domingo, 18 de março de 2012

Delícia

Brasileiro não sabe ser livre.
Aliás, essa característica não é exclusiva, nossa. Povo subdesenvolvido, de modo geral, não sabe ser livre.

O povo sub-desenvolvido tem um comportamento similar:
Como crianças que acordaram tarde em um domingo e descobriram que não há ninguém em casa.
Os primeiros 40 segundos são de desorientação. "onde estão todos?"
Até aparece algum medo...
Mas... Depois disso, a criança nota a verdade: Está sozinha, e não há nenhum adulto ali, para controlá-la.

Países desenvolvidos o normal é acontecer o mesmo do filme "Esqueceram de Mim": A criança até brinca, mas logo toma para si as responsabilidades das coisas. Pode até não saber fazer todas as tarefas, mas as assume.
Pode fazer tudo errado, pode estragar tudo! Mas tenta. Se esforça. Aprende a virar gente, em vez de deturpar, dar de ombros e estragar tudo por gosto.

Aliás, não há nada mais marcante do que a capacidade do povinho de terceiro mundo em estragar tudo por gosto. Das pichações medíocres em nossas fachadas, muros e bens públicos, passando pelo puro e simples vandalismo, até chegar em atos puramente criminosos, como atear fogo em outras pessoas.

Excluindo o sagrado e inominável valor de uma vida, os fatos que citei são somente sobre bens. Coisas que, para a sociedade, de modo geral, podem ser substituídos e suas faltas transitórias acabam sendo inócuas.

Mas existem símbolos em cada nação. Símbolos que unem. Que dão o valor do nacionalismo a cada indivíduo. Que deveria encher de orgulho cada pessoa, transformando-a em um cidadão. Bandeiras, hinos, cores, selos, armas, língua e cultura, são os melhores exemplos.

E, talvez, não haja bem simbólico que seja mais alvo de depredação do que o nosso Português.

A causa é óbvia: políticos que não investem em educação, educação desvalorizada atraem péssimos profissionais do ensino que, despreparados e inaptos, dão aulas deploráveis para os alunos que, desinteressados pela porcaria que estão aprendendo, acabam desvalorizando nosso patrimônio.

Aprendemos a não sermos brasileiros, desde o maternal.

Nossa língua é muito linda. Talvez uma das mais perfeitas que existam no mundo! Mas, todos os dias, ela é atacada, depredada e destruída para não ser reformada nunca mais.

Então, pseudo-artistas utilizam-na para "criar" a nossa cultura, atual. E pior: há quem defenda essa "nova cultura".

Escrevi esse texto todo porque, hoje, 18 de março de 2012, é o aniversário de 50 anos da composição original de "Garota de Ipanema".

E, vendo as alternativas que temos, hoje, sendo compostas... Só digo que, quando o brasileiro tinha babá, aí sim nossa música era, realmente, uma "Delícia"...






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