Diz ele que lá pelos idos dos anos 70, quando os aparelhos de televisão eram valvulados, ainda, e ocupavam o espaço de uma estante para oferecer 15 polegadas de imagem, a programação era melhor.
Primeiramente, segundo ele, os canais de televisão não tinham patrocínio para exibirem 24 horas de programação. É, acredite se quiser, houve um tempo que chegava as 23hs e a emissora de TV cortava o sinal. Não tinha mais o que assistir.
Além de ter menos horas de programação, eram poucos os canais que haviam, ao todo. Uns 5 ou 6, nas grandes capitais.
Essa pequena quantidade de emissoras, confrontada com uma quantidade proporcionalmente grande de estúdios, fazia com que nem tudo que fosse gravado pudesse ir para o ar.
Seriados inteiros eram assistidos pelos programadores, que escolhiam só o melhor do melhor para ir ao ar.
Sim, essa é a principal causa de não termos uma continuidade decente em seriados antigos, como Chaves, MacGyver, Esquadrão Classe A, Supermáquina e tantos outros.
Como haviam poucos horários, pouco patrocínio e muito material, as emissoras davam-se ao luxo de exibirem só o que consideravam ser o melhor do melhor. Sim, a programação era descontinuada, mas era excelente.
Poucas emissoras davam-se ao luxo de ter programas ao vivo. Custava muito caro produzir e o show tinha que ser genial para chamar mais atenção do que os enlatados americanos.
Então, nos meados dos anos oitenta, houve a primeira grande expansão de emissoras. Por todos os lados nasciam canais abertos pequenos. Cada qual lutando pelo seu quinhão ao sol.
Nos meados dos anos noventa, então, abriu-se a concessão para a televisão paga.
Os seriados e filmes bons migraram para a TV fechada. A Globo fechou seu pacote de produções nacionais e levou para NET, SKY e DirecTV seus bons programas. Canais que já eram pouco vistos, despencaram de audiência até definharem e tornarem-se canais que vendem horários para infomerciais e igrejas de enganar otários.
Já a TV a Cabo está tão abarrotada com dois milhões de canais, que qualquer porcaria que tenha sido filmada é mostrada. Reprisada. Reprisada em horário alternativo. Reprisada em canal alternativo. Reprisada em canal de reprises. Reprisada em canal de programas antigos. Reprisado em canal e horário principal, como filme que amamos. Reprisado até que decoremos as falas dos filmes.
Nisso tudo, a televisão aberta está preocupada em atrair o povão. Colocar o máximo de senso comum na tela, na esperança que as pessoas percam seu tempo assistindo.
No último domingo, os absurdos da televisão aberta bateram seu record absoluto.
É amigo.
A versão oficial diz que o dançarino passou mal mesmo.
Mas eu já ouvi gente comentando que foi armado, só para chamar a atenção.
Eu já acho que tanto faz o motivo. Uma pessoa cair no palco e o Gugu ir perguntar "qual a diferença entre o charme e o funk" para o funkeiro? A câmera só desviar e mandarem os dançarinos continuarem se apresentando, enquanto alguém estava passando mal?
O bom senso já desapareceu a mais de dez anos, com a história de Big Brother.
Agora? Agora é própria televisão aberta mostrando que não vale a energia elétrica que o aparelho de televisão consome...
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