Primeiramente, o cérebro é uma estrutura que se desenvolve em camadas. Estou colocando imagens, ao decorrer do texto, com os esquemas dos cérebros de peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos e do ser humano. A simples observação das diferentes formas dos cérebros e sua comparação com o cérebro humano já deixa evidente a situação das camadas. Mas, mesmo assim, vou apontá-las:
O primeiro cérebro a ser tomado é o dos peixes. Sim, antes deste cérebro, temos vários outros, já devidamente constituídos e funcionais. Mas, embora demonstrem traços importantes da evolução, nenhum deles têm participação evidente na inteligência dos seres ditos superiores.
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Mas sabe como é a estorinha, né? O mar estava muito competitivo, alguns peixes apresentaram mutações (pulmão, nadadeiras ósseas) e saíram do mar, ganhado as terras.
Os primeiros anfíbios apareceram.
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Passaram-se gerações e o cérebro mudou, também. E, talvez mais importante do que possuir pernas, o cérebro apto foi o que fez com que os anfíbios conquistassem a terra.
Na imagem ao lado, a representação de um cérebro de um anfíbio. Na comparação com o de um peixe, só notamos que houve uma espécie de "compactação". Como se o cérebro somente tivesse se aperfeiçoado para ter uma aparência melhor. Mesmo porque são as mesmas regiões que estão estão representadas: medula, cerebelo, glândulas, áreas especializadas dos sentidos e a continuação da medula. Só que essa continuação da medula é mais prolongada. É mais extensa. Tanto, que já podemos identificar onde fica o início do cérebro.
Passou o tempo e os anfíbios já não eram mais tão dependentes das águas. Foram desenvolvidas proteções especiais para a pele, para os filhotes e a vida pode, pela primeira vez, dispensar a água para se criar. Não que os répteis não precisassem beber água. Mas nenhum deles dependia mais de uma lagoa para se reproduzir, proteger-se do sol, etc...

Foram três extinções em massa dramáticas que acometeram a terra, durante o domínio dos répteis. Em duas delas, mais de 90% dos organismos vivos foram extintos. Mesmo assim, o cérebro do último parágrafo conseguiu encontrar maneiras de manter a vida. Estratégias foram desenvolvidas, instintos foram talhados e, depois que os dinossauros desapareceram, este mesmo cérebro tornou-se dois: Aves e mamíferos.
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As aves seguiram a estratégia dos répteis que dominaram os ares. Isso trouxe complicações únicas. Problemas próprios, que só uma evolução especial iria resolver. O cérebro de uma ave não é muito diferente de um mamífero. Só que elas conseguem não somente ser hábeis na sobrevivência, como também desenvolveram características únicas, para controlar o vôo.
Mas o que é realmente impressionante é como um corpo quente consegue desenvolver cérebros altamente sofisticados. Os mamíferos conseguiram verdadeiras maravilhas, no que se refere ao desenvolvimento do cérebro. Em todos os exemplos que podemos citar, vemos espécies com domínio na socialização, com sentimentos elaborados, com comportamentos instintivos altamente elaborados, além da capacidade de improvisação, raciocínio, utilização de táticas refinadas, de ferramentas simples e até comunicação.
Sério, ver golfinhos, baleias, ursos, lobos e grandes felinos cercando presas, cansando-as e, só então, as abatendo, é fantástico.
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O cérebro de um mamífero é algo único. Você pode notar, na imagem ao lado. Claramente, o que chamamos de "ponte" é a medula E o cérebro de um peixe. O tamanho do Cerebelo é evidentemente maior do que o de qualquer outro grupo, até o momento. As glândulas continuam ali, impávidas em seus trabalhos químicos, vitais. Mas não conseguimos mais distinguir claramente as regiões especializadas dos sentidos: elas são, pouco a pouco, incorporadas, envolvidas pelo cérebro avançado. Sim, parece que o cérebro toma o espaço da caixa craniana. "Abraça" as partes especializadas. Envolve e incorpora estas partes.
Então, uma espécie mamífera passou por mutações. Aliás, imagino o primeiro humano. O primeiro bebê que nasceu com um "cabeção". Como ele deveria ser uma aberração. Como sua mãe deve ter ficado assustada. Talvez, até tenha sido vítima de preconceitos.

Nosso cérebro é único, sim. Mas, se olharmos para ele, com cuidado, todos os outros cérebros estão ali. Como falei no início do texto, nosso cérebro tem camadas. Bem no meio, na vertical (porque andamos eretos e nossa coluna é vertical), meio amarelado, está a parte do cérebro igual à dos peixes. Logo atrás, o Cerebelo, presente desde o início da evolução, só que maior. Podemos ver as glândulas. Podemos ver a "continuação da medula", presente nos anfíbios. O cérebro primitivo reptiliano. Em branco, bem no meio, o que seria um cérebro mamífero. E, então, nossa característica única: O cérebro superior, Humano.
Está tudo ali, Basta comparar. Mas eu encontrei uma imagem legal, que pode auxiliar a ver:
E também tenho uma segunda imagem, que mostra melhor a evolução comparada:
Disse tudo isso, mas ainda tem mais. Eu vou te contar um segredo bem legal: Não é só o cérebro que é responsável por interpretação de estímulos e tomada de decisão.
Verdade. Juro! Hehe!
Os nossos intestinos têm tantos neurônios que muitos médicos e cientistas já o consideram como "o segundo cérebro".
Mas as perguntas são:
1 - Como sabemos que os intestinos possuem neurônios e funções cerebrais?
2 - Porque os intestinos precisam ter neurônios?

Então, restou-se saber o porquê. E é até simples. Em caso de uma intoxicação alimentar, a resposta deve ser imediata. Estimular uma diarreia ou um vômito pode salvar o indivíduo. E o tempo, nesses casos, geralmente é crucial. Assim, por menor que seja o tempo de envio, processamento e resposta de um estímulo entre o trato digestivo e o cérebro, ele demora.
Dessa forma, os indivíduos que nasceram com mutações que originaram mais neurônios nos intestinos, tiveram vantagens. E estão perpetuados, até hoje.
Sim, você nasce com um segundo cérebro, totalmente funcional, nos intestinos. Capaz de te dizer com extrema velocidade se você está com fome, sede ou saciado. Se o que você comeu faz bem ou mal para o corpo. E, não só isso, capaz de tomar decisões sozinho, salvando sua vida.
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