Eu nunca fui conhecido por ter opiniões convencionais.
Tenho a péssima mania de querer descobrir as causas dos problemas. Porque eu acredito que resolvendo as causas, resolvem-se os problemas.
Exemplo? Ontem um espertão criticou uma oferta de bico. Panfletar um final de semana em um shopping. Pagamento? 80 reais.
Segundo o espertão, isso é escravidão e está errado. A empresa quer se aproveitar dos trabalhadores.
Problema: trabalho escravo.
Vamos investigar um segundo: você tá precisando de dinheiro. Tem um trabalho fácil para fazer em um final de semana. O que é melhor: ficar em casa vadiando e não ganhar nada, ou ir panfletar no shopping por 40 reais por dia?
40 reais por dia é mais do que o salário mínimo (mais ou menos 37 reais por dia...).
Sem falar que, se você não gostou do pagamento, basta não se candidatar. Veja só: eu não me candidatei e tô aqui, de boa em casa, sem ser "explorado". Ninguém é obrigado.
Bem. Não tem problema algum ali. Trabalho honesto, oferecido para quem quiser.
Em São Paulo o governo decidiu que faria remanejamentos nas escolas públicas.
Não sei se isso é certo ou errado.
Não é o meu estado, não uso escola pública e não quis usar meu tempo livre para analisar esse tema.
(Por mim, privatiza tudo. Hehe.)
De longe, sem o devido conhecimento de causa, se os administradores públicos resolveram fazer essa alteração dramática, bons motivos eles tiveram. Se chegou no ponto de colocar a alteração em prática, é porque uma maioria eleita concordou.
Acontece que um grupo de adolescentes não concordou com a ação. Esses adolescentes resolveram ~ocupar~ as escolas.
As ocupações atraíram a polícia. E a confusão começou.
Como a confusão não parecia estar surtindo efeito, os adolescentes (muitos dos quais parecendo ter 30 ou 40 anos de idade) quiseram bloquear ruas.
Ocupar pacificamente? Ok.
Bloquear rua? Questão de segurança. A necessidade da maioria (transeuntes) se sobrepõe à necessidade da minoria (estudantes).
Houve confronto.
Houve truculência.
Houve agressão.
Taí o problema. Vamos investigar as causas:
1 - Adolescentes são tutelados por adultos. Adolescentes são pessoas que ainda não estão plenamente formadas para o convívio em sociedade. Adolescentes vivem com os pais porque precisam da supervisão de um adulto responsável. Alguém que determine o que deve ser feito. Alguém que assuma as consequências das ações dos adolescentes.
Logo, não se discute nada com adolescentes. São pessoas que ainda não estão prontas. Adolescentes não têm tempo de ter feito as leituras ditas obrigatórias... tão pouco de tê-las compreendido. Sem essa base, adolescentes não têm capacidade de perceber o quadro geral, o contexto histórico das discussões em que entra. Por princípio, adolescentes não são capazes de tomar decisões plenas.
Desculpem os adolescentes que estão lendo isso. Mas é só a verdade. Eu sei. Já fui um adolescente. E também me revoltava quando alguém dizia que eu não era capaz. Hoje eu sei que quanto mais furioso eu ficava, mais errado eu estava. Vocês notarão isso, também.
2 - Já que não podemos discutir com adolescentes, temos que recorrer aos seus pais.
E isso me deixa profundamente irritado nessa situação.
Aonde estão os pais desses adolescentes ocupantes de colégios?
Eles permitiram que seus filhos passassem dias... semanas!!! em colégios? Sabe-se lá com quais companhias? Sabe-se lá se estavam passando fome, frio, enfrentando policiais truculentos, sendo espancados, estuprados, mortos...
Sabe-se lá o que os seus filhos estavam fazendo! Usando drogas? Depredando?
Que porcarias de pais são esses?
Aonde está a responsabilidade deles?
3 - PQP, polícia. Discutindo com adolescente? Imberbes mal saídos das fraldas?
Eu nem teria chego perto dos colégios. Entraria no sistema, pegaria o nome dos adolescentes ~ocupantes~ e chamaria os pais para BATER UM PAPO.
No mínimo, pagamento pelos estragos e contratempos. Porque essas ocupações geraram prejuízos e custos. E essa bagunça toda vai sair do bolso do contribuinte paulistano. Inclusive de quem - assim como eu - não usa ensino público.
Tirar cadeira da escola sem autorização? Roubo. Leva o anjinho e os pais para falar com o delegado.
E se os pais estão coniventes com as ações dos filhos... então é claro que estão usando os menores para seus fins particulares. Caso clássico de perda de guarda.
Mas, né?
Brasileiro aprende a pensar com a mídia, com professores que seguem a cartilha coitadista ou com a bunda, mesmo.
Agora, pensar que formar um cidadão é a maior responsabilidade de todas, isso não pensam.
Acham que essas macaquices anarquistas são manifestações de democracia? Por favor!!!
Dica do tio Arthur: democracia é sentar com o seu vereador/deputado/representante e expor as suas reivindicações.
Usar o método correto, previsto em lei, para acessar os poderes.
Pessoal está dando muita atenção às vontades de crianças e adolescentes.
A Suécia começou a fazer isso na década de 70. Os resultados? Uma geração de adultos mimados, incapazes de enfrentar o curso prático da vida.
Crianças e adolescentes só têm um objetivo: se tornarem os melhores adultos que puderem ser, o mais rapidamente possível.
Toda essa turma de adolescentes ocupantes foram reprovados no quesito "política", "legislação" e "cidadania".
Nota zero para os seus professores, também.
A vida cobrará desses adolescentes, em um futuro bem próximo. E se eles continuarem com as atitudes que aprenderam hoje, certamente apanharão muito da vida.
Tentem deixar pessoas melhores do que isso, para o nosso mundo.
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