terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bruxas taxadas

Baita notícia, que pode mostrar um bom exemplo ao Brasil!

Na Romênia, o governo está taxando as práticas de Bruxaria:



http://pt.euronews.net/2011/01/06/romenia-bruxas-lancam-feitico-contra-governo-em-protesto-contra-impostos/

Ignorâncias e brincadeiras deixadas de lado, é fácil compreender o que está acontecendo, olhando para o nosso próprio umbigo.

Duas coisas fazem com que um governo incida impostos sobre uma atividade:
1) Necessidade de arrecadação;
2) Atividade com grande fluxo de transações.

Assim, se aproveitando que muitas pessoas compram comida, o governo incide um imposto sobre a transação.
Vestuário, Medicamentos, Serviços, Eletro-eletrônicos, Informática, Automóveis, Lazer, Cultura, Diversão...
Qualquer coisa que seja passível de mercado pode ser taxada.

Na Romênia, onde o povo é muito supersticioso, o governo encontrou uma lacuna onde arrecadar mais e mais tributos, a fim de remendar o orçamento, tão castigado pela crise do leste europeu.

E o que isso tem a ver com o Brasil?

Simples: Assim como os Romenos, nós, Brasileiros, temos uma vasta gama de transações, efetuadas em freqüência assustadora, que não são taxadas.

O não-reconhecimento de muitas religiões e liberdade fiscal para todas elas, fazem com que a compra e venda de muitos produtos para rituais não sejam passíveis de notas fiscais e arrecadações.
Os camelôs e suas inconfundíveis tendinhas móveis, com seu menu de bugigangas paraguaias, chinesas e coreanas nem sempre são devidamente tributados.
Mas, antes, fosse somente esse tipo de comércio não-taxado no Brasil...

Creio que poderíamos taxar a prostituição e as Drogas.
O problema das drogas poderia ser facilmente controlado quando o governo liberar o uso e exigir CNPJ para compra e venda de drogas. Com um imposto alto para a produção, refinamento e venda de narcóticos, o lucro baixaria tanto que os traficantes precisariam aumentar o preço. Ao consumidor final, o custo iria se tornar inacessível para a grande maioria.

E, na mesma medida, o governo arrecadaria muitos tributos.

No mesmo passo, a prostituição poderia ser um serviço autônomo, passível de recolhimento de impostos, ou - até mesmo - serviço a ser colocado em carteira de trabalho.
Com tantos impostos e recolhimentos compulsórios, os lucros da "vida fácil" diminuiriam drásticamente. Para contrabalancear, as profissionais certamente aumentariam o valor dos serviços em tal proporção que inviabilizaria a prática.

Com estes serviços controlados e escancarados, perderia-se muito da áura de "proíbidos". Adolescentes não veriam as drogas como ato de revolta à sociedade.

Chego, na utopia, a afirmar que até a "população de bem" voltaria a se estabelecer aos poucos.

"Yo no creo en las brujas; pero que las hay, las hay..."

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