quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Por um sentido na Vida


O ser humano é engraçado.

Temos boas intenções, mas nenhuma vontade ou força de vontade para concretizá-las. E, pior, alguns dos poucos que conseguem se mexer, acabam confundindo e fazendo mais merda do que, propriamente, auxiliando nos processos em que se envolvem.

Faz alguns dias, por exemplo, rodou na internet a brilhante frase: "Cuide da água, ela não cai do céu!"

A quantidade de "ecochatos" brigando por qualquer bobagem me enoja.

O fato, aqui, é que o ser humano está cavando a própria sepultura, em termos de evolução. O Universo é algo que muda. "Poços" de gravidade agregam matéria, que gera atrito. Esse atrito gera calor e outras formas de radiação. E a energia não é algo que possamos prever, exatamente, força, direção e intensidade, o tempo inteiro. As iterações entre os diversos tipos de energia que conhecemos (e os que nem imaginamos que existem), alteram constantemente o nosso meio. Nesse turbilhão de atividade estamos nós, a espécie humana, lutando para que qualquer local onde quisermos existir tenha clima mediterrâneo.

Sim. Nós, humanos, que já descobrimos 5 extinções em massa, que desvendamos inúmeros mistérios da vida e que temos cada vez mais e mais conhecimento do passado, presente e capacidade de prever o futuro... nos entregamos à maior armadilha da evolução: a estagnação da espécie.

Desde o ar-condicionado e da calefação, que deixam qualquer recinto com a mesma temperatura, seja no deserto do Atacama ou no polo sul, até um documentário em que cientistas discutem como deixar Marte "habitável" para seres humanos - o que eles chamam de "terraformação", expressão que usarei de agora em diante.

Ou seja, em vez do nos adaptarmos para as adversidades que ocorrerão, ficamos nos preocupando em adaptar as adversidades à nossa forma de viver!

Todos vemos que existem problemas. Mas os mais extremistas parecem querer voltar no tempo, para uma época em que a força humana era pequena. Desculpe, não há como emular isso. Precisamos de cada vez mais comida, precisamos distribuir os recursos de forma eficiente e, principalmente, garantir a felicidade da população. Só que, para poder atender a todos os quesitos, não há como "dar passos para trás". Tão pouco podemos exigir que as pessoas estagnem, congelando o mundo onde está.

É pra frente que se anda. Mas isso não é próprio do ser humano. Como sempre comento, somos seres que não sabemos lidar com nossas perdas. Depois de darmos valor para algo, privar-se do objeto possuído é algo extremamento doloroso. Mesmo que seja um caco velho e esquecido em algum baú. E, quando chegamos a possuir outro ser humano, nossa necessidade de nunca perdê-lo chega ao limite extremo: a fantasia da vida eterna! Criamos alucinações coletivas, onde juramos de pés juntos que sabemos que, após o fim da vida, há uma outra vida. E que ficaremos para sempre com quem gostamos...




Sinceramente, o que falta para nosso mundo é alguém que o comande, por inteiro. Alguém que saiba, realmente, definir as metas coletivas e possa decidir imparcialmente sobre todas as principais contendas. Esse alguém não existe, nem nunca existiu. Se querem atribuir esse papel a algum Deus, me desculpem, seu Deus é um incompetente. Doenças, guerras, destruições, vandalismos, pragas, falta do básico indispensável... Só para dar exemplos. Todos estes itens são coisas que poderíamos controlar, em um aspecto mundial.

Poderíamos garantir que as pessoas do mundo inteiro vivessem felizes, sem as barreiras internacionais. Poderíamos, todos, seguir instruções de alguém realmente capacitado, que arbitrasse os locais onde poderíamos povoar, locais de exploração de recursos e locais de preservação... Alguém que concentrasse os esforços de controle da economia mundial, para garantir competição justa entre os povos... Diferentes lugares do mundo pagando os mesmos impostos e salários. 


Mas é complicado conversar sobre isso em um mundo onde cada um não tem uma opinião sobre os principais assuntos. E, mesmo assim, se põem a discuti-las, repetindo o óbvio a cada dia, sem a coragem de propor algo novo. Pior: todos estamos condicionados a fazer chacota com novas ideias, instantaneamente!

Nosso modo de vida está errado e deve ser alterado. Não podemos deixar que as rédeas do nosso futuro fiquem nas mãos de burocratas que vivem de sugar os recursos dos Estados, recebendo para solucionar problemas que não existiriam, caso eles também não existissem. Passou da hora de fazermos algo. 

Mas o importante é descobrirmos, logo, alguém altruísta de verdade. Que tenha princípios e valores e que, principalmente, não tome partidos! Esse líder mundial deve ser alguém disposto a arrumar tudo, sem pedir nada em troca. A doar a sua vida em prol não de uma comunidade, uma cidade, país ou ideal: mas, sim, de toda a humanidade.

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