Não sou o guardião da verdade. Não sou o excepcional e extraordinário, que defende os fracos e oprimidos. Eu não tenho diferença alguma para com as pessoas a minha volta.
O problema não sou eu, entende?
O problema são todas as pessoas à minha volta.
Uma das maiores invenções da humanidade foi o sistema de leis iguais para todos. Antes disso, havia um rei/déspota/ditador/conquistador que, por meio de força física, determinava o certo e o errado a todos que conseguia subjugar. Como o poder dessa pessoa era total, suas decisões também eram totais. Mas nenhuma pessoa é constante. As decisões do rei/déspota/ditador/conquistador variavam conforme o humor.
Então, um dia o rei/déspota/ditador/conquistador usava um critério para mandar prender uma pessoa.
No outro dia, o rei/déspota/ditador/conquistador usava o critério contrário para mandar sotar outra pessoa...
Conseguiu notar o mundo injusto? Que bom.
Inventamos as leis para que todos soubessem o que não poderiam fazer. Para que todos soubessem o que aconteceria se infringissem a lei. Assim, o destino das pessoas não estava mais condicionado ao humor do rei/déspota/ditador/conquistador mas, sim, pré-estabelecido em um livro.
A ideia deu tão certo que TODAS as nações do mundo têm pelo menos um conjunto de leis.
Só que para as leis funcionarem, primeiramente todas as pessoas devem saber delas. Aliás, você sabe que não pode alegar desconhecimento de uma lei, para justificar uma infração? É, né?
Com todas as pessoas sabendo das leis, é DEVER do cidadão FISCALIZAR o cumprimento das mesmas, uns dos outros. Sabia disso? É, né?
Importante 1: DEVER é que você é OBRIGADO a fazer. Se você souber de uma situação e não FISCALIZÁ-LA, você é CÚMPLICE. Ou seja, aos olhos da lei, é culpado pela situação, também.
Importante 2: FISCALIZAR significa ver o que está acontecendo de errado, se possível documentar e avisar às autoridades cabíveis. Nenhum cidadão pode intervir, diretamente, na situação de infração.
Bem, é isso que difere os outros do Arthur, aqui.
Quando eu vejo alguma coisa errada, falo mesmo. Tiro foto, procuro o órgão responsável e faço acontecer. A lei serve para a minha pessoa, para você, para todos que conhecemos e para quem nem sabemos que existe. Portanto, se eu tenho que cumprir determinada lei, você e todo mundo também deve.
Sou chato por causa disso? Não. Eu sou o normal. VOCÊ, que não FISCALIZA, é que é o anormal. A pessoa corrupta. O idiota que acha que o "jeitinho brasileiro" arruma tudo. Que banaliza toda a estrutura do seu próprio país. Que transforma o Brasil na piada internacional que sempre foi.
Estamos entendidos?
Na esquina do meu trabalho há uma revenda de motos, a "Monte Sinai".
Por via de regra, eles costumavam utilizar o passeio público para expor algumas de suas motocicletas. Sim, o espaço reservado para que as pessoas pudessem caminhar ficava bastante obstruído para que eles pudessem manter seus produtos à mostra.
O que eu fiz? O máximo que eu pude. Em Novo Hamburgo a Prefeitura Municipal e muitos vereadores (como o Leonardo Hoff) mantém perfis ativos de Twitter. Perfeitos canais de comunicação rápida com a população. Não só isso: os canais funcionam. Você pergunta, eles respondem. Você pede, eles resolvem o problema. Utilizando dessa fabulosa ferramenta, enviei twitts para a prefeitura:
Eu tenho uma postagem sobre estacionar na calçada. Olhem lá, para mais detalhes técnicos...
Passaram uma ou duas semanas e, hoje, uma mulher veio conversar comigo, no Twitter. Vou colocar a conversa na íntegra:
Você lembra que eu não consigo mais mentir? Então aí vai mais um detalhe:
Essa loja de motos tem um toldo, que ocupa a área que seria do estacionamento deles. Eles protegem suas motos do sol e da chuva com esse toldo. Só que esse toldo é uma escadaria perfeita para ladrões entrarem na empresa parceira da empresa que eu trabalho. Tão perfeita que alguns larápios já invadiram. Há uma briga antiga para a remoção do toldo, etc...
POUCO ME IMPORTA O TOLDO!
Foto das Motos na passagem dos Pedestres, vista da janela da sala onde trabalho. |
Até um segundo antes de entrar na empresa e no instante que eu saio do expediente, eu sou um cidadão. Como vou e volto do o trabalho a pé (ótimos 15 minutos de caminhada), sou um pedestre que precisa usar a calçada. Se a calçada estiver bloqueada, eu serei obrigado a infringir uma lei e andar na pista de rolamento. Claro, arriscando não só a minha vida como de terceiros.
Uma das fotos está ali do lado. Sei, a câmera do meu celular é ruim e eu tenho que comprar um melhor. Mas, mesmo assim, dá para ver TRÊS motos expostas, obstruindo parcialmente o passeio. Exatamente onde a Amada Klein disse que "só clientes estacionam".
A conversa, acima, já começou com ela querendo briga. Tanto que misturou o que eu reclamei para a prefeitura, com o que a empresa parceira da que eu trabalho está tratando com o dono do prédio. Coisas diferentes, misturadas por alguém que nem sabe que estacionar na calçada é infração de trânsito. Não importa se o veículo está ali para ser vendido ou não.
Claro que depois vieram pérolas, com um desfecho digno da capacidade intelectual das meninas:
Imagem censurada por pressão da menina que não quer ser identificada. |
Sabe, Amanda, eu também sonhei que as pessoas eram boas e viviam em um mundo de amor.
Mas me enganei. Elas passam por sobre o direito dos outros para tentar ter vantagem pessoal. Suas motos atrapalhando a passagem dos pedestres (inclusive já vi uma obstruindo até o desnível de acesso para cadeirantes...) mostram bem como vocês têm extrema má fé. Talvez seja por isso que foram notificados e forçados a parar de infringirem uma lei.
Não sei se vocês duas são rebeldes traumatizadas. Pelos fatos eu sei que não sou nem rebelde, nem traumatizado. Visto, é claro, que é o Monte Sinai que está se rebelando contra as regras de trânsito da sociedade e eu, Arthur Tavares, estou pedindo alguma ordem.
Se há alguma realidade, aqui, é o que vocês pisam nas leis e nos direitos das outras pessoas, para tentar ter vantagens.
Agora, ser acusado de ter inveja de vocês? Eu? Todos que me conhecem sabem o que eu acho de motos. E eu possuo uma profissão em que não preciso me sujeitar aos dissabores de uma negociação de venda direta de produtos palpáveis. Meus clientes sabem que compram a minha capacidade de criar ferramentas para automatizar seus processos, o que aumenta os seus lucros. Não preciso ser um mero atravessador de produtos efetuados por outros, que tenta de todas as formas garantir o máximo de ágio no processo.
E é claro, a cereja do bolo. Uma citação do seu livro de contos a respeito dos seus amigos imaginários, repassada por um dos intérpretes não oficiais. Quem está colocando armadilhas no caminho (em sentido literal) são vocês! Aliás, se vocês notassem a realidade, teriam me agradecido. Imaginem se uma pessoa morre atropelada por ter que ir para a rua, porque não conseguiu andar na calçada que vocês obstruíram?
Enfim. A citação de Caim ter matado Abel por vingança e a citação de ser esmagado por uma pedra me soaram como ameaças a minha pessoa. Por isso eu já estou providenciando um boletim de ocorrência. Sabe daqueles que, se acaso qualquer coisa acontecer comigo, o acusado é o primeiro a ser investigado? Então.
PS - A Monte Sinai não é a única que eu reclamo. Hidroveda, nas Nações Unidas, é outra que atravessa carros constantemente na calçada, forçando pedestres a se arriscarem na pista de rolamento.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEspero que não apague, como os demais. É, o que é escrito fica registrado, mesmo quando se apaga aqui, do Blog.
Excluir1 - Não sou pai de ninguém, para ter que ensinar como funcionam as nossas leis. Quer saber o que é um Boletim de Ocorrência e "como/para que" ele serve, favor pesquisar.
2 - Sim, você pode (atenção ao "pode") ter sido pega como inocente útil, no calor da hora. Mas é incontestável que você trocou tuítes com a Amanda Klein, enquanto ela citava coisas como "inveja é foda" e "as pessoas não querem ver a realidade". Tuítes, estes, dirigidos obviamente à minha pessoa, pois ela efetuou esses tuítes enquanto estava querendo justificar a infração do local onde ELA trabalha.
Se você notar bem no meu texto, você só entrou na história porque a Amanda Klein fez dela as suas palavras, retuitando o que você disse.
Sim, eu utilizei esta imagem para justificar e direcionar o Boletim de Ocorrência que tenho em minhas mãos.
Como você pôde ver eu não precisei utilizar como argumento que os outros "têm inveja de mim". Tão pouco precisei ficar citando que "por causa de inveja Caim matou Abel" - frase proferida com uma infelicidade única para o contexto, em minha opinião.
Enfim, desculpe-me mas não me retratarei publicamente a você. Mesmo porque quem utilizou o seu nome nessa história toda não fui eu mas, sim, a Amanda Klein. Foi ela quem utilizou das suas palavras durante a nossa discussão, com dissimulado intuito de me atacar.
Não gostou? Procure as partes cabíveis! Ficarei muito feliz em conversar na frente de um juiz constituído, para deixarmos toda essa história devidamente clara!