quinta-feira, 5 de março de 2015

Fóssil mais antigo de um ser humano!

Evolução é coisa séria.

Cada indivíduo que existe nesse planeta é único (exceto gêmeos univitelinos, mas, né?). Por mais que existam espécies, cada ser vivo possui suas próprias características. Características que variam de indivíduo para indivíduo. Características que mudam a cada novo ser.

O meio em que vivemos é dinâmico. Continentes estão sujeitos à deriva tectônica. Ilhas são formadas e destruídas por atividade vulcânica. Movimentos do manto criam e destroem montanhas. Rios se formam e secam. Salinidade das águas mudam...

Tudo isso gera novos habitats. E novos lugares para viver exigem características únicas dos seres que se mudam para lá.
Alguns seres possuem características que se adaptam melhor ao novo terreno. Enquanto a características de outros não é tão boa.
Quem se adapta melhor passa menos tempo procurando água e comida, lugares seguros para descansar, etc... E com um pouquinho mais de tempo livre, esses indivíduos conseguem se preocupar com a reprodução.

Quem sem reproduz mais tem mais filhos. E as suas características tendem a passar para a próxima geração. E para a próxima. E para a próxima...
Quem se reproduz menos, tem menos filhos. E as suas características vão ficando cada vez com menos indivíduos. E com menos... E com menos...

Isso acontece tantas vezes, que uma característica some e outra se torna marcante na espécie.
Tão marcante que esses indivíduos que foram para o novo habitat se transformam em "primos" dos que não foram.
Passa mais algum tempo e esses primos ficam tão diferentes que, se fizerem sexo, não conseguem mais gerar um filho... ou esse filho é estéril.

Nesse momento, os dois grupos de seres já são de espécies diferentes.

Posto isso, nós somos primos dos outros primatas. Mas primos distantes.

Isso porque em algum momento, um primo nosso em comum com os macacos parou de poder se reproduzir com o primo em comum dos macacos. Era conhecido como "Australopteco". Esse primo viveu um tempo e um grupo se separou. Gerou outro primo nosso, o primeiro Homo Habilis. Esse primo se especializou e separou, gerando outro e outro e outro primos... Até que a nossa espécie nasceu.
O que aconteceu com os outros primos? Porque não temos outros tipos de "homo" andando por aí?
Porque nossas características eram MUITO melhores do que as deles. Mas muito MESMO. Tão melhores que nós dominamos o nosso habitat. O habitat deles. Todos os habitats. (Quer dizer, menos a Antártida.)

Sim, nós matamos nossos primos, direta ou indiretamente. Paciência. É do jogo. Segue a vida.

Mas para afirmarmos isso, precisamos de EVIDÊNCIAS. Precisamos de alguma prova para podermos dizer que houveram tantos primos, assim. Sabe como é a ciência. Ela é uma vadia. Sem uma prova, ela não acredita em nada. Seria tão mais fácil se tudo estivesse escrito em um livro e não precisássemos de mais nada... e... ops... (=P)

Enfim. Aqui em baixo está um pedaço de mandíbula fossilizado. As datações de carbono efetuadas colocam essa mandíbula em 2 milhões e 800 mil anos atrás. O aspecto dessa mandíbula é um pouco mais evoluído que as mandíbulas que encontramos de australoptecos... e um pouco menos evoluído que a dos próximos primos.

E o que tem de especial nesse pedaço de pedra?
Que ele é o vestígio mais antigo de um animal que podemos dizer que faz parte da mesma linhagem que você, eu e todos os homens e mulheres desse planeta.

Mais uma pecinha. Mais uma evidência da evolução. Mais uma pista para responder as dúvidas que nós temos. "Quem somos nós?", "Qual nosso objetivo aqui?", etc...


Desculpe Lucy. Mas que venham mais descobertas. Que venham mais conclusões. Que tenhamos mais conhecimento para podermos manipular o universo ao nosso redor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário