quarta-feira, 7 de março de 2012

Somente a Verdade.

Eu sou um Mentiroso Compulsivo. É verdade.


Mentirosos Compulsivos são como Alcoólicos Anônimos. Nós queremos mentir o tempo inteiro. Cada pequena coisa que (não) acontece na nossa vida, nos dá vontade de aumentar. Ou diminuir. Ou florear. Ou destruir tudo e criar uma outra realidade, melhorada.


Está ali, a cada momento das nossas vidas.

E, justamente por não ser algo curável é que comparo aos Alcoólicos Anônimos: Não podemos dar o "primeiro gole". Contar uma mentirinha, desencadeia toda a tortura, novamente.

Bem, fazem três anos que eu estou "sóbrio". Três anos sem mentiras, vivendo apenas a realidade. E é muito bom. É bom ser eu mesmo.

Os motivos das minhas mentiras?

Primeiramente, quero chamar a atenção. Não quero ficar sozinho. Aprendi que, quando faço algo realmente legal, as pessoas gostam de mim. Me notam. E eu quero ser querido, visto.
Depois de ser notado, eu queria que as pessoas se orgulhassem de mim. Quero fazer as pessoas felizes. Quero ver as pessoas felizes.
Por fim, eu não sabia fazer sofrer. Se a verdade doesse, não contava. Arrastava a pessoa para um mundo de fantasias, aonde não havia dor.

Mas, como falei, isso passou. Ainda está ali. Mas eu me recuso a repetir esses erros.

Porque?

Só pra começar, se eu mentir que faço/consigo/sou alguém diferente do que eu sou de verdade, as pessoas não vão gostar de mim. Gostarão do Arthur que eu vendi para elas. Da imagem que não existe. E eu não sou bom ator. Não conseguiria manter esse personagem pro resto da minha vida. E nem iria querer.
E, quando o personagem some, o orgulho que a pessoa sentia por mim some. E a decepção causada é tão grande que o saldo é super-negativo.
As coisas boas que você disse para não fazer sofrer se esvaem e a dor volta, multiplicada.

Perdi pessoas importantes na minha vida, porque eu fiz tudo isso.
Desde então, eu me recuso a mentir.

E isso me trouxe a um ponto interessante: Sendo eu próprio, tenho atraído pessoas que gostam do Arthur de verdade. Um Arthur que tem compromisso só com o que acha correto. Sendo eu mesmo, tenho certeza que estou atraindo amigos para uma vida inteira.

Tudo isso você já leu antes. Já escrevi, aqui.

Só que tem outro lado.


Eu estou no exato outro extremo, no momento. Como eu não posso mais mentir, eu não consigo mais me adaptar aos "truques sociais". Às mentirinhas de situação. Tudo isso é vetado a mim. E, toda vez que alguém me vem com "Fulano não pode ficar sabendo" ou "se Ciclano perguntar, desconversa", eu piro.


Pior quando me pedem, diretamente, para falar algo que não é real. Nossa...

Eu não tenho equilíbrio na questão da verdade. Conto tudo. Conto mesmo. Falo de coração o que está acontecendo comigo. Não sei guardar segredo, se sou confrontado. Omitir é fácil. Não conto. Simples. Nem toco no assunto. Mas se perguntarem, respondo com todas as letras! EU NÃO GOSTO DE PEIXE!

Incrível é que todas as pessoas mentem. O tempo inteiro. Inclusive para elas próprias.

Não sei mentir. Não sei mais me enganar. Se eu gosto, é porque eu gosto. Porque eu sempre gostei. Se eu não gosto, é porque eu não gosto, nunca gostei. Só que eu gosto mais de algumas coisas do que de outras. E nada nessa vida vai me fazer mentir para mim mesmo, fazendo-me "dar o primeiro gole".

Sendo completamente honesto, eu prefiro que vocês, que gostam do Arthur de verdade e mentem, fiquem longe de mim. Eu saí desse mundinho que vocês vivem. E não quero nunca mais ver resquícios desse tempo tenebroso, na minha vida.

É um assunto que eu assino com "Ponto Final".

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