Tenho o compromisso, comigo mesmo, de sempre ser o mais justo que posso. O que vê tudo e decide com base no que é o mais correto.
Os meus Pontos Finais são baseados nesse senso de justiça que tenho.
E, hoje, aconteceu uma coisa que não considero justa.
O STF julgou a constitucionalidade das cotas em universidades. E aprovou com unanimidade.
Em menos de um mês, já é a segunda decisão em que sou voto vencido, neste país.
Porque as cotas não são justas? Porque são racistas.
São coisas que eu não consigo compreender, sabe? O país estava indo muito bem no setor acadêmico. A cada ano, mais e mais recursos federais inundavam faculdades, ao oferecer bolsas integrais e parciais a estudantes comprovadamente carentes e financiamentos educativos para os que não poderiam pagar integralmente a faculdade, sozinhos.
Essas ações são democrática. Essas ações incluem a parcela da população que é realmente marginalizada. E, de quebra, não divide as pessoas por suas características físicas.
Porque, me desculpem os que apoiam as cotas, a cor da pele ou origem de uma pessoa JAMAIS foi fator impeditivo para que alguém frequentasse creches, pré-escolas, primários, ginásio, segundo grau, faculdades, pós-graduações, mestrados, doutorados e PHD's, no Brasil.
O que impede uma pessoa de frequentar as instituições de ensino, em primeiríssimo lugar, é a falta de dinheiro. Pura e simples falta de recursos. Existem famílias que têm tão pouco ou nenhum dinheiro, que realmente prescindem da mão-de-obra de seus filhos, para que todos subsistam! Isso sim é o maior problema. Pessoas como estas não precisam de cotas em universidades, que nunca usarão! Essas pessoas precisam, com urgência, de serviço social. De preferência, serviço social em troca de estudos, preparação e qualificação. Justamente um período de amparo, para que possam se sustentar, depois!
Mas atentem: eu não estou falando que alguém precisa ser extraordinariamente rico, para estudar!
Mesmo que as escolas estejam sucateadas, com currículo e metodologia ultrapassados e com professores desvalorizados, ainda existe ensino público gratuito, no Brasil inteiro! Até o transporte é facilitado ou gratuito! Não há NENHUM motivo para uma criança não frequentar a escola até o final do segundo grau.
Nenhum motivo que não seja a própria falta de interesse. E, me desculpem novamente os defensores das cotas, há crianças com todas as cores de pele evadindo a escola. Crianças que não têm capacidade de discernir o certo e o errado e, muito cedo, decidem sozinhas que não estudarão mais. E pais omissos ou ausentes pactuam com essa decisão errada.
É essa escolha da criança que faz com que ela não vá para a universidade, depois. Não é a cor da pele da criança que decide isso.
Entrar na faculdade é difícil para quem não se prepara. Para quem não quer estudar. Para quem passa as tardes vendo televisão ou namorando. Independente de cor de pele ou origem.
Tanto é verdade que vemos todos os tipos de cor de pele se formando em faculdades. Brancos, mulatos, negros, índios, pardos, etc... Com as facilidades que existem, hoje, para estudar, basta que haja interesse. Esforço. Disciplina. Vontade. O resultado é um canudo na mão e um futuro pela frente, independente de sua origem ou cor de pele.
"Há, Arthur, mas o pretinho pobre da favela se sente mal em frequentar universidade onde só tem mauricinho..."
Duas coisas:
1 - Ninguém pode ser responsabilizado pelo senso de inferioridade que outra pessoa tenha. E não será uma lei de cotas que irá acabar com isso. Tratamentos psiquiátricos vão.
2 - Discriminação sempre foi crime. Não é necessária mais uma lei de cotas, para reafirmar isso. Se o "mauricinho pratica bullying", processe. Busque os seus direitos. Mas não se prive de estudar por causa disso!
Essa lei de cotas nada mais é do que um movimento de distração, para o povo. É uma lei desnecessária, que não resolve nenhuma das causas do desinteresse e da evasão escolar. Um paliativo travestido de circo, para que fiquemos discutindo as propriedades da fumaça, enquanto o fogo se alastra.
O principal problema é modernizar todas as etapas da escola. Rever nosso currículo, que está incompleto faz muito tempo. Valorizar os professores e aumentar sua autoridade, para que eles se sintam plenamente responsáveis pela instrução da próxima geração. Criar disciplinas para ensinar como nosso país funciona. As principais leis. Como se comportar no trânsito. Para que serve um deputado. Ensinar filosofia, mostrar como uma ideia se concebe, o que é um debate e como ele se conduz... Montar centros de ciências, biologia, música e artes!
Uma escola mais interessante prende a disciplina dos alunos. Cria a vontade de estudar. Estimula o hábito.
Depois que você passou a gostar de estudar, passar em vestibulares é fácil.
A escola deve preparar a pessoa para a sociedade, refletindo a realidade que queremos para o nosso futuro. Temos que guiar as crianças, para que elas aprendam a ser os cidadãos com quem queremos conviver, daqui alguns anos. E isso independe de cor de pele, origem social ou conta bancária.
Fico triste por estar em um país onde tratamos os assuntos básicos com paliativos, o tempo inteiro.
Onde vamos parar?
Sempre fui contra a cotas por questões raciais. Questões financeiras sim são um problema para quem quer estudar, muitas pessoas tem que trabalhar para poder bancar o próprio estudo!
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