segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Imortalidade


Uma das coisas que mais me intrigam é, sem sombra de dúvidas, a linha de vida dos conceitos que temos estabelecidos, hoje.
Todo o ciclo de vida de uma idéia que perdura é algo que me causa fascinação, e busco tentar dissecá-lo sempre.
Depois de algum tempo pensando, creio que consegui resumir toda a vida de um conceito em quatro etapas de um processo cíclico: SONHO, REALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO E MANUTENÇÃO.
O SONHO é a primeira etapa. Nesse momento, o indivíduo concebe algo novo. Algo que jamais fora pensado, anteriormente. Creio que seja o momento mais importante de todos porque, sem a idéia inicial, todo o conceito jamais existiria. Seja uma simples combinação não tentada, ainda, de idéias já existentes, seja somente olhar para uma idéia com outros olhos ou criar algo a partir do zero, esse momento define pelo que se lutará daqui a diante.
A REALIZAÇÃO é o segundo passo. Nós, seres humanos, tendemos a acreditar apenas em coisas que possuem comprovação. (Tá, eu sei, a religião não se aplica aqui.) Não basta largar uma idéia no ar e pensar que ela irá conquistar adeptos e perdurar, sozinha. É preciso que haja algo tangível e concreto para que o sonho tenha sustentação para ser defendido. Esse é o momento em que a loja abre, o primeiro objeto da invenção fica pronto, a primeira prática funciona.
A DISSEMINAÇÃO é o terceiro passo. Ótimos sonhos se tornaram realidade. Mas, sem a disseminação, ficaram estancados nas redondezas de seu local de origem. Ou seja, pouco importa se a idéia é boa e já está funcionando: o mundo precisa saber dela, para que ela se torne famosa!
A MANUTENÇÃO é o quarto passo. No nosso mundo globalizado, milhares de sonhos realizados explodem em fama todos os dias. Mas, para que haja a real imortalidade, um sonho realizado e famoso precisa da manutenção adequada. Assim, criam-se conceitos seculares, milenares!
Enganam-se quem pensa que a imortalidade é encontrada na religião. Jesus Cristo, Maomé, Buda, entre tantos outros profetas, não são imortais por serem filhos ou amigos chegados de algum Deus. Eles são imortais porque, mesmo depois de sua morte, seus argumentos continuam vencendo argumentos alheios, convencendo as pessoas e criando gerações e mais gerações de seguidores. A frase “crescei-vos e multiplicai-vos”, basicamente, é uma ordem para que as pessoas que “compraram” a idéia do Cristo ficassem mais numerosas do que as que não acreditavam, tornando-se a maioria. E a maioria (que nem sempre está certa) sempre vence!
Já dizia o ditado que “as idéias não morrem, quem morre é que defende as idéias”. Enquanto acharmos uma boa idéia beber Coca-Cola, essa idéia irá perdurar. A empresa continuará a fazer mais e mais propagandas para nos convencer disso, muito embora o criador da bebida já deva até ter falecido!
              Enfim, para que um ser humano alcance a imortalidade, basta que deixe um legado tão eterno quanto suas pretensões. Tutan Camon – um pirralho de cerca de 20 anos – é conhecido até hoje por causa de sua pirâmide. Sonho, Realização, Disseminação e Manutenção.
                Thomas Edison, com sua determinação implacável sendo recompensada com o primor da lâmpada, é outro que coloca à prova a teoria. Sonhava, era determinado em efetuar o sonho, disseminava e mantinha. Não por acaso tem um enorme número de patentes sob seu nome, que ajudou a raça humana a evoluir muito, tecnologicamente.
                Evidentemente que há os acasos. Mas eles são imprevisíveis. Não podemos atribuir métodos ao que acontece determinado pela sorte.
              Portanto, amigos, se querem alcançar a imortalidade, criem algo diferente. Façam algo único, notável. Sim, todos podemos. Todos temos o potencial para dissecarmos algo do nosso interesse, nos tornarmos notáveis em nossa área e, no final das contas, criar algo totalmente novo que nos transforme em referencias, durante o tempo.
              A pergunta é: se entregar à roda-viva fácil, de trabalho sem nexo e consumismo, ou encarar o trabalho árduo, de fazer a diferença?

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