sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um lugar do Caralho...

Hoje eu acordei com uma pequena vontade de me jogar na frente de um ônibus.

Sei lá, sabe, uma pontinha inuportuna de depressão bateu em mim. De tanto ver portas fechando-se à minha frente, agora, quando o vento começa a levar uma porta eu já fico todo mal. Talvez esteja apenas traumatizado.

O que me ocorre é que não deveria estar sentindo estas coisas. O que me ocorre é que eu sempre tentei olhar a vida pelo lado mais bonito dela. Nem que fosse pelo menos feio... Mas, hoje demanhã eu não consegui.

Não sei se são estes dias cinzas em repetição, ou toda a ignorância que eu tenho que escutar, ou as caras amarradas dos cidadãos da cidade grande... Acontece que eu estou pra baixo.

Não, definitivamente não é o meu time... Já não sou mais criança para me importar tanto com derrotas do Inter...

Também não foi minha irmã, que tive o prazer de fazer uma vista ontem.

Não foram as manias do meu pai, querendo assistir filme no notebook às 3 da madrugada, lendo e relendo orações ridículas, tão pouco as observações maldosas da minha avó... Não vó, Zaffari não contrata free-lancers. Mesmo que contratassem, estou no limbo profissional onde não sou qualificado o suficiente para os cargos mais elevados, mas sou muito qualificado para as tarefas mais simples. Não, não me darão emprego de frente de caixa só porque fui falar com a gerência...

Sei lá mesmo, sabe? Tenho uma namorada fantástica e, a cada dia que aguento aqui, aproxima-se a parca hora que terei com ela.

Sei que, mesmo com as coisas não estando ideais, não deveria me desesperar. Mas estou. Fico pensado nos corredores de ônibus na Protásio e na Bento. Repleta de coletivos lotados, velozes e pesados. Será que se eu me jogar na frente de um deles o atropelamento me fará sumir deste lugar que insiste em perder as cores sem razão?

Eu idealiso demais, sabe? Acho que, no fundo, é só a vontade de anular um pouco a manias das pessoas, abrir espaço para o diálogo, impregnar os meios com paz, sinceridade, boa-vontade e compreensão.

Ou seja só o medo bobo de ter que voltar para aquele Balneário-Prisão, de onde luto tanto para sair. Talvez seja o pavor de não encontrar oportunidades, de ter que viver como eterno dependente, de ser submetido às fantasias alheias o tempo inteiro.

O fato é que esta pequena senssação viaja pelos meus neurônios como ratos em um navio: Nunca a vejo diretamente mas, a cada segundo, tenho a impressão de ter visto algo correndo ali, pelo canto do olhar, por entre as outras coisas...

Gostaria de não estar sentindo isso, gostaria de poder estar no meu mundo idealizado, no meu cantinho de paz...

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