terça-feira, 27 de julho de 2010

Mentiras

Nem sei por onde começar. Esse é mais um texto sobre mentiras. Mas, dessa vez, não é sobre as minhas mentiras mas, sim, sobre as mentiras alheias. Mentiras que, não sei como, não são interpretadas como mentiras. Mentiras que, fosse eu o genitor, estaria FODIDO. Mas, como são os outros que pronunciam estas mentiras, torna-se algo óbvio, lógico, bonito, até mesmo reconhecível. Tipo, parece que a MENTIRA que, em mim, seria imperdoável, em outros lábios torna-se uma distração, um lapso, até mesmo uma omissão estratégica e, em último caso, uma "mentirinha inocente".

Quero começar este texto dizendo que só consegue discursar a respeito do poço quem já esteve em seu fundo. Os demais? Eles podem teorizar, utilizar-se de lógica e até astúcia, mas jamais saberão o que é a verdade, por completo.

Como o mito da caverna, de Platão, saca?

Sendo falado a partir de um baita "mentiroso anônimo" (porque a mentira é um vício, assim como alcoolismo, jamais é curada, sempre controlada):

Para que se viva com a verdade plena, você deve criar regras tais que valham para qualquer ocasião, em qualquer lugar.

Profundo, não? Não! Aliás, extremamente raso e direto. A tua lei pessoal, que rege às tuas ações deve ser tão ampla, vasta e, ao mesmo tempo, direta, que valha para qualquer um, em qualquer situação possível e imaginável.

Assim sendo, de nada adianta pregares a honestidade afinco se, no primeiro momento de perdição, sucumbires à tentação e contrariares as leis.
De nada adianta dizeres que fulano ou beltrano não podem fazer isso ou aquilo se tu próprio o faz.

Tão ridículo como um pregador do vegetarianismo encontrar-se devorando uma bela picanha em um rodízio de churrasco à moda gaúcha.

Mas as mentiras não anunciadas não param por ai. Afirmares uma coisa e não cumprir o que foi dito é uma forma de mentir, sim. Propor-se a algo e não fazê-lo gera expectativa nas pessoas. Algo irá ocorrer. Todos esperam. fazem planos contando que aquilo que disseste é certo... Mas, no final... "Puf"... As coisas não ocorrem e as cordas roem. Como cascatas, os planejamentos acabam ruindo e, mesmo que tudo tenha começado por um imprevisto... acabas sendo um mentiroso.

É complicado ver as pessoas que me mandam ou inquirem algo não fazerem o que pregam.

Revoltante.

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