“Um instante antes
que eu levante a estante...”
Frase horrível de
uma música minha. Não quer dizer nada, mas a repetição do fonema “ante” deixa
ela sonora.
Mas não é minha
música que me fez escrever hoje. É um devaneio.
Sim, se vocês me
dão a licença, eu vou divagar em uma coisa que me afligiu ontem, quando
terminava o texto sobre o Bóson de Higgs. Aliás, se você terminar de ler aquele
texto e começar a ler o próximo parágrafo, vai notar que esse texto é quase
continuação daquele.
Imagine, por um
instante, que algum médico/cientista/curandeiro/curioso/clérigo descobriu o
método definitivo para que ninguém mais morra, no mundo inteiro, por qualquer
motivo que seja.
Imagine que,
daquele momento mágico em que o Willian Bonner anuncia a descoberta (em plantão
extra-ordinário, no meio da partida de futebol entre o Corinthians e o
Flamengo) em diante, ninguém mais no mundo inteiro irá morrer.
Imagine a festa.
Imagine a confraternização mundial.
Agora, imagine, por
um segundo, que a pessoa que você mais ama no mundo inteiro morreu pouco tempo
antes. Um ano, um mês, uma semana ou só um dia...
Fiquei imaginando a
alegria das pessoas que vivem as grandes descobertas, nessa semana. Mas, logo depois,
fiquei imaginando a imensidão da satisfação das pessoas que vivem as grandes
aplicações das descobertas.
A diferença básica
entre saber que será possível construir um computador e ter um IPad de última
geração nas mãos.
Fiquei me
imaginando no momento especial das grandes aplicações e, por mais que sejam fantásticas,
não consigo imaginar que sejam tão sublimes quanto a expectativa que a
descoberta gera. Os sonhos que são despertados a partir de uma ideia de algo
totalmente novo.
Acho que, no final
das contas, o instante antes de algo acontecer é sempre mais mágico do que o
momento da realização ou que o sabor do dever cumprido.
Que lindo !
ResponderExcluirPosta a música inteira pra eu sonhar sonhos mágicos !
Adoro gauchinhos.