quarta-feira, 18 de abril de 2012

Rampa

Há algo em mim que gosta da noite.

Não das baladas, luzes fortes, agito e música alta.

Na verdade, o que eu mais gosto é da noite escura. Da noite calada. Onde todas as vozes estão caladas. Da calmaria. Do frio que só a noite te oferece.




Quando adolescente, eu sempre gostei de passar pelo caminho mais escuro. Pelo local menos habitado.
Na prainha - que tanto gosto - há uma "rampa de skate" (doravante chamada apenas de "rampa"), que tem uma relevância grande, na minha vida.
Para lá eu ia, quando queria ficar sem fazer nada. Isso porque era um ponto onde não haviam postes, luzes. Onde não passava quase ninguém. Onde eu conseguia deitar no concreto e me sentir "caindo" no céu estrelado.
Onde eu conseguia ficar sozinho e longe de tudo.


Fui para a Rampa com muitos amigos, também. Alguns, depois, não se mostraram tão amigos, assim. São tantas horas de conversas boas que nem vou me esforçar para lembrar qualquer uma delas. Minha memória é ruim, fazer o que?

Ficar contando estrelas, ficar procurando constelações... estrelas cadentes! Discos voadores, Alienígenas!
Dar uma estrela para outra pessoa!
Na rampa, tive dias de imensa alegria e chorei o dia mais triste da minha vida.
É a noite, sabe? Escura. Com as luzinhas lá longe, te convidando para ir até elas... Explorar o infinito...

Eu tenho uma música, para a Rampa. Não traduz metade da saudade que eu sinto por aquele lugar. Mas, com certeza, traduz a saudade do tempo que não voltará nunca mais.

Rampa

Puro plágio, o prato predileto,
Pessoas possuídas, pioneiros atrasados
Azarados perdedores, senhores sortudos
Por tudo grato, gaiato num navio

Nada de especial... Noite de Natal...
Que tal talvez, em vez de brigar...
Arrumar o lugar e ver a noite passar...
Na Rampa... Na Rampa... Na Rampa!

O violão veio, eu vejo a vista
A Pizza partida, impossível imaginar
Uma estrela cadente, cai lá do céu
Se eu esquecer, você vai lembrar

Planos pro futuro, seguro a tua mão
Então choro sozinho, mostro o caminho
Onde ando só, só para a escuridão
Que fica pra trás


Nada de especial... Noite de Natal...
Que tal talvez, em vez de brigar...
Arrumar o lugar e ver a noite passar...
Na Rampa... Na Rampa... Na Rampa!


Videôque que nada, nada de mulher pirada
Nem daquela pentelhada, o melhor da madrugada...

É na Rampa... Na Rampa... Na Rampa!




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