sábado, 27 de setembro de 2014

Liberdade de Expressão

Eu não vou falar muito sobre o tema. 
Na verdade, quero só deixar uma nota, aqui, para que fique claro a qual grupo de pessoas eu estou relacionado, quando o assunto é a liberdade de expressão.

Eu sou um liberal. Por mim, enquanto as tuas atitudes não interferirem na liberdade da outra pessoa, tu podes fazer o que bem entender de sua vida.

Eu ainda acredito muito na frase que o K disse para o J em MIB: "O pensamento humano é tão primitivo que é considerado uma doença infecto-contagiosa em algumas partes da galáxia".

Assim sendo, a livre expressão é quase como um portador de gripe dar AQUELE espirro encatarrado dentro do trem, às 18hs, na estação central. É certeza que a ideia/vírus irá infectar algumas outras pessoas.

MAS... Ideias, sozinhas, não interferem na liberdade de nenhuma outra pessoa.

"O ser humano é senhor dos seus pensamentos e escravo de suas palavras..."

Se tu queres pensar que a cor da pele, sexo, orientação sexual, crença religiosa, crença política, local aonde nasceu ou qualquer outra característica é base para categorizar os seres humanos, problema é seu.
Agora, se tu queres impor esse pensamento sobre os outros, retirando as liberdades dos demais, aí é problema nosso.
E se tu chegas ao ponto de tomar atitudes (sejam elas básicas ou extremas) que atentem diretamente contra a liberdade alheia... Aí é problema da justiça.

Porque vivemos em um mundo, amigo, aonde a ciência já comprovou diversas afirmações. E, mesmo assim, existem pessoas que simplesmente NEGAM os FATOS COMPROVADOS para continuarem seguindo a lógica do seu pensamento. E o que vamos fazer com essas pessoas?
O ideal seria, é claro, que todos nós tivéssemos uma educação de qualidade, a qual nos ensinasse como pensar sozinhos, e não uma educação que nos ensine o que devemos pensar.

Mas isso ainda não existe. E como nem você nem eu conseguiremos mudar isso sozinhos, basta esperar que a coletividade avance (mesmo em sua velocidade baixíssima), até que cheguemos ao ponto em que todas as pessoas do mundo consigam sair do segundo grau como cientistas, curiosos por respostas que avancem as fronteiras do conhecimento.
Mas até chegarmos nesse ponto utópico (como eu gosto de utopias!), o que temos é o RESPEITO.

E sempre é bom lembrar qual é o sentido do respeito: do maior para o menor.

Você não pode exigir que um burro de carga entenda as suas palavras e desempaque só porque você pediu. É impossível.
Mas você pode entender o que está fazendo o burro de carga empacar e resolver-lhe o problema.

Sempre o mais evoluído deve compreender o menos evoluído. E, se possível, resolver-lhe o problema.

Por isso que o expediente é o de RESPEITO às opiniões. 

Queres pensar que a torcedora gremista está certa ou errada? Pense. Problema é seu, independente do seu pensamento.
Claro que, quando confrontamos essa questão com a ciência, temos que não há "raça" "mais" ou "menos" evoluída que a outra. Geneticamente, as diferenças entre "brancos", "negros", "indígenas" e "orientais" tendem ao zero, não sendo estatisticamente maiores do que as diferenças comuns das mutações entre cada ser humano que vive, viveu ou viverá nesse planeta.
Assim sendo, o pensamento racista é cientificamente menos evoluído do que o pensamento não-racista.
Agora, o que vamos fazer? Bater na guria até que ela se convença que racismo é burrice? Vamos queimar sua casa, "para que ela aprenda"? Vamos agredi-la enquanto mulher, branca ou por qualquer outra característica dela que encontrarmos? Ao fazermos isso, somos nós mais ou menos evoluídos do que ela, que "só" gritou "Macaco"?

Eu acredito na liberdade total de expressão. Queres se expressar, expresse-se. Mas lembre-se que você é responsável pelas palavras que profere.


Entrevistador: "E os protestos (anti-gay) do outro lado da rua, 
alguém tem alguma coisa a dizer?"


"A América é um grande lugar, a expressão é livre, 
e você pode expor o fato que você é um idiota."

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