sábado, 21 de janeiro de 2012

Meus Dias

Dizes que és minhas, mas nunca fostes.

Ao acordar mais cedo, todos os dias, só para conversar comigo, eras de um grande amigo meu.
Quando seguravas a minha mão, em aulas curtas que pareciam não ter fim...

Dava-me dias do teu verão, pela primeira vez, mas nunca dos teus invernos.

Dava-me o caminho até tua casa, mas jamais as portas do teu coração.
Disseste que me querias, mas, na verdade, querias a todos.
Surpreendeu-me com um beijo mas, mesmo assim, jamais me quis de verdade.
Quando me quis, eu era só um capricho, objeto de desejo momentâneo.

Depois, nunca quiseste de verdade. Sou bibelô barato, daqueles que se acha em qualquer loja. Só não se desfazes porque acostumou-se a viver perto.

Sou curiosidade latente que você cede, mas não concede.
Sou a imagem do amor pra vida toda que você deixou passar.
Sou a promessa de que o próximo será muito melhor do que o que está contigo, mas preferes o certo, ao duvidoso.

Sou tudo e, ao mesmo tempo, na verdade, não sou nada.

Sou a eterna promessa, semente que demora para vingar.

Disseste que eras minha mas, no final das contas, jamais fostes.

Como queria eu que, desde a primeira vez, fostes minha para sempre.

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