quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Seu lugar no mundo

Mais um texto subjetivo. Mais um texto para pensar um pouco. Você me acompanha até o final dele?
Muito obrigado.


Outro dia eu estava discutindo sobre fé contra ciência. E aquela discussão (assim como qualquer outra discussão) começou a fermentar dentro de mim. Servi uma dose de Whiskey e deixei que toda sorte de pensamentos viessem à minha cabeça, derivadas dos argumentos que acabara de desferir e de receber.
A balbúrdia de pensamentos foi se organizando devagar. De uma discussão digna de pregão de bolsa de valores, as vozes conflitantes dentro da minha cabeça foram se unindo, suplantando as mais fracas, respondendo perguntas e fortalecendo uma única dúvida. Em uníssono, todas as vozes na minha cabeça convergiram para a mesma pergunta: qual é o meu propósito nesse mundo?


Porque, amigos, tudo deve ter um propósito. Como brincaram os humoristas do grupo “Os Melhores do Mundo”, no seu quadro sobre a invenção do futebol: “Se uma coisa não tem objetivo, ela fica sem objetividade.”
Assim sendo, fiquei imaginando o porquê de eu estar aqui. Exatamente em que eu estou contribuindo para a humanidade.

Primeiramente, sou um programador JAVA. Hoje, estou mais na área de Gestão da Qualidade, auxiliando no processo de geração de documentação e treinamento para certificação do Software da minha empresa. Resumindo, meu trabalho faz com que curtumes do mundo inteiro produzam mais e melhor. Assim, há menos desperdício de insumos, energia e mão de obra para a produção de couro, item indispensável para a humanidade desde sempre. Sim, meu trabalho, de certa forma, ajuda a produzirem mais produtos com menos animais. Ajuda a consumirem menos produtos químicos. Ajuda a consumirem menos energia elétrica. Ajuda as pessoas que trabalham em curtumes a não passarem por trabalhos desnecessários. Isso barateia o preço do couro e faz com que o calçado, a jaqueta ou o estofamento do seu carro (por exemplo) sejam mais baratos.

Em um segundo momento, encaro esse blog como um trabalho. Por mais bobagens que eu escreva aqui, acho que compartilhar as minhas opiniões é algo que ajuda alguém, em algum lugar. Ao menos a se sentir bem em ver que mais alguém pensa de forma semelhante. O fato de eu fazer você pensar um pouco sobre algum assunto que eu traga, aqui, me define um pouco, também. Aqui nesse espaço, sou editor, redator, jornalista, comentarista, escritor, revisor (dos piores possíveis), ilustrador e estagiário. Mas, acima de tudo, considero-me um desembaralhador de paradigmas. Aqui, eu me dou o trabalho de destruir todos os conceitos formados artificialmente. Tento mostrar como “eles” te empurram “verdades”, sobrepujando o que realmente é motivador do que acontece.

Isso é pouco, eu sei. Eu poderia ser mais. Contribuir mais. Em outra vida eu poderia ter mais tempo para pesquisar mais. Não ser eu mesmo um cego enganado, para tantas coisas. Com mais base poderia ser eu pesquisando alguma ciência que revolucionaria o nosso estilo de vida. Mas não. O meu máximo nessa vida é tentar “acordar” as pessoas que não notam as manipulações sutis que eu noto.

Quer um exemplo bobo dessas manipulações? As cervejas da InBev. Você sabia que muito pouco (ou nada) muda na receita das cervejas da InBev? Skol, Antarctica, Brahma, Budweiser... No Brasil, só o rótulo muda. O líquido é o mesmo. E tem gente que paga R$0,50 a mais por uma marca e ainda vem dizer “Essa cerveja é que é boa!”. Quer saber mais? Para economizar na cevada (que é cara bagarai), fermentam milho para adicionar à cerveja. Sim. Tomamos cerveja com alto percentual de fermentado de milho. E achamos o máximo.
Mais ou menos como quando misturam geleia de maçã (que não tem gosto de nada) nas geleias de outros sabores. Assim, você paga R$5,00 por um pote de geleia de morango, mas leva quase meio pote de geleia de maçã. Aí, encontra um pedaço de morango não dissolvido, e acha que é bom demais...


O fato, aqui, é que não podemos cair na rotina. Não podemos nos deixar idiotizar. Simplesmente não podemos deixar que a “Avenida Brasil” e os jogos do “Campeonato Brasileiro” sejam os programas que mais atraem público. Saber que a “Carminha” é má ou não, não irá mudar a sua vida. A “diversão” proposta pela novela ou pelo futebol não compensa o prejuízo que cometem. Ou você realmente lembra do campeonato brasileiro de 2003? O que aconteceu naquele ano no campeonato realmente mudou a sua vida?
O que muda uma vida inteira são casos como o Nobel de medicina, anunciado na terça-feira dessa semana. John Gurdon foii aconselhado por um professor, quando ele tinha 15 anos de idade, que não escolhesse a carreira de biologia. Entendia muito esse tal professor, não? É... Hoje John está ajudando milhares de pessoas a viverem mais.

E é exatamente esse tipo de coisa – que realmente importa – que eu quero trazer, aqui, para vocês. Dentro de cada um de nós há uma possibilidade. Algo que só você pode fazer pela humanidade. Não é pelo prêmio em dinheiro do Nobel. Não é pelo reconhecimento. Não é pela imortalidade da sua obra. Mas tem uma coisa que só você pode fazer, e que mudará a vida de todas as pessoas no mundo. Talvez para sempre.
Eu não sei o que é. Mas nunca deixe que te digam que “não é”. Você está destinado a algo grande.
Só que, convenhamos, se você utilizar todo o seu tempo livre para bobagens como novela ou jogos de futebol, talvez essa contribuição jamais venha a existir. E, assim como bilhões que já passaram ou estão na Terra, você privará o mundo de algo que só você poderia ter pensado ou feito.

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