sábado, 31 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011.

2011 foi um ano jubilado para a humanidade, se você tem mais que dois neurônios habitando seu cérebro.

A ciência ganhou demais em 2011. Quase todas as áreas.

Visualizamos, pela primeira vez, um elétron, em uma "foto" de uma molécula.
Já possuíamos outros Colisores de Hádrons, mas colocamos para funcionar a maior ferramenta que o ser humano já conseguiu construir. E, em pouquíssimos tempo de uso, ela abriu tantas perguntas e nos deu tantas respostas, que os maiores intelectos humanos, auxiliados pelos melhores super-computadores, demorarão anos para decifrar, na totalidade, todos os dados obtidos só com a primeira experiência. Mas não foi tudo.

Depois de várias experiências, conseguimos restringir o bóson de higgs a um espectro específico. Estamos restringindo o lugar onde podemos encontrá-lo. Essa partícula é o que, teoricamente, atribui à todas as outras partículas as características da matéria. Massa, peso, dificuldade para se tornar onda, facilmente. Quando conseguirmos manipulá-la, assim como manipulamos, já, elétrons, nêutrons, prótons e outras partículas, imaginem o que poderá ser feito! Criar e desintegrar matéria! Uma máquina como à dos Jetsons, onde apertamos um botão e, em segundos, um prato delicioso é criado "do nada", lá dentro, acabaria com a fome mundial! Lixo? Um desintegrador de resíduos transformaria todo material que demora séculos para se decompor em partículas sub-atômicas, instantaneamente!

(Veja a partir dos 30 segundos!)

Descobrimos primatas jamais vistos, em florestas da Indonésia! E o homem, no ápice do egocentrismo, acha que está destruindo o mundo...

Descobrimos milhares de mundos novos. Alguns que devem ser muito parecidos com a Terra. Falta, mesmo, é conseguirmos nos acelerar em segurança, para que as viagens exploratórias até estes novos mundos sejam viáveis. É a necessidade de melhorar o nosso hardware, para que acompanhe o que o software do sonho humano, permitindo que o utilizemos em sua totalidade.

 Mais uma vez, porém, o mundo foi assolado por um terremoto grande. Seguido de um Tsunami. Sabiam que o pior em tsunami em uma cidade, não é a velocidade ou temperatura da água? O problema é que a água derruba postes. E, como a água invade rapidamente e conduz a eletricidade, muitas pessoas morrem eletrocutadas. Mas enfim. O Tsunami não poderia, ao meu ver, ter atingido um lugar melhor, no mundo. Sei, a frase é triste. Mas, já que ocorreu, que bom que foi no Japão. Entendam: O mundo está em crise econômica (já entro nesse assunto), acontece um terremoto que, por si só, já é destruidor. Na sequencia, uma onda gigante invade dezenas de cidades costeiras, terminando de arrasar tudo. Um dos lugares arrasados é uma usina nuclear de enorme capacidade. E, mesmo assim, mostrando o que é "ser gente", os japoneses, com toda determinação e educação que só eles têm, dão a volta por cima. Sem chorôrô. Sem comoção internacional. A ordem reina entre os desabrigado, desamparados, descamisados, esfomeados e sem-rumo. DINHEIRO ENCONTRADO NA RUA É DEVOLVIDO NOS BANCOS! A Usina Nuclear? Danos mínimos, devidamente contidos e até com a possibilidade de concerto para voltar a funcionar plenamente. Entendam: Devastações proporcionais ocorram na Indonésia, Haiti e Chile, na última década. Alguns dos locais afetados ainda sequer conseguiram limpar tudo! Quanto mais reconstruir todos os casebres! Nem chegamos à infra-estrutura. E o Japão já conseguiu arrumar e limpar quase tudo...

Aí, entra uma coisa que, em 2011, ficou claro demais para mim: Estamos ficando cada vez mais agressivos. Parece que algo despertou o pior nas pessoas, na última década. Talvez tenha sido o anonimato da Internet. A sensação de impunidade da web talvez tenha irrompido os dispositivos e chego, finalmente, ao dia-a-dia. Troll's andam à luz do dia, cada qual tentando hackear o seu lugar, sempre às custas alheias. Isso gerou várias coisas, esse ano. Talvez, para mim, a mais traumática tenha sido o idiota que quase me atropelou na calçada. Mesmo assim, reagi com bom humor. Mesmo assim, ele queria brigar comigo. O mundo inteiro anda assim. Meio nervoso, meio receoso. Todos queremos ser reconhecidos, amados, nos cercarmos de amigos. Mas ninguém quer contato e intimidade com ninguém. Complicado.

Talvez o ápice negativo disso tudo seja a crise econômica mundial. Algumas pessoas subsidiaram políticos para que uma brecha fosse aberta. Com um mecanismo totalmente safado legalizado, fizeram dinheiro que não existia, irresponsavelmente. Para essa meia dúzia de pessoas enriquecerem, bilhões foram afetadas. É o colapso do capitalismo: "Quando o último grande peixe engolir o último peixe média, sobrará somente um único grande peixe com o estômago distendido..." Agora, o mundo está se apoiando nas economias emergentes, ingênuas e infantis. Assim como os pais atacam a poupança feita para o colégio dos filhos, quando as coisas não vão bem.

Isso me faz lembrar de uma passagem que ocorreu no Twitter, nesse ano. Postei só o trecho de música "I don't care, if you don't". Tinha um significado. Pensei que NINGUÉM fosse compartilhar ele, comigo. Quase uma mensagem codificada, que esperava que NINGUÉM decifrasse. Eu ia ficar ali, desapontado com o mundo que não me entende e feliz por constatar que a minha perspicácia, talvez, fosse maior que a de todos...
Mas o Robson notou. Perguntou para mim se o trecho fazia menção à música do GreenDay, "Jesus of Suburbia", ou à música do The Cure "Let's Go to Bed". Bem. Fazia menção às duas.

Sei lá, A música do GreenDay é de hoje. Uma música pesada. Fala sobre a degeneração total da sociedade. Justamente dessa distância que estamos tomando uns dos outros. "I don't care if you don't" é quase como um grito de "to pouco fodendo para qualquer coisa que acontecer com o mundo, se você não estiver, também." Descaso puro, destilado com ignorância.
Já a música do The Cure é um pacto. Uma promessa. Envolvimento total. Ambos fizeram uma coisa, juntos. E  "I don't care if you don't" significa mais um "se você concordar comigo, eu concordo contigo".
Para arrematar, a frase em si já mostrava o meu próprio sentimento. Se ninguém notasse, eu não estaria nem aí. E acho que é esse comprometimento com o mundo que está faltando. 2011 fez eu parar de sentir até vindo dos EUA esse sentimento de que "essa Terra é minha, e eu tenho o dever de defender e cuidar dela direito". E não tem "Ocuppy Wall Street" que me faça desfazer esse sentimento. Esses manifestantes não querem concertar nada. Só querem que o poder seja transferido, não distribuído.

Talvez o haja um ponto positivo, pelo menos. A primavera árabe foi uma boa notícia. Atrasada uns 500 anos mas, mesmo assim, uma boa notícia. O mundinho Muçulmano é foda. Dominados por um fundamentalismo estúpido, que insiste em confundir o Estado com a Religião. Ditadores são a representação de seu Deus na Terra e fazem chover em seus países ricos à base da exploração de qualquer bem natural que possa ter algum valor. de metais e pedras ao petróleo, do turismo à tecnologia de ponta. Mulheres sendo humilhadas, pessoas sendo julgadas através de um código no mínimo duvidável e com punições que violam qualquer um dos direitos humanos estabelecidos pela ONU.
Mesmo nesse mar de lama, um vendedor informal conseguiu plantar uma revolta. Depois de ter suas frutas apreendidas por um fiscal que seguia leis idiotas, o vendedor se imolou em no meio da rua. Morreu, alguns dias depois. Mas esse gesto de súplica por liberdade mudou a maneira de muitas pessoas pensarem. Em 2011 inteiro várias ditaduras Árabes caíram. E muitas outra vão cair. Falta, é claro, que o esclarecimento volte a este povo e eles consigam dissociar política de religião. É um passo grande. Mas, quando for dado, passarei a ter algum respeito por eles, pois eles conseguiram contribuir de verdade para com o mundo.

Falando em contribuição, profissionalmente e pessoalmente, 2011 foi espetacular, para mim. Eu que pensava que 2010 havia sido bom e que eu já estava no emprego ideal, fui para um melhor! Onde posso realmente fazer a diferença. Onde estou me esforçando todos os dias para que eu possa me sobressair profissionalmente, despontar mesmo!

No plano pessoal, aluguei meu primeiro apartamento. É simples, pequeno, Estou nele há três meses, mas ele já está sendo montado. Até internet já tenho! Com mais um tempinho, ele vai ficar 100%. É a vida se arrumando, finalmente, para mim.

Se arrumando que nem Novo Hamburgo e o RS. Lembra que eu havia dito que é bom votar no mesmo partido para todos os cargos? Então. Mesmo tendo copa em POA, Nóia teve muito mais investimentos federais do que a capital gaúcha! É o que acontece quando as pessoas são inteligentes, diferente da população de uma certa cidadezinha do sul de SC.

No esporte, o Campeonato Brasileiro virou piada. O favorecimento a certas equipes com a manipulação feita pelos juízes é pública e notória. Quando vamos ter arbitragens como as dos esportes Norte-Americanos, que revisão na hora o lance e decidem pelo justo, não pelo que falaram pela primeira vez. E não me venham com "ah! mas vai parar o jogo demais!". Regras podem ser instituídas para que não se pare o jogo por qualquer lateral e, até o início dos anos 90, o GOLEIRO ia buscar a ÚNICA bola que servia ao jogo, onde quer que ela fosse, quando ia para fora... Sim, é por isso que, ainda hoje, jogadores levam cartão por chutar a bola pra longe... mesmo tendo um milhão de bolas em volta do campo para repor rapidamente. Essas regras furadas precisam ser revistas, para que as máfias acabem logo. E bobo é quem aposta em futebol. Os resultados são manipulados para que "Ricardos Teixeiras" da vida apostem e ganhem dinheiro dos bobos que pensam que é tudo decidido na capacidade, habilidade e sorte.
Pelo menos meu time parece que engrenou. Um título internacional por ano desde 2006. Mesmo que seja só a Recopa. Contas sendo postas em dia, nenhum grande jogador sendo vendido por necessidade de fazer caixa, possibilidades de grandes contratações sem precisar adiantar receitas de TV, como TODOS os outros grandes clubes têm feito. O Inter só vai melhorar!

O nosso Pais continua um trem que parece desgovernado, mas sabe bem para onde vai: para o caminho dos desvios de dinheiro do fundamental para os bolsos dos corruptos. Eles mantém o povo na ignorância, no BBB, na novela, no massacre de alunos por um lunático, engarrafados no dia-a-dia de estradas feitas para uma população de 1960, mas com uma frota de 2020, enquanto ficam livres para tentarem criar mais Estados só para aumentarem o número de cargos e onerar mais ainda a população com impostos irreais. E ainda pagamos mais de juros de dívidas do que, propriamente, investindo no futuro.

2011 também foi um ano frio. E isso foi bom. Para 2012, mais frio, pode ser?
Além disso, uma Mega da Virada cairia bem.

 Um baita 2012 para todos!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Resident Evil Fest!

A Capcom revelou hoje que realizará no início de 2012 um evento especial para comemorar o 15º aniversário de Resident Evil, que é, atualmente, uma de suas maiores franquias.

A comemoração, batizada de Resident Evil Premium Party, será realizada em 20 de janeiro em algum lugar do distrito de Shibuya. Ele trará versões jogáveis de Resident Evil: Revelations e contará com aparições de desenvolvedores da série e outros convidados. Segundo a empresa, os convidados levarão para casa brindes raros e especiais.

Apesar de o evento ser direcionado para a imprensa e parceiros da Capcom, ela revelou que convidará alguns membros do fã-clube oficial de Resident Evil. No total, serão 96 fãs convidados - uma referência ao fato de que a franquia teve sua estreia em 1996.


Não foi nem uma, nem duas noites que eu passei em claro, virando Resident Evil ou Resident Evil II.
Com certeza, dois títulos que estão entre os 10 melhores jogos de todos os tempos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Imortalidade


Uma das coisas que mais me intrigam é, sem sombra de dúvidas, a linha de vida dos conceitos que temos estabelecidos, hoje.
Todo o ciclo de vida de uma idéia que perdura é algo que me causa fascinação, e busco tentar dissecá-lo sempre.
Depois de algum tempo pensando, creio que consegui resumir toda a vida de um conceito em quatro etapas de um processo cíclico: SONHO, REALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO E MANUTENÇÃO.
O SONHO é a primeira etapa. Nesse momento, o indivíduo concebe algo novo. Algo que jamais fora pensado, anteriormente. Creio que seja o momento mais importante de todos porque, sem a idéia inicial, todo o conceito jamais existiria. Seja uma simples combinação não tentada, ainda, de idéias já existentes, seja somente olhar para uma idéia com outros olhos ou criar algo a partir do zero, esse momento define pelo que se lutará daqui a diante.
A REALIZAÇÃO é o segundo passo. Nós, seres humanos, tendemos a acreditar apenas em coisas que possuem comprovação. (Tá, eu sei, a religião não se aplica aqui.) Não basta largar uma idéia no ar e pensar que ela irá conquistar adeptos e perdurar, sozinha. É preciso que haja algo tangível e concreto para que o sonho tenha sustentação para ser defendido. Esse é o momento em que a loja abre, o primeiro objeto da invenção fica pronto, a primeira prática funciona.
A DISSEMINAÇÃO é o terceiro passo. Ótimos sonhos se tornaram realidade. Mas, sem a disseminação, ficaram estancados nas redondezas de seu local de origem. Ou seja, pouco importa se a idéia é boa e já está funcionando: o mundo precisa saber dela, para que ela se torne famosa!
A MANUTENÇÃO é o quarto passo. No nosso mundo globalizado, milhares de sonhos realizados explodem em fama todos os dias. Mas, para que haja a real imortalidade, um sonho realizado e famoso precisa da manutenção adequada. Assim, criam-se conceitos seculares, milenares!
Enganam-se quem pensa que a imortalidade é encontrada na religião. Jesus Cristo, Maomé, Buda, entre tantos outros profetas, não são imortais por serem filhos ou amigos chegados de algum Deus. Eles são imortais porque, mesmo depois de sua morte, seus argumentos continuam vencendo argumentos alheios, convencendo as pessoas e criando gerações e mais gerações de seguidores. A frase “crescei-vos e multiplicai-vos”, basicamente, é uma ordem para que as pessoas que “compraram” a idéia do Cristo ficassem mais numerosas do que as que não acreditavam, tornando-se a maioria. E a maioria (que nem sempre está certa) sempre vence!
Já dizia o ditado que “as idéias não morrem, quem morre é que defende as idéias”. Enquanto acharmos uma boa idéia beber Coca-Cola, essa idéia irá perdurar. A empresa continuará a fazer mais e mais propagandas para nos convencer disso, muito embora o criador da bebida já deva até ter falecido!
              Enfim, para que um ser humano alcance a imortalidade, basta que deixe um legado tão eterno quanto suas pretensões. Tutan Camon – um pirralho de cerca de 20 anos – é conhecido até hoje por causa de sua pirâmide. Sonho, Realização, Disseminação e Manutenção.
                Thomas Edison, com sua determinação implacável sendo recompensada com o primor da lâmpada, é outro que coloca à prova a teoria. Sonhava, era determinado em efetuar o sonho, disseminava e mantinha. Não por acaso tem um enorme número de patentes sob seu nome, que ajudou a raça humana a evoluir muito, tecnologicamente.
                Evidentemente que há os acasos. Mas eles são imprevisíveis. Não podemos atribuir métodos ao que acontece determinado pela sorte.
              Portanto, amigos, se querem alcançar a imortalidade, criem algo diferente. Façam algo único, notável. Sim, todos podemos. Todos temos o potencial para dissecarmos algo do nosso interesse, nos tornarmos notáveis em nossa área e, no final das contas, criar algo totalmente novo que nos transforme em referencias, durante o tempo.
              A pergunta é: se entregar à roda-viva fácil, de trabalho sem nexo e consumismo, ou encarar o trabalho árduo, de fazer a diferença?

Ser bom é mais do que Ser bom.


Hoje, Eu recebi um texto que, a princípio, fora escrito por um médico. Em sua dissertação, este médico compara seu ofício com o do seu cabeleireiro. Nos mínimos detalhes, inclusive. Em seu texto, compara desde a “clientela”, despesas, obrigações, qualificações e aprimoramentos até o impreterível desfecho do salário.
Em um primeiro momento, fiquei compadecido com a causa do médico. Sim, ora bolas, onde já se viu um médico e um cabeleireiro receberem o mesmo pelo atendimento - que são executados mais ou menos no mesmo tempo. Porque, com certa razão, o médico passa muito mais tempo estudando. E estuda uma matéria muito mais difícil. E a atuação do médico é – geralmente – decisiva, nas nossas vidas. Seus “clientes” literalmente morrem, caso o médico não esteja plenamente preparado para o atendimento.
Texto perfeito, então?
Bem, estava eu voltando para casa depois do dia de trabalho quando, na rua, vi uma mulher comentando – de forma efusiva – como era um ABSURDO (com gestos e tudo o mais) que um cabeleireiro ganhasse mais que um médico.
Pronto, sinal vermelho triplo aceso. Passei a pensar no assunto.
Primeiro, passei a criticar os argumentos do texto. Uma consulta não custa tão pouco quanto o indicado. E cabeleireiro femininos até podem cobrar tão ou mais caro do que o que o texto indica. Mas cabeleireiros masculinos são muito mais baratos.
Mas o que me deixou mais intrigado foi o que o texto não falou.
A responsabilidade das profissões, principalmente. Se um cabeleireiro chega a ganhar mais que um médico, só posso imaginar que a degeneração da sociedade – do ter sobre o ser – chegou a um ponto absurdo. Mas, pensando seriamente, é justamente o contrário.
Até entendo que operar a medicina seja estressante. Uma vida no limite. Cada decisão de um médico é sucedida de vida ou morte. Muitas vezes com maiores chances de morte que de vida. E, nós, seres humanos, simplesmente abominamos a idéia de entes queridos morrendo. Um médico não tem espaço para o erro e, quando erra, perde tudo o que conquistou. Esse fio da navalha faz dos médicos a figura carrancuda que o filme Patch Adams tanto satiriza. E confesso que acho justo. Com a morte batendo à porta todos os segundos do dia, não há como um ser humano manter o bom humor, alto astral, jogar conversas fora e, enfim, aproximar-se do paciente.
Muito pelo contrário, em nosso mundo cada vez mais sistemático e frio, são raras as oportunidades que temos de encontrar alguém que converse conosco. Alguém que, nem que seja por interesse direto e claro, nos dê ouvidos, retribua com bons argumentos, conselhos e idéias e, no final, fique realmente íntimo.
Quer queira, quer não, o encontro mensal que temos com nossos cabeleireiros é, realmente, um encontro marcado com um amigo. E não há forma de ilustrar isso melhor do que os salões de beleza, onde dezenas de mulheres vão fazer processos que não precisam, só para colocarem as fofocas em dia, socializar, encontrar amigas, repor as forças.
Sim. Estou falando que, de certa forma, somos fiéis aos nossos cabeleireiros mais porque precisamos conversar com pessoas que consideramos próximas, do que, propriamente, para cortar o cabelo.
Enquanto aos médicos? Sinceramente, eu sou uma pessoa que espero não precisar ver médico algum, profissionalmente, nunca. O único médico que, de uma forma ou de outra, gostaria de ver de vez em quando, é um amigo de RPG que está em sua fase de residência.
Bem, mas diriam os mais indignados que, friamente, continua sendo um absurdo os cabeleireiros ganharem mais por hora do que os médicos. O problema monetário, aqui, são os extras.
Você vai ao cabeleireiro. Espera lendo um jornal, uma revista, jogando uma conversa distraída fora com o próprio e os demais que esperam. Se tiver sorte, até assiste a algum bom programa de rádio ou televisão. Quem sabe até um wi-fi dando sopa! Chega a sua vez, lava o cabelo, toalha quentinha, corte para agradar a auto-imagem, seca o cabelo, talco ou colônia, penteia e coloca gelzinho para arrematar o bom serviço. Satisfação garantida, até R$20,00 bem gastos.
Você vai, agora, ao médico. Secretária sempre chata. Até pode ser gostosa, embora geralmente não seja, mas sempre chata. Atende-te como se fosse gado. Você paga meses de plano de saúde porque não confia no INSS (que tu paga também), e a secretária te olha torto quando queres usar o plano. O ambiente pode até chegar a ser bonito, mas sempre é frio, estéril. Se você tem sorte, fica sozinho com as revistas, em um silêncio sepulcral que precede a consulta. Se tiver azar, há alguém com algum problema que vem “chorar” no seu ombro. O médico sempre atrasa. E isso sempre é chato. Afinal, já está angustiado, aquele não é um bom lugar e, para complicar, ele atrasa! Enfim, o médico te atende. Ele já viu tanta merda no dia, que já não agüenta mais. Mas te atende. Faz perguntas, exames rasos, finge que te ouve e, no final, pede milhares de exames. Em qualquer outra profissão, se tu não resolveu o problema, tu não recebe. Mas os médicos? Querem cobrar só para escutar qual é o teu problema. Bem, pagaste a primeira consulta e, agora, vais pagar pelos exames. Quando recebe o resultado dos exames, já passou um mês. Tem gente que morre, antes. Aí, tu volta para o médico para, enfim, ele começar a descobrir o que fazer para resolver o teu problema. A secretária escrota quer te cobrar, novamente. Porra! O paciente nem sabe que doença tem, já pagou uma grana do cão com a primeira consulta + exames e... tem que pagar para servir de Office-boy, entregando os exames ao médico? Tá... Paga... O médico vê os exames e diz que tu tem que tomar uma penca de remédios. E que tu tem que voltar no próximo mês.
Compras os remédios que, sozinhos, custam o dobro do que já gastou até agora.
Um mês e, não raro, há a volta, para o acompanhamento que, evidentemente, é cobrada, novamente.
Todo esse roteiro ainda é feito com você sofrendo com dores ou, na melhor das hipóteses, apenas angustiado com a moléstia que lhe acomete.
Resultado? R$20,00 para dar um tapa no visual, botar a conversa em dia e, na nossa sociedade fútil, recriar sua identidade, de um lado. Do outro, gasto de mais de R$1.000,00 para ter um problema de vida e morte nem sempre resolvido.
Creio que o que falta é uma abordagem diferente, mesmo. Os médicos, antigamente, visitavam a casa dos seus pacientes. Iam, nem que fosse para uma conversa, uma xícara de café. Consultavam a família inteira, verificavam a saúde de todos e, com esse vínculo, eram plenamente reconhecidos, como exigem, agora, nossos médicos “linha de montagem/fast food”.

E isso faz pensar nas outras funções e até na minha própria. O quanto negligenciamos o "bom dia" e partimos direto para os "finalmentes" das metas absurdas que nos impõem.

Gatos. TudiBão II


lol!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Minha Atual Realidade.


A diferença é que eu não tenho PC.
E que o PC dela é, na verdade, meu.
E que, no final das contas, ela ainda acha justo ficar com ele.

Depois, ainda queria ir pra minha casa pagar de "está tudo bem, não entendo porque tu tá emburrado"...

O único consolo é saber que, não tivessem me ROUBADO, não teriam NADA.
Porque, simplesmente, não são humildes o suficiente para dizerem que não sabem se administrar e, por causa disso, nunca têm dinheiro para investir em patrimônio algum.
Aliás, já tiveram dinheiro, sim. Quando venderam a casa para gastar todo o dinheiro só em BOBAGENS!

A diferença? Eu sei que consigo me erguer do nada. Eles, sabem que, sozinhos, só vão afundar cada vez mais.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ele está entre nós!

Oo


Saudades


A verdade é que eu sinto saudades.
Muito mais do que as saudades do cheiro, do sabor, do tato, do som e da imagem, sinto saudades da sensação do coração pulando, de encontrar o lugar em que ninguém nos verá, de fazer algo (que todos vão saber) que só nós dois vamos saber, depois, que fizemos. Da brincadeira, da descontração, do olhar que toca no fundo da alma.
Perco de vista tudo o que me fez mal e fico pensando em tudo aquilo que não se realizou porque o matamos no dia-a-dia.
Fico com ares de pêsames pela conversa não tida, pelo sorriso não dado, pela mão não pega...
Eu sinto saudades dos teus cabelos, hora loiros, hora castanhos, hora negros... Dos sorrisos, hora abertos, gigantes, espontâneos, hora tímidos, olhando de baixo para cima, como um felino prestes a dar o bote, hora irônico e debochado...

O ponto é que sinto saudades de cada pequena coisa boa que me aconteceu. E como minha memória não tem espaço suficiente nem para o básico indispensável, as coisas ruins são eliminadas naturalmente, quase que instantaneamente. Não: o fato de eu não guardar rancor não é intencional ou por ser uma boa pessoa. 

Assim, passo uma boa parte da minha vida pensando nas coisas boas e imaginando o quanto teriam sido fantásticas, caso tudo se encaixasse perfeitamente.

Só que essas horas de boas lembranças me causam um mal estranho e diferente. Não lembro das coisas ruins e, portanto, não sofro duas vezes pela mesma coisa. Só que todos esses caminhos bons que foram soterrados a sete palmos me causam um penar muito grande. É quase como um luto por todas as coisas boas que não chegaram a acontecer, porque foram abortadas.

E isso é o que me faz refletir tanto antes de dar respostas definitivas; dizer um "não" é matar tudo o que poderia ter acontecido, caso tivéssemos dito "sim". Assim como dizer um "sim" mata toda uma linha de ações que aconteceriam caso nossa resposta fosse um "não".
Fico imaginando cada uma destas possibilidades quase como se fossem vidas paralelas, que acontecem enquanto eu estou aqui. Como se eu mesmo fosse uma linha alternativa dos outros "eu's", que deram respostas diferentes para as mesmas perguntas que eu respondi.
Acho estranho me achar uma probabilidade, só um dos volantes de mega-sena preenchidos, para cobrir todas as possibilidades.

Em algum universo paralelo, eu devo nunca ter saído de POA... Em outros, posso ter ido a bilhões de lugares diferentes de Criciúma... Posso estar morto, pobre, louco ou podre de rico. Isso tudo com eventos diferentes dos que eu criei na minha vida.

Mas, no final de tudo, é bom estar aqui, agora. Porque, de verdade, não importa onde poderíamos estar. Sentir-nos vivos com o que temos é sempre a melhor sensação possível.

Att.
Arthur Tavares
"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

As verdades que os homens contam


Sílvio acordou, espreguiçou-se, apertou os olhos e viu sua namorada, Fátima, uma feminista convicta,
com um sorriso no rosto e um belo café da manhã na cama.
- Puxa, obrigado!
- Você merece, querido. Em seguida prepare-se pra receber o melhor boquete da sua vida!
- Um boquete? Você nunca fez isso em mim!
- Ah, mas você merece!
Após tomar um café da manhã digno de reis e receber o melhor boquete que já tinha recebido na vida,
Sílvio foi surpreendido com uma massagem. Em seguida, saiu pra trabalhar mais feliz do que nunca.
Por volta das 11 horas, um entregador chegou em sua mesa e deixou-lhe uma encomenda. Era um presente
da sua namorada:
- Caramba, uma cerveja, um saco de amendoim e um DVD de Rambo 1. Que presentaço!
A tarde, recebeu um SMS dela que dizia apenas “Te amo, gostoso!”. O ego dele foi às alturas.
Ao chegar em casa, recebeu uma ligação:
- Vamos sair para jantar hoje?
- Tudo bem, vou me arrumar.
- Ok! Eu já estou quase pronta, vou passar aí pra te buscar e ficar esperando.
Sílvio estava tão satisfeito que nem reparou que ficou 2 horas no banho e demorou mais 1 hora pra
decidir com que roupa sairia pra jantar. Fátima esperava na sala e perguntou:
- Está pronto, querido?
- Sim, vamos indo!
E saíram pra jantar. Ao chegar no carro, Sílvio ficou parado na porta do carro. Fátima ficou do lado do
motorista, sem entender.
- Bem que você podia abrir a porta pra mim, né?
- Desculpa amor, esqueci.
- Obrigado, assim fica mais romântico.
Ao chegar no restaurante, Fátima puxou a cadeira pra Sílvio sentar e passou a noite inteira elogiando-o,
dizendo como ele era importante pra ela e como ela o amava. Fátima pagou a conta e depois disso foram pra casa.
- Podíamos finalizar a noite fazendo aquele sexo bem gostoso, que tal?
- Melhor não, querida. Me deixe em casa, estou com dor de cabeça, acho que bebi vinho demais.
- Tem certeza?
- Tenho, e você tem que acordar amanhã cedo pra ir fazer seu alistamento no Exército, lembra?
- Ah é, verdade.
- Ah, e não esquece de trocar o pneu do meu carro quando puder. Em seguida leva ele pra fazer a revisão, que tá precisando.
Fátima suspira, respira fundo e diz:
- Tá bom, querido, deixa comigo.
- Um beijo, não esquece de tirar o lixo antes de ir pra sua casa.
- Ah, Sílvio, esqueci de dizer uma coisa.
- O que foi?
- Acho que vou parar com essa história de feminismo.
- Por que?
- Sei lá, andei pensando e vi que esse papo de direitos iguais não tá com nada…





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Esse conto não é meu. É do Marcel Dias:

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Se não for isso, o que será?"

Em apoio ao projeto Pasárgada.


Todos sabem. Nasci em Porto Alegre, mas cresci em Santa Catarina.
Foi em Criciúma - uma cidade de médio porte - e Balneário Gaivota - prainha semi-deserta, exatamente no fim do mundo - onde criei amizades, onde cursei o colégio e onde aprendi a ser gente.

Nos anos que vivi em Santa Catarina, aprendi as coisas do currículo de lá. Sei onde fica Xanxerê, mas me perco quando perguntam onde fica Passo Fundo.

Porém, Porto Alegre NUNCA saiu da minha mente. Tanto que, bastou ter uma remota possibilidade e eis-me aqui, em Novo Hamburgo, a um mísero passo de voltar a morar na cidade que tanto amo. Não, não sou Gaúcho, sou Porto-Alegrense.

Há uma passagem engraçada em que, certa vez, fui ao Gigante da Beira Rio, assistir a um jogo do Internacional. Lá pelas tantas, a torcida começou a entoar um canto, que eu não conhecia, mas que achei LINDO. Diziam os versos, que assimilei rapidamente: "Sirvam, nossas façanhas, de modelo, à toda Terra!"

Ao acabar o canto, virei, visivelmente emocionado, para o torcedor ao meu lado e exclamei: "Como a torcida do Inter cria músicas tão legais para cantar no estádio!"
Recebi, como resposta: "Isso é o Hino do Rio Grande, animal!"

...

Tenho a música no meu MP3, e sempre me emociono ao escutá-la.

Porque será?

Historicamente, as pessoas possuem um vínculo com a terra onde nascem, vivem. 
Já escutei várias teorias a respeito do porquê disso.
Uma delas, se baseia em que "somos o que comemos". Nossa comida se alimenta dos nutrientes da terra, a nós nos alimentamos dessa comida. Logo, nós somos a terra que vivemos. Não sei bem como isso se encaixa no contexto atual de mercado globalizado. Mas a ideia não me parece tão insana.
Também já ouvi falar que há ligação com o local através do processo cultural de culto aos mortos e seus locais de sepultamento. Pessoas tendem a ficarem próximas dos locais onde seus parentes estão enterrados. Acho essa teoria meio furada, mesmo porque eu jamais tive vontade de visitar túmulos de parentes. Somado ao fato de que as pessoas mais velhas - com menos expectativa de vida - serem as mais apegadas a temas de vida após a morte e não conseguirem viajar com o mesmo vigor de anos mais jovens, só posso concluir que isso é mais um estágio da vida de certas pessoas do que, propriamente, um fato da vida.

Enfim, o que quer que nos prenda ao lugar que moramos, é inegável que temos uma associação forte ao local de nossa origem.
Reservo essa ideia para o final da receita.

Vou unir, aqui, o instinto humano. Imprescindível, ao meu ver. 
Mulheres são sedentárias. Elas, por carecerem de constituição física, na maioria dos casos, precisam da segurança que um grande número oferece. Aliado a isso, são elas quem carregam as crias, o que só as torna mais vulneráveis, precisando de um local seguro para poderem viver.
Na contramão do instinto, temos os homens, que precisam, a todo momento, provar o seu valor para, então, conquistar as fêmeas. Lembrem-se elas escolhem o melhor pai para o seu filho, pois podem ter poucos filhos durante a vida, em comparação. Assim, os homens aprendem a se aventurar, desbravar, buscar por novos desafios, espaços.
Em resumo: Nós, homens, temos, no cérebro reptiliano, o desejo de entrarmos em caravelas ou capsulas espaciais e descobrirmos novos mundos.

Então a dualidade foi instituída. Por um lado, gostamos de manter a tradição, montar o acampamento e defender a terra que amamos. Por outro lado, o horizonte convoca a caminhada, rumo ao desconhecido.

O que fazer?

Bem, é complicado responder ainda mais tendo o Brasil como lugar envolvido no assunto.
Cada lugar do mundo tem suas características, que atraem ou repelem as pessoas.
Nosso pais é, talvez, o que possa despertar maior discussão a respeito de "ir ou ficar"?

Os que quiserem ir, provavelmente, começarão a argumentação com a desassistência do nosso Estado para com os cidadãos, fruto da corrupção que nos assola. Eu vou mais além. Se eu fosse embora do Brasil, o faria pelo que origina a corrupção: a porcaria do "jeitinho brasileiro". Aquele que todos condenam e praticam, no maior exercício de hipocrisia que pode ser catalogado pela história humana. Marchamos contra a corrupção, saímos com as caras-pintadas, exigimos diretas já, nos revoltamos contra tudo e contra todos, só pelo direito ao nosso jeitinho brasileiro. "Venha se dar bem você também". Queres algo de um brasileiro? Faça parecer maracutaia. O negócio pode ser o mais honesto e laborioso que existe. Se for travestido de maracutaia, o povão adere. E gosta. E difunde. E, em pouco tempo, a porcaria do "Lojão de 1,99" está em todas as esquinas.
Essa porcaria de "jeitinho Brasileiro" é o que faz com que as pessoas não se importem com o patrimônio público. Se eu me importar, estarei perdendo meu tempo cuidando do que é de todos... 
Assim, acontecem cenas como a que presenciei domingo: "patyzinha", de roupinha da moda e fedendo a perfume a rua inteira, joga o papelzinho da balinha a 3 passos de uma lixeira. E ainda tem marmanjo que vem com a desculpa esfarrapada que "se não jogar lixo na rua, não tem serviço para os garis". Como diz a resposta clássica, morre e dá serviço para o coveiro, logo!
Não admira a internet ser o sucesso que é, no Brasil. Terra sem lei é nossa praia, mesmo.
Toda essa vontade de subir na vida sem esforço já nos torna corruptores desde sempre. E dos poucos que se recusam a serem corruptores, acabam corrompidos. E a parcela ínfima que sobra acabam como eternos frustrados, ermitões desse mar de lama.

Claro que tem gente que acha esse panorama um absurdo.
Exaltam a alegria, receptividade, permissividade, liberdade, economia, etc...
Sabe que até concordo com algumas partes?
Por exemplo, a parte econômica. Sempre ri muito das histórias das pessoas que iam para os EUA trabalharem em sub-sub empregos, dois turnos por dia, alugavam uma caminha em um albergue coletivo, mal tinham as roupas do trabalho, não saiam, não faziam festa, economizavam cada centavo que ganhavam... e, depois de anos passando o inferno nos EUA, voltavam para o Brasil com grana suficiente para comprar um carro, uma casa ou montar um negócio.
Sinceramente, nas mesmas condições, o resultado, aqui no Brasil, é o mesmo. Experimente passar anos trabalhando muito e gastando o mínimo indispensável para viver, no Brasil. Você terá o mesmo carro, casa ou negócio...
Diria eu: de modo cartesiano.
Nós estamos, também, acostumados a um nível absurdo de liberdade. Aliás, quem me conhece já sabe que nem utilizo mais esse termo, porque o conceito de "liberdade" exige compromisso, regras a cumprir e que, em qualquer momento, o alvo tenha estado "preso". No Brasil, não sabemos o que é estar - realmente - sitiado. Nunca fomos submetidos a privações desumanas. Há quem seja saudoso do nosso pior momento: a ditadura! Em paralelo, nada fizemos, realmente, pela nossa "liberdade". Não lutamos, não nos revoltamos, não tiramos nossa bunda gorda do sofá. E, por fim, não reconhecemos a dívida de qualquer contrapartida para termos tanta liberdade. Logo, toda essa capacidade de fazer as coisas, sem o devido respeito e reverência para a mesma, torna nosso povo libertino. Sim, nossos tempos são os de libertinagem. Somos crianças cujos adultos responsáveis simplesmente sumiram. E não temos uma fadinha ou um grilo para nos dizer o que é certo ou errado.
Essa libertinagem nos faz mal acostumados. E não conseguimos suportar a responsabilidade da liberdade de outros países. Logo, nosso pais é único e belo por causa disso!

Por fim, encaro o lado filosófico.

Há diversas visões para a migração. Há quem veja a grama do vizinho mais verde e ache que o paraíso é logo ali, do outro lado da fronteira. Mas se esquece que, não importa onde se vá, você é o mesmo, sempre. E você muda o mundo à sua volta. O lugar novo deixa de ser novo em pouco tempo. Temos a incrível capacidade de transformar qualquer que seja o nosso meio na concepção de lar que temos.
Mudar de vida, mudar de ares, buscar novos desafios...

Pegando os ingredientes que preparei até agora, acho que temos um dever com o nosso chão. Não importa o quão longe vamos, sempre teremos nossa terra como referência. Como pode haver paz eterna no céu, se sabemos que algum ente querido está agonizando no inferno, não é?

Fiz questão de voltar para o meu chão, faço questão de corrigir a patyzinha mal-educada, quero minha cidade cada vez mais bonita, cada vez melhor e procuro passar os valores que creio serem os corretos.

Se eu sairia do meu Rio Grande amado para morar em outras plagas? Só em extremo caso de necessidade. Mas, mesmo assim, contrariado.

"Miau"

Sério. Esse adesivo eu terei no meu carro.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Resposta


Depois de muito tempo (MESMO), hoje alguém me largou três frases que merecem resposta a respeito de um tema.
Essas três frases sequer arranharam minhas opiniões, mas, por serem ditas corretamente em uma discussão sadia, merecem a devida resposta.

O texto é longo e recomendo a leitura com atenção até o final.

Quero começar dizendo que mandar-me estudar teologia é um ataque direto de menosprezo à minha pessoa. Não falo do que não sei. Por sorte, sei de muita coisa.

A primeira frase que vou responder é a segunda, cronológica, me dita. Ela me ajudará a introduzir minha resposta:

"Religiões são fruto da fome de transcendência humana e nasceram junto com a humanidade e seu processo civilizatório"

Boa. Concordo.
Estamos aprisionados, fisicamente, no tempo da nossa existência. Sim, é uma prisão. Penso no tempo como uma prisão porque, por mais que pensemos ser livres, jamais passaremos da distância máxima que pudermos percorrer durante o tempo de nossas vidas. Imagine: Uma vida humana não é suficiente para chegar à 1/100 da distância da estrela mais próxima, fora o sol!
Talvez por isso a velocidade dê a sensação de liberdade que proporciona. Quanto maior a velocidade, maios espaço percorremos, em menos tempo. Se há algum Deus, esse Deus deve ter o controle absoluto da velocidade.
Mas esse sentimento de prisão não vem sozinho. Vem acompanhado com a ideia da inexistência que acontecerá quando o tempo de vida acabar. A morte, para nós, até que se prove o contrário, é o fim. Deixamos de ser algo material para nos tornarmos uma ideia, uma lembrança. Particularmente, minha concepção de imortalidade passa pela capacidade de nos fazermos lembrados pelos outros.
Porém, as frágeis e contraditórias emoções humanas não suportam a perda. Sim, a perda dos outros. Porque são raríssimos os exemplares da nossa espécie que pensam na própria morte como sofrimento para os nossos entes queridos.
Assim sendo, começou-se a pensar na tal "vida após a morte".

Acho essencial deixar algo claro, líquido e certo, aqui, agora: NUNCA, NINGUÉM PROVOU A EXISTÊNCIA DO "OUTRO LADO".

Desculpem-me as pessoas que acreditam. Mas as crenças são baseadas em provas circunstanciais. "Está escrito em um livro". Desculpem-me, mas Alcorão, Bíblias, manuscritos, etc... não são fontes confiáveis. E dizer que "os escritores estavam imbuídos do Espírito Santo" é muito estranho. Se esse Espírito veio uma vez à Terra, porque não veio mais vezes? Será que nossa atual conjuntura melhorou o suficiente para que Deus nos deixasse andar com nossas próprias pernas?

Bem, retomando, então as tribos ancestrais sentiam demais a perda de seus entes queridos e passaram a gerar a ideia de vida após a morte como alento para tristeza que sentiam.
E, se há uma vida após a morte, deve haver uma estrutura que a gerencie. Devem haver leis que regulem esse outro mundo. E, é claro, onde há ordem e leis, há responsáveis pela instituição, manutenção e julgamento. Logo se desenvolveram cultos ao sol, chuva, vento, mares, animais, natureza, outros seres humanos, etc...
Quando estes "outros seres humanos" apareceram, é que começou a bagunça. Ressalto que, desde sempre, as pessoas que controlaram essa comunicação divino-humano, se beneficiaram de alguma forma. Porém, foi ao antropomorfizar a figura divina, que, literalmente, "baixaram" o Deus do plano divino e trouxeram para o dia-a-dia das pessoas. Um Deus-Sol não fala. Um Deus-Trovão aparece, mas não interage. Agora, um Deus-Homem. Ele fala. Faz planos. Tem vontades. Tem opinião.
E são essas características do Deus-Homem que me desconcertam.
São essas características que fazem com que hajam - ainda hoje! - sacrifícios humanos!
São essas características que fazem com que comer carne de porco seja proibido aos Judeus!
São essas características que fazem com que muçulmanos tenham que parar a vida por vezes ao dia, só para orarem!
São essas características que fazem com que muçulmanos apedrejem pessoas até a morte, sem julgamentos!

Tudo isso em troca do que?

Bem, em tempo remotos, antes da revolução iluminista, concordo que as pessoas precisassem ser forçadas a respeitar as regras básicas de convivência (conhecido como "Pacto Social"). Aliás, concordo que hoje em dia algumas pessoas ainda precisem ser forçadas, igualmente. Ironicamente, essas pessoas costumam ter o modo de pensar de eras passadas, onde não tínhamos pensamentos iluministas para nos guiar.
Acredito, por exemplo, que tribos e povoados silvícolas ainda vivem na era do paleolítico. Consequentemente, seus costumes, filosofias e religiões estão atrelados a este tempo.
A religião das pessoas relocam-nas para o tempo onde a mentalidade predominante era a da doutrina. Assim, não é de se espantar que certos grupos religiosos tornem-se grotescamente medievais, romanos, astecas, gregos, egípcios, babilônicos e, novamente, paleolíticos.

E como a religião é algo arraigado em nosso cotidiano, essas ideias ultrapassadas são mantidas e transmitidas de geração para geração.

Assim, ao invés de não matar as outras pessoas porque é algo errado e hediondo, por pura consideração de que a vida de outrem é tão importante quanto a minha, pessoas religiosas não o fazem porque é um dos mandamentos divinos.

Mas a hipocrisia religiosa vai mais além.

Antes fosse a pura obediência cega o fato motivador da crença em religiões.
Para manter seus fiéis, vários sacerdotes criaram a ideia de punição.
Assim sendo, infernos, purgatórios, julgamentos e toda espécie de tortura foram institucionalizados e pregados. Para manter o público, foi preciso ameaçá-los!

Desde então, o bem é feito não porque é o certo a fazer; mas, sim, pelo medo do mal.
Não se engane: o Kardecista que dá cestas básicas aos necessitados só está interessado na própria salvação.

Não existem atos altruístas fora dos gibis.

Não ficaria surpreso se, na hora do julgamento, esse interesse velado fosse posto nas balanças.

"Estás enganado, fazes tabula rasa das religiões. Essas aí não são igrejas, são empresas fuleiras"

Sim. Faço pouco de TODAS as religiões, sim.
E o meu problema pessoal é que a argumentação da religião não se sustenta. Os benefícios que elas criam servem para compensar os seus malefícios.
Como bom pisciano, eu quero acreditar. De verdade. Mas, infelizmente, não consigo acreditar em algo que não possa ser comprovado.
E, somente então, notei um paradoxo. Uma piada interna. Uma mentira repetida até virar verdade:

É a ciência que é baseada na humildade, enquanto a soberba se encontra na fé.

A ciência procura as verdades. Quando acha que encontra, comemora e faz a vida de todos melhor. Porém, tudo é posto à prova, o tempo inteiro. Outro dia, afirmaram que a luz não possui a velocidade máxima no universo. Einstein, nosso exemplo de gênio máximo está sendo posto à prova. E nós, pessoas dadas às ciências, estamos exultantes! Qualquer que seja a conclusão, queremos sabê-la! Se Einstein estava errado, vamos corrigi-lo! Novas descobertas aparecerão e nossas vidas tornar-se-ão melhores! Agora, se Einstein continuar supremo, continuaremos a testá-lo. E, mesmo que um dia encontremos falhas em suas teorias, ele não deixará de ser a referência que é. Assim como Newton e tantos outros. Não consigo compreender conceito melhor de humildade do que reconhecer que pode-se estar errado, mesmo quando tudo ao seu redor indica que se está certo.
Já a fé institucionaliza as verdades. Está escrito. É assim. Foi dito. Escritos que possuem milênios de idade continuam fazendo parte das vidas das pessoas, dia a dia, geração a geração. Pessoas que se satisfazem ao creditar as maravilhas que acontecem ao sobrenatural. Não consigo conceber mais exemplo de soberba do que se achar certo, mesmo com todas as provas apontando o contrário.

"Religiões não se submetem à tua percepção reducionista"

Minha percepção de religiões passa por todas as que temos notícia. Gosto da ciência e encaro a religião com métodos. Leio o que posso, não me privo dos debates e tiro minhas conclusões.
Já participei de Grupo de Jovens Cristãos, fui a cultos evangélicos, Mórmons, templos budistas, longas tardes conversando com Kardecistas.
Vejo filmes, documentários e já encarei missas e cultos que são repassados na televisão.
"Nosso lar", "Eram os Deuses Astronautas?", livros sobre mitologia Grega, Romana, Celta...
Textos sobre Sidarta Gautama, sobre Jesus Cristo, sobre Maomé.

Todas as religiões que tive conhecimento se reduzem, infelizmente, à manipulação do povo, utilizando-se de sua boa-fé.

E, bem no fim, minha consciência fica tranquila. Mal sei da vida aqui na Terra, imagina se eu ficar perdendo o meu tempo pensando em como é a vida "no outro lado". E, como ninguém parece vir com um "manual de instruções" "do outro lado", minha conclusão é uma só: "preparar" a próxima vida é uma perda de tempo.

Mas eu sou um cético em busca de confirmação.
Talvez, no final das contas, minha falta de fé na religião me torne uma pessoa muito mais "salvável" no juízo final: eu quero viver bem e em harmonia neste mundo porque isso - por si só - basta para mim. Se houver "outro lado", preocupo-me depois.
Isso faz com que minha satisfação e experiência sejam garantidas. Base racional de vida. Faço as coisas porque é o melhor e o certo a ser feito.
Acredito que o certo é algo que todos saibam identificar, e me pauto por isso o tempo inteiro. Sou juiz de mim mesmo, me policiando para não fazer coisas que - de alguma forma - lesem as pessoas à minha volta.
Muito melhor do que carolas "ratas-de-igreja" ou "marias-batina", que pregam o cristianismo aos quatro ventos, mas têm uma vida repleta de "pecados".
Muito melhor do que homens-bomba que nunca perderam uma hora de oração voltados para Meca.
Muito melhor do que tribos africanas que fazem seu sacrifício humano periódico ao seu Deus.

Sim, no final, reduzo a insensatez e o fanatismo religioso, retirando toda a "gordura" de más práticas e ensinamentos e ficando só com os seus bons propósitos.

Isso, é claro, até que seja provado cabalmente a existência de um Deus real e sua religião oficial.

Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Levitação

1 - Em tempos sem PC em casa, os posts são raros e curtos, mesmo.
2 - Que baita ano para a ciência, einhô? Acho que a minha retrospectiva deste ano vai ser só de fatos científicos!

Vídeo, passado pelo Robson via twitter, mostrando a primeira levitação quântica.
Fantástico!



domingo, 2 de outubro de 2011

Estórias...

Enquanto não ligam a minha luz, continuo na república.

Hoje, a dona da república nos contou a estória de um interessado que a contatou.

Segundo o relato, o homem é um soldado militar que faz o seu famoso e imprescindível bico em uma empresa de segurança e zeladoria. Isso garante a manutenção de sua família, mulher e três filhos.

Porém, na última semana, ouve um problema na vida deste homem.

A sua filha mais velha tem 17 anos e namora um rapaz há algum tempo. Sério, firme. Rapaz sério, responsável. Namoro de ir em casa, almoçar com os sogros, etc...

Aconteceu, então, que o brigadiano tomou uma rua diferente no trajeto trabalho-casa. Por coincidência, viu sua filha - que deveria estar na escola, na hora - dentro de um bar, agarrada com outro homem.
O brigadiano - PAI - fez o que qualquer bom chefe de família fez: tirou a guria à tapas do bar, levou para casa, deu-lhe uma boa e corretiva SURRA e deixou-a de castigo.

Sabe, coisa simples, pra aprender a deixar de ser PUTA VADIA.

Mas o relato não acaba aqui.

Quando sua mãe soube do ocorrido, em vez de corraborar com a decisão de seu marido, pegou a "indefesa filinha", levou-a à delegacia da mulher, fez exames, prestou queixa e acionou O MARIDO!

Sim, amigos! O brigadiano contactou a dona da pensão pois este se encontra impedido de pisar em casa!
A esposa não somente acionou como está se separando, exigindo todos os bens.

Sinceramente, não sei o histórico, tão pouco ví o pinta. Não posso opinar muito, porque os fatos podem estar sendo mostrados por um ângulo, apenas.
Mas, se realmente a situação for esta contada, nossa sociedade se perdeu totalmente.

Onde que um PAI não pode aplicar uma CORREÇÃO JUSTA ao seu filho?
Em que mundo uma MÃE é conivente com atos depravados de seus filhos?

Sinceramente? Já passamos da hora de uma revolução. Precisamos queimar nossos códigos atuais, colocar forças repressoras nas ruas e recomeçar uma constituição do zero. Sem choro.

Porque - não adianta - o brasileiro é bixo triste e só respeita quando é forçado.
Por exemplo, a BR-116, no trecho entre Novo Hamburgo e Porto Alegre.
É, históricamente, um local de milhares de infrações de trânsito, diárias. Motoristas trafegando em acostamento, estacionamento indevido, caminhões na pista da esquerda, motoqueiros "costurando", excesso de velocidade, conversões proíbidas, etc, etc, etc...

Na última semana, passaram a utilizar as câmeras novas para multar os motoristas.
Segundo as rádios e os jornais, o respeito pelas leis de trânsito foram instantâneas: desde o primeiro dia os motoristas passaram a se comportar direito e, reza lenda, até o trânsito, como um todo, melhorou.

Não sei quanto a vocês, mas eu preciso de um mundo civilizado para viver, com pessoas que tenham o mínimo de caráter e respeito.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Às Frutas!


Há muito tempo tenho essa idéia na cabeça, mas não consigo expressá-la, sem me sentir ofensivo.
Até que me enviaram essa história, que me ajudou a ilustrar o que penso:
Não sei se é verdade. Não sei se é spam.

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Saiu numa edição do Financial Times .Uma jovem mulher enviou um e-mail para o jornal a pedir dicas sobre "como arranjar um marido rico". 
Contudo, mais inacreditável que o "pedido" da rapariga, foi a resposta do editor do jornal que, muito inspirado, respondeu à mensagem, de forma muito bem fundamentada. 


E-mail da rapariga: 
"Sou uma mulher linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. 
Sou bem articulada e tenho classe. Quero casar-me com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Há algum homem que ganhe 500mil ou mais neste jornal, ou alguma mulher casada com alguém que ganhe isso e que me possa dar algumas dicas? 
Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso. E 250 mil por ano não me vão permitir morar em Central Park West. 
Conheço uma mulher (do meu grupo de ioga) que se casou com um banqueiro e vive em Tribeca! E ela não é tão bonita como eu, nem é inteligente. 
Então, o que é que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correcta? Como chego ao nível dela?" 
Raphaella S. ) 
____________________ 

Resposta do editor do jornal: 
"Li a sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz uma análise da situação. 
Primeiro, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou a tomar o seu tempo à toa... 
Posto isto, considero os factos da seguinte forma: Visto da perspectiva de um homem como eu (que tenho os requisitos que procura), o que oferece é simplesmente um péssimo negócio.
Eis o porquê: deixando o convencionalismo de lado, o que sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: Você entra com a beleza física e eu entro com o dinheiro. 
Mas há um problema. 
Com toda a certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará a aumentar. 
Assim, em termos económicos, você é um activo que sofre depreciação e eu sou um activo que rende dividendos. Você não somente sofre depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, ou seja, sempre a aumentar! 
Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. E no futuro, quando se comparar com uma fotografia de hoje, verá que se transformou num caco. 
Isto é, hoje você está em "alta", na época ideal de ser vendida, mas não de ser comprada. 
Usando a terminologia de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-lac omo "trading position" (posição para comercializar) e não como "buyand hold" (comprar e manter), que é para o que você se oferece... 
Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um "buy and hold") consigo não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim! 
Assim, em termos sociais, um negócio razoável a ponderar é, namorar. 
Sem ponderar... Mas, já a ponderar e, para me certificar do quão "articulada, com classe e maravilhosamente linda" você é, eu, na condição de provável futuro locatário dessa "máquina", quero tão-somente fazer o que é de praxe: fazer um "test drive" antes de fechar onegócio... podemos marcar?" 
Philip Stephens, associate editor of the Financial Times - USA )
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Bem.
Como disse antes, já tenho uma idéia formada a respeito disso, faz tempo.
Aproveito-me das mulheres-frutas para a analogia, muito embora a mais correta seria, mesmo, chamá-las de mulheres-flores.
Mulheres são como frutas, mesmo.
Nascem verdes. Nem é necessário dizer que não são próprias para o consumo. Algumas até são venenosas nessa etapa.
Começam a amadurecer e já existem consumidores que as arrebatam nesse estágio.
Amadurecem e permanecem nesse estágio por algum tempo, lindas, vistosas.
Mas, como toda boa fruta, o estágio do amadurecimento passa. E elas começam a se deteriorar. Um roxinho, uma doença... Rugas...
E, assim como frutas, basta uma maçã podre no cesto, para acelerar o processo de todas as demais. Chama-se moda, sabe?
Passa-se mais algum tempo até que estejam em um ponto impraticável para consumo direto. Então, só com muitos artifícios (fazer geleias, sucos, passas, maquiagens, plásticas, etc...) para poder ser consumida.
Por fim, resta, apenas a podridão.

E este processo se equivale tanto porque as próprias mulheres se deixaram objetificar.
Entraram na roda-viva do capitalismo e notaram que os homens cobiçam algo que elas têm (como se elas próprias não cobiçassem o que os homens têm). Como todo bom produto, quanto maior a procura, maior o valor. Não é de se estranhar que a prostituição seja considerada a "profissão mais antiga do mundo" (muito embora não seja...).

Insisto na minha já marcada preocupação: estamos nos segmentando sistematicamente, ao invés de nos preocuparmos em sermos PESSOAS melhores, estamos nos preocupando em sermos homens, mulheres, heterossexuais, homossexuais, negros, brancos, índios, gaúchos, brasileiros, ricos, pobres, classe-média, profissionais, etc, etc, etc... melhores...
Com esse nível de competição entre nós, é impossível termos uma sociedade justa, como todos mentimos que queremos.

Fico triste em ver essa comercialização dos relacionamentos. O Romantismo se empenhou - por tanto tempo - em acabar com os casamentos arranjados, políticos, com o "dote" e outras besteiras instituídas por séculos, para nos dar a chance de nos relacionarmos pelo sentimento, pela compatibilidade, em busca de felicidade.

Mas, pelo visto, hoje em dia, felicidade é só ostentação.

A minha, bem madura, por favor. Gosto de frutas doces e macias.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Segredos das Mulheres

Como toda boa regra, lembro que a que estou prestes à propor já nasce com suas respectivas excessão.

Descobri mais um segredo das mulheres: Elas precisam de Novelas.
Mas, quando me refiro à "Novelas", quero dizer "enredos", "tramas", o drama da vida.

E as raízes disto são instintivas: Elas não possuíam a emoção das caçadas, dos desbravamentos.
Elas ficavam na tribo, coletando, cuidando de animais domesticados ou das plantações. Qual a emoção que poderiam encontrar para as suas vidas? Exatamente as emoções do dia-a-dia.

Elas não se motivam pelo trabalho em si; mas, sim, pelos enredos que ocorrem. São altamente competitivas porque é esta competição entre elas que as levam a trabalhar mais e melhor.
Elas não escolhem um homem pelas características deles; o fazem porque há algo a mais, de interessante na circunstância.
Por isso ficam com cafaJestes. É motivador, para elas, viverem uma relação conturbadas, com altos e baixos.
O mesmo se aplica para os casos. Elas não traem porque precisem de sexo, ou porque amem outro homem. Elas querem é o proibido, a aventura da traição.
Exatamente por isso gostam mais de homens comprometidos. Porque acabam forçando toda uma situação que causa um enredo.

Diferentemente dos homens, que escolhem suas mulheres por motivos diretos. Por mais bobos que sejam, os homens têm motivos simples.
"Eu a amo."
"Eu quero comer ela."
"Eu acho ela bonita/gostosa."
"Ela mora perto de mim."
Etc...

Elas, por sua vez, se interessam é na circunstância.
Quando elas se interessam por um homem, não é algo simples de explicar.
É mais algo como "ele teve várias namoradas lindas... o que será que elas viram nele?" Ou, ainda, "ele vive uma vida tão diferente, como será que é?"

E, acreditem, quando essa novela acaba, é bom arranjar outra e outra, caso queira continuar a ligação com a mulher. Seja um projeto novo na empresa ou algo novo na relação.

Para manter uma mulher sempre por perto, amigos, o importante é reinventar a trama da Novela, de tempos em tempos.

domingo, 18 de setembro de 2011

17/09/2011

Bem, as pessoas não querem conversar.
Ou, simplesmente, acham que "conversar" possa ser:
1 - Gritar.
2 - Fantasiar sobre a realidade, ignorando os fatos e argumentos de outrém (NOVELA).

Conversar nada mais é do que manter a calma e raciocinar a respeito da situação, ouvindo e falando de acordo com que as partes mencionam.

Aqui, quero deixar claro os meus motivos, coisa que não consigo fazer em frente à Luciane, pois esta interrompe e, simplesmente, não escuta o que lhe é dito. Prefere sua visão pessoal do assunto (seus "achismos") do que ouvir as razões que estão lhe colocando. Pessoas chatas essas que sempre acham que "tem algo por detrás de tudo". Quanto ao Osmar, "ser homem" é conversar. Saber se controlar. PENSAR PRIMEIRO e FALAR depois. Desculpe, mas a ceninha feita, ontem, é coisa de piá. Piá de favela.

Bem. Meus motivos para ter brigado com a Mariana na última semana:

Não estava me sentindo bem faz tempo. Com meu primeiro salário, já conseguíamos nos mexer. Com meu segundo salário, em POA, já conseguia investir, guardar, pagar contas. Com meu terceiro salário, já aqui em NH, minha meta era audaciosa. Ganhando mais, poderia, enfim, constituir o meu patrimônio, coisa que sinto falta, faz tempo.
Seis meses se passaram e NADA, do que EU queria, consegui. Sinceramente, a minha situação somente estava ficando mais e mais apertada! Caramba! Ganhando mais e me enterrando? COMO?
O problema é simples. Infelizmente, a Mariana não tem estrutura para ter um relacionamento sério, estável. Ainda hoje, ela coloca os seus desejos em nível de necessidade, sempre acima de todos os demais. E não adianta dar dicas, não adianta falar abertamente, não adianta discutir, não adianta brigar. O que ela quer é o que deve ser feito e ponto final! Fruto de uma "educação" dada à ela, onde ela pode tudo o tempo todo.
Eu já estava - a tempos - pedindo para ela "cuidar" mais. Não só de mim, pois eu noto o quanto ela sacrifica a todos em sua volta. Faz gato e sapato de sua mãe e, juntas, "engambelam" seu pai.
Por muito tempo, desculpei esse comportamento e tentei incutir valores melhores. Valores de conversa para tomada de decisões, de preocupação, de cuidados, de coletivismo. Em vão. Não fui bom o suficiente para isso. Também pudera, complicado pedir o correto e difícil se, a dois cômodos de distância, há a oportunidade de continuar no errado e fácil. Se eu digo um "não" a um capricho dela, ela vira as costas e pega do seu pai. Muitas vezes com conivência de sua mãe.
Muito embora eu precise de óculos novos (o meu está guenzo desde um tapa levado da Mariana ainda lá na praia, com receita de 2005, e já muito arranhado, o que compromete diretamente a minha capacidade de enxergar as coisas e, inclusive, trabalhar), de um tratamento odontológico (nem me recordo mais quando foi que eu fui a última vez no dentista) e de outras coisas básicas, como sapatos, vestuário, etc... , eu passava por cima destas coisas para dar à Mariana os seus caprichos. Porém, nunca era retribuído.

Aliás, o meu descontentamento na última semana se deu porque eu percebi que o problema não era só quando se tratava de dinheiro. A Mariana não fala comigo. Nunca falou. Pergunto à ela, todos os dias, "como você está?" e recebo respostas como se tivesse cumprimentado um estranho na rua: "tudo bem!". Sempre!

Para ela, é muito mais fácil ir conversar com sua mãe, do que se abrir comigo. Essa situação causa um desconforto muito grande em mim, que nunca sei o que ela está fazendo, está pensando, está projetando... Acabo ficando sem saber o que acontece no seu mundo. E isso causa silêncios constrangedores entre nós dois. Nossa relação estava "evoluindo" para uma situação onde só éramos parceiros para sexo e para que eu pagasse as contas dela. Só.
Quando ela se sentia mal com algo, não me falava, fingia que estava tudo bem e corria para sua mãe. Conversavam, tinham suas idéias e eu era, somente, comunicado do que aconteceria. Como na semana anterior à da briga, em que eu fui avisado, pela Luciane, que "a Mariana quer galetos nos Domingos". Não participei de conversa nenhuma. Não dei minha opinião. Não fui levado em consideração. Mas a Mariana decidiu que eu passaria a comprar galetos para os Domingos. Sinceramente, não falei nada na hora porque a idéia é - realmente - boa. Só não entendo a minha exclusão do processo. De todos eles, para dizer a verdade. Chamei o cara para ver as telinhas no meio da semana sem avisar ninguém, e notei a estranhesa na cara de todo mundo. Porque não acham que o contrário não ocorre? Afinal, são tão bons em supor as coisas, o óbvio não passa pela cabeça?

Bem, eu sou um homem. 28 anos, atrazados por estar em um fim de mundo, com pai e vó cujas boas-intenções levam-nos a crer que o melhor para mim é ficar confinado em uma bolha, para me protegerem do mundo.
Quando notei que estava rumando para este mesmo ponto, me apavorei. 12 horas trabalhando, 4 horas em casa, largado de lado (eu não vou para o computador por vício, vou por não ter mais nada o que fazer... Não gosto de novelas, TV em geral e nunca tive muito o que conversar com a Mariana... Que tinha um treco caso eu disse que queria sair sozinho nos finais de semana, mas que só saía comigo depois de muita briga, ou por interesse dela!)...

Eu sou uma pessoa que precisa de certa coisas, que a Mariana deveria prover, mas que não faz.
E, por amor a ela, eu passei por sobre essas várias coisas, dia após dia.

Tenho minhas manias, tenho minhas necessidades. Todos têm e isso não é crime para os outros.
Nunca gostei que se esparramassem na minha cama. Renato, lá de Criciúma, sabe bem disso.
Eu demoro no banho. Mas ía o mais rápido possível para não demorar. Coisa que já tinham me dito que o Osmar não gosta. Ficava constrangido quando tinha que fazer a barba, porque demorava. Cansei de fazer a barba na pia, para não ficar em baixo do chuveiro.
Eu gosto de tocar violão. Nunca sei se estou incomodando ou não.
Gosto dos meus objetos pessoais. Chame de egoísmo, do que quiser, mas eu gosto de mantê-los perto de mim, uso exclusivo. Mania boba, idiotice? Talvez. Mas é uma coisa minha.
Isso entre tantos outros pontos que vivia me controlando, vigiando, relevando... E isso valia a pena enquanto eu acreditava que a Mariana iria - um dia - olhar para mim. Me respeitar, como eu sempre respeitei ela.

Quando ela foi, sozinha, mudar os planos que tínhamos já feito, fiquei chateado. Demais. Ela preferiu - novamente - fazer planos com sua mãe do que comigo. Custou muito à ela, subir as escadas e falar duas palavras comigo. E isso... bem, maxucou demais. Eu ia relevar. Ia deixar para lá. Mas fui golpeado por 4 vezes. Após, sua mãe sobe e, totalmente DE METIDA passa a falar BARBARIDADES, sem pensar e sem saber o que estava acontecendo. Como perfeita "maroca", meteu-se em assunto de "marido e mulher". Não o bastante, ainda tive que escutar gritos do pai dela. Fosse eu um descontrolado tal qual ele, teria feito uma carga e jogado-o escadaria abaixo. Sorte que EU tenho controle o suficiente para escutar desaforos e, mesmo assim, manter-me na razão. Mas eu sei como é difícil para alguém que escuta rádio o dia inteiro e se acostumou a pensar pelas palavras de jornalistas. Quando seu raciocínio é exigido, não há uma vozinha para auxiliá-lo. Aí, passam-se MESES para que possa tomar uma decisão, e acaba precisando que outra pessoa viaje meio mundo para disferir meia dúzia de palavras. Dados são diferentes de informações e, ambos, são diferentes de conclusões. 15 segundos de internet e qualquer dado pode ser alcançado.

Então, saí de "casa". Confesso que era mais cômodo. Mas, para mim, era a comodidade de uma prisão. Comida, roupa lavada, cama, banho... Tudo institucionalizado. Desculpe, já saí da casa da minha avó por não aceitar isso. Aceitei por muito tempo porque acreditei na Mariana. Mas, depois de tudo, não valia mais.

Agora, não tenho mais um milhão de idiotices para pagar. Posso guardar dinheiro.
E vamos combinar: eu sei lidar com as minhas finanças, quando estou sozinho. Sempre soube. Diferente de outras pessoas, que estão levando à falência um negócio que criou e sustentou uma família com mais de 10 pessoas. Que não imaginam o que seja "tendências de mercado", "previsão de estoque fututo", "fluxo de caixa" ou, simplesmente, contabilidade básica. Pior, sabem que há uma pessoa ali, parada, que pode arrumar os números do barraco, mas só pedem ajuda a ela para ensacara lenha ou para ficar de vendedor. Tsc, tsc...

Quando saí de "casa", disse que não queria mais a Mariana. E, sinceramente, ainda é verdade. Do modo que está, não quero. Não quero ter minha casa e levar para lá um monstrinho egoísta, que vai exaurir minhas forças, sonhos, planos e projetos.
Só que eu já senti isso na pele. Quando a Amanda de deixou, sofri muito. Esse sofrimento me ajudou a abrir os olhos e a mudar muita coisa em mim mesmo. Mudei para melhor, me tornei a pessoa que ela disse que eu não era. E não tive chance de mostrar isso. Achei muito injusto. E estou dando essa chance à Mariana. Infelizmente, embora ela me queira perto, ela não demonstrou mudanças nessa semana. Fico com medo de representar apenas mais um capricho dela. Algo pelo que ela bata o pé e, depois de birra, tenha. Mesmo que seja para jogar fora, depois de tudo.

E é essa a situação que estou vendo. Posso estar errado em tudo. Mas é o que eu estou sentindo.
Na minha razão, prefiro jogar fora estes anos passados, para que cada novo segundo não seja disperdiçado no mesmo erro.
Vou juntar meu dinheiro, buscar minha casa, ter minhas vida. Ser um homem.
Se ela estará ao meu lado ou não, isso só ela própria poderá garantir, mudando o comportamento dela e vindo a ser uma adulta de verdade, não essa eterna adolescente.