segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um bom português, não vai nos Salvar!

Não adianta amigo, a vida não é uma novela.

Acho que todos deveriam ler isso que vou falar. Tipo, "manual de vida urbana", sabe?

Tenho um recorte de jornal, escrito por mais um desses obscuros colunistas de jornal pequeno. Esse tal colunista escreveu nesta coluna em específico uma coisa interessante: A televisão substituiu a fogueira.

Em tempos ancestrais, a fogueira era o centro da comunidade. Depois de um dia exaustivo de caça, lavoura, cuidados com os mais diversos problemas que poderiam surgir, todos se reuniam em volta da fogueira.

E o fogo não somente ligava as pessoas como preparava a comida. O fogo despertava a curiosidade visual. O fogo abria as mentes e fazia surgir as histórias. "As boas novas eram só boatos", como diz a música. não adianta, em nosso pequeno mundo particular, não temos histórias para satisfazer todos os dias. Portanto, repetiam-se lendas, contos, fábulas. Mentiras eram entoadas e o peixe sempre era mais pesado do que a verdade teimava em dizer.

Crianças se assustavam com as mesmas histórias, adultos se emocionavam com os mesmos romances, todos riam e se entretiam com as mesmas piadas e brincadeiras.

Tal qual hoje em dia, que insistimos em ver "Lagoa Azul" ou os filmes do Adam Sandler, mesmo sabendo de cor o que vai acontecer no final.

O que mudou? Hoje a TV não cumpre somente o papel de entreter. Ela vai além. Como em muitos relatos de redações de vestibular que versam sobre a televisão, este aparelho está moldando nosso comportamento a muito tempo. As pessoas não criam mais suas histórias...

Perai...

Criam sim.

O problema é que as histórias andam parecidas demais. E escutamos elas todos os dias... Nos mercados, nos ônibus, nos elevadores, no serviço, em casa... Todas as mulheres parecem "Helenas", a protagonista, ou a malvada. Todos os homens se parecem com o bonzinho, com o cafajeste, com o batalhador ou com o ricaço.

Roupas, cabelos, casas, carros, celulares, tudo... Tudo exatamente igual à novela das oito.

Não vou me surpreender se, um belo dia, chegar em casa e notar câmeras "escondidas" por todos os lados...

Perai... Isso não é o BBB?

Amigos, eu não compreendo direito o paradoxo do mundo moderno. Pra que lutarmos tanto para sermos únicos? Somente para sermos aceitos? Isso não nos torna Iguais? Iguais como todas as grandes marcas nos querem? Afinal, gostos iguais diminuem a necessidade de variedade e aumenta o lucro.

Então, o ápice do consumismo (pós-capitalismo) é uma sociedade onde todos usem as mesmas roupas da moda? Então significa que todos são iguais, como no Socialismo?

Não amigos, não vejam mais a novela das oito. Não me venham com conversa "enlatada dos USA".

Me tragam suas próprias histórias, por mais esdrúxulas e exageradas que sejam. Prefiro as suas mentiras sinceras do que as mentiras implantadas nos cérebros de vocês.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vontade de Escrever...

Sei lá, sabe, esse texto não em nenhuma grande pretensão ou um ensaio mental glorioso para nascer...

Eu simplesmente estou com um pouco de "verborragia voluntária", uma vontade de gastar as pontas dos dedos para expressar a angústia que não posso revelar no dia-a-dia das pequenas coisas com quem não tenho o que falar.

Por exemplo, outro dia desvendei os mistérios da quarta dimensão. Descobri que o fluxo do tempo, sempre nos empurrando para o próximo segundo, é equivalente à força da gravidade, sempre nos forçando a não dominar a terceira dimensão. Descobri que o domínio total da quarta dimensão nada mais é do que ocupar o espaço necessário no tempo necessário, mesmo que estejamos falando de tempos idos ou futuros... Infelizmente para nós, tristes criaturas da terceira dimensão, só podemos passar pelo instante uma única vez, ainda... Por isso, o segredo de lidar com a quarta dimensão é, justamente, saber o que fazer em cada instante. Fazendo a coisa certa na hora certa, você possui um controle sobre a sua vida e sobre a quarta dimensão.

Pois bem, agora resta-me começar a estudar a quinta dimensão...

Em outro exemplo do que ando pensando, tenho me preocupado muito com minha capacidade adaptiva. Sinceramente, acredito que parece, realmente, para as outras pessoas que eu seja um cara bem esquisito. Como alguém consegue ser tão pouco voluntarioso? Sabe, é tão desconfortável para mim ter e brigar por qualquer coisa... Acredito que as outras pessoas se apegam demais em besteiras. Objetos não me dão prazer algum... Se a idéia não me apanhou, não vale a pena ser defendida, tão pouco se o outro argumento é melhor. Viajar, sair... Até acho interessante, mas tem que ser algo espetacular. Ir para a Europa para ver os mesmos pontos que eu vejo pela TV ou por fotografias não me interessa. É como a música do Belchior:

"Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais..."

No final, a única coisa que me importa é poder viver minha vida tranquilamente. São poucas coisas que prezo, mas elas têm um valor alto demais para mim. Mesmo que eu não solte fogos de artifício todos os dias por elas, saber que tenho o amor da minha namorada para me confortar, saber que tenho meu emprego que me dá desafios e me motiva a crescer sempre, saber que posso ficar tranquilo com minha mente em qualquer momento... Minha paz de espírito e mente limpa são coisas que não se compram. Como no filme "a fantástica fábrica de chocolates", quando o menininho pobre quer vender seu bilhete premiado para que a humilde família tenha algum dinheiro, e seu avô lhe fala: "-Dinheiro existe muito por ai, e imprimem mais a cada dia... Mas, iguais a este bilhete, só existem 4. Não há dinheiro no mundo que pague a raridade deste bilhete". Assim como o Avô do menino, eu tenho isso muito certo dentro de mim. Igual ao amor e aos momentos bons que minha namorada me dá, não existe ninguém neste mundo que possa me dar. Igual aos desafios e cultura que a minha empresa me apresenta, não existe outra que possa oferecer. Minha paz de espírito, que esses fatores me proporcionam, não tem preço.

Então, pra que eu vou correr o mundo? Qual o sentido de querer ser tão pra frente? De tentar ter e ver tudo?

Eu sei, pareço meio budista com esse papo de "procure ver as maravilhas do dia-a-dia", mas em cada detalhe pode se esconder um céu ou um inferno... e cabe somente a nós decidir o que ver. Em cada canto, em cada flor, em cada gesto... Acreditem, amor real, desafios e música interior fazem do mundo algo fantástico a cada obstáculo vencido, a cada chocolate comido com a vontade de uma criança que espera, ansiosa, a Páscoa.

Tenho, sim, meus dissabores. Neste momento a fé que eu tenho nas pessoas está meio baixa... Já esteve menor em outros tempos, mas não está em um nível aceitável hoje em dia...

A velha questão... "Uma pessoa é inteligente, a multidão é burra..." Estou cansado de ver pessoas tortas acusando as mal-feitas. Gostaria muito de poder ver as pessoas sendo humildes. Mas é tão difícil compreender o que é a humildade...

humildade
(latim humilitas, -atis, pequenez, modéstia)
s. f.
1. Qualidade de humilde.
2. Capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações. = modéstiaaltivez, arrogância, orgulho
3. Sentimento de inferioridade. = rebaixamento
4. Demonstração de respeito, submissão. = deferência, reverênciadesrespeito
5. Ausência de luxo ou sofisticação. = simplicidade, sobriedadeostentação
6. Pobreza, penúria.

O grande problema da humildade é que as pessoas só entendem o significado de pobreza, de inferioridade. Não entendem que o humilde sabe, exatamente, reconhecer os erros, defeitos e limitações. O humilde sabe, geralmente por estudo e tentativas, no que é ruim... e no que é bom. O humilde não sai arrotando aos quatro ventos o que consegue e sabe fazer, mas faz. Assim como está totalmente pronto para dizer com franqueza que não sabe fazer o que é solicitado. Afinal, só os arrogantes sabem de tudo.

E esse é o pior da falta de humildade. A pessoa não saber a respeito do assunto e, literalmente, "se meter" a dar explicações e emitir conceitos. Amigos, eu não entendo po##@ nenhuma de mecânica. E digo isso em alto e bom som a todos... Jamais vou me meter a tentar consertar um carro. Agora, se você não é psiquiatra, pra que vai tentar dar pareceres a respeito da psique alheia?

Bem, é como diz a música dos paralamas:

"Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa, somos imperfeitos
E o que falta cega pro que já se tem"

Eu posso dizer que, apesar dos altos e baixos, a vida é boa. Apesar dos problemas insolúveis que nunca chegam e da histeria coletiva que eles provocam, é muito bom poder chegar em casa de noite e ter meus "15 minutos de paz".

sábado, 3 de outubro de 2009

Teorias.... [1]

Pois bem, esta é uma das teorias que eu tenho que, muito provavelmente, não vou ter tempo ou saco para provar... Mas acho bonitinha o suficiente para publicar...

(Se for roubar, pelo menos diz que a idéia surgiu de mim... eu cedo os diretios, legalmente, numa boa ^^)

Pois bem, a famosa "lei da oferta e procura" diz que, quanto maior a procura por determinado produto, maior o preço do produto.

Parece senssato e lógico, não?

Sim, mas somente para os bens limitados. Minerais, petróleo, pessoas, terrenos em locais específicos... Bens limitados. Quando acaba, acaba. Logo, se muitas pessoas procuram este mesmo bem, o preço dele aumenta até o ponto máximo de retorno. Simples.

Agora, para bens renováveis, esta tese só funciona imediatamente.

Digamos que um supermercado possui, neste dia, uma tonelada de açúcar. Pela manhã, comprou-se meia tonelada. Exatamente ao meio dia, o gerente faz a projeção: Se compraram 500Kg em 4 horas, durante as 4 horas de expediante da tarde, vão comprar mais 500kg. E eu não terei mais 500kg para vender nas 4 horas do turno da noite.

Logo, a procura exagerada da manhã faz o preço do Açúcar disparar ao meio dia jusatamente para que sobre produto nas prateleiras até o final do período.

Porém...

Se esta procura se intensifica, repetindo-se diariamente, a informação chega ao distribuidor, que repassa ao produtor.

E, se a procura de um bem renovável é grande, não há porque aumentar o preço para limitar a compra... Hora bolas, é um produto que pode ser criado sempre que necessário. Se há procura, há necessidade! Então, que aumentemos a produção! Vertiginosamente!

E, se há uma superprodução, pode-se diluir os custos da mesma em um número maior de unidades. Logo, o preço da unidade final tende a... DIMINUIR!

Com um preço final menor que o daquela manhã em que vendemos 500kg, as projeções acabam sendo animadoras. Porque, se conseguimos vender 500kg a um preço maior do que o que temos agora, imaginem o consumo com este preço mais em conta?

Mais pessoas compram mais produtos. Mais compras e vendas, significam maior giro de capital. Maior giro de capital significa dinheiro pulando de mão em maõ, em mais mãos que anteriormente. Mais pessoas entrando na ciranda do dinheiro significa mais e mais negócios, maior consumo de bens e serviços.

Portanto, a curto prazo a procura gera preços maiores. Mas, a médio, temos um barateamento generalizado, gerador de riquesas. O único cuidado é a longo prazo. Bens "renováveis" são possíveis de serem produzidos somente até certo ponto de esgotamento de suas fontes, caso o homem não possua técnicas (tecnologia) para cuidar de suas matérias primas. O Solo, os mares, a atmosfera... Cada colherada dos 500kg de açúcar é composto de moléculas (carbono, hidrogênio, etc...) e, se o solo e o ar não estiverem saudáveis, a cana não se desenvolverá. Se os trabalhadores que plantam, cuidam, colhem e processam não utilizarem as melhores técnicas, perde-se produto. Se a distribuição e logística de vendas não forem as melhores, novamente, haverão perdas.

Logo, temos duas bases necessárias para que haja, definitivamente, a tal da distribuição de renda: Consumo e Educação.

Sem o consumo inicial de 500kg de açúcar, não há como desencadear o processo. E, sem tecnologia de ponta, não há como sustentar o processo a longo prazo.

Pronto. A idéia está ai, traduzida para leigos. Que alguém com mais tempo e disposição transforme isso em números e prove que é possível.