sexta-feira, 18 de junho de 2010

Interesses

Preciso de joguinhos.

Bobos, infantis, fáceis, difíceis, cerebrais ou repetitivos.

Preciso de joguinhos.

Preciso escapar deste mundo real que me oprime. Isso mesmo, esse mundo real e suas pessoas com exigências esdrúxulas (Como um cliente que queria um relatório "X". Disse que o programa tinha esse relatório, mas mostraria duas informações a mais do que nome e telefone. Mas, mesmo sendo mais completo, o relatório não servia, tínhamos que fazer um script para que saísse o mesmo relatório sem as duas colunas de dados... RIDÍCULO!).

Façam um esforço para entender, por favor! Sou uma pessoal altamente racional. Exato, preciso, matemático. Eu quantifico e qualifico até meus sentimentos. Sou um alguém que não tem tempo para a mediocridade. Porém, esta mediocridade me rodeia, onde quer que eu vá. As pessoas não são orientadas a se nivelar por cima, somente por baixo. Tenho plena certeza que ninguém mais no mundo se sente tão mal quanto eu por não conseguir cumprir uma meta. E não é pelo medo de perder emprego, chance, oportunidade. É, simplesmente, por não conseguir ficar em paz com a minha própria consciência.

Dito isto, espero que as pessoas que lerem compreendam que não quero fazer drama, apenas constatar o que sinto, deixar marcado aqui os traços da minha pessoa. E esse mundo, que permite opiniões à todos, me esmaga.

Quero dizer que sou esperto o suficiente para ver que isso ocorre com os demais, em níveis diferentes, claro.

E qual é a saída? Lazer...

Uns matam um boi inteiro e assam no Domingo. Outros escutam um milhão de vezes a mesma música irritante no volume máximo. Há os que prefiram filmes em sucessão. Televisão em sucessão. Jogos de azar, corrida de carros, andar de moto sem destino certo, sem razão específica, cantar em coro, conversar com "amigos", fofocar, pescar, viajar, caçar, nadar 2.000 metros em vez de almoçar... Sempre existem os que não perdem a missa, os que não perdem o futebol, os que não perdem a novela, o show, a festa... Festas com drogas, festas com álcool, festas com brigas, festas com amigos, festas públicas, festas particulares... Há quem ame mais seu animal de "estimação" do que a próprio... Há os que relaxam com o seu próprio trabalho.

Eu não me incomodo com nada disso. Que cada um espaireça da maneira que achar mais conveniente. Problema é deles, não meu.

Mas eu não fico criticando a sua festa.
Eu não riducularizo o seu boi inteiro assado no domingo.
Estou pouco me lixando se ficar berrando bobagens para um Deus inexistente te faz feliz ou não.
Não critico a sua falta de habilidade em utilizar um instrumento musical.
Tão pouco digo na tua cara que trabalhar feito um louco é coisa de... LOUCO.

Mas estou realmente enfezado por olharem o meu rabo sujo. Criticam meus jogos bobos sem notar que a fila de varejeiras é enorme, atrás de cada um. Como se eu fosse a única pessoa nesse mundo que me deleito com um prazer torpe para fugir um pouco dessa realidade que só sabe cobrar o dever, mas não sabe reconhecer o mérito.

 Deixem-me em paz, por favor. Vão criticar a vocês antes de me enxer o saco.

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