Vamos tentar fazer um texto à moda antiga?
Acho que estou devendo isso pro pessoal que lê o Ponto Final!
Minhas atividades mudaram.
Minhas ideias mudaram.
Meus sentimentos mudaram.
Minhas atitudes mudaram.
Tanta coisa mudou... mudei também!
Mas mudar não significa apenas "ir para um novo lugar". Significa "abandonar o lugar antigo".
Para cada nova ideia instalada na minha cabeça, uma ideia antiga teve que ser desinstalada.
Para cada lugar novo que eu frequento, deixei de frequentar um lugar que eu sempre ia.
Para achar tempo para cada atividade nova, uma atividade que eu já estava acostumado perdeu tempo.
Para cada pessoa nova que entrou na minha vida, eu precisei deixar que outras pessoas saíssem.
Toda mudança é difícil, ao menos no início.
E sabe o que é mais difícil em uma mudança? Planejá-la corretamente.
Se você não estrutura sua mudança, você acaba "tocando de improviso". Toma as decisões baseado no seu ato-reflexo. Na hora que o problema assalta no susto, tendemos a reagir do modo que estamos condicionados a reagir. Fazendo mais do mesmo, do modo como sempre fez.
E sabes o que dizem sobre fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes, né?
Olhei pra dentro de mim e cataloguei tudo o que me fazia sofrer.
Investiguei a fundo e descobri a causa de cada sofrimento. Fui na r
aiz, exatamente naquele ponto onde uma decisão minha derruba o primeiro dominó, que derruba outro e mais um... até que chegue no fim inevitável, que me faz sofrer.
E então eu decidi que não ia mais derrubar esse primeiro dominó.
Isso, é claro, mudou drasticamente quem eu sou. Ainda estou avaliando a minha mudança. Não sei se mudei pra melhor ou para pior. Só sei que mudei.
Algumas pessoas que deixei no meu passado têm voltado. Talvez saudades bobas, talvez tenham se interessado pelo novo Arthur, talvez só curiosidade, talvez elas próprias tenham mudado também... sei lá.
Algumas das pessoas que tentaram voltar eram muito importantes para mim. Antes.
Inclusive nesse meio tempo em que estive mudando eu desejei que algumas dessas pessoas voltassem para a minha vida.
Mas qual não foi minha surpresa quando eu notei que mudei tanto... mas tanto... que essas pessoas não são mais tão importantes para mim, hoje.
Algumas eu até faço questão de manter longe.
São tantas visões que mudaram...
Um exemplo? Até bem pouco tempo atrás eu tinha essa visão:
Dinheiro = tempo.
Como eu não tinha uma empresa própria para ganhar o meu dinheiro, eu vendia meu tempo e meu conhecimento para alguém que tivesse uma empresa.
Quando eu não tinha dinheiro para fazer algo que eu queria, precisava usar mais tempo da minha vida economizando dinheiro para fazer o que eu queria.
Esse pensamento me deixava inquieto e infeliz. E eu não sabia o porquê.
Eu via meu trabalho como "uma prisão até conseguir o que eu quero".
Eu via minha poupança e investimentos como vilões que me roubavam horas de vida, todos os meses.
Então eu mudei.
Descobri o problema. Investiguei a causa. Pesquisei qual
atitude eu deveria mudar para evitar esse sofrimento. E o principal: COMO eu deveria proceder para mudar.
Dinheiro deixou de ser tempo. Dinheiro se tornou um instrumento de medição de "quão bem" e de "quantas pessoas" eu posso satisfazer as necessidades.
Da noite pro dia, minha visão virou:
Dinheiro = régua.
Ajustei meu conhecimento para atender o máximo de necessidades possíveis. Qualquer um pode aprender a poupar e investir dinheiro. Todo mundo tem um talento secundário de onde pode tirar mais um trocado nos momentos de folga.
E eu arrumei meus desejos de acordo com as minhas possibilidades.
Organizando as variáveis que temos domínio, o dinheiro se torna apenas a medição de quantas pessoas você está resolvendo os problemas... e quantos problemas seus os outros estão resolvendo.
Faça essa balança pender para o seu lado (gaste certo para gastar menos do que recebe) e você tem a austeridade necessária para que o dinheiro seja solução e não problema.
Arquitetando as mudanças na minha vida, eu tenho encontrado com facilidade o meu lugar no mundo.
Outro dia um amigo me ofereceu um emprego de desenvolvedor Phyton. Empresa multinacional. Salário pra lá de tentador.
Só havia um problema: sou desenvolvedor JAVA.
Aderência zero à vaga.
Essa vaga claramente não é o meu lugar no mundo.
E foi o que eu mencionei ao amigo. Agradeci a lembrança. Reconheci que fiquei tentado. Mas que, infelizmente, eu não resolveria muitos problemas complexos de muitas pessoas. Logo, eu não renderia o necessário para fazer jus ao pagamento ofertado.
Inclusive EU seria um problema para a empresa, até alcançar o nível esperado.
Como resposta, meu amigo reconheceu a minha honestidade.
Mas isso não se trata de eu ser honesto com ele. Esse meu posicionamento é, antes de mais nada, honestidade comigo mesmo. Ao entender, definir e aceitar o meu lugar no mundo, eu estou fazendo com que o Arthur do futuro seja mais feliz... E, agora, o Arthur do presente, também.
Ao ser honesto comigo mesmo de que amizades que vinha trazendo desde a adolescência não me servem mais, eu posso simplesmente me afastar de quem não me faz bem.
Ao ser honesto comigo mesmo de que sentimentos que eu achava especiais demais não me servem mais, eu posso simplesmente relegar relacionamentos ao passado, sem nenhum sofrimento.
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