terça-feira, 31 de maio de 2011

Só mexendo no bolso mesmo...

Só mexendo no bolso mesmo...

Acabei de saber da notícia que, no RS, conseguimos vacinar cerca de 55% das pessoas que estavam no primeiro grupo para receber a vacina contra a gripe.
A meta era vacinar cerca de 85% das crianças, gestantes e idosos.

Em contrapartida, o mesmo RS tem meta de vacinar 95% do gado bovino contra febre aftosa. No ano passado, comemorou-se a marca de 96% do rebanho vacinado.

Qual a conclusão que podemos chegar disto?
Que os gaúchos têm mais amor ao seu gado do que aos seus filhos, esposas e pais?

Na verdade, o brilhante índice alcançado com o gado em contraste com o pífio índice conseguido com as pessoas se deve a um fator não mencionado até o momento: A MULTA!

Ou seja, ameaçou mexer no bolso, as coisas andam no Brasil.

Isso me lembra de várias coisas que estão sendo cobradas de forma errada no Brasil, onde poderíamos desenvolver mais e melhor nossa pais, simplesmente cobrando pesadas multas caso as ações não seja tomadas:

1 - Carros;
Carro velho mata.
Carro velho aumenta a poluição.

O que fazemos com eles no Brasil? Incentivamos! Carro com mais de 20 anos não paga IPVA! Lindo!
Tudo isso porque o Governo burro estipula um valor para a manutenção das estradas, por veículo. Então, cobra esse valor durante 20 anos, em parcelas de valor decrescente.
Assim sendo, o carro zero quilômetro, com cinto de três pontos, proteção estrutural reforçada, airBag, motor flex, etc, etc, etc... paga mais imposto do que o "caquedo" carburado que faz barulho para avisar que chega, anda todo torto na rua, provoca acidentes e deixa uma fumaça preta por onde passa.

O Governo deveria fazer exatamente o contrário: carros zero quilômetro não pagam imposto. Após um tempo (creio que 3 anos está ótimo), passam a pagar imposto. Crescente. Depois de 15 anos, abusivo. Depois de 20 anos, Indecoroso e indecente.

Assim, estamos incentivando que outros impostos sejam recolhidos a mais. Todos impostos que giram na produção, transporte, venda, utilização, manutenção e descarte/reciclagem dos veículos novos certamente compensariam a queda na arrecadação do IPVA. Lembrando que carros chegam a ter cerca de 60% de imposto no valor total...

Acho que nem preciso dizer que a maior procura tende a baixar o preço.

2 - Desenvolvimento Urbano;

Prédio velho e mal-cuidado caí.
Prédio velho e mal-cuidado mata.
Prédio velho e mal-cuidado diminui o valor da vizinhança.

Terrenos Baldios são concentração de lixo, pragas e doenças.

O que fazemos no Brasil?
Cobramos IPTU referente ao tamanho da construção. Ou seja, melhor não construir nada e deixar o terreno parado. E, depois de ter construído algo, melhor não mexer muito, para não ter que pagar mais imposto.

Gosto do exemplo da China: Para incentivar a construção civil, aumentar os empregos, desenvolver tecnologia e melhorar o aspecto da cidade, os prédios têm data para pagar mais imposto. Não sei de cabeça a idade certa. 30 ou 40 anos, acho. Mas, passado esse tempo, o imposto fica tão mais caro que é mais fácil botar a baixo o prédio e construir um novo.
E as construções históricas também entram na brncadeira: devem passar por reformas periódicas, com data marcada, para não se deteriorarem ao ponto de se perderem.

Acho que nem preciso dizer que a maior procura tende a baixar o preço.

3 - Filhos.

Gente demais pede mais e mais comida, água e espaço, deteriorando o meio-ambiente.
Gente demais sem devida estrutura para formar e acomodar cidadãos gera marginalidade.
Marginalidade mata.

O que o Brasil faz?
Concede uma quantia em dinheiro para cada filho que pessoas pobres colocam em escolas (que geralmente não possuem infra-estrutura adequada e professores devidamente capacitados e remunerados para ensinar).
A conseqüência imediata é que famílias muito pobres vêem em crianças a saída para terem algum trocado certo no mês. Chega a ser absurdo pensar que casais fazem filhos hj para, daqui uns 6 anos, essas crianças entrarem na escola e passarem a ganhar menos de R$100,00 por filho. Mas, infelizmente, acontece.

Imagino um sistema adaptado do controle de população da China.
Basicamente, controla-se, através de um sistema baseado nos registros de cartório e nos CPF's dos cidadãos, o número de filhos por pessoa. Cada pessoa pode ter um número estipulado de filhos. Na China era de um filho, porque estavam tentando conter a explosão demográfica. Acho que o caso no Brasil não é tão dramático assim. Creio que dois filhos por pessoa seja um bom número. O terceiro? Aumenta o imposto de renda em 80%. O quarto? Mais 80%. Ah! mas no Brasil a classe mais baixa é isenta do imposto. No terceiro filho, acaba a isenção. E as sobretaxas incidem, invariavelmente.

O Resultado? As pessoas passariam a pensar melhor antes de fazer um filho. Passaria-se a valorizar mais a vida. Teríamos menos pessoas nas ruas e o Estado poderia cumprir suas obrigações para com cada cidadão, mais facilmente. Teríamos mais cidadãos e menos marginais.


Isso aí, só para citar três possibilidades.
Porque, infelizmente, em países com um povinho como o nosso, só mexendo no bolso para poder fazer algo funcionar.

Aliás, quando será que serão cobradas multas por má administração pública?


Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

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