sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sua Preguiça, Nossa Ruína

Nos últimos dias, eu fiquei aterrorizado.
A minha certeza no fim da humanidade está cada vez mais forte.

Não, nenhuma praga zumbi foi deflagrada, tão pouco extra-terrestres, vírus, pragas ou asteróides vieram dizimar a vida na Terra.

Nós mesmos estamos aceitando práticas e tornando-as comuns. Práticas que estão destruindo nosso mundo.

Há um site, chamado G17. É um site cômico. Uma sátira aos sites de notícias, fazendo referência direta ao G1 (Globo) e R7 (Record). A ideia do G17 é criar falsas notícias, dando-lhes o aspecto de reais. No processo, fazer piada do que acontece no mundo.

Há alguns dias, grupos de hacker's têm lançado ataques a sites de bancos, tirando-os do ar.
O processo é simples: criam programas que são instalados em várias máquinas diferentes. Estes programas mandam milhões de requisições (como se alguém tivesse clicado em algum link, no site) ao site-alvo. Como as requisições ultrapassam o limite de respostas do servidor da página, o servidor entra em colapso e, simplesmente, cai.

Então, o G17 utilizou esse fato real e criou a manchete:



O que isso tem de aterrorizante? Os mais desavisados, ao olhar essa notícia sem notar que é do G17, deveriam, ao menos, pesquisar a fonte. Sério, leiam todos os comentários... Tem gente ali que, realmente, acha que isso aconteceu de verdade! Há quem diga até que o Sarney mereceu (tá, também acho que mereceria...).

Mas isso mostra o nível de preguiça do nosso povo. Preguiça revelada pela incapacidade plena de pesquisar, buscar fontes, se informar, construir opiniões sérias e, enfim, serem cidadãos críticos.
E o facebook, especialmente, só ajuda a mostrar essa nossa infeliz característica: Seu maldito botãozinho "compartilhar" deveria vir com um aviso legal. Algo do tipo "você já buscou a fonte do que você está compartilhando?"

No início da semana, li um texto do Marcelo Gleiser, onde ele discorre sobre este fenômeno, sob o ângulo da ciência.
Gleiser comenta que recebeu, de um leitor seu, o seguinte comentário: "acreditar em Deus ou no que os cientistas dizem sobre a teoria do Big Bang era a mesma coisa".
O grande ponto, aqui, é que o povo não está acostumado a estudar. E os resultados que os cientistas têm obtido - e que tornam possível que nossas vidas sejam cada vez mais confortáveis - são fruto direto de muito estudo, concentração, esforço, pesquisa, testes, protótipos, debates e discussão.

Essa situação está fazendo com que, cada vez mais, o cidadão comum esteja longe do conhecimento geral da humanidade. Para o joão-comum, um celular e a varinha mágica do Harry Potter têm os mesmos segredos. Ainda chegará o dia em que nós acharemos que um celular funciona por "mágica" ou por algum "desígnio divino", simplesmente porque não estudamos propagações de ondas eletro-magnéticas!

Volto a um filme que já indiquei, aqui: Idiocracy.
Estamos tornando a vida das pessoas normais tão fácil e cômoda, que elas estão infestando nosso planeta com adoradores de carros rebaixados, luzes, chapinhas, Shoppings, Michel Teló, Deuses e botão Compartilhar.

Ainda é tempo de fazermos das nossas escolas lugares onde realmente possamos aprender o que faz o nosso mundo ser o que é. Onde professores não precisem "mediar o conhecimento" mas, sim, inspirarem o pensamento crítico da população, auxiliando cada indivíduo em suas pesquisas.


Pequisas que irão mostrar que a conta bancária do Sarney não foi assaltada, o dinheiro não foi partilhado e que tudo não passou só de uma brincadeira de muito mal gosto.






Um comentário:

  1. Depois q vi esse filme sempre o cito.
    É um cuspe na cara de quem raciocina mesmo.
    Evolução nem sempre é algo bom!!!

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