domingo, 26 de julho de 2009

Inter, Inter...

Ok... Vamos à analise, então...

Existe uma coisa no esquema de um time de futebol chamada de "balanço". O "balanço" é sub-dividido em "balanço ofensivo" e "balanço defensivo". Na prática, se o time está defendendo, tem que ficar alguém no ataque pra "puxar marcação" e, se o time está atacando, tem que ficar alguém para que não haja contra-ataque.

Sim, isso é bem básico. Nas peladas no meio da rua a gente mandava os piá mais novinhos e franzinos ficarem na banheira, o que obrigava pelo menos um dos mais velhos do outro time ficar lá perto do goleiro...

No futebol profissional, o balanço defensivo/ofensivo iniciou-se com 5-5. Ou seja, 5 ficavam "mais atraz" e 5 "mais na frente". Época gloriosa do 4-2-4.

Bem, a habilidade e inovações táticas criaram uma necessidade defensiva maior. Com isso, vários técnicos começaram a criar variações do esquema dentro do mesmo jogo. Aproveitando-se do aprimoramento físico dos atletas, puderam desenvolver balanços em que 7, 8 ou 9 defendiam e 6 ou 7 atacavam.

Hoje, para um time ser realmente competitivo, tem, necessariamente, que defender com, pelo menos, 7 jogadores e atacar com, pelo menos, 6 jogadores. Porém, times campeões costumam defender com 9 e atacar com 7 ou 8.

Como se dá esta "multiplicação" de jogadores em campo?

Simples: além de muito condionamento físico, para que todos suportem 90 minutos correndo, e o técnico tem que desenvolver uma tática que, além de tirar o máximo da habilidade dos jogadores, faça com que eles corram o mínimo possível.

Mas correr pra que? Amigos, o jogo de Futebol é muito parecido com o de Xadrez. Você só pode avançar uma peça se ela estiver protegida por outra.

Em uma partida de futebol, para multiplicarmos os jogadores em ambos balanços sem que estes corram muito, desenvolveram-se os laterais. Jogadores que correm próximos às linhas de lateral. Com isso, eles ajudam a fechar e deter cruzamentos à sua meta, e atacam como se fossem os velhos pontas.

Atentem que os laterais têm o dever de fechar os lados da sua área. Portanto, são fundamentais no balanço defensivo. Porém, como possuem a atribuição de serem pontas também, não pode-se deixar as costas livres. Alguém deve entrar neste seu espaço para que fique devidamente protegido enquanto o lateral aventura-se ao ataque.

Isso, amigos, é função de um quarto Zagueiro, do primeiro ou do segundo volante. Na grande maioria dos casos, do primeiro volante, como o Edinho sempre o fez. No atual Inter, é função do segundo volante, Guiña.

Além disto, quando um lateral ataca, o outro não deve sair da posição de defensor. Isso cria o balanço defensivo com 4 jogadores evitando contra-ataques, deixando 6 jogadores com possibilidade de atacar. Caso haja necessidade, avançam-se os 4 jogadores do balanço defensivo para que o mais adiantado dos 4 esteja já no campo de ataque, criando a possibilidade dos 7 jogadores no ataque.

Mas, no atual inter, a intenção do Tite é aproveitar a habilidade, velocidade e resistência do segundo e terciero homens de meio de campo. Assim, nosso técnico espera que, no ataque, o time fique da seguinte forma:

-------------------Lauro--------------------
---------------------------------------------
---------------------------------------------
------------indio--------Soronodo----------
--Bolívar--------sandro-----------Kléber---
----------------------Guiña----------------
--------------D'Alessandro-----------------
---Magrão----Alessandro----taison--------

Como podem ver, o terceiro homem do meio e o segundo atacante caem pelas laterais. Os laterais ficam presos ao meio de campo, para evitarem contra-ataques juntamente com os zagueiros e o volante. Guiña mais recuado e D'Ale ou Andrezinho, sozinhos, para armar a jogada para o centro-avante concluir, também isolado dos demais.

Quando um lateral "desobedece" o esquema e sobe, o volante não o cobre, exigindo do segundo homem do meio de campo (Guiña) um esforço para cobertura.

O Tite faz tudo isso para que o Inter não seja supreendido defensivamente. Porque, concordo com a afirmativa, uma equipe de futebol vencedora começa pela defesa.

Só que, para se defender, não é preciso abdicar do ataque.

Nossa defesa tras um excelente conceito de marcação, o das linhas de 4. A idéia é que os meio campistas estejam, todos, atras da linha da bola defendendo como zagueiros e os zagueiros estejam a poucos metros dando a devida cobertura, em pares.

-------------------Lauro----------------
-----
-Bolívar----Indio----Sorondo----Kléber-
-Magrão---Sandro---Guiña----D'Ale-----
----------------------Taison------------------
--------------Alecsandro---------------------
-------------------------------------------------
-------------------------------------------------
--------------------------------------------------

Esse esquema, muito usado na europa depende do compromisso de todos os jogadores com a defesa. Os Meias devem, todos, recuar e marcarem como zagueiros mesmo. Já o segundo atacante deve ser uma espécie de Pivô, que corre entre os armadores adversários para tentar roubar-lhes a bola. O centro-Avante deve sempre estar pronto para receber lançamentos e tem que deter, pelo menos, dois marcadores.

Porém, na prática, nosso meio não joga da maneira que precisa para fazerem-se as linhas de 4. Pior: nossa defesa joga nesse esquema, e o meio, em losangulo. Quando atacado o Inter se defende desta forma:

-------------------Lauro---------------------
----Bolívar----Indio----Sorondo----Kléber---
------Magrão--sandro-----Guiña-------------
-----------------------------------------------
-----------------------------------------------
---D'Alessandro---------------Taison---------
---------------Alecsandro---------------------

Magrão providencia cobertura do Bolívar e o Guiña do kléber. Sandro, que deveria dar cobertura por onde a bola estivesse, fica preso ao meio, entrando na área como um terceiro zagueiro constantemente.

Por fim, o problema não é o Kléber mesmo.

Acredito que o maior problema esteja na confusão entre esquemas e supervalorização de jogadores medianos.

Acredito que um 3-5-2 igual ao que o Se Adenor utilizava no Grêmio dele daria muito certo ao inter.

Temos 2 Zagueiros que sabem sair jogando razoavelmente e um Xerifão;
Temos um Volante disciplinado;
Temos um motorzinho para o meio;
Temos dois jogadores qualificados apra a ala esquerda e, na direita, podemos improvisar até 5, dois mais defensivos, 3 mais ofensivos.
Temos dois meias habilidosos;
Temos atacantes com vontade.

---------------------------Lauro---------------------------
-------------------------Sorondo---------------------------
------------Bolívar-------------------Indio----------------
-------------------------Sandro----------------------------
---------------------------------Guiña---------------------
--Magrão-------------D'Alessandro--------Kléber---------
--------------Taison----------------------------------------
---------------------------Alecsandro----------------------

Na necessidade da defesa, Magrão e Kléber podem compor um 5-3-2. No ataque, ambos podem e devem avançar simultaneamente.

Bolívar dá cobertura ao Magrão, Índio para o Kléber. Sandro e Sorondo ficam fixos em suas posições.

Guiña atua como o motorzinho que o tinga sempre foi no Gremio do Tite.

Com os alas e o Taison para tabelar, D'Alessandro não perderá mais a bola tão facilmente, podendo municiar o Alecsandro com mais facilidade.

Pra cima deles Inter!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Serviço de Utilidade Pública

http://www.southparkstudios.com/






De nada!

Do Plástico ao Fim do Mundo...

Existe, entre os EUA e o Hawai e entre o Hawai e o Japão, duas áreas com o tamanho maior que o território dos EUA, que contém lixo humano (principalmente plásticos, borracha e afins) "flutuando" entre dois e doze metros abaixo da superfície da água.


http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1997/artigo71923-1.htm

http://www.portaljipa.com.br/hp_noticia_materia.php?Id=2024

Imagino que falte pouco para podermos construir "pontes flutuantes" nesses locais.

Observando as leis de conservação de massa e as que descrevem o comportamento dos fluidos, acredito que este "aterro oceânico" já deva ter contribuído com a elevação do nível dos mares.

Cruzando mais informações, lembrei de várias ilhas do pacífico que têm sido, sistematicamente, engolidas pela água. Ilhas que possuíam até vinte metros em seu ponto mais elevado em relação ao nível do mar, estão com sua integridade ameaçada. O cenário é muito preocupante pois encontra-se água salobra cavando menos de um metro o chão. Construções e agricultura encontram-se em via de inviabilidade total. Cedo ou tarde, estas populações deverão ser removidas para outros locais. Serão os primeiros "refugiados do aquecimento global", como fala a matéria.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_222280.shtml

Emissão de gases, poluição por líquidos e sólidos à água e à terra, desmatamento e matança indevida somam-se aos eventos cósmicos para formarem um quadro apocalíptico. A "chuva de raios gama" que, oriunda do centro da galáxia, banha nosso sistema a quase cem anos, tem feito nosso sol ficar mais ativo, com erupções e explosões mais frequentes, pondo a prova nossos delicados escudos.

Lembro-me da fala de Tommy Lee Johnes, em MIB, a mais de 10 anos atrás: "Sempre tem uma praga intergaláctica pronta para acabar com a vida miserável deste planeta. A única forma destas pessoas viverem felizes é não saberem de NADA".

É amigos, parece que a ignorância é uma bênção mesmo. Começo, inclusive, a compreender os políticos do mundo inteiro quando eles desprezam a educação de suas populações. Chego a entender porque o consumismo é incentivado. Com a massa seguindo ideais ridículos, alcançam-nos com facilidade e tornam-se, assim, o chamado "gado feliz", prontos para morrerem sem ter feito nada de bom pelo mundo.

Mas este torna-se o principal questionamento: o que é "fazer algo de bom pelo mundo"? Cada interferência gera consequências imprevisíveis. Interferir nessas consequências gera mais caos, criando uma corrente sem fim, um ciclo vicioso de tentativas frustradas de reparações de erros causados por tentativas frustradas.

Mas, se acabarmos optando pela não intervenção, passamos a não viver, pois a atividade humana que leva à felicidade (tão almejada) passa, ironicamente, pela intervenção.

Logo, como diria o Agente Smith em Matrix, "a raça humana é uma praga que só sobrevive consumindo e devastando seu meio". Por isso o futuro acaba sendo tão obscuro. A profecia Maia até estipula data e hora para o final deste ciclo de absurdos. Temo pois vejo que temos que mudar logo o foco das nossas atitudes, mas não vejo opções para tanto.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um lugar do Caralho...

Hoje eu acordei com uma pequena vontade de me jogar na frente de um ônibus.

Sei lá, sabe, uma pontinha inuportuna de depressão bateu em mim. De tanto ver portas fechando-se à minha frente, agora, quando o vento começa a levar uma porta eu já fico todo mal. Talvez esteja apenas traumatizado.

O que me ocorre é que não deveria estar sentindo estas coisas. O que me ocorre é que eu sempre tentei olhar a vida pelo lado mais bonito dela. Nem que fosse pelo menos feio... Mas, hoje demanhã eu não consegui.

Não sei se são estes dias cinzas em repetição, ou toda a ignorância que eu tenho que escutar, ou as caras amarradas dos cidadãos da cidade grande... Acontece que eu estou pra baixo.

Não, definitivamente não é o meu time... Já não sou mais criança para me importar tanto com derrotas do Inter...

Também não foi minha irmã, que tive o prazer de fazer uma vista ontem.

Não foram as manias do meu pai, querendo assistir filme no notebook às 3 da madrugada, lendo e relendo orações ridículas, tão pouco as observações maldosas da minha avó... Não vó, Zaffari não contrata free-lancers. Mesmo que contratassem, estou no limbo profissional onde não sou qualificado o suficiente para os cargos mais elevados, mas sou muito qualificado para as tarefas mais simples. Não, não me darão emprego de frente de caixa só porque fui falar com a gerência...

Sei lá mesmo, sabe? Tenho uma namorada fantástica e, a cada dia que aguento aqui, aproxima-se a parca hora que terei com ela.

Sei que, mesmo com as coisas não estando ideais, não deveria me desesperar. Mas estou. Fico pensado nos corredores de ônibus na Protásio e na Bento. Repleta de coletivos lotados, velozes e pesados. Será que se eu me jogar na frente de um deles o atropelamento me fará sumir deste lugar que insiste em perder as cores sem razão?

Eu idealiso demais, sabe? Acho que, no fundo, é só a vontade de anular um pouco a manias das pessoas, abrir espaço para o diálogo, impregnar os meios com paz, sinceridade, boa-vontade e compreensão.

Ou seja só o medo bobo de ter que voltar para aquele Balneário-Prisão, de onde luto tanto para sair. Talvez seja o pavor de não encontrar oportunidades, de ter que viver como eterno dependente, de ser submetido às fantasias alheias o tempo inteiro.

O fato é que esta pequena senssação viaja pelos meus neurônios como ratos em um navio: Nunca a vejo diretamente mas, a cada segundo, tenho a impressão de ter visto algo correndo ali, pelo canto do olhar, por entre as outras coisas...

Gostaria de não estar sentindo isso, gostaria de poder estar no meu mundo idealizado, no meu cantinho de paz...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Como fazer sua festa bombar

Eu sei, eu sei... o cara deve estar entupido de drogas pra se expor daquele modo. Mas o que chama atenção são as outras pessoas que se juntam a ele. De bobos que só estão tirando onda com o malucão até uma horda de pessoas que estavam loucos pra dançar, mas estavam com vergonha.

No final, "dance como se ninguém estivesse te olhando", né???



http://www.youtube.com/watch?v=-1SsWo6PtYI

quinta-feira, 4 de junho de 2009

???

Onde começa uma história?

Escolher alguns personagens, abordar um tema, desenvolver suas falas...

Onde começa uma história?

Se for pra colocar alguém, eu quero que seja alguém legal. Quero que minha personagem tenha virtudes, quero que seja heróica, quero que seja boa. Mas seria legal, também, ver um anti-herói tentando cuidar da sua vida, mas desenvolvendo um roteiro interessante...

Pode ser rico, pode ser pobre, pode ser belo ou feio... Quantas coisas para pensar!

Pode ser como fogo, que simplesmente passa devastando as coisas, fazendo de cada pequena pedra no caminho poeira... Pode ser como o ar, que passa por tudo sem se importar com nada... Como a água, que sofre, muda-se mas ultrapassa os obstáculos... Quem sabe como a terra, perene?

Pode ser uma personagem grande ou pequena, importante ou insignificante?

Onde começa uma história?

Começa no alvorecer? Ou tenho que esperar o poente para unir os grafos? Começo em um sim ou em um não? Começo com a sorte de um problema ou um problema oportuno? Faço algo que mude todo o mundo ou todo o teu mundo?

Onde começa uma história?

Começo com letras garrafais, começo errado, em letras miúdas? Começo correndo, desesperado, ou com milhares de ensaios? Posso começar reticente?

Não sei como começar a escrever. Não sei o dia de amanhã, não sei do instante seguinte (ufa, passei por mais este!), só sei que tenho que começar. Tenho que colocar no papel que sinto coisas que todos sentem. tenho que escrever mais a respeito do que todos já sabem. Entulhar milhares de frases sobre tudo o que já foi dito.

E, por ser tão amplo, tão cheio de variáveis, tão belo o desafio, que eu retorno a perguntar:

Onde começa uma história?

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dom Quixote

Caramba...

Sabem qual foi minha maior malandragem durante todo o primeiro grau?

Como mudávamos sempre de professores a todo ano, eu me aproveitava disso e lia sempre os mesmos livros para fazer as provas de literatura. Dom Quixote era o meu preferido. Adorava ler sobre a loucura de um homem que não pode mais ser contida dentro de si. Uma loucura que se esparramou e ganhou o mundo. Ver coisas bonitas em todos os lugares, desafios onde só há desolação.

Gostava de sentir que o mundo pode se dobrar à percepção de cada um.

Passa-se o tempo, estações vem e vão... Minha banda preferida lança a seguinte música:


Dom Quixote

A                 A9           A
muito prazer, meu nome é otário
D7+/9 D6/9 D7+/9
vindo de outros tempos mas sempre no horário
A A9 D7+/9 D9
peixe fora d'água, borboletas no aquário

A A9 A
muito prazer, meu nome é otário
D7+/9 D6/9 D7+/9
na ponta dos cascos e fora do páreo
A A9 D7+/9 D9
puro sangue puxando carroça

A D9 Baixo: 60 62 64 62 65 64 62 64 60...

A A9 A
um prazer cada vez mais raro
D7+/9 D6/9 D7+/9
aerodinâmica num tanque de guerra
A A9 D7+/9 D9
vaidades que a terra um dia há de comer

A A9 A
às de espadas fora do baralho
D7+/9 D6/9 D7+/9
grandes negócios, pequeno empresário
A A9 D7+/9 D9
muito prazer me chamam de otário
Bm D
por amor às causas perdidas

A C#7
tudo bem...até pode ser
F#m E D
que os dragões sejam moinhos de vento
A C#7
tudo bem...seja o que for
f#m E D
seja por amor às causas perdidas
Bm E
por amor às causas perdidas

A C#7
tudo bem...até pode ser
F#m E D
que os dragões sejam moinhos de vento
A C#7
muito prazer...ao seu dispor
F#m E D
se for por amor às causas perdidas
Bm E
por amor às causas perdidas


Achei até a música no 4 Shared... Escutem e comprem o CD depois...

http://www.4shared.com/file/63898911/e34763c4/engenheiros_do_hawaii-_dom_quixote.html?s=1

Bem, o que quero dizer está claro para quem consegue compreender e pronunciar a eternidade que existe entre as letras.

Acredito cegamente que só ajudamos realmente alguém quando conseguimos dar aquilo que esta pessoa precisa.
Acredito, também, que muitas vezes não entendemos o que é posto à nossa frente. E ai começam a se diferenciar as pessoas.
Pessoas que criam soluções diferentes para casos iguais, pessoas que criam a mesma solução para todos os casos.
Pessoas que sequer criam soluções... Sua função é destruir, não criar.

Acredito que, no que depender de mim, puro-sangues continuarão puxando carroças, por amor às causas perdidas.


Viva o Cavaleiro da Triste Figura...


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Como posso explicar para o mundo
Em tão poucas linhas
Tudo o que eu sinto por você?

Como deixo claro como me sinto
Se nem eu mesmo sei
Tudo o que eu sinto por você?

Eu quis escrever a canção que te prometi
Mas vejo tanto de ti em mim
Que não consigo saber por onde começar

Tão intensa, veneno concentrado
Tão tensa, cuidado
Persigo teu sorrizo em tudo que faço

Queimo sem arder, ira motivada
Não consigo entender
O vicio que se tornou você

sábado, 4 de abril de 2009

Meus 100 anos...

Faz mais de um mes que vejo vários textos, reportagens, documentos e declarações a respeito dos 100 anos de Internacional. Tudo com uma carga emocional impressionante, com uma paixão ímpar...

Fico pensando o que teria o aniversariante a responder. Não digo dos dirigentes atuais, não falo do nosso fundador, tão pouco de nenhum torcedor. Fico imaginando a resposta da instituição Sport Club Internacional.

Acho que seria algo mais ou menos assim:

"Meus filhos amados, muito obrigado.
Todos sabem, sou um pai que nasci pobre. Todos sabem que nasci da raiva, da segregação, em um porão úmido, parido com certa raiva, como uma doce vingança a um "não".
Todos sabem, demorei um pouco para poder firmar meus pés no chão, para poder ser alguém, para poder aumentar minha família, cativar, conquistar e crescer.
Mas quando vocês, meus filhos, finalmente olharam para mim, reconhecendo-me como sua família e se viram entre milhares, milhões de irmãos, que posso dizer que minha verdadeira história começou.
Foram anos lindos, incríveis, em que cresci orgulhoso como pai de gerações que só me fizeram ter mais orgulho desta terra. Filhos que batalharam, lutaram, que aceitaram a quem quisesse ser como seus irmãos, que construiram o melhor time do Brasil, que deixavam todos seus adversário esmagados para trás, que me deram duas casas lindas, onde acolhi a todos, que me fizeram ser o único time a conquistar o Brasil sem cair sequer uma vez, único time realmente Internacional deste pais; Porque não se enganem meus filhos... Foram vocês que me fizeram ser conhecido nesta cidade, nos Pampas, no Brasil, Na América e no Mundo.
Foram presentes e mais presentes que vocês suaram, trabalharam, quebraram pernas, quebraram pedras, quebraram conceitos errôneos, para, enfim, construir o meu nome.
Em qualquer Sport onde já tenhamos entrado, honramos e saimos vitoriosos. Desde nossos bravos guerreiros do tapete gramado, passando por nossas valentes Amazonas, nossos gênios da quadra e nossos esquadrões em tantos outros campos diferentes...
E o que eu poderia fazer em troca ao ver tantos louros? Eu faço questão de compartilhar nossas conquistas. Mantê-las vivas na memória dos mais velhos e mostrá-las aos mais jovens. Eu luto para que o nome de cada um de vocês seja reconhecido em qualquer plaga deste planeta.
E, hoje, nos meus 100 anos, eu só peço mais um presente para todos vocês. Um presente que vocês já têm me dado a cada dia de suas vidas. Um presente que faz com que eu tenha forças para lutar e conquistar todas as glórias que tanto deixam meus filhos e a mim orgulhosos: Continuem me amando e cuidadando deste velho - porém mais inteiro do que nunca - Sport Club Internacional."

Minha resposta a ti, Inter, é sim. Continuarei te amando, não importa o que aconteça, não importa onde tu esteja. Mesmo que eu seja o último a vestir teu manto, estarei lá, com tua bandeira em punho representando a ti e teus ideias.

Parabéns Sport Club Internacional pelos teus 100 anos.

terça-feira, 31 de março de 2009

E ai de nós, se o disco acabar...

E se o rastro fica invisível a olho nu... pois nossos olhos, não usam black-tie...
Sinceramente, como podemos nos entender, já que 50% da conversa é de quem fala, e os outros 50% da conversa são de quem ouve?
Como posso ter certeza absoluta, ou até um pequeno feedback, de que você compreendeu exatamente o que eu te disse?
É, infelizmente nossos colégios não nos ensinam a pensar mesmo... nem todos possuem uma linha reta no pensamento. E piora... se as linhas tortas estivessem todas inclinadas para o mesmo lado, ainda haveria alguma esperança.
Mas o fato é que não há. O fato é que até o que eu estou falando agora não será entendeido por ninguém. Aliás, quem eu quero mesmo que leia este texto não lerá.

Pois, então, acabei de expressar todo o problema que permeia nossa sociedade.

Muitos grupos, muitas visões, muita liberdade e poca censura, pouquíssimos parâmetros. Como posso ser eficiente, eficaz, efetivo, se não consigo, sequer, enteder o que tu quer de mim? As pessoas não sabem o que querem umas das outras. Cultivamos mais fantasias do que a GLOBO cultiva novelas das 8. E não paramos por ai. Extendemos nossas fantasias assoberbadamente uns por cima dos outros.

"Não seria mais fácil conversar?" - pensou você agora, não foi?

Pois bem amigo... Se consegues, mesmo, ter conversas construtivas onde todos se entendem (mesmo apesar das divergencias comuns e inerentes ao convívio social), então és um privilegiado. Chego ao extremo cúmulo de ter inveja de você. Sua vida deve ser perfeita. Infelizmente, para todos nós, reles mortais, o dia-a-dia é duro.
Por mais que ensaiemos por horas, dias, meses a fio um discurso... "Na hora 'H', no dia 'D'... Não era bem assim..."

E a pergunta que não cessa, que não se cala, que "o pessoal do bairro insiste, procura e está ávido por saber": PORQUE DIABOS NINGUÉM CONVERSA DIREITO UNS COM OS OUTROS?

Eu aprendi na minha faculdade que o projeto é tudo. Projeto mal feito, execução mal feita, obra torta, lugar todo errado, defeitos por todas as partes, mundo em decadencia. E não somos ilhas. Cada pessoa neste mundo que já tentou fazer tudo sozinho morreu e não aproveitou a vida. Trabalhou feito uma mula de carga para morrer sacrificado porque não consegue mais fazer a trilha com uma tonelada de pianos às costas.

A aurora da civilização nasceu no momento que dois macacos conseguiram padronizar e estabelecer certos sons para certas ocasiões. Desde então, aprimoramos demais este sistema, mas poucos são, verdadeiramente, capazes de fazer pleno uso.

Eu só quero te dizer que eu sei bem o que faço, sei bem o que digo e que não tenho más intenções; tudo o que eu quero é viver em paz...