sábado, 27 de agosto de 2011

Avisei Antes, Provo Agora e Aviso Novamente


Essa postagem tem Destinatário.
É para todos os moradores de Balneário Gaivota.
Tivesse, eu, paciência, com certeza escreveria à mão quase 10.000 vezes, para enviar por carta social, para cada cidadão de Balneário Gaivota.
Tivesse grana suficiente, imprimiria e enviaria normalmente, mesmo.

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Como EU falei:

Durante as últimas eleições para prefeito em Balneário Gaivota, três coisas ficaram muito claras, para mim: 


1 - Com o PT no âmbito nacional, seria melhor para nossa querida prainha que o próximo prefeito fosse do mesmo partido.
Simples.
Não adianta correr contra a maré. Enquanto não houver uma revolução, o partidarismo e o jogo de interesses comandarão os destinos dos recursos públicos no Brasil. 
Gostaria que alguém me explicasse porque um governo do PT daria recursos para uma prainha com prefeito do PMDB? Difícil, né?
Bem, creio que menos complicado seria, se esse prefeito fosse do PT. Aliás, com uma boa gestão, a região toda - que é predominantemente de outros partidos - poderia passar a simpatizar com o PT.
Logo, é uma área com potencial a ser explorado. E o PT sabe fazer isso. Fez em São Paulo, Porto Alegre e outras regiões.
Um prefeito do PT traria mais e mais recursos para a cidade. E recursos, nas mãos de alguém sem amarras com interesses econômicos e partidários, seriam bem utilizados, com certeza.


2 - Aliada a esta idéia principal, me agradou muito a disposição do partido, na cidade, concorrer com chapa pura.
Coligações nada mais são do que jogo de interesses. E um partido existe justamente para agrupar pessoas que pactuam de uma mesma visão, em oposição a todas as outras demais.
Trocando em miúdos, cada partido tem sua opinião, diferente das dos outros partidos, sobre tudo.
Assim sendo, como podemos ficar tranqüilos e, muitas vezes, até festejar a união de pessoas com opiniões/interesses diferentes, sob uma mesma aliança?
"Há, mas os interesses podem ser próximos ou não opostos". Desculpem o meu idealismo, mas se você milita pelos Trabalhadores, só irá defendê-los. E defender os Trabalhadores não é o mesmo que defender os Trabalhadores do Brasil. Ao filiar-se ao PTB, por exemplo, você está afirmando que o mais importante são os Trabalhadores do Brasil, indicando que não quer políticas para - sequer - os Trabalhadores estrangeiros em nossa pátria. Diferente de ser do PT, que, em tese, abrange a todos os trabalhadores.
Parecido, mas não igual.
Bem, então, com tantos interesses diferentes, porque os políticos se unem em alianças? O que os mantém próximos?
Simples: negociações!
Aquele velho joguinho de "uma mão lava a outra". Desde a matemática simples de "se nos unirmos, continuaremos no poder" até as trocas de votos "meu partido aprova o projeto do seu partido, se o seu partido aprovar o projeto do meu partido". O momento em que a política deixa de ser uma busca de ideais e passa a ser um balcão de negócios.
Chapas puras, entretanto, não têm esses problemas. Podem seguir seus ideais sem precisar do amém dos outros. Não há interferências.


3 - Por fim, o nome do candidato a prefeito foi ousado e diferenciado.
Nas últimas eleições, o PT da Gaivota lançou o Jorge Cunha.
Antes de qualquer coisa, uma pessoa engajada. Sempre com idéias voltadas para o bem comum. Muitos podem discordar dos seus métodos ou achá-los contra o convencional. Mas duas coisas são inegáveis: Ele quer fazer algo por todos e, bem ou mal, antes ou depois, seus métodos funcionam. E, convenhamos, a vontade de realizar e conseguir concretizar as vontades é o que mais precisamos, hoje, nos políticos do mundo inteiro - e a Gaivota não foge a essa regra.
Porque, me desculpem os prefeitos passados, mas nenhum fez algo, realmente. Nossa prainha despontou no final dos anos 80 como uma jóia a ser lapidada. Quando se emancipou, pensou-se que o progresso viria a galope. Mas, ao contrário, o novo município virou só mais um daqueles que servem para arrecadar impostos elevados e desviar dinheiro. E, o que é pior, eleição após eleição, o povo continua votando no mesmo tipo de candidato, que compra mais votos, faz mais estardalhaço nas ruas, que parece ser o mais rico e que, depois de eleito, usa os quatro anos para pagar os financiadores das suas campanhas. Eles praticam políticas públicas sujas, que visam beneficiar apenas os seus comparsas, ao invés de estabelecer a infra-estrutura básica e decente que o povo tanto precisa.
Por fim, como Sombrio "é logo ali" e já é uma cidade montada, é mais fácil mandar os seus cidadãos para a outra cidade, onde trabalham, consomem, estudam, se divertem, etc, etc, etc...
Insisto em Einstein: "Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes.”
Depois de eleger mais de cinco prefeitos que têm os mesmos antecedentes, aparências e discursos, não é hora de tentar o diferente? O novo?


Bem, pensei muito para chegar nestas conclusões.
Imaginem eu, um Liberal convicto, que acho que o Estado deve se preocupar na formação dos indivíduos e na proteção do Estado de Direito, defendendo e militando pela eleição do PT, um partido populista e defensor do Estado embalando seus cidadãos.

É que acontece de eu ser uma pessoa que raciocina, antes de qualquer coisa.
Uma cidade que tem a grande maioria pobre - como todo o Brasil -, que precisa de assistência e de serviços básicos, deveria ter no governo um partido com estes ideais e uma pessoa com a vontade de cumpri-los.

Bem, infelizmente, o povo da Gaivota não ME escutou. Foi burro e, novamente, vendeu seu voto para o candidato que mais pagou. As "grandes" empresas de Balneário Gaivota entupiram os demais candidatos de dinheiro, que compraram o voto do povo burro. O povo - que é burro, mas não desleal, foi às urnas e REALMENTE votou em quem comprou seu voto! Saiam felizes das urnas, com a certeza que eleger o candidato que aparenta ser mais rico seria o mais correto.

Agora, passados dois anos e meio, o cenário é exatamente o que eu comentava: Pouca ou nenhuma melhoria na cidade, as poucas mudanças não mostraram efetividade alguma, a prefeitura ainda é uma cidadela para o seu dono e a população míngua no abandono.

Bem, eu poderia parar por aqui e ser como muitos outros, que simplesmente dizem "eu avisei...". Mas não. Eu vou além, demonstrando, com exemplos, o que aconteceu com uma cidade que agiu conforme o que EU pensei. 

Depois das últimas eleições, mudei-me para Novo Hamburgo.
Cidade de gente que NÃO SABE DIRIGIR. Cidade de cidadãos antipáticos e medíocres. Gente que não sabe te dar "bom dia". Onde se come merda, mas arrota-se a mais fina, rara e saborosa ova de esturjão.
Bem, esse povinho elegeu Tarcisio Zimmerman, do PT.

Nos mesmos dois anos e meio, Novo Hamburgo conquistou:

1 - Extensão do Trensurb;
Vejam bem, Porto Alegre não conseguiu a ampliação até o Beira-Rio, mesmo com a desculpa da copa. Só depois das obras de NH estarem mais da metade prontas é que Porto Alegre conseguiu o direito a apresentar um projeto para uma segunda linha de Trensurb (ridícula).
O trem irá desafogar a BR-116, facilitar o transporte entre NH e POA, gerar mais empregos e ampliar a região metropolitana.
Não bastasse tudo isso, Novo Hamburgo ainda conseguiu as verbas para TODOS os projetos auxiliares:
a) Uma nova subestação de energia elétrica vai melhorar o atendimento de mais de 15 bairros entre São Leopoldo e Novo Hamburgo;
b) Para levar a rede de alta tensão até a nova subestação, a avenida Sete de Setembro será TOTALMENTE revitalizada (tubulações subterrâneas, pavimentação, passeios públicos, estacionamento obliquo, canteiro central, sinalização, paisagismo, etc...);
c) O Arroio à frente da Fenaac, ponto de alagamentos a cada chuva forte, será ampliado e canalizado;
d) Última Estação será no centro de Novo Hamburgo e não na Rodoviária, conforme o plano original.
e) Revitalização da Avenida Primeiro de Março, no trecho que o trem passa pela mesma.
e) Revitalização da Avenida Nações Unidas, no trecho que o trem passa pela mesma.
Magia? Novo Hamburgo está pagando por tudo isso?
Não.
Simplesmente, é uma cidade do PT, com um prefeito diferenciado, que soube estar atento aos projetos, criar os próprios projetos, ir aos canais competentes, nas datas corretas e conseguiu os recursos.

2 - Passagem Integrada;
Nas cidades já atendidas pelo Trensurb, a passagem integrada é uma realidade. Você compra uma passagem com desconto para usar o trem e o ônibus na mesma viagem.
Bem, o trem nem chegou a Novo Hamburgo, ainda, e já estão se preparando para a implantação da passagem integrada.
Logo logo, por um preço módico, poderemos tomar um ônibus em NH, ir de trem até POA e pegar outro ônibus lá, na mesma passagem.

3 - Rodovia do Parque;
A rodovia começa em Sapucaia e vai até Porto Alegre. Mais uma empreitada para desafogar a BR-116, principal acesso entre NH e POA. Projeto antigo, estava parado há anos. Com a ajuda do prefeito de NH, todas as cidades interessadas conseguiram que a obra começasse com o PACII.

4 - Programa Reluz;
Programa federal que visa auxiliar as cidades na substituição da sua iluminação pública por itens nacionais, com maior eficiência e menor consumo.
Eu conheço uma prainha no sul de Santa Catarina que não tem 40% de seus postes funcionais, que precisaria MUITO desse programa instaurado.

5 - Estação de tratamento de Esgoto;
Preciso mesmo falar que o esgoto não-tratado é fonte de centenas de enfermidades e pragas diferentes, que já geraram bilhões de mortes na história da humanidade?
Bem, o burro que vendeu o voto lá em Balneário Gaivota talvez só se lembre disso quando o seu filho estiver “colocando as tripas para fora” por causa de alguma doença. Mesmo assim, talvez. É mais provável que atribua esse tipo de coisa a um “castigo de Deus”...
Bem, como diz a propaganda, em breve Novo Hamburgo irá devolver uma água mais limpa para o rio dos Sinos do que a própria água do rio. O que, por si só, já é uma prova de respeito não só com a natureza mas com o futuro.
Enquanto isso, nossa prainha tem milhares de fossas negras instaladas ao lado de poços artesianos. Como sempre ironiza meu bom amigo Jonas, fazemos poços para colocar mijo na caixa d’água. Ou algo pior.



Isso, claro, além do cuidado com os serviços já existentes, como educação, saúde, limpeza urbana, eventos, turismo, etc, etc...

Enquanto isso, em Balneário Gaivota, sem o PT...
Bem. Haverá quem diga que "O PT só conseguiu tudo isso porque é Novo Hamburgo" ou "O PT tem apoio de outros partidos em Novo Hamburgo". Até pode ser. Mas que é muito mais fácil conseguir alguma coisa com a Presidenta sulista do PT do que com o Líder do Senado nordestino do PMDB, isso é...

E não me venham com "Mas Novo Hamburgo é uma cidade que tem coisas grandes para serem feitas..." e quaisquer outros argumentos desqualificando Balneário Gaivota e enaltecendo Novo Hamburgo. Balneário Gaivota é, faz uns 10 anos, a solução para que o trecho sul da BR-101 deixe de ser um trecho "da morte". Milhares de benefícios para a cidade, região, estado e para o PAIS seriam gerados caso a Interpraias irrompesse o limite entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Uma via paralela, onde só carros pudessem passar, ligando Osório a Laguna, através das cidades litorâneas, não é um capricho qualquer mas, sim, uma necessidade nacional. 
Desafogar a BR-101 significa menos manutenção nesta via, mais rapidez para o transporte de bens e mais segurança para todos.

Com mais movimento em Balneário Gaivota, mais riqueza poderia girar em nossa prainha, tornando-nos uma cidade de ano inteiro, não só de veraneio.

Mais empregos, mais prosperidade, mais dignidade para as pessoas.

Coisas possíveis para quem tem apoio, vontade e boa-índole, requisitos imprescindíveis para fazer política nesse país.

Ano que vem, teremos novas eleições para prefeito no Brasil. Tenho certeza que o PT irá concorrer novamente com candidato majoritário próprio.
Por favor, eleitores Gaivotenses, PENSEM.
Os que têm convicções deixem-nas de lado em prol do raciocínio e do bem maior.
Os que não têm convicções ou raciocínio terceirizem seu voto a alguém que pensa: Venda seu voto para todos os candidatos que quiserem comprá-lo e VOTE EM QUEM PODE E VAI FAZER ALGO POR TODOS NÓS!

Onde não há nada, tudo precisa ser feito. Trabalho é o que não falta.

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Att.
Arthur Tavares

 “Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado.” 

Super-Heroínas

Porque o mundo anda precisando de inspiração!

SuperGirl



Jade



Poderosa



Canário Negro



Moça-Maravilha



Mulher Maravilha



Zatanna

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Escala Hierárquica Retrofuricular

Existe Traseiro


Existe Bunda
Existe Bundão
Existe Ânus
Existe Cu
Existe Cu de Ferro
Existe Cuzão
E existe o sujeito que gosta de Overanalisar piada, reclama de generalização “Nada a ver, nem todo nerd é virgem” e acha que uma piada sobre a Galinha Etíope ser o animal mais rápido da Terra significa que você odeia africanos, negros e galinhas.



Chatos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Noam Chomsky e a manipulação das massas através da mídia


Encontrado e copiado do excelente Blog Coisaradas:
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Livre arbítrio!?!? Arbítrio induzido!
O filósofo, lingüista e ativista político, Noam Chomsky, grande expoente da intelectualidade de esquerda nos EUA, elaborou um lista de 10 estratégias de manipulação da mídia. Nela, Chomsky apresenta dez princípios pelos quais aqueles que utilizam a mídia se pautam para manipular as massas.

O artigo a seguir tem sido exposto em diversos sites e blogs, principalmente de cunho esquerdista, no entanto, sua máxima é universal a ponto de ser algo necessário a todos que possuam um senso crítico.
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.

“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”
.2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”
.6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Isso te fez lembrar de um país verde-e-amarelo que você conhece?

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Não consigo deixar de lembrar de algumas conversas:
1 - Com o Duda, dono da vídeo locadora que era em Balneário Gaivota e, agora, é em Sombrio. Dizia, eu a ele, que ele deveria comprar vídeos com mais cultura, que fizessem pensar mais... Ao invés de só comprar terror/ação/matança. A resposta dele: "é isso que a maioria dos fregueses aluga..."
2 - Meu pai reclamando, depois de ter visto a programação dos canais Norte-Americanos (não. Os canais da Cabo que nós temos, a pesar do nome igual, não são os mesmos canais norte-americanos), que TODOS os canais brasileiros pareciam ter sido feitos para crianças de 12 anos...
3 - As frequentes conversas com o Rafael, onde ele me desacredita do povo brasileiro a cada sonho meu em elevar um pouco mais o nível dos meus compatriotas.

Tanto por tão Pouco

O ativista indiano Anna Hazare foi solto. E, imediatamente, reiniciou seu jejum de protesto contra a corrupção na Índia.

Há várias coisas impressionantes nesse caso:

1 - A importância do indivíduo;
No nosso pais - o "Brasil, um pais para todos" - já nos acostumamos a não ver a importância do indivíduo. Nosso lema máximo de "venha se dar bem você também" nos fez um pais de "exxxpertos", onde cada qual busca a vantagem para si próprio, não vendo que, ao obter qualquer migalha de vantagem, está tirando dos outros. E, como já dizia o "Gabriel, o Pensador": "... cuidado com o branco aí do seu lado, porque, se ele precisar, te rouba e ta mata ...". O problema todo é que, para que um "exxxperto" ganhe algo, um "boboca" teve que perder. E isso, amigo, chama-se injustiça. E não há real democracia em um pais onde a justiça não prevalece. A justiça igual, correta. A justiça que não diferencia rico de pobre, branco de preto, homem de mulher, heterossexuais de homossexuais, "civilizados" de "silvícolas", etc, etc, etc... O conceito básico da cegueira da justiça, que só vê o certo e o errado.
Porque, avaliando friamente, cada Estado só existe porque seus cidadãos pagam por ele. Sim, o Estado é um serviço que todos nós sustentamos. E, como bons pagadores, temos o direito de consumir o que pagamos e o dever de preservar o todo, pois não é só nosso. Simples, justo. Assim sendo, o Estado tem o dever de prestar esses serviços aos seus clientes. Portanto, podemos dizer que cada cidadão é, em resumo, o resultado final do investimento do Estado. O Estado que arrecada impostos mais caros, teoricamente, proporciona serviços mais caros. Serviços mais caros geram cidadãos mais caros.
É a tônica da Guerra de Israel com a Palestina. Um cidadão Israelense demora muito mais tempo e é muito mais caro para ser formado do que um Palestino, porque o Estado de Israel investe muito mais em seus cidadãos, do que a Palestina.
<Parentese>
Em um primeiro momento, o exemplo acima nos induz a acharmos os Israelitas bons, e os Palestinos, maus. Vemos, claramente, a imagem de um jovem favelado Palestino matando a pedradas um Universitário Israelense.
Porém, eu creio que o maior problema, aqui, está no Estado mais bem formado, que investe mais no seu cidadão, não respeitando o Estado com mais problemas.
É aquele meio termo: não podemos nivelar por baixo as coisas, mas não pode-se exigir que uma criança discuta economia política com um PHD no assunto...
</Parentese>
Como creio que não preciso levantar a importância do indivíduo no plano pessoal, por sua obviedade, fica claro que cada pessoa tem a sua importância para o todo e o todo é responsável por cada pessoa.

Porém, esse ponto impressiona porque temos a Índia como uma pais pobre, terceiro mundo. Onde, assim como no Brasil - segundo a notícia - os cidadãos pagam por um Estado completo, mas não recebem, em troca, os serviços à altura.
E, mesmo com cidadãos menosprezados e abaixo do seu valor real, o jejum de um indivíduo incomoda a sociedade inteira.
Coisa que em nossa amada pátria passa em branco, como o jejum do padre nordestino contra a transposição do rio.
Aliás, passa batido todos os dias, todas as horas. Em auto-estradas inseguras, em não podermos sair mais à noite, em preços abusivos, em falta de saúde e educação, etc... 

2 - Como o Indivíduo consegue se sobressair;
A Índia trás para nós vários exemplos. É cultural: as pessoas têm valor, independente da economia que giram. E o seu valor aumenta conforme ele se doa para causas que favorecem mais e mais pessoas.
Isso é, talvez, o que mais sinta falta no Brasil: pessoas sendo valorizadas pelo que são, não pelo que têm.
Atendo a um cliente que é "grosso". "Ignorante" talvez seja até cabido. Uma pessoa que aprendeu a ganhar na vida através do "marretaço" e da "exxxperteza". Uma pessoa que, ao ver alguém que estudou, automaticamente passa a atacá-la. Frases como "Eu consegui isso tudo sem estudo, e tu? O que conseguiu com tanto estudo?".
Esse exemplo mostra algo que acontece todos os dias, em maior ou menor intensidade, em todos os lugares.
E não é de se espantar, ainda mais aonde a carreira de futebolista é mais valorizada e buscada que qualquer outra...

Não que a erudição seja parâmetro para que uma pessoa seja mais ou menos do que outra. Mas a compreensão de si próprio leva a pessoa mais longe nos caminhos em que ela escolhe.

E se o meu cliente fosse mais instruído? Será que não utilizaria processos melhores e, consequentemente, seria mais ainda do que já é?
E os tantos casos de verdadeiros filósofos que temos, parados, inertes, dentro de casa, sem capacidade de fazer alguma coisa por si e pelos outros? São mais do que os que não estudaram mas conseguiram fazer algo de bom para todos?

O valor de cada pessoa é um cálculo complicado, que leva em conta tudo o que a pessoa faz e representa. Tudo o que a pessoa quer e luta para si e para os outros. Tudo o que a pessoa absorveu, construiu e legou aos demais.

E esse valor só pode ser visto em sua totalidade com muita sensibilidade. Com muito estudo. Com muito suor. E, depois de tudo isso, passarmos, na pele, por tudo que os outros passaram.

E é isso que espanta na Índia: Como uma pessoa sem acesso à educação, sem oportunidade de fazer as coisas e sem importância para a sociedade consegue chamar a atenção?
Cultura. O paradigma que falta mudarmos em nosso pais-colonia. Somos um mero mercado fornecedor de matéria-prima barata e consumidor de bobagens industrializadas para a economia mundial. Um bando de crianças que se mata para ter brinquedos legais que, muitas vezes, nem sabem usar direito... em troca de tudo o que é realmente importante.
Nós, essas crianças, nos acostumamos a viver de intrigas internas e esquecemos de "acontecer". Passamos uma vida nos preocupando com o fútil, relegando ao quinto plano o essencial.
Cuidamos mais dos bens materiais e de animais do que de pessoas, crianças, idosos, doentes...

3 - Porque do protesto;
O senhor Anna Hazare está jejuando em protesto contra a corrupção. A causa de todos os males de países subdesenvolvidos, onde o povo é formado artificialmente, sem identidade que reúna-os em torno de um ideal.

África, de modo em geral, por exemplo. Milhares de tribos unidas, artificialmente, em um único pais. Tribos que, diversas vezes, sequer conseguem conviver. Quando uma tribo vai ao poder, massacra a(s) rival(is) e favorece indiscriminadamente a sua.
Em países da Ásia, onde a mão de ferro ainda toma conta, subjugando o próprio povo, forçando-o a uma existência de duras penas para sustentar um Estado que nada favorece o cidadão...
E a América Latina em geral que, tomada pela necessidade Norte-Americana e Européia, continua sendo uma colonia.

A corrupção se encontra em todos estes locais porque o Estado não está voltado para os cidadãos mas, sim, para defender interesses de uma minoria. 

No Brasil, temos diversos estágios diferentes de corrupção:
Corrupção feudalista/coronelista do Nordeste, onde, por exemplo, o Clã Sarney manda e desmanda, faz chover e exige oferendas de seus fiéis;
Corrupção institucional, comum no planalto central, onde os cargos públicos são ganhos por indicação e parceria, onde o dinheiro público é repartido entre aliados e as leis são feitas somente para benefício de quem as redige.
Corrupção de financiamento, onde empresários "investem" na compra de cargos públicos para que os seus "funcionários" criem leis, favoreçam licitações e protejam o mercado de seus negócios, custe o que custar.

Coisas que não sei se são comuns ou iguais na Índia, mas que têm a mesma consequência: desrespeito e abandono do cidadão.

Como a improbidade administrativa do próprio Sarney, por ter utilizado veículos públicos para fins pessoais (também quero usar os carros da polícia como táxi...);
Como a liberação de múltiplos salários para funcionários públicos que exercerem múltiplas atividades (Como assim? Porque não contratam várias pessoas para os cargos logo? E, se uma pessoa só pode fazer todos os trabalhos, porque as tarefas não são unificadas para um único servidor exercê-las?)
Como cada desvio de verba pública descoberta e julgada não resulta em devolução dos valores (Te roubam, processam o ladrão, mas ele NÃO TE DEVOLVE O QUE ROUBOU? Que raio de justiça é essa?)


A cultura aqui é diferente da cultura indiana. Lá, um protesto pacífico é suficiente para que as pessoas se mobilizem, para que o governo sinta a ação e para conseguir mudar algo. Aqui, isso seria motivo de riso. Chacota até dos próximos. Institucionalizou-se que o cidadão não detém poder algum e, assim, continuamos pagando impostos, comprando, assistindo ao futebol e à novela, como se fossem as coisas mais importantes do mundo.

Falta. Faltam pessoas que se doam e, em vez de criarem "ONG's", passem a atacar a politicalha e as leis sem sentido do nosso pais. Falta criarmos um novo conceito de Brasil. Uma identidade nacional que não dure o tempo de uma Copa do Mundo.

Falta a disposição de morrermos pelo que acreditamos.

Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

=========gentileza X gentileza=============

=========gentileza X gentileza=============

Conta-se uma história de um empregado em um frigorífico da Noruega.

Certo dia ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorifica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da camara. Bateu na porta com força, gritou por socorro mas ninguém o ouviu, todos já haviam saido para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.

Já estava quase cinco horas preso, debilitado com a temperatura insuportável.

De repente a porta se abiu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.

Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia:

Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho ?

Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair.

Hoje pela manhã disse “Bom dia” quando chegou.

Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Acéfalos Sugestionáveis

É bem isso que quero falar, mesmo. Pa b enten me pa bas.

Faz um mês, fiz uma experiência meio doida no Twitter: saí adicionando todo mundo que via pela frente.
Sugestões do Twitter, amigos dos amigos, pessoas "retuitadas" e mencionadas...

Sem critérios.

Depois de triplicar as pessoas que seguia, cansei e comecei a avaliar a experiência.

Bem, dos quase 400 seguidos, a gigantesca maioria não twitta, ou twitta muito pouco.
Arrisco que uns 200 estão nessa categoria, pelo menos.

Então, tenho os que chamo de "retardados do Twitter".
Esse são os que falam as trivialidades do dia-a-dia.
"Meu cabelo está difícil de pentear"
"Vou dormir"
"Vou comer"
etc...

Depois, tem os "fofoqueiros".
Postam toneladas de mensagens que eu mesmo poderia ver em qualquer site de notícias.
A maioria, sobre "celebridades" e idiotices em geral.

Os "Repórteres" são os que postam a mesma tonelada de notícias, mas que, pelo menos, têm alguma importância.
Ex-Governador, Germano Rigotto, é um desses, por exemplo.

Os "Tagarelas" que acham que o Twitter é um canal de bate-papo ou MSN...

Tem os "Engraçadinhos" que só usam o twitter para piadas.

Depois, o pessoal em que estou inserido, que, além de dar alguma notícia, se preocupam em dar suas opiniões a respeito das coisas.
São os "Achistas", como eu os imagino.

Por fim, o menor grupo de todos, os que conseguem transcender todos os demais e geram conteúdo, geralmente unindo notícias com opiniões diversas. Sim, em menos de 140 caracteres...
São os "Linkadores" como denomino-os.

Bem, algumas surpresas agradáveis apareceram no Twitter, pessoas que realmente estou gostando de ler e seguir.

Em determinado momento, por exemplo, cheguei à conclusão que mulheres dominavam meu top-10 de melhores twittadores e de piores, ao mesmo tempo!
Eram 7 nos 10 melhores... e 10 nos 10 piores!

Porém, na última semana, depois de avaliar um pouco o "conteúdo" dos novos seguidos, passei a ver tanta, mas tanta porcaria sendo escrita que passei a dar unfollow em alguns retardados.

E - pasmem - a maioria dos unfollow foi - justamente - em pessoas com um perfil parecido.
Mulheres, menos de 20 anos, fúteis, extremamente feministas e intolerantes.
Mas o que mais me deixou indignado e me motivou a escrever hoje, foi um rapaz.

O infeliz (lógico que NÃO vou publicar o seu nome) fez questão de twittar que odeia matemática e que não deveria se ensinar isso em escolas.

Primeiramente, vou deixar claro uma coisa que a maioria não nota: esse estudante brasileiro é só mais uma vítima do sugestionamento que ocorre desde sempre no Brasil. Qualquer reportagem em colégios têm a maldita pergunta "qual a matéria que você não gosta?" sendo feita para uma menina gordinha. E a resposta é sempre a mesma: Matemática.
Não perguntam qual a matéria favorita. E, mesmo que perguntassem, uma criança diria Educação Física ou Artes... Porque não têm o discernimento necessário para compreender a importância e a beleza da ciência-mor.
Bem, depois de sei-lá-eu-quanto-tempo doutrinando as crianças para que estas achem matemática ruim, as crianças já cresceram e não temos adultos que gostem de matemática.
Logo, não há quase professores que lecionem matemática com entusiasmo. Isso só alimenta o ciclo de ódio à ciência.

Mas eu não admito que alguém diga que NÃO GOSTA da matemática.

Entendam: não ter aptidão, não conseguir compreender, não ter paciência para os cálculos, capacidade de resolvê-los ou, simplesmente, preguiça com a matéria, não significa que ela seja ruim.
O que as pessoas que "não gostam" de matemática não enxergam é que essa ciência é a base para tudo a sua volta!
Da música à estação espacial, dos celulares ao site do google, desde o controle do tempo até o sistema financeiro que faz com que seu dinheiro valha alguma coisa.
Das leis da física, da química, da biologia... O alinhamento preciso do corte da roupa que você está usando, da construção da casa onde você mora, no conforto da sua cama, dos seus calçados, do seu carro... 

Foi quando nossa civilização parou de creditar tudo em Deus, e passou a querer comprovações reais do porquê das coisas acontecerem, que passamos a viver mais de 80 anos, em vez de menos de 30...

E tudo... TUDO! Desde a comprovação que um equipamento funciona ou não, até a eficiência de um remédio, técnica ou tratamento, dependem de estatísticas - ramo QUERIDO da Matemática - para que seja reconhecido como real, aprimorado ou, simplesmente, descartado.

Sim, a matemática é, em resumo, o balizador, o fiel da balança, que mede quem está certo e quem está errado.

Já dizia a matemática de Boole, e sua lógica binária.

Então, por favor, se queres blasfemar contra a Matemática, volte para as cavernas. Vá lascar pedras, fazer lanças, fogueiras e caçar sua comida. Vá ser um coletor de frutinhas que as árvores derem. Porque, sim, você ama a Matemática, pois - tenho convicção - não sabe mais viver sem as comodidades que ela te trouxe.


Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Crise nas infinitas bolhas!

Assisti parte de um documentário sobre a crise global de 2008.

Eis a história:

Algumas empresas, como a AIG, eram especializadas em hipotecas.
Hipotecas nada mais são do que empréstimos feitos com garantias de bens materiais.

Por exemplo: você possui uma casa (que possui um valor, mas este valor está "parado", depreciando, enquanto você usa a casa.
Porém, não possui dinheiro. Logo, a sua liquidez é baixa, mas o patrimônio, alto.

Nessa situação, o ser humano, com inteligência, cria o risco calculado: contrai um empréstimo dando seu patrimônio como garantia . Ou seja, "compra" liquidez, pagando juros, futuramente, e, caso não consiga pagar a dívida, entrega seu patrimônio em pagamento.
Esse ser humano, com inteligência, utiliza essa liquidez obtida para se capitalizar: monta um negócio, faz um investimento, etc... Que garantam a possibilidade de pagar pelo produto adquirido.

Por anos a fio (mais de um século em alguns casos), algumas instituições dos EUA venderam esse tipo de liquidez.
Inicialmente, essas empresas lucravam unicamente com o produto: os juros dos empréstimos e, em último caso, na venda dos patrimônios entregues para quitar as dívidas.

Com o passar do tempo, essas empresas e seu mercado cresceram a tal ponto, que puderam abrir seu capital em Bolsas de Valores.
Como resultado, agora, as empresas especializadas em hipotecas possuiam dois produtos:

1 - Hipotecas para quem quisesse comprar liquidez;
2 - Títulos da Bolsa dos grupos de hipotecas.

O segundo produto parecia melhor que o primeiro: Tu adquire, na bolsa, o empréstimo que a empresa - com ANOS de sucesso no mercado - fez para uma terceira pessoa. Qualquer que seja o desfecho, você tem o seu dinheiro devolta!
Investimento altamente seguro.
Tanto, que ganhou a classificação "AAA" rapidamente.

Porém, desde a saída de Greenspan do Tesouro Nacional Norte-Americano, a economia dos EUA anda bamba.
Inventam guerras para que o dinheiro do governo inunde o setor privado (em toda sorte de produto para os soldados, direta ou indiretamente), sobem barreiras internacionais para proteger o mercado interno e forçam a entrada dos seus produtos nos outros mercados.

O que o setor de hipotecas pode fazer nesse cenário, para obter mais lucros?
Vender mais liquidez!

O grande problema de uma empresa que vende liquidez é que essa possui mais mercado que produto.
Isso porque QUALQUER pessoa, no MUNDO, vai querer mais e mais liquidez.
O que impede uma empresa de hipotecas de dar liquidez para todo mundo, em troca de casas, carros, negócios, etc... é a quantidade de dinheiro que a empresa de hipotecas possui e sua consciencia.
Porém, o segundo produto das empresas de hipoteca acaba com o problema de falta de produto para oferecer: como os títulos são muito seguros (AAA), eles vendem fácil, transformando o patrimônio hipotecado em nova liquidez, dessa vez para a empresa de hipotecas.

Então, o que limitava uma empresa de hipotecas de vender seu produto?

Só a consciência da empresa.

Sabe quando vamos pedir um empréstimo e a empresa faz uma lista de exigências e consultas de crédito?
Bem, isso é consciencia.

Agora, nos EUA, a situação ficou tão desenfreada que não haviam mais regras para hipotecar.
Qualquer um podia fazer uma hipoteca, quando quisesse. E as empresas de hipotecas vendiam seu produto, sem restrições.

O imóvel já é garantia em outra hipoteca? Não Importa!
O cliente já tem 5 hipotecas e não paga nenhuma? Não importa!

Esses títulos seriam revendidos na bolsa de valores mesmo... O ônus da cobrança seria de quem - inocentemente - comprasse um título AAA, crente que não precisaria fazer nada para receber seu dinheiro novamente.

Bem.

Quando chegou a hora das primeiras hipotecas serem executadas, as discrepâncias começaram a aparecer.
Um único imóvel deveria pagar por 5, 6 hipotecas.
Essa casa - digamos que valha R$100.000,00 - teria que pagar 5 títulos, cada um de R$100.000,00.
Então, os leilões começavam com valores absurdos para os imóveis, que logo não eram vendidos.
Sem dinheiro, os títulos referentes ao imóvel não eram pagos - "apodreciam".

Pessoas idôneas, igênuas e inocentes - como o fundo de aposentadoria de muitos Estados Norte-Americanos - que compraram esses títulos de hipotecas super-seguros (AAA), se viram, repentinamente, sem seu dinheiro!

A cada Leilão, o valor inicial dos imóveis diminuia, o que diminuia o valor de cada título, proporcionalmente.

Esse "dinheiro que não existia" foi a bolha da crise americana de 2008.
Como muitos bancos compravam títulos de hipoteca, estes, logo, se viram sem dinheiro.
Sem dinheiro, eles não podiam emprestar para empresas, pagar os correntistas e, sequer, as suas próprias obrigações!

Com o sistema financeiro em frangalhos, os Estados correram com os trilhões que não existiam, para socorrer o coração do sistema financeiro mundial, com alguma liquidez.

Porque o Brasil não sucumbiu à crise?

1 - Nossos juros, elevadíssimos, impedem o mercado de empréstimos:
Mesmo "fácil", o crédito disponível para o brasileiro é de difícil obtenção e escasso.

2 - Meios de regulamentação:
Nos EUA, três agências privadas emitem um conceito sobre os títulos emitidos por uma empresa e outro conceito para a própria empresa.
No Brasil, não há agências que emitam conceitos: o principal restritor de crédito são os cadastros, como o SERASA e o SPC.

3 - Falta de Dinheiro para Investimentos Financeiros:
Norte-Americanos e Europeus poupam dinheiro para investirem no mercado financeiro. Não raro pessoas de classe média passam horas no "jogo" que é a bolsa de valores.
Brasileiros, inicialmente, não fazem poupança. Os poucos que fazem tem o intuito de comprar algo ou investir em algum negócio, geralmente rural. Nosso estilo de vida não gera bolhas, porque trabalhamos, sempre, com coisas reais.


Outro dia passei os olhos em um documentario sobre os pecados capitais, no History Channel, achei interessante a seguinte idéia:
O pior pecado capital é a cobiça. E o coração do capitalismo é a cobiça do ser humano por estar sempre melhor, por ter sempre mais.

Para alguém como eu, que não me contento com menos do que o ideal, o Capitalismo, apesar de ser o melhor que temos, é falho. 
E, por ser falho, temos o dever de propor idéias e chegarmos a um modelo que traga felicidade a todos, sem gerar ônus para ninguém.

Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nada é de Graça

Sim, amigos, nada é de graça.
Desde que o capitalismo foi instituído, a necessidade de todos é a equiparação: todos devem ter o mesmo acesso aos direitos e aos deveres.
Desde então, governos do povo buscam por regras, leis e constituições que, em poucas linhas, abranjam todas as pessoas.
Claro que alguns governos, com menor capacidade intelectual e/ou muita vocação para desonestidade, insistem em dar migalhas à maiorias, para manter seu prestígio em alta e, principalmente, seu cargo garantido. Evidentemente que é a minoria que paga todos estes regalos.

Duvida?

Página 42 da Super Interessante de Julho de 2011.

Um exemplo claro de como um direito dado a uma parcela da população atinge os demais.
No Brasil, temos meia entrada, em eventos culturais, para estudantes, crianças, idosos e mais algumas minorias. Porém, por causa desse direito, esses grupos costumam lotar os eventos.
Os produtores de eventos calculam, sempre, que 80% da sua platéia seja composto por pagantes de meia-entrada.

O problema, é que todo negócio tem custos. E eventos culturais são negócios.

Pegando o exemplo da revista (sério, leiam, é muito boa), suponhamos que uma sessão de cinema custe 1.200,00 (já incidindo custos, seguro, lucros, etc...) para uma sala com capacidade para 100 pessoas.

Como há previsão de 80% de meias-entradas e 20% de entradas-inteiras, os produtores chegam ao cálculo:

80 meias   X R$10,00 = R$800,00
20 inteiras X R$20,00 = R$400,00

R$800,00 + R$400,00 = R$1.200,00

Vendo sob esta ótica, é um baita negócio. Os Estudantes têm o acesso mais fácil à cultura e o Brasil salvou a próxima geração, ao proporcionar-lhes a oportunidade de assistir ao Titanic.

O problema é que, se não houvesse o tal Direito à Meia entrada, a sessão de cinema continuaria custando os mesmos R$1.200,00.
E, se todos pagassem o mesmo, a conta seria a seguinte:

100 ingressos X R$12,00 = R$1.200,00

Não, você não leu errado. A Meia entrada é uma mentira que pregam. Uma esmola para os Estudantes que, se realmente estudassem, se revoltariam por estarem sendo usados.
Porque, para pouparem os hipotéticos R$2,00 (nem meia pipoca), há pessoas que têm que pagar hipotéticos R$8,00 a mais.

E isso, é claro, é só um exemplo. Porque quero estender isso para falar que QUALQUER abatimento ou favorecimento que uma parcela "X" da população tenha é, sim, fruto do ônus que outra parcela sofre.
Passagens em ônibus;
Preferência em filas;
Isenção ou desconto em imposto de renda;
Descontos em impostos para empresas que dão dinheiro para alguma causa;
Programas sociais que dão algo à alguém;
Etc...

E, esse povo inteiro que recebe algum destes benefícios que eu citei acima, são, geralmente, a base de votos para essa corja política, que se repete a cada ano na direção do nosso pais.
Esse povo idiota prefere falar bobagem no twitter ou, simplesmente, reagir a qualquer notícia estúpida que o Bonner e a Fátima falam na TV, enquanto as verdadeiras notícias ficam sempre escondidas.

Aí, quando chega a Copa e não temos hotéis, restaurantes, aeroportos, estradas, avenidas, iluminação pública, internet de qualidade, saneamento básico, tratamento de água, produtos industrializados de primeira qualidade, negócios e serviços para oferecer, povo bem educado, segurança, SAÚDE (torço para que NENHUM turista precise de atendimento médico, porque não teremos um SUS de qualidade NUNCA), atrações turísticas (que não sejam "maravilhas naturais"), etc... bem... pelo menos "o Lula nos deu o Bolsa-Família" (que nem foi ele quem criou, foi o FHC, como "Bolsa Escola"...).

É por essas e por outras que eu gostei da notícia do Dia do Orgulho Heterossexual.
Parecem duas coisas desconexas, mas só por afrontar uma das minorias que quer ganhar direitos e mais direitos, eu fico feliz.
Por favor, entendam: não é por ser Homossexual que uma pessoa tem que ter o direito de não apanhar; é por ser uma PESSOA!
Já é ridículo as mulheres, crianças, idosos, índios e negros terem leis próprias para reafirmarem leis que já existem!

Não importa as características da pessoa: todos temos direito à vida, livre expressão, escolher nosso futuro, termos acesso iguais aos nossos direitos... e respondermos de maneira igual pelas nossas falhas.

Agora, cada vez que algum grupo consegue um direito a mais, lembrem-se da continha da meia-entrada: outro grupo está perdendo direitos para "financiar" o novo direito.

E esse panorama tem início aonde?
Principalmente na falta de educação.
Falta de educação "que vem de casa".
(Na minha opinião, porque as mulheres largaram o lar e foram para o mercado de trabalho E por causa da "psicologia infantil" implementada em muitos lares).
Falta de educação nas escolas.
(Por causa do sucateamento intencional das escolas e do currículo nacional, efetuados por políticos que precisam do povo burro e ignorante para se manterem em seus cargos).

Mas falar nisso, no nosso pais de troll's adolescentes, analfabetos-funcionais, imersos em redes sociais, é pedir para ser crucificado em praça pública. Com direito a show de Ivete Sangalo depois.

Morram, adoradores do "politicamente-correto".