Vou abrir o meu fluxo de pensamentos,
aqui. Não ia deixar que essas ideias escapassem da prisão da minha mente.
Mas elas estão me incomodando demais. Preciso libertá-las, para que
saiam logo de dentro de mim e eu consiga ter paz.
Esse é um tema complicado e eu não ia
falar dele. Passei tanto tempo sem citar o nome dela diretamente que
eu não me sentia no direito de falar sobre ela. Mas ela fez parte da
minha vida. Está encravada na minha história e eu tenho direito
sobre os meus 50% do ocorrido.
Qualquer coisa, os comentários estão
ali em baixo. Anexados ao texto. Basta ela (ou quem quer que possa se
sentir lesado) ir ali e exercer o seu direito de resposta.
Eu também não queria escrever esse
texto por minha causa.
Eu estou longe de ser um cara perfeito.
Muito, muito longe. Esse texto será um saco escrever
porque vai parecer que eu estou me achando demais. Tudo o que eu
detesto fazer.
Mas é um texto necessário, porque eu
mereço publicar o que ELA me fez.
Sim, esse é um texto sobre as
incongruências da Mariana.
Todo psicopata tem medo dos outros.
Todo.
Estive lendo por esses dias citações interessantes de um estudo e que indicam uma clara relação
entre a falta de empatia e a psicopatia.
Empatia, para quem não sabe, é a
palavra que traduz a capacidade de uma pessoa em se colocarem no lugar
de outra pessoa. Sentir os seus sentimentos, entender seus
pensamentos, justificar as suas condutas.
Psicopatas não conseguem entrar na
mente das outras pessoas. Psicopatas não conseguem sentir o que as
outras pessoas sentem. Por isso, psicopatas não entendem as
motivações das outras pessoas. Psicopatas sentem medo quando você
se aproxima deles, porque eles não têm certeza das suas intenções.
E quanto mais ingênua e altruísta for
a tua motivação, menos o psicopata vai te entender.
Essa falta de compreensão faz com que
o psicopata sinta medo das atitudes das outras pessoas. Psicopatas
sempre acham que as pessoas que se aproximam deles com o peito aberto
estão com segundas intenções.
A Mariana sempre disse que tinha medo
de mim, embora nunca tivesse uma justificativa para tanto.
Um salto no tempo. Um tuíte escrito na
tarde de um dia desses:
Esse tuíte me fez pensar
automaticamente nesse texto inteiro. Eu tuitei na sequência:
E agora eu quero explicar isso aí
direito.
A Mariana me encontrou em 2007. Eu era
um nada. Havia brigado com a minha família, estava morando em um
hotel, vida precária MESMO. Mesmo assim ela ficou comigo. Ela
gostava muito de usar o argumento "quando tu me conheceu eu era
assim"... Quando ela me conheceu era assim: um nada.
Ela me deu força para muitas coisas. E
ela me traiu muitas vezes. Eu posso estar magoado, mas eu não sou
injusto.
O tempo passou. Ela foi para Novo
Hamburgo. Sei lá qual foi o acordo entre ela e os pais dela.
Psicopatas são assim, não abrem seus planos, mostram o resultado
pronto e não comentam o que fizeram para atingi-los. O resultado foi que eu fui
morar com eles, lá em Novo Hamburgo.
Passei por maus bocados. Tantos que eu
tive que sair da casa deles. Fui para Porto Alegre. Mas uma oferta de
trabalho melhor me fez retornar para Novo Hamburgo.
Morei novamente com ela e os pais dela.
Novamente passamos maus bocados. Novamente fui morar sozinho.
Nesse meio tempo houveram mais traições
por parte dela. Mais desaforos. E mesmo assim eu fui perdoando. "Ela
é muito mais nova", usava os nossos sete anos de diferença para justificar.
Mas mesmo indo morar sozinho, eu sempre
estive do lado dela para as coisas que realmente importavam, sabe? A
vida real. O dia a dia. Eu sempre fui dedicado. Sempre baixei a
cabeça e fiz o que era necessário para ela. Para nós dois. Para
realizar os planos que nós dois sonhamos quando ainda estávamos na
“prainha-fim-de-mundo”. Quando eu era um nada.
Enquanto trabalhei com o pai dela, eu
só fiz UM pedido de grana para ele: Era para comprar uma bota que
ela queria e eles disseram que seria complicado.
No meu primeiro trabalho em Novo
Hamburgo, eu ganhava uma merreca. E dessa merreca eu entregava na mão
dela quase tudo. Mal ficava com um trocado para qualquer emergência.
Mesmo assim pagava inglês, plano de saúde e tudo o mais que ela
precisasse. Até hoje me pergunto se o pai dela sabia do dinheiro que
eu entregava na mão dela. Pelo modo como ele me encarava, eu tenho
CERTEZA que ela embolsava tudo que eu sempre dei e pedia para o pai
dinheiro para as mesmas coisas que eu estava dando para ela.
Vai saber.
Fui para Porto Alegre por DOIS motivos.
Ela trabalhou no prédio do lado do meu por meses. E fazia questão
de ir para o trabalho, almoçar e voltar para casa sozinha. Adivinhem? Sim.
Traição. Fiquei tão consternado que não trabalhei mais direito.
Pedi um aumento para que pudesse ir morar sozinho, o que me foi negado. Saí da empresa. Aceitei uma oferta de trabalho melhor em Porto
Alegre.
Há quem diga que eu sou superior. Mas
eu acho que sou um idiota, mesmo. Perdoei, voltamos. Mesmo longe,
continuava dando presentes para ela. O ar condicionado e a televisão
dela são bons exemplos. Mas, novamente, acho que ela embolsava o
dinheiro que eu dava para ela, sem contar para o pai dela. Pra mim,
ou aquele homem é o mais idiota da face da Terra (por me tratar mal)
ou o mais idiota da face da Terra (pelo tanto que a filha e a esposa
fazem gato e sapato dele). Taco a taco comigo.
Chamaram para trabalhar em Novo
Hamburgo. Novamente fui para a casa dela. Novamente pagava mais da
metade do meu salário em coisas para ela. Novamente duvido que o
pai dela contabilizasse o meu esforço para com a casa.
Porque eu acho que o pai dela não sabe
que eu contribuía para a casa? Porque quando eu saí de lá ele não
deixou que eu pegasse nada do que eu comprei com o meu dinheiro. Acho
que nós dois pagamos as mesmas coisas. Acho que ele me acha um
aproveitador, sem saber que assiste TV em um aparelho que eu paguei.
A situação não se sustentou muito.
Eu não sei o que era mais frequente enquanto estive na casa dos pais da
Mariana: se eu pagava mais do que devia ou se ela me desrespeitava
mais do que um ser humano pode ser desrespeitado.
Fui morar sozinho. Mas, mesmo assim,
continuei pagando coisas para ela. Ela me via só finais de semana.
Um final de semana sim, outro não. Um final de semana sim, um mês
não... E eu ali, ainda ajudando ela em tudo o que ela precisava...
Contas, plano médico. Eu corria com
tudo o que eu podia para ajudar essa menina. Ela precisava de um
plano dentário específico. Eu aumentei o meu plano (que ela era
dependente) de R$12 para R$46, só para ela fazer UM tratamento. E
pergunte se ela fez...
Então, em 2012, eu terminei com ela
por dois meses. Raios, porque eu não me mantive longe? Porque eu não
consigo tirar alguém tão vil da minha mente? Maldição de
sentimento de amor.
EU pedi para voltar para ela. No dia
que voltamos ela acessou o facebook lá em casa e deixou a conta
logada. Eu descobri conversas que envolviam casos com outros caras,
pegações lésbicas, drogas e "tou aqui no meu ex, vendo se eu
posso tirar alguma coisa dele". E mesmo assim eu voltei pagando
mais de R$2.000,00 de contas dela. Enquanto eu dava um celular para
ela, ela escondia que tinha ganho um tablet no sorteio de final de
ano da empresa dela...
Ela passou mal algumas vezes naquele
ano. E algumas vezes eu levei ela no médico. E algumas vezes eu
comprei remédios caros, tratei dela na minha casa.
Os pais dela viajaram e a deixaram sozinha
algumas vezes naquele ano. E algumas vezes eu fui para a casa dela e
cuidei dela porque eu sei que ela tem medo de ficar sozinha.
Sete anos, amigo. Ela pode ser de
escorpião e fazer peripécias sexuais. Mas eu me deixei fazer de
capacho esse tempo todo por amor. Porque meu coração se preocupa
com o bem estar dessa menina. Porque eu me sinto feliz quando essa
praga esboça dar um sorriso.
Motivos fúteis demais? Então aí vai
o motivo verdadeiro: PORQUE SIM.
E não enche o saco, caralho.
No final, ela passava mais tempo longe
do que perto. No final eu descobri fotos de saídas com amigos gays.
Lembra da aula de inglês que EU paguei (e provavelmente o pai dela
também, ao mesmo tempo) pra ela? Então, eu estava pagando para ela
conhecer o professorzinho gay para o qual ela ia dar toda a atenção
que era para ser minha.
Aposto que está tentando (se já não
conseguiu) "curar" o professor dela...
O mais imbecil é ver as indiretas dela
para mim, como essa imagem que ela colocou de capa do perfil dela:
Amigo, você entende o que se passou
aqui?
É, eu demorei, mas também entendi.
Eu sei que fui usado.
Eu amei. Fiz de tudo pela pessoa mais
especial do mundo para mim.
Ela me deu o serviço sexual (não
exclusivo) como contrapartida pelos pagamentos que eu fazia para ela.
Mas, no fim, eu me envolvi com uma
pessoa sem caráter. Uma pessoa sem base para entender o mundo à sua
volta. Uma psicopata sem coração, hedonista. Alguém que está mais
preocupada com os parceiros para a festa, para o bar, para a balada,
para a farra e para o sexo, do que com um parceiro para a vida.
Valor têm os clericots que ela tomou
com os amiguinhos dela... Na casa de cultura Mário Quintana, lugar
aonde eu SEMPRE a convidei para irmos, e ela SEMPRE disse que não.
Valor tem ir escutar funk, dizendo que acha digno e que isso agrega valor...
Valor tem ir escutar funk, dizendo que acha digno e que isso agrega valor...
Mas eu entendo. Ela é que não entende
que os amiguinhos dela podem levá-la de carro porque não têm que
pagar TODAS as contas dela, por ANOS a fio. Diferente de mim, que
gastei com ela muito mais do que um carro do ano.
Mas segundo a ótica dela, eu só
estava pagando pelos serviços prestados. Afinal de contas, hoje ela
não me deve nada do que eu emprestei para ela, porque "nós
estávamos juntos".
Paguei caro. E estou pagando mais caro
ainda, ao me expor aqui. Mas eu recebi um produto à altura:
experiência.
Essa experiência complementou tudo o
que eu precisava para curar minha carência afetiva. Hoje eu sei o
custo de estar do lado de alguém que não te ama, só porque tu
precisa de afeto. Sei que é caro. E sei que eu não quero mais.
No mais, não sejam psicopatas imbecis
que nem a Mariana foi. Saibam dar mais valor para o amor do que para
a cachaça. Para quem te leva ao médico, não para quem te leva para
o bar.
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