos, experiências e situações. O próprio parlamentar pode criar um ambiente de discussão para informar e amenizar os ânimos das pessoas menos inteiradas dos assuntos.

Com um canal como esse, dividiríamos a população entre os interessados e os parciais. Conseguiríamos chegar mais facilmente nos motivos que as pessoas têm para lutar pelo que lutam.

E, amigo, o que importa nessa vida é saber as motivações. Quando sabemos as motivações das pessoas, entendemos as atitudes que elas tomam. Podemos responsabilizar cada indivíduo pela nobreza dos motivos dos seus atos, não pelas consequências.

Quer bons exemplos?

No início das manifestações, eu mesmo estava alinhado com diversas causas. Fim da PEC37, contra o ato médico e a favor do passe livre.
Só que...
Eu li mais. Fui atrás. Tentei entender porque existem pessoas contra. Confesso que, a princípio, só queria saber os argumentos deles para poder contra-argumentar. Mas uma das minhas maiores qualidades é ser justo. Ser sempre imparcial, mesmo que a decisão prejudique a mim mesmo. É só pensar um pouco - despidos de interesses - que todos nós conseguimos enxergar o mesmo "certo e errado", em cada situação. E vendo o panorama inteiro, notei que "o outro lado" tinha argumentos e motivos melhores para cada uma das questões.

Já falei porque lamentei o fim da PEC37. Ela deveria ser aprovada porque é um abuso inconstitucional que o poder executivo se auto-conceda direito de investigação. Se o Brasil quer que o MP investigue, que o Legislativo e o Judiciário criem as leis, regulamentem o exercício e estabeleçam mecanismos de fiscalização para a investigação do MP. Agora, um poder se auto-conceder direitos é ilegal. E a PEC37 iria "botar ordem no barraco".
Já falei, também, porque eu sou a favor do ato médico. Desculpem-me enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e toda a gama de "médicos naturais" e curandeiros, por aí: eu não confio nos seus achismos. E acho que ninguém em sã consciência deveria confiar em vocês, também. Claro que ninguém precisa de médico para receitar uma aspirina para dor de cabeça. Mas, e se essa dor de cabeça for um tumor no cérebro? Vai ficar tratando com chazinho até o estado ser irreversível? Vai dar uma de Steve Jobs? Não sou hipocondríaco, sou realista. Eu sequer acredito em opinião isolada de médico. Ainda mais desses "doutores" que mal olham para tua cara e já saem receitando antibióticos. Se posso, consulto com dois médicos diferentes. Só fico calmo quando escuto duas vezes o mesmo diagnóstico. Porque, PUTA QUE O PARIU, estamos falando da única coisa que cada um de nós têm: a própria vida! O ato médico regulamenta essa chalaça toda. Médico é responsável por diagnóstico, enfermeiro por cumprir procedimentos prescritos e farmacêuticos por vender o remédio correto. Tá bom demais assim.

Quanto ao passe livre: Primeiro que eu acho que o Estado já fornece mobilidade à população. Existem ruas e calçadas, não? Então, filho: use o "expresso canelinha" e bóra andar a pé. Ninguém te impede, ninguém te proíbe. Cada um pode ir aonde quiser, basta dar o primeiro passo - como já diria Bilbo Bolseiro. Agora, exigir transporte público gratuito? "Não existe almoço de graça". Amigo, alguém vai pagar essa conta. E eu não estou muito a fim de pagar passagem de ônibus para os outros. Acredito que você também não. O Brasil tem muitas outras prioridades para o dinheiro dos impostos, que não fornecer ônibus de graça para a população. Sem falar que a população que realmente paga impostos usa - no máximo - duas ou quatro viagens por dia. Vão e voltam do trabalho e olhe lá. E no resto do dia, inteiro, o dinheiro dos impostos desse povo que está preso no trabalho vai custear passeio de ônibus para desocupados. Não sei se acho isso muito justo, não.

Os países continentais (Russia, China, Canadá, EUA, Índia, etc...) e continentes inteligentes (Europa) interligam todas as suas áreas vitais através de trens e barcos. Só o Brasil  usa CARROS, CAMINHÕES E ÔNIBUS para esse fim. Eu acredito que, se queremos maior mobilidade urbana, devemos investir em uma linha de trem "circular", que saia do porto de Rio Grande/RS, passe por Porto Alegre, Florianópolis, Itajaí, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, capitais nordestinas até São Luis, Belém, Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande, Foz do Iguaçu, Chapecó, Santa Maria até chegar em Rio Grande, novamente. Nesse grande "círculo", colocar grandes transversais, que o liguem estrategicamente às capitais "do meio do mapa" (Belo Horizonte, Palmas, Brasília e Goiânia) e as "pontas do mapa" (Macapá e Boa Vista). Ligações estratégicas, com o porto de Santos por exemplo, complementariam a malha principal. E, ainda ligados a este grande "círculo férreo", sub-rotas, que seriam criadas de acordo com a priorização de escoamento de produção e mobilidade de cada área do país. Cada locomotiva pode tirar dezenas de caminhões das nossas precárias estradas.

Porque tirar caminhões das estradas?
1 - O peso dos caminhões deteriora mais rapidamente as estradas, exigindo gastos altos com manutenção.
2 - O valor do frete de um caminhão é muito maior do que será o valor do frete de um vagão de trem em um sistema como esse.
3 - Caminhões não causariam mais tantos acidentes e óbitos no trânsito.

O desemprego dos motoristas de caminhão seria compensado imediatamente com empregos na construção desse círculo ferroviário. Em um segundo momento, com a operação e manutenção do sistema férreo. Por fim, os empregos indiretos gerados por mini-shoppings em estações de trem, maior facilidade de turismo entre cidades e de comércio entre regiões ultrapassariam - com sobras - o número de empregos diretos e indiretos gerados pelo sistema de transporte via caminhões.

E uma conclusão como essa parte de debate. De discussão. De muita conversa. De apresentação de argumentos. De provas, casos, estudos e estatísticas que embasem os argumentos. De alinhamentos ideológicos entre as pessoas.
E o debate só se inicia quando alguém tem a coragem de sustentar a responsabilidade de emitir uma opinião em público. Coisa que a mentira que o voto secreto cria impede que aconteça.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Super Homem - O Homem de Aço

Então amigo, fui assistir ao Super Homem - O Homem de Aço.

É, não encaro mais o blog com profissionalismo e não corri para pegar a primeira sessão. O post com a minha resenha demorou duas semanas. Acontece.

É bom lembrar que eu meto spoiler sem dó no texto. Portanto, se você ainda não assistiu e quer se preservar ver o filme sem a interpretação de outra pessoa, não leia esse texto. Muito embora eu vá te contar coisas que talvez você não saiba sobre O Homem de Aço. E esses detalhes que eu vou te passar muito provavelmente te farão olhar o filme com mais atenção. E, ao notar os pontos, talvez o filme tenham dimensões a mais, para ti.

Antes de mais nada, esse filme está preparando o espectador para os próximos. Cada cena que foi colocada no filme é uma explicação sobre o personagem, a história e como você deve imaginar o Super Homem. Sequências virão, podes apostar. E, muito provavelmente, interconectarão com outros filmes de super heróis da DC. Quem sabe esse filme seja o primeiro para a criação de uma resposta da DC aos Vingadores da Marvel.

E, vamos combinar, os heróis, vilões, enredos, histórias e abordagens da DC são muito superiores aos da Marvel. Falo isso do alto da propriedade de quem leu Marvel dos 9 aos 21 anos e trocou para a DC (em um processo gradativo que começou lá nos meus 15 anos), justamente por notar a qualidade superior da Detetive Comics. A Marvel mantém o foco no drama pessoal do herói, tentando dar explicações possíveis para o super poder adquirido (mutações, radioatividade, etc...) e relacionando isso com a vida real. Porém, amigo, a vida real não é uma novela e não existem super poderes. E é nessa premissa que a DC se apoia para criar os seus heróis. Porque, se é para viajar na maionese de super-seres, que se faça em escala industrial e sem limite de imaginação. A DC pega uma ideia que esteja em pauta na sociedade, extrapola e exibe todas as consequências que conseguirem imaginar.

Exemplo? Depois do 11-9, a DC fez uma série de histórias com os heróis enfrentando dilemas morais a respeito do excesso de poder concentrado que eles detém. Até onde o Super Homem pode interferir? O ex-lanterna Íon (Kyle Rayner) sendo inquerido por estar usando os seus poderes próximos à divindade... Sem falar do próprio Batman, expulso da LJA por ter dossiês e planos de contenção contra todos os super seres existentes...

Essa abordagem do todo sobre um cenário ideal é o que faz com que eu goste mais da DC, hoje em dia. Quando a Liga da Justiça se junta para resolver um caso, você não vê egos em disputa mas um conflito de interesses de acordo com os temas atuais da ética, moral, ciência, etc...

E é isso o que fazem em O Homem de Aço. Chega de choro do Super Homem. Chega de aventuras rasas contra um Lex Luthor super poderoso. Esse filme deixa claro para todos que a raça Kriptoniana não é tão diferente de nós, humanos. E que nós, humanos, conseguimos ter uma certa equiparação de pensamentos (tanto superiores quanto primais) com eles. Isso fica muito claro quando vemos o pai adotivo (Kevin Costner) dando lições de moralidade, ética e filosofia extremamente avançadas ao jovem Kal, perfeitamente alinhadas com o pensamento de Jor-El (Russel Crowe), genitor do Super-Homem. Ou, quando vemos Perry White (Laurence Fishburn) falando sobre a decisão de Lois Lane (Amy Adams) de não publicar o que descobriu sobre o Super Homem.


E isso é um ponto forte do filme: enquanto o ator principal é um ilustre desconhecido até o momento, os personagens secundários são estrelas de primeira grandeza, do cinema. Atores que deram ótima sustentação ao filme, interpretando muito bem suas cenas altamente cerebrais.

Mas, voltando aos dilemas, o filme deixa muito claro o que é "ser o Super Homem". O fato de Clark ser uma bateria solar viva e conseguir armazenar energia do sol amarelo em suas células é tanto uma benção quanto uma maldição. Se, por um lado, ele é indestrutível, muito forte, tem os sentidos multiplicados e ampliados e consegue voar, por outro lado, ele tem que conviver com esses poderes. Realmente, as pessoas não estão preparadas para a convivência com um ser tão poderoso. E a maldição do Super Homem é justamente não poder revelar sua existência para o mundo. Mesmo ele sabendo de toda sua capacidade e sendo uma pessoa justa.

E isso é mais um ponto positivo deste filme. Diferentemente das tentativas anteriores de trazer o maior super herói de todos às telonas, em O Homem de Aço o enredo não tenta fazer o espectador de idiota. O penteado e os óculos não protegem a identidade secreta do Super Homem. Lois Lane, ganhadora de um Pulitzer, demora poucos dias para descobrir quem é o Super Homem. Algo que seria natural de acontecer, mas jamais ousaram fazer nos gibis, desenhos, seriados ou filmes anteriores.

O próprio Super Homem deixa claro o quanto é poderoso e porque "faz-se de idiota", às vezes. A cena do interrogatório, por exemplo, é primorosa.
"Porque você deixou que eles te algemassem?" - Pergunta a Lois.
"Para que eles se sintam mais seguros." - Responde o Super Homem.

E a capacidade total do Homem de Aço é vista nas lutas do filme. Aliás, finalmente temos um filme à altura dos poderes do Clark. Entendam: o Super Homem é a criatura mais forte jamais pensada. Não há Goku, Darseid, Galactus ou Hulk que possa fazer frente ao Super. No início, sem saber de todos os seus poderes, ele segura uma torre petrolífera, como se ela pesasse uns vinte quilos. E ela só cede porque o ponto de apoio ruiu. Se o Super soubesse de todos os seus poderes, um sopro, um soco e tudo estaria resolvido. mas foi passar essa "fase" que o filme mostrou Kal como ele realmente é. Somente outros seres igualmente poderosos conseguiam movê-lo. Digo "movê-lo" e não "bater no Super", porque o Super Homem não sentiu os golpes. Ele chega a cair em uma oportunidade, mas logo levanta novamente para a briga.


Quanto aos vilões, quando eu soube que era o Zod - general kriptoniano - eu pensei em mais um pastelão da DC. Estava com medo do filme, sério. Medo de retratarem a Zona Fantasma como uma foto Polaroid, novamente. Mas não. A introdução da origem kriptoniana do Super Homem foi bem contada, junto da origem de Zod. O fato de ter "nascido para ser o general", através de manipulação genética - quase uma citação ao livro de Aldoux Huxley "Admirável Mundo Novo" - explica perfeitamente a obsessão do general por "proteger o povo e glória de Kripton". E o fato de Clark carregar o Codex Kriptoniano dentro de si mostra perfeitamente porque Zod quer destruí-lo. Tudo se encaixa, tudo se explica.

E isso é uma constante no universo DC, sabe? Aprende-se coisas maravilhosas lendo Gibis. O Coringa me ensinou que você "nunca deve entrar em um lugar sem saber como sair dele". Parece bobo e óbvio, mas é algo precioso. E o Batman me ensinou a resolver conflitos quando explicou o seu método de investigação: "sempre responda a pergunta: quem se beneficia?".

Em O Homem de Aço, as coisas se encaixam muito bem. E, se você souber para onde olhar durante o filme, você encontrará "pontas" para os próximos filmes, praticamente em todas as cenas. Como o cartaz "Keep a Calm and Call Batman" colado em um muro, a rivalidade de logotipos da LexCorp e da Waine Interprises em quase todos os estabelecimentos comerciais ou os casulos abertos e sem corpos de kriptonianos, na nave de exploração que Kal e Lois encontram no início do filme... Detalhes que, se você se deixar levar pela boa história e pela enxurrada de ótimos efeitos especiais, você perderá.


Acredito muito que a destruição que a batalha entre o Super Homem e o General Zod causaram a Metrópolis será o ponto de partida da raiva de Lex Luthor contra o Super Homem. Raiva justificada, dado o ambiente pós-apocalíptico em que se torna Metrópolis. Acredito, também, que o Batman logo aparecerá em filmes com o Super Homem, tal a qualidade da história.

A história é tão bem contada que temos até o imenso chavão - diria até que é uma "tradição" - do Super Homem salvando a Lois Lane de uma queda, e a deixando gentilmente no chão, segura. E a cena foi tão bem encaixada na história do filme, que muitos nem percebem que é a cena clássica da Lois "caindo do prédio"...

Mas o que passa quase desapercebido na história, mesmo, é o maior poder do Super Homem: a sua inteligência. O Super Homem não é o herói que é só por causa das suas capacidades físicas. Ele é, acima de tudo, alguém de moral irretocável e de um brilhantismo simples, porém magnífico. Talvez só resultado não aparente da irradiação do sol amarelo, talvez pela criação do seu pai adotivo. Mas o fato é que o Super Homem é um exemplo. Aliás, ele foi criado lá no início do século 20 justamente para isso: ser um exemplo. Gerações de leitores cresceram sob o ideal do Super Homem. Se o homem mais poderoso do universo consegue ser alguém completamente honesto, correto e justo, imagine nós, pobres mortais. Ser o Super Homem é muito mais do que voar, parar locomotivas ou salvar a mocinha da queda. Ser o Super Homem é ser alguém correto.
E onde isso aparece no filme? Se até no início do filme Clark rouba algumas roupas, no Alasca, onde ele mostra a inteligencia dele?
Quando o General Zod exige que a humanidade entregue Kal-El, Clark faz o que é completamente correto: ele se entrega para a humanidade. Mesmo podendo resolver tudo "com as próprias mãos", ele abre o diálogo. Faz de tudo para que os humanos o aceitem. Sujeita-se às algemas para mostrar que não está contra nós. É bom notar que algemas de papel contém mais um humano do que as algemas de metal contiveram o Homem de Aço...


Enfim, eu achei um filme sensacional. Torço muito para que saia logo o 2, o 3, etc... Que a franquia de Nolan traga o Batman novamente, em uma aventura ao lado do Homem de Aço. Que a DC acerte a mão e crie uma série com a Mulher Maravilha, o Flash, o Lanterna Verde, o Aquaman e o Caçador de Marte (Ajax, sic).
Que apareçam o Eléktron, Arqueiro Verde, Fogo, Gelo, Zatanna, Gavião Negro, Mulher Gavião, Homem Borracha (POR FAVOOORRR!!!!), Besouro, Gladiador e outros, que contribuam para a grandiosidade de uma Liga da Justiça! (Mesmo ateu, eu adoro a ideia do Zauriel, por exemplo).


Hollywood está sedenta por boa ideias para filmes. O público está alucinado por ação com conteúdo. E o poço dos super heróis é, aparentemente, inesgotável. A DC trazer a concorrência saudável com a Marvel para as telonas é fascinante.
Quem sabe, em um futuro próximo, nós vejamos os famosos crossovers entre as duas grandes franquias? Quem sabe não vejamos histórias da série "DC x Marvel", e "Acesso, o Homem de Dois Mundos"!

Isso é um negócio onde TODOS os envolvidos só têm a ganhar. Atores, editores, roteiristas, indústria do cinema, platéia... Sempre levando à frente os bons valores de moral, ética, honestidade e luta contra o mal!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

92.000.000.000.000.000,00 de Motivos...

O texto de hoje começou, na verdade, no texto de ontem. Por isso vou te pedir que você leia ele, antes:

http://alsssg.blogspot.com.br/2013/07/um-dia-nos-sermos-maioria.html

Obrigado por ter lido lá.

Nessa semana aconteceu uma coisa interessante. O PayPall (site que trabalha como se fosse um banco) depositou $92.233.720.368.547.800,00 para o usuário Chris Reynolds. Evidentemente, isso foi um acidente. Um erro do sistema. Mesmo porque, noventa e dois quadrilhões de dólares sequer existem no nosso mundo, hoje em dia. Para você ter uma ideia, segundo o banco mundial o PIB mundial, hoje, gira em torno de US$50.000.000.000.000,00. Levando em consideração o acumulado, o mundo tem a disposição cerca de US$350.000.000.000.000,00. Ou seja, o mundo inteiro dispõe de uns trezentos e cinquenta trilhões de dólares para gastar. Mas o PayPall "deu" noventa e dois quatrilhões para o Chris.

Evidentemente é um erro. Uma coisa dessas tu tira um printScreen para rir com os amigos no facebook. Uma pessoa séria, educada e honesta, liga para a empresa, avisa sobre o equívoco e espera que seja ajustado.

Aliás, foi isso que o Chris fez. Isso por si só nem vira notícia, diga-se de passagem. Sistemas de informação nunca estão a salvo de falhas humanas, seja em sua programação ou operação. Mesmo com o número astronômico na conta, isso é o de menos.

Mas o caso virou notícia no mundo inteiro. Lá fora, o caso foi noticiado, mas o enfoque foi no detalhe do tratamento que a empresa PayPall deu para o caso. Em momento algum a empresa se eximiu da responsabilidade da falha, tão pouco tentou dar desculpas esfarrapadas. Com toda a dignidade que se pode esperar, a empresa simplesmente reconheceu o erro. Como compensação para o incômodo que gerou para o cliente, o PayPall prontamente ofereceu uma doação para uma instituição que o Chris escolhesse. Justo, nobre e até lindo.

Essa é a notícia, esse é o enfoque. A lisura, presteza e rapidez com que a PayPall resolveu o caso. Vendo isso, qualquer um nota que existe justiça no mundo. E, principalmente, que existem pessoas boas, que acatam a justiça sem a necessidade de algum juiz bater um martelo sobre sua mesa. Bom senso, integridade... enfim, valores. A alma da humanidade fica um pouquinho maior depois de sabermos que o Chris e o PayPall resolveram o caso de um modo mais justo do que se poderia imaginar no melhor cenário possível.

Aliás, está aqui a notícia em inglês:
http://edition.cnn.com/2013/07/17/tech/paypal-error/index.html?hpt=hp_t2

Detalhe para a resposta de Chris para a pergunta: "O que você teria feito se fosse quatrilionário de verdade?"
"Eu provavelmente pagaria a dívida nacional."

Mas...............................

A notícia chegou aqui no nosso país. E o nosso enfoque... Olha, amigo, foi algo de chorar de desgosto.

Veja você mesmo:
http://tecnologia.br.msn.com/mercado/paypal-da-usdollar-92000000000000000-a-usuario-por-acidente

Enquanto o título da notícia norte-americana diz "PayPall credita acidentalmente US$92 quadrilhões para um homem", uma notícia tupiniquim já atacou de "PayPal dá US$ 92.000.000.000.000.000 a usuário por acidente".
Tá bom, eu sou malvado e quero botar abaixo o Brasil. Nem foi tão discrepante assim... Mas olhe o sub-título brasileiro: "Usuário não conseguiu sacar sua fortuna antes do erro ser corrigido."

Nossa "cultura" é tão atrasada, que disponibilizamos a ideia de que todos são "espertalhões". Que qualquer um se adonaria do dinheiro que não lhe é devido! Por este subtítulo, entende-se claramente que o Chris não queria devolver o dinheiro mas, sim, ficar com a fortuna! Pior é o parágrafo final do texto. Certamente Chris não correu para o computador com intenções ruins. E, certamente, ele não ficou amargurado ou na sarjeta, por não poder se aproveitar do erro alheio.

Aliás, quem acessou essa notícia sequer soube como o PayPall irá compensar o Chris pelo erro.

E é aí que eu sinceramente não sei "quem veio primeiro". Naquela historinha "do ovo e da galinha", não sei se o brasileiro está tão degenerado que essa degeneração entrou na cultura e na mídia, ou se a cultura e a mídia degeneraram o pensamento do povo com a ideia do "venha se dar bem você também".

De qualquer modo, hoje os dois processos se encadeiam em um ciclo. Quase a totalidade dos brasileiros são ou querem ser espertos e a cultura e a mídia dão o enfoque nessa esperteza que todo brasileiro têm ou quer ter.

E eu já nem sei mais qual é a solução mais correta para isso.
Proibir esses "artistas" e "jornalistas" rasos, sensacionalistas, comerciais e irresponsáveis de produzirem materiais que contribuam para a degeneração da sociedade parece algo bom. Embora eu defenda a liberdade do indivíduo, é complicado dar liberdade de escolha para quem sequer sabe quais são as opções que existem.

É complicado jogar um jogo onde os demais sequer sabem as regras.

Ou, então, perder os poucos anos de juventude que ainda me restam (crise dos trinta pegou pesado em mim e eu não sei como desencanar dela. Sinto que a minha juventude se foi e estou depressivo, como se alguém muito próximo tivesse morrido), lutando para mudar o pensamento das pessoas à minha volta? Engajar-me na política, fazer uma reforma drástica na educação, esperar trinta anos para que os jovens se formem pessoas de verdade. Esperar mais uns vinte anos para que, lá nos meus oitenta anos, eu veja uma geração com vinte anos na idade e ideias de verdade na cabeça?
Quando eu vou começar a viver, então? Quando eu vou sair nas ruas sem medo de ser assaltado, raptado, atropelado, abordado ou, simplesmente, assassinado? Quando eu vou parar de ter medo de ficar doente?

Vocês podem não notar, mas construímos um país onde nós não nos tratamos uns aos outros como "pessoas de verdade". O tratamento que dispensamos a todos em nossa volta é de lixo humano. O pouco conforto que temos é comprado ao custo do nosso suor, da nossa dignidade e da nossa alma.
E o mais incrível é que quem consegue alçar um pouquinho mais alto literalmente CAGA E ANDA para os que ainda estão se afogando no mar de lama.
Não, não estou me referindo à caridade. Mesmo porque a caridade não ajuda a quem deveria ajudar. Estou me referindo às pessoas que só militam em causa própria. No pessoal que insiste em só ver o próprio umbigo em todas as situações. "Está bom para mim, então farei de tudo para manter a situação assim!" Mesmo que a situação esteja visivelmente errada. Mesmo que isso custe a vida de milhões de outras pessoas.

Eu insisto: "Bem e Mal" e "Sorte e Azar" são relativos. Mas o "Certo e Errado" são absolutos. E cada um de nós sabe, exatamente, o que é justo e o que não é justo. E, mesmo assim, muitos de nós passam por cima desse conceito, para manter o benefício próprio.

Vergonha de ser brasileiro. Essa cultura não me representa. Infelizmente, acho que é mais fácil sair desse país e encontrar um lugar onde as pessoas tenham uma cultura parecida com a minha. Assim, ainda poderei aproveitar os meus anos de juventude em um ambiente onde poderei viver sem me preocupar com áreas básicas da minha vida.

Realmente, talvez seja esse o sentido geral da frase ignorante: "Os incomodados que se mudem".

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Um dia... Nós sermos a maioria!

"Os tiranos não imaginam o outro..." - José Carlos Fernandes

Há um tema recorrente na minha mente. Um tema para o qual eu não tenho, ainda, uma resposta satisfatória. Aliás, anseio há tanto tempo por essa conclusão que não sei se algum dia a conquistarei. "Aliás dois", esse é um tema de perene discussão da humanidade.

Até onde o ser humano pode ou deve ser guiado, perdendo a sua liberdade?

Bem, que não podemos deixar as decisões dos indivíduos "por sua própria conta", isso já é certo. Imagine, por um instante, um mundo onde não existisse nenhuma regra, nenhum juiz e, portanto, nenhuma punição. Ou melhor: que a justiça e punição para o que quer que aconteça seja somente a sua própria capacidade de sentir-se lesado e de fazer justiça com as próprias mãos.

É, ninguém quer viver em um ambiente onde possa ser enganado, roubado ou, até mesmo, morto.

Por isso, criamos o famoso "pacto social". Para vivermos em sociedade, nós dois aceitamos perder um pouco dessa "liberdade total", para ganharmos segurança. Eu concordo em não te matar e você ganha o direito de não ser morto por mim. Usando reciprocidade, você concorda em não me matar e eu ganho o direito de não ser morto por você. Logo, a visão individual do pacto social é "eu sou submetido ao dever de respeitar a vida dos outros para ganhar o direito de ter a minha vida preservada".

Assim como no exemplo que citei acima, alguns pontos do pacto social são óbvios. "All around the world", ninguém quer ser morto, roubado ou lesado de qualquer forma. Mas o ser humano é um povo muito imaginativo e inventivo. Existem milhares de culturas espalhadas pelo mundo. Há quem diga que as opiniões e modo de ver a vida de cada pessoa gere uma cultura diferente. Assim, podemos até arriscar que existem bilhões de culturas diferentes. Muitas das quais dentro de um mesmo continente, país, região, cidade, bairro, rua, casa, quarto ou até mesmo dividindo a mesma cama. A política está aí justamente para conciliar todas essas culturas diferentes, criando um pequeno monstro, amálgama da opinião da maioria sobre cada assunto considerado relevante. Os povos e/ou os seus governantes acabam discutindo esses pontos e transformam-nos em leis.

E é a penetração dessas leis na liberdade de cada indivíduo que geram a dualidade na minha mente.

Qual é o ponto em que os direitos que o indivíduo ganha com o pacto social são menores do que os deveres que o mesmo pacto social imputa a cada um de nós?

E eu nem falo tanto de cobrança de impostos abusiva, corrupção e regulamentações criadas só para benefício diretos ou indiretos de parlamentares. Não estou considerando questões de moralidade das leis criadas. Estou pensando no cenário ideal, onde os legisladores são todos honestos e fraternos. Mesmo nesse caso, a restrição da liberdade versus direitos ganhos me dão dor de cabeça.

Vou citar um exemplo. Exemplo simples, mas que me tira o sono.

Remontando o distante ano de 2007, lembro de ter discutido com o Duda (Eduardo, dono de uma vídeo-locadora) em Balneário Gaivota, sobre as aquisições de filme dele.

Basicamente, esperei por uma semana pelos novos filmes que ele havia encomendado. Quando os filmes chegaram, os títulos que eu queria assistir não vieram. Mas, em compensação, dezenas de filmes de ação, terror, suspense, comédias românticas e lixos em geral, estavam na seção de "lançamentos". Sim, eu sou metido e gosto mais de filmes cerebrais. Aqueles que tu tem que pensar para entender. Que o enredo tenha filosofia, consistência. De preferência, um mistério que vá além do "onde será que o assassino vai emboscar o personagem extra?". Se o enredo for cômico, que as piadas sejam bem elaboradas. Aceito piadas "de pum", desde que sejam bem encaixadas com o contexto. A cena do gel em "Quem Vai Ficar com Mary" é tão infantil quanto hilária.

Quando perguntei para o Duda porque ele não havia trazido os títulos que eu estava esperando, a resposta dele foi taxativa: "Porque ninguém aluga filmes com conteúdo!"

Conversando com ele, o próprio Duda disse que preferia filmes com mais conteúdo. Que não se baseassem em efeitos especiais para vender. Mas o povo... Temas complexos não prendem a atenção do povo. O povo não entende um ponto, não pega uma referência... E perde o interesse no filme que tem conteúdo. Assim, os únicos filmes que prendem a atenção do povo são os que apelam para as emoções, ao invés do cérebro. É mais fácil ficar conectado a um filme que te causa medo, amor ou risos histéricos, do que um que você tenha que prestar a atenção nos detalhes, nas falas e no mistério.

E, desde então, eu tenho pensado nessa conversa. Até já devo ter comentado sobre essa conversa com você, amigo, aqui no Ponto Final.

Isso porque eu fico imaginando o que aconteceria se o povo só tivesse acesso a filmes com conteúdo. Ou a indústria cinematográfica iria à falência, ou o povo passaria a ver filmes que aumentariam sua capacidade de raciocínio.

Evidente que isso seria um paliativo grosseiro. Atuar na consequência, esperando que a causa se adapte e se extingua pela necessidade de atender à exigência imposta na consequência. Coisinha que os políticos brasileiros adoram fazer. O mais correto, nesse caso também, seria melhorar a educação para termos mais cidadãos com mais capacidade de raciocínio. Porque, hoje, a maioria das pessoas do Brasil é composta por analfabetos-funcionais. Mão de obra barata para empresas de processamento básico, extração, agricultura e pecuária. Centenas de milhares de secretárias, atendentes de telemarketing, office-boys e moto-boys ineficientes sendo despejados do segundo grau para o mercado. E a (falta de) cultura desse povo é o balizador para criação das nossas regulamentações e leis. Esse povinho sem capacidade se fez maioria e elegem governantes corruptos eleição após eleição. 

Definitivamente, um povo cujas vontades não podem ser utilizadas para definirmos o futuro da nação. Mesmo porque, é um povo que sequer sabe o que é melhor para si próprio. Gente que se deixa enganar pela mídia o tempo inteiro. 
Quer exemplos bons? 
1 - A PEC37 estava combatendo algo imoral. O Ministério Público se auto-concedeu poder de investigação e isso é imoral. O Legislativo e o Judiciário deveriam dar esse poder ao Executivo. E o primeiro passo seria, justamente, derrubar a medida provisória do executivo e retirar os poderes de investigação do Ministério Público. Depois, os demais poderes deveriam criar a regulamentação corretamente. Respeitando o tripé dos poderes.
2 - O Ato Médico estabelecia as funções de cada profissão da área médica. Entre as regulamentações, estava escrito que é responsabilidade do médico dar diagnósticos. Sinceramente, eu concordo. Afinal de contas, é o médico que estuda para isso. É o médico que tem que ser responsabilizado por isso. Enfermeiros, farmacêuticos e a sua mãe não estudaram para interpretar sintomas e exames. Quem não é médico pode arriscar palpites, de acordo com a sua experiência pessoal. Tá certo, enfermeiros e farmacêuticos acabam lidando muito com essa área e podem acabar sabendo o que fazer em muitos casos. Você e eu não vamos ao médico para sabermos quando tomar uma aspirina... Mas eu mal confio na perícia de um médico para saber o que deve ser feito... Geralmente peço opinião de dois ou mais médicos... Imagina seguir cegamente o diagnóstico de enfermeiro ou de farmacêutico? Não, obrigado. Prefiro jogar roleta russa, logo. Mas o brasileiro-comum é contra isso. Acha que o Ato Médico é uma tentativa de golpe. Ok, então...

Fiquei pensando que, talvez, quando a capacidade de raciocínio de uma população se degenera até este ponto crítico, a maior restrição de liberdades pode ser algo bom.

Entenda: Somos um povo que não admite perder o direito ao porte de armas; mas a lei que proíbe a comercialização de álcool líquido está quase entrando em vigência. Ou seja: o álcool será proibido porque PODE causa incêndios e matar pessoas, se mal utilizado. Agora, uma arma que foi feita para matar pessoas, independente se for bem ou mal utilizada, ainda é algo que pode ser comercializado. A capacidade de manter a coerência no pensamento não existe. Nesse caso e em muitos outros. A população não lê, não se informa, não pensa sobre o assunto e tira conclusões pelo pensamento de terceiros.

Quais terceiros?

Minha televisão é o meu despertador. De segunda a sexta ela liga às 06:32hs. Exatamente no momento que está começando o "Bom Dia Rio Grande". Telejornal diário, que mostra as principais notícias da noite, madrugada e do dia que seguirá.
De segunda a sexta eu vejo a chamada de notícias. E, notando como a pauta se repete, eu fico imaginando como é fácil ser jornalista. Nem bem deram "bom dia" e a primeira notícia é o relatório de mortes no trânsito, na última noite e madrugada. O sangue escorre pela tela, sujando todo o chão. Mesmo que a frota de automóveis aumente exponencialmente, enquanto a quantidade de acidentes e mortes se mantenham estáveis, o relatório de acidentes é dado com tom de indignação. 
Situação do trânsito (geralmente engarrafamentos) e a previsão do tempo...l
Na sequência, a pauta nos trás assaltos, assassinatos, vandalismos e quaisquer outras ações de violência que tenham acontecido. O banho de sangue fica completo.
Alguma notícia de denúncia de má prestação de serviço (público ou privado) fecha esse arco de notícias.
Depois, vem o esporte. Grêmio, Inter e mais alguma nota de rodapé sobre algum feito do esporte gaúcho.
No meio disso tudo, jogam uma matéria com fundo social, geralmente com cunho feminista. "Doenças da mulher", "Desafios da mulher", "Violência contra a mulher", etc... Anteontem foi dia do homem e nem mencionaram isso no jornal...

Enfim, se você notar bem, o jornal quer é mexer com as suas emoções. Nenhuma pauta é explorada a fundo. As (poucas) entrevistas são rasas.. Jornalistas experientes fazendo perguntas triviais, em nome "do interesse da população". Sério, meu interesse sempre vai muito além do que esses "jornalistas experientes" perguntam... Mas, né?

Desde a época em que eu conversei com o Duda, eu não sabia. Achava que essa minha ideia era original. Que eu estava abrindo toda uma nova discussão no saber humano. Claro que o hábito da leitura me fez descobrir, depois, que isso é apenas a Heurística da Disponibilidade.

A Heurística da Disponibilidade nos mostra que a atenção do povo - independente do grau de instrução - é curta. Se você não alimenta a população com assuntos realmente relevantes, discutidos com a profundidade correta, você manipula as pessoas. 

Exemplo? O incêndio na Kiss. Quantos outros incêndios dessa magnitude já aconteceram em casas noturnas no mundo? Quatro, cinco? Estatisticamente falando, incêndios são improváveis. Dada a quantidade de prédios e as precauções que nós já tomamos, acontecer um incêndio é uma fatalidade. Extrema má sorte ou crime, mesmo.
Mas qual foi a reação no Brasil? Hoje, quase seis meses depois da tragédia, o país ainda gira em torno de prevenções de incêndio.. Políticos estão trabalhando no endurecimento de leis e regulamentações anti-incêndio. Estamos gastando tempo e recursos com um assunto que não tem urgência proporcional.

Entenda: os jornais não falam de futebol porque o Brasil é "o pais do futebol"; O Brasil é "o país do futebol" porque toda a mídia só fala de futebol... Foi a ESPN abrir espaço para Futebol Americano, Baseball, Hockey e Basquete, que ligas nacionais foram criadas ou passam a ter mais visibilidade.

Disponibilidade da informação. Informação completa.

No incêndio do Mercado Público, em POA, mangueiras dos bombeiros estavam furadas. Os repórteres nada falaram. Em uma entrevista um comerciante falou que "a prefeitura tem que olhar mais para os valentes bombeiros, que estão trabalhando com mangueiras furadas". Vários amigos meus que estiveram lá (já morei DUAS vezes no centro de POA) relataram o mesmo. Porque o jornal não falou isso?

Eu sou um adepto do liberalismo. Tanto intelectual, quando político e econômico. Eu acredito firmemente que as coisas que precisam de proteção não valem a pena serem protegidas. Ideias que precisem do uso de força maior para serem perpetuadas (como as eternas ameaças infundadas que justificam ideias religiosas) não elevam a humanidade como um todo. Negócios e empresas que precisam de protecionismos baratos dos governos não oferecem boas oportunidades a médio e longo prazo. Um país só se torna forte quando compete e ganha dos demais países.
E o liberalismo dita que não existam interferências. Mas, quando a situação está muito degenerada, a falta de interferência nos leva a cenários como o do filme Idiocracy. Coisa que já está acontecendo hoje, em muitos lugares do Brasil. Onde o sexo e o hedonismo inundaram o modo de ser das pessoas. Músicas, histórias e a própria cultura já giram em torno de bundas, peitos, bocetas e paus.

Não há como oferecer o mais refinado direito para pessoas sem capacidade de utilizá-lo.

Entenda: Quem tem instrução, capacidade de raciocínio, inteligência e discernimento para usar uma arma de fogo, geralmente opta por não tê-la!
A pessoa que sabe utilizar álcool líquido não provoca incêndios. Quem a pessoa realmente habilitada para a vida usa os telejornais para se informar dos tópicos para, depois, se aprofundar nas áreas de interesse. E, somente depois de conhecer a fundo os casos e refletir sobre o que está acontecendo, a pessoa habilitada tira as suas conclusões.

Acho que posso resumir meu sentimento para com o povo brasileiro com aquela frase-chavão: "Direitos humanos para humanos direitos". Só que, no meu caso, não trato apenas de direitos humanos. Como não formamos humanos direitos nesse país, talvez o que estejamos precisando por aqui seja, somente, de uma ditadura comandada por um déspota esclarecido. Alguém que "arrume o barraco" em que se encontra o Brasil. Investimentos pesados nas áreas básicas. Fazer as próximas gerações notarem como o povo brasileiro tem sido tratado como bicho.

Alguém que ensine o povo brasileiro a pensar, do mesmo modo que se ensina uma criança a andar de bicicleta.

Então, depois que o povo estiver pensando por conta própria, esse déspota largaria o banco da bicicleta e deixaria esse país maravilhoso seguir o seu caminho.

Mas, se você notar bem, isso é trabalha para uma ou duas gerações. Coisa de 20~30 anos, partindo de hoje, agora mesmo. Isso significa que eu teria 50~60 anos quando o Brasil finalmente fosse um lugar habitado por gente de verdade. Eu perderia a minha vida inteira e passaria pelo processo de mudança.
No fim, a única alternativa é encontrar o povo que já está pronto e ir morar perto dessas pessoas parecidas comigo. Onde eu possa, enfim, fazer parte da maioria...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Você Não Consegue Fazer Cálculos Sob Pressão!

O teste é bom demais. Você, que gosta de matemática, sentir-se-á plenamente desafiado!

Eu concordo que o teste chega a ser viciante, tal qual o Marcel comentou no Byte Que Eu Gosto (onde eu conheci o teste!).

Esse é o meu resultado:


Agora, vá lá, faça o desafio e me conte até onde você chegou!!!

http://toys.usvsth3m.com/maths/



segunda-feira, 8 de julho de 2013

Raio Filmado a Poucos Metros de Distância!



1 - O carro funciona como uma gaiola de faraday. O câmera estava completamente seguro.
2 - O SOM deve ter sido INCRÍVEL.
3 - UAU.





sábado, 6 de julho de 2013

Como os Políticos Roubam

Oi amigo. É, eu sei, não tenho te mandando muitas notícias. Para falar a verdade, eu ainda te escrevo muito. Só não te mando os meus devaneios porque estou farto do julgamento das pessoas que não são capazes de alcançar o ponto central das minhas ideias. Antes, eu pensava que poderia ser didático e que todos estariam abertos a uma conversa franca e, principalmente, educada. Mas, com o passar do tempo, notei que a internet é só um grande parque de diversões para os egos. Talvez o Emerson Damasceno esteja certo e todos por aqui só queiram aparecer.

Bem, eu já fui notado pelas pessoas a quem me interessaria "aparecer".

Mas, às vezes, eu releio meus textos e noto que cito conceitos que são óbvios para mim. Entretanto, como tudo o mais nessa vida, o que é óbvio para mim pode ser algo que sequer existe, que é desprezado ou simplesmente ignorado, por outras pessoas. São estes temas que têm me despertado interesse em te enviar, sabe? Assim, esse texto complementa tantos outros em que eu citei o conceito, mas não tive tempo, espaço ou foco suficientes para discorrê-los.

Mesmo porque, eu insisto, eu só falo do que eu sei. Daquilo que eu pesquisei, estudei, li, conversei, vi, apliquei e pensei muito sobre. Você pode ver a minha "obra" completa que eu garanto que não encontrarás nenhuma explicação sobre mecânica, maquiagens e tantos outros assuntos que passam ao largo dos meus interesses. Eu sou assim. É o meu jeitinho S2. Hehe!

Uma das coisas que eu cito direto nas minhas colocações, é que o primeiro problema que temos que resolver para criarmos um Brasil melhor é cessar os roubos dos políticos. Veja bem que, nesta frase extraída do grupo mais simplório do senso-comum, está implícita a certeza de que os políticos roubam. Isso, aliás, não está em discussão. Todas as pessoas envolvidas na máquina pública roubam. Inclusive os consumidores dela.

Mas, veja bem, muitos servidores públicos sequer notam que roubam. Até eu, quando estagiei em uma prefeitura, roubei sem notar, na época. Aliás, logo alguém virá querendo me processar contra essa minha generalização. Porque sempre haverá alguém que ache que está trabalhando corretamente e que honra suas responsabilidades e o seu ordenado.
O problema do roubo por parte dos políticos, é que ele é institucionalizado. É endêmico do nosso povo. Faz parte do dia-a-dia de cada um de nós. Se nós, meros cidadãos, achamos normal infringir alguma regra caso isso não pareça prejudicar outra pessoa (como atravessar fora da faixa de segurança em uma rua pouco movimentada, furar um sinal vermelho em um cruzamento vazio ou como a mulher no vídeo abaixo), imagine o que não fazem os políticos. Eles têm o poder de escrever as leis que regem nosso país. Eles podem definir o que é certo e errado na nossa nação. E são eles quem aplicam e fiscalizam estas regras, todas.


Deixa eu ver se entendi: o cobrador pede para ver a foto do crachá (parte do trabalho dele), a mulher surta, invade o local de trabalho do cobrador com a intenção de interromper a gravação dele, ele se defende (empurrando a mulher para fora lugar de trabalho dele...) e a doida ainda quer se achar no direito? Bem, é nesse ponto que começa a corrupção do Brasil. Exatamente quando nós, ainda somente cidadão, já nos achamos acima de alguma regra da sociedade...


É bom lembrar que nenhum dos nossos políticos é "importado": cada pessoa eleita pela população VEIO DA POPULAÇÃO.

Assim, quando elegemos um "jaguara" qualquer para governar por quatro (ou seis) anos, ele sai diretamente do âmago da nossa sociedade. Este político recém-eleito já é uma pessoa corrupta, independentemente de ter consciência disso ou não. Então, esse ilustríssimo político passa a criar mecanismos para tornar seus roubos legais.

Quais roubos?

Vou tentar ser didático. Vamos contar uma estorinha que jamais aconteceu. Eu até vou me colocar nessa fábula.

Vamos dizer que você, meu amigo, tem um negócio. E você precisa de um software para gerenciar, emitir relatórios e automatizar suas obrigações para com o governo. Mesmo porque, né? Dá um trabalhão manter a contabilidade e todos os documentos fiscais em dia. E, se você já tem que alimentar um software com todos os dados financeiros do seu negócio, porque não criar uns relatórios para que você saiba sobre a saúde financeira da sua empresa, né?

Então, você amigo - que não é burro nem nada -, abre a internet, busca em listas telefônicas ou de qualquer outro modo, pelas empresas que podem oferecer pelo software que você precisa. Até acha alguns. Alguns até bem baratos.

Mas........
Peraí amigo!!!!

Eu (eu, Arthur, o autor do texto, eu mesmo que estou escrevendo), teu amigo, sou programador. Você sabe que EU posso fazer o software para você. A primeira coisa que você pensa é em se utilizar da nossa amizade para ganhar um precinho melhor. Logo imagina que, como o software será criado só para você, eu posso fazê-lo bem do jeito que você precisa.

Bem, só por estes pensamentos, VOCÊ já está roubando.

Aí, tu fala comigo. E eu fico feliz por isso, porque estou me utilizando da nossa amizade para conseguir um trabalho. Trabalho que trará dinheiro que eu não ganharia, caso não fosse teu amigo. E, mesmo tendo que me sujeitar a fazer um preço especial por conta da nossa amizade, eu aceito fazer o software para você.

Bem, só por estes pensamentos, EU já estou roubando.

"Mas Arthur! Qual é o mal em eu beneficiar um amigo e ser beneficiado por esse amigo?"
Só para começar, esse exemplo acima prejudica o mercado por meritocracia. As empresas com experiência, que já têm softwares estáveis no mercado, acabam perdendo clientes. Seus produtos acabam ficando mais caros, pois menos unidades são vendidas e as que são vendidas ainda precisam sustentar toda a estrutura das empresas. Acontece que, ao invés de termos um grupo de empresas especialistas disputando o mercado, acabamos tendo uma legião de artesãos de software. Gente que cria softwares baseados nos achismos dos clientes amigos, em vez de criar tecnologia de verdade, fundamentada em teorias administrativas, contábeis, fiscais, estatísticas, etc... O famoso "barato que sai caro".

Mas esse é um caso privado. Nesse estágio, o problema ainda é de cada um. Apesar de ser uma escolha imbecil a médio e longo prazo, todos temos a liberdade de escolher errado.

Mas o problema é que os políticos brasileiros saem do meio do povo. Os políticos surgem de gente como esse meu amigo e eu.

Então esse meu amigo, foi eleito para ser prefeito de Cafundópolis. E nossa cidadezinha precisa de um software para gerenciar a prefeitura.
Aliás, meu amigo conseguiu o meu voto justamente porque me garantiu que ele contrataria o meu software para a gestão da prefeitura.
E, mesmo com a lei prevendo mecanismos para evitar que o meu amigo me favoreça, ele "dá um jeitinho brasileiro". Criam-se leis complementares. Vírgulas na lei principal para que eu seja beneficiado de alguma forma na licitação. Afinal de contas, meu amigo tem o poder, agora, de articular, criar e destruir algumas leis. Claro que, para poder articular essas leis, ele acaba devendo mais favores para mais políticos. E todos os políticos aderem ao conchavo do "eu te ajudo na lei para ajudar o teu amigo, tu me ajuda na lei para ajudar o meu amigo".

Claro que, se não dá para fazer por imorais "meios legais", eles metem a mão mesmo. O que mais tem Brasil a fora são licitações fraudulentas, licitações de fachada e licitações combinadas. Roubo premeditado, à mão armada e à luz do dia.

Só que tem um porém, agora. Não é mais vida privada. Não é mais do bolso do meu amigo que sai o dinheiro para me pagar pelo meu software. Logo, eu não preciso mais abrir mão de um pedaço do meu lucro. Aliás, como a situação toda é armada, eu posso até cobrar um pouco mais caro pelo meu software... E, como o meu amigo (prefeito da nossa amada Cafundópolis) está me ajudando a conseguir esse contrato, nada mais justo que eu continue dando o "desconto de amizade" para ele. Mas, como eu estou cobrando até mais caro que o normal da prefeitura, e não dele, o "desconto de amizade" se transforma em um presente que eu dou para ele, todos os meses. Pode ser uma grana depositada na conta dele (vinda diretamente do valor "a mais" que a prefeitura está me pagando pelo meu software, etc...).

Bem, aqui acaba a estorinha. Foi só um exemplo. Há muito mais modos que os políticos usam para roubar. Há o uso indevido da máquina pública (tem parlamentar usando aviões do Governo para viagens pessoais...). Existem as leis aprovadas para benefício próprio (Para que os parlamentares precisam de DEZENAS de assessores?). Obras desnecessárias feitas só para a empresa do amigo ser vencedora da licitação e vender produto de qualidade duvidosa mais caro do que o mercado, para o Governo... A lista é longa.
Deixa eu ver se entendi: A Presidenta da República tem um gabinete, que emprega um chefe de gabinete. Mas esse chefe do gabinete da Presidenta tem o seu próprio gabinete. Então, o Gabinete do chefe do gabinete da Presidenta da República emprega um chefe de gabinete? Que nome bonito para "Secretário do Chefe de Gabinete"!

Mas o "como" é sempre o mesmo. Amigos. Favorecimentos. Escolha do mais próximo, em detrimento do melhor.

E a farra é financiada pelos impostos excessivos que os próprios políticos fazem com que a população pague, todos os dias. Literalmente, os políticos tiram dinheiro de quem não é amigo deles, para dar para seus amigos. E, quando os impostos não chegam, o Governo simplesmente "imprime mais dinheiro" e coloca em circulação, causando inflação.

Para você que não sabe, o dinheiro que existe em um país é o total do esforço de trabalho de todas as pessoas da nação. Eu sei, esse total do esforço de trabalho da população é muito difícil determinar. O Governo tenta descobrir o valor deste dinheiro - com cálculos complicados e indicadores que são noticiados nos Jornais - para disponibilizar em circulação, seja imprimindo moeda de papel ou liberando empréstimos controlados via dinheiro eletrônico, das transações entre bancos.
Quando a quantidade de papel moeda e dinheiro eletrônico estão abaixo do resultado do esforço de trabalho da população, há a deflação. O dinheiro é raro, ninguém quer gastá-lo. Os empresários baixam os preços para tentar conseguir algum dinheiro (às vezes até abaixo do preço de custo da produção), ficando sujeitos à falência. Acontece a depressão econômica e o mundo como conhecemos pode realmente acabar caso isso aconteça.
Menos pior é manter a quantidade de papel moeda e dinheiro eletrônico um pouco maiores do que o resultado do esforço de trabalho da população, de modo controlado. A famosa "meta de inflação". Quando o país erra muito feio e passa dessa meta, então a moeda se desvaloriza. É o mercado tentando dar o verdadeiro valor ao dinheiro a mais que está em circulação. Se há 20% a mais de moeda circulando do que o total de esforço de trabalho da população, então R$1,00 não vale mais "um reáu". Esse "um reáu" valerá só R$0,80. Só que ainda está impresso R$1,00 na cédula. Então, para compensar a quantidade de moeda a mais, os empresários - instintivamente - passam a cobrar R$1,20 pelo produto que, antes, custava R$1,00. Assim, a cédula de R$1,00 passa a custas "um reáu" que, na verdade, são só R$0,80...

E o que faz o dinheiro valer menos? A ação consciente do Governo em imprimir mais dinheiro do que o que existe na economia.

Ou seja: além de te cobrarem impostos caríssimos, ainda desvalorizam o teu dinheiro, para poderem roubar só um pouquinho mais!

O FHC pode ter roubado muito. Mas, pelo menos, fez com que os políticos parassem de nos roubar na inflação... O Mecanismo usado pelo FHC para tirar dinheiro do mercado foi o de lançar pedidos de empréstimo do Estado. Títulos Públicos. O Governo pede emprestado hoje, para quem quer que queira emprestar o dinheiro (olha no site da Caixa, tem lá e você pode emprestar dinheiro para o Governo...). Esses títulos podem ter prazo de até décadas. E, no final, a promessa de pagamento é generosa. Algo como "tu dá R$100,00 hoje e ganha R$300,00 daqui vinte anos, corrigidos". E esse dinheiro todo que o Governo pegou emprestado é guardado. O Governo não sai usando, porque acabaria colocando o dinheiro em circulação, gerando inflação novamente. Por isso o FHC "endividou" tanto o Brasil. E por isso que essa "dívida" toda é boa. Ruim foi terem imprimido dinheiro demais, antes. E o dinheiro, uma vez impresso, não some mais. Nem através de confisco das poupanças, como o Collor fez...

Para fazer a Copa do Mundo, através do "Bolsa Família", do "Minha Casa, Minha Vida", de infindáveis linhas de crédito do BNDES e dos aumentos irreais que os políticos se deram, o PT acabou imprimindo muito mais dinheiro do que o resultado do esforço de trabalho do povo brasileiro. O resultado? Inflação que se refletiu no tomate, na cebola, na erva mate, em mais produtos que eu não lembro... até chegar na passagem de ônibus metropolitanos.

Tudo isso para que os políticos pudessem beneficiar o amigo. E, é claro, serem beneficiados de volta por estes mesmos amigos. Uma mão lava a outra. É uma festa que NÓS pagamos, mas não fomos convidados. Quer dizer, nem todos nós. Os políticos e os amigos de políticos são brasileiros, são do povo e estão lá se divertindo. Esses brasileiros foram convidados e, com certeza, aumentaram suas contas bancárias. O filho do Lula, por exemplo. Ele não foi eleito a nada. Mas, em menos de oito anos passou de funcionário de zoológico a empresário milionário. Isso que é mobilidade social!

E esse, amigo, é mais um dos motivos pelo qual EU seria um excelente político, sabe?
Começa porque eu não minto mais. Nem quando a bomba vai estourar no meu colo.
Passa por eu entender (de verdade) de filosofia, ética, moral, economia, relações internacionais, administração, contabilidade, educação, segurança pública, planejamento urbano, transporte, logística e sistemas de informações.
E, como cereja do bolo, tenho meia dúzia de amigos, só. Conhecidos tenho vários. Mas pessoas a quem beneficiar caso eu tivesse algum poder? Não caberiam em uma mão. E eu tenho certeza que todos os meus amigos (até você) são pessoas do mais alto garbo. Gente consciente, daquelas que se sentiriam horrorizadas caso eu propusesse uma situação em que vocês saíssem ganhando muito em troca de quase nada, às custas dos cofres públicos. Eu tenho poucos amigos porque escolho muito bem quem eu quero à minha volta. Aliás, escolhi vocês justamente por serem pessoas com qualidades superiores.

Mas, né? Como o povo não votará em mim, amigo, pelo menos fica a dica. Parar de votar em quem tem muitos amigos. Em quem já vendeu a alma - dada a quantidade de promessas - para se eleger. É cargo para o filho de um, contrato com a empresa de outro, lei para favorecer o tio daquele outro...

Voto tem que ser dado pelas ideias, qualidade e capacidade do candidato. Quem vota em candidato corrupto é claro que será comandado por um político corrupto.