A Europa é lar de um único povo.
Esse povo INSISTE em dizer que são vários povos. Criam barreiras artificiais entre eles. Criam rixas infantis. Rixas infantis que, através dos tempos, se transformaram em rixas históricas.
E essas rixas históricas acabaram se transformando em rusgas, em brigas, em conflitos... Até que se transformaram em guerras.
Desde antes da era comum alguns dos povos da Europa tenta promover expansão sobre os demais povos.
Roma, Vaticano, Império Otomano, Inglaterra, França, Holanda, Portugal, Império Austro-Húngaro, Alemanha... De Alexandre, passando por Napoleão até Hitler.
Todas as expansões até agora se deram por meio bélico. Militar. Soldados, armas, mortes, conquistas, saques e espólios.
Acontece que os tempos mudaram. Evoluímos tanto nossas armas, que o conflito real não é mais viável. A Europa é um antro de países com armas atômicas. Em "15 minutos" um míssil balístico transcontinental pode atingir com uma ogiva nuclear qualquer capital do mundo. As guerras expansionistas não podem mais ser físicas.
Desde a guerra fria os países aprenderam a antecipar os pontos de estresse entre os povos. A notar onde e quando devem agir para evitar que uma guerra maior aconteça.
Sudeste asiático.
Oriente Médio.
Essas operações são estratégicas. Controle localizado de balança de poder. Controle de recursos naturais.
As guerras hoje são como "amputar um dedo para não perder o braço."
Mas embora as armas não estejam mais sendo usadas, o desejo de expansão continua lá.
Os países europeus continuam tentando aumentar sua economia "expandindo" para cima dos territórios dos demais países. A diferença é que o campo de batalha mudou para o mundo econômico.
Ao criarem a União Européia, os povos da Europa criaram um cenário de guerra virtual, no mundo econômico.
Uma guerra aonde todos estavam supondo que venceriam.
As economias mais fracas acreditavam que se beneficiariam da competitividade dos mercados mais fortes, sendo inundados com o dinheiro excedente dessas economias.
E as economias mais fortes acreditavam que alcançariam mais mercados, mais facilmente.
Na prática, os países com economia mais fraca era mais fracos porque não sabiam lidar com sua economia. Eram (e ainda são!) irresponsáveis com suas finanças. Gastam mais do que arrecadam... E arrecadam demais do povo, deixando a população pobre, sem capacidade de investir por conta própria e, por isso, mais dependentes do governo. Governo com mais responsabilidades precisa arrecadar mais e aí tu recomeça o ciclo vicioso.
Os países mais fortes correram para "socorrer" as economias mais fortes. Como fizeram isso? Emprestando dinheiro. E cada centavo emprestado criou um vínculo de subserviência entre as duas economias.
Ao invés de muros e correntes para escravizar o povo dominado, as economias fortes aprisionaram as economias fracas por décadas com JUROS DE DÍVIDAS. Agora, os povos dos países fracos terão que trabalhar pesado para pagar as "dívidas de guerra econômica" com as economias fortes.
Desse modo, países como a Alemanha acabam "sobrando" pra cima de países como a Grécia.
Países como Portugal estão tentando desesperadamente arrumar sua economia para garantirem a alforria econômica das economias fortes da União Européia. Só assim sairão da condição de eternos pagadores de dívidas.
CLARO QUE ninguém mandou Portugal, Grécia e outros países terem gestões econômicas ruins, pegarem dinheiro emprestado e gastarem irresponsavelmente. E é mais evidente ainda que se todos os países tratarem suas economias com austeridade, gastando menos do que arrecadam e arrecadando o mínimo dos seus cidadãos, as pessoas nesses países terão vidas melhores.
Mas mesmo que a austeridade seja o melhor caminho, ela não deve ser imposta e a soberania nacional deve ser preservada. Enquanto liberal, eu tenho que defender a liberdade de cada povo em fazer o que acham melhor para si. Mesmo que seja uma burrice sem tamanho. Posso criticar, evidenciar que estão fazendo errado, debater o assunto à exaustão e até fazer piada com as decisões erradas dos outros. Mas jamais vou concordar em IMPOR decisões para outros povos.
E a União Européia acaba impondo regras para as economias menores que fazem parte do grupo.
E a velha máxima ainda é válida: "A porta é a serventia da casa."
Acho que o Reino Unido está mais do que certo de se desvencilhar da União Européia.
Acredito que o Reino Unido já ganhou muito dinheiro nos últimos anos e no futuro próximo eles ainda ganhariam mais algum dinheiro com as economias menores da União Européia.
Mas é evidente que em alguma hora as economias pequenas serão sistematicamente absorvidas pelas economias maiores.
Grécia, Portugal e outros já estão curvados perante a Alemanha.
Itália e Espanha já estão cambaleando, qualquer hora vão a nocaute.
É só questão de tempo até chegar a hora de França, Bélgica, Holanda e outras economias aparentemente fortes.
Chegará uma hora aonde só os "peixes grandes" brigarão pelo domínio da União Européia.
E por "peixes grandes" entenda Alemanha e Reino Unido.
O que os cidadãos do Reino Unido estão fazendo?
Estão se retirando do palco de batalha econômica antes que a guerra chegue ao seu quintal.
Literalmente, o Reino Unido está tentando ser para a Europa hoje o que os Estados Unidos foram para a Europa na segunda guerra mundial.
Ao se manterem afastados da guerra expansionista econômica, o Reino Unido não sofrerá investidas em sua economia. Preservará sua independência do resto da Europa. Essa distância criará diversidade econômica, aumentando as chances do continente sobreviver a alguma crise que apareça. (Quase como a diversidade biológica é uma ótima estratégia contra doenças.)
E, é claro, assim como toda guerra, no final dessa "Grande Guerra Econômica do Euro" muitos países acabarão fragilizados, necessitando de ajuda.
E quem poderá ajudar esses países fragilizados no fim dessa guerra? Acredito que o "bondoso" Reino Unido esteja se preparando para poder "amparar", caso necessário.
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