quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Eu pudia tá matandu, pudia tá robanu...

Mas estou só escrevendo mais um texto mesmo.

Algumas noticias se cruzam com alguns documentários em minha cabeça.

No final, vou querer enlaçar todas com o que acontece comigo... Não sei se eu vou conseguir me expressar bem, mas acho que é importante deixar registrado. Quem sabe faz diferença pra alguém?

Bem, Fiquei pasmo com a quantidade de pontes quebradas, barrancos, alagamentos, falta de infra-estrutura e planejamento que fica evidente no Brasil a cada temporal. Qualquer merda de ventinho e pronto! Cinquenta e tantos mortos ocupando espaço de programação de várias mídias. TV, Rádio, Jornal, Internet, conversas de bar e de almoço. Só se fala na tragédia.

No meio de tudo isso fico imaginando porque o Brasil não se prepara adequadamente para as coisas. Tive que ouvir uma bobagem que me deu nos nervos: Depois de várias enchentes (Blumenau, Tubarão, Oeste e litoral) e de um furacão e alguns tornados, Santa Catarina aprovou leis que diminuem IPTU em áreas de baixa renda... Que são, geralmente, encostas e locais de perigo. Ou seja, ao invés de tirar as pessoas dos locais perigosos, instruir e auxiliar direito, o governo incentiva que as pessoas morem em locais onde haverão enchentes e deslizamentos.

Parece a história do IPVA... Quanto mais novo o seu carro, mais IPVA paga. Isso incentiva uma frota velha, sem segurança, poluidora, mais manutenção, menos vendas de veículos novos e mais acidentes com mortes.

Parece que a gente tem que explicar tudo para os energúmenos. Parece que temos que ser como filhotes de passarinho, que têm que lutar para tirar o alimento do estômago de nossos pais, porque quem tem que cuidar da gente parece esperar uma revolta popular para se mexer.

Revoltante.

As pessoas têm pré-requisitos básicos que não devem ser solicitados. Porra, se são PRÉ-requisitos, significa que vêm antes de qualquer coisa, de tão importantes e fundamentais que são. Todos sabem que temos que fazer 3 refeições por dia, pelo menos. Caralho. Não precisa esperar que eu chegue, ao meio dia, e peça, gentilmente e educadamente o almoço. Aliás, se o almoço não está pronto ao meio dia, para pessoas normais, é motivo de briga, não de gentilezas. "Caralho, cadê a porra do almoço?" É a frase mais apropriada.
A mesma coisa se dá com vestuário, local para dormir, estudo, lazer, saneamento, assistência médica e odontológica e outras coisas menos óbvias, mas muito mais fundamentais, como apoio emocional, tapinhas nas costas, incentivo, confiança, etc...
Todas essas coisas são básicas para todos, mas parece que todos estão mais preocupados com a novela das oito, ou em transformar suas vidas em novelas das oito.

Estava lendo a respeito das diferenças históricas entre os EUA e o Brasil. Foram 6 páginas de enrolação, teses e mais teses, muitas palavras e nenhuma conclusão. Falaram de tudo. Culparam o que podiam e desculparam tudo denovo.
Mas, no final, fica somente a cultura. Os Norte-Americanos dos Estados do Norte tinham cultura, ganharam um território para viver e aceitaram as responsabilidades de cuidar do mesmo. Se o fazem bem ou mal, isto é outro capítulo, mas todos lutaram para que tivessem um pais justo, decente, onde pudessem viver em paz e harmonia. Inclusive, venceram uma luta contra os Estados do sul, que tinham mentalidade piores do que as brasileiras. Justamente porque são um povo melhor. Com mais cultura. Que cuida do que é seu. Que sabem que todos devem ser assistidos pelo governo, quando necessário. Que sabem quanto, como e para onde vão as contribuições que fazem.

Enquanto isso, no Brasil, temos somente um bando de marginais (sim, somos, todos, marginais) que querem somente "se dar bem". Daí o meu título. Quer frasezinha mais brasileira e estúpida que essa? "Eu podia tá matandu, pudiaroubandu, mas to aqui pedindo..." Pra puta que o pariu, antes que me esqueça. Puta mesmo, pra ofender essa cadela que colocou uma pessoa no mundo pra não cuidar, pra não educar, pra deixar virar esse bixo. Esse lixo.

Piora, e volta pra minha velha indignação, quando a gente tenta ver o porque destes pais jogarem no mundo essas crianças sem nenhum apoio. Justamente o governo, que deveria zelar por nós, não zelou. Não houve investimento certo. Não houve planejamento a longo prazo. Não houve saneamento para drenar os esgotos domésticos e pluviais separadamente e eficientemente. Não houve planejamento da defesa civil em conjunto com os órgãos de proteção ao meio ambiente. Não houve planejamento de habitações. Não houve investimento na Educação, na Saúde e na Previdência Social. Não há planejamento no Lazer, Esporte, Cultura...

Depois que são tirados todos os pilares de sobrevivencia básica das pessoas... Bem... O que resta deve ser mesmo "comer a gostosa da rua", ela engravidar, ter o filho e jogar no mundo.

Nosso maior problema é que estas crianças já estão se tornando avós.

O que estas crianças passaram para os seus filhos? Para os seus Netos?

"A vida é injusta, as pessoas são más, ninguém se importa, tente se dar bem sempre, compre porcarias para parecer ser mais do que é, tente não se meter em drogas pesadas ou ser preso... Batalhe o quanto puder para viver o máximo possível, pegue atalhos, se conseguir..."

Piora quando a gente para de imaginar e passa a ver na TV, no nosso lado, ou acontecendo consigo próprio.

Fico imaginando se o brasileiro realmente é da mesma espécie que um certo cidadão que, depois de muito esforço e estudo, conseguiu descobrir que a energia é igual a massa multiplicada pela velocidade da luz, ao quadrado.

Sim, eu sou um quadrado.

Eu ainda espero que esse povinho de merda se mexa. Sonho com o político honesto que se levantará da massa e conseguirá acabar com esse mar de lama, que insiste em acontecer a cada chuva.

Pra ti ver que merda...

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