sexta-feira, 16 de março de 2012

NeuroNet!

Em Janeiro do ano 2000, a DC Comics fez uma série especial para comemorar a incrível marca de Um Milhão de revistas publicadas.

Para quem não sabe, a DC é a editora que criou e publica o Super Homem, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Aquaman, Watchman, etc...

Para comemorar esse incrível sucesso, a DC lançou uma série pequena, mas fantástica: DC Um Milhão!

Nome sugestivo, não? Hehe!

Bem, a história desse arco é até simples: Um milhão de meses depois da era atual, heróis da Legião da Justiça A vêm convidar Kal-El (Super Homem...) e seus amigos, para festividades. As festividades são para brindar justamente o retorno do Super Homem (que está vivo, nessa era), de seu exílio, no Sol.

Bem, não me interessam os Super Heróis.

Uma coisa é fantástica nessa história: como os roteiristas imaginaram o futuro.

Depois de tanto tempo, os seres humanos tinham que evoluir. E, como o que mais utilizamos é o cérebro, os roteiristas evoluíram ele: Todos os seres humanos desenvolveram camadas a mais no cérebro, que permitem a todos se inter-comunicarem.

A chamada "Neuro-Net".

Confesso: Apaixonei-me por esta ideia.

As pessoas conseguem se comunicar umas com as outras através de seus pensamentos, literalmente mergulhando na informação compartilhada entre todos. Poderosos computadores neuro-servidores protegem o que é de acesso público, restrito, privado e a mente de cada um.

A moeda desta era não é mais o dinheiro: Em lugar disso, a informação é pesada, avaliada e trocada. Quem sabe mais, é mais rico. Quem é mais rico, é mais influente. Por ser influente, cria mais acontecimentos. Que criam mais informações, exclusivas. Que criam mais riqueza.


Claro que as pessoas que não têm as informações "da hora", acabam sem "créditos". Assim, não conseguem moeda de troca por mais informações legais. Acabam sabendo de tudo, mas em segunda mão.

Muitas e muitas coisas interessantes e paralelos a traçar, com o nosso mundo, atual.

Primeiramente, legal notar nesse futuro utópico é que ninguém passa necessidade alguma. Todas as pessoas possuem suas necessidades básicas. Assim, realmente, só falta completar necessidades de amigos, amor, reconhecimento e auto-satisfação pessoal. Não é a toa que a fama através do conhecimento é tão importante e valorizada.

Depois, vindo para nosso mundo atual, podemos notar que isso já está acontecendo. A informação é algo que tem muito valor. Tanto valor que cria legiões de pessoas que se conectam a computadores para ficarem atualizados com as últimas na humanidade. Gente que fica realmente desesperada se perde algum acontecimento. Pessoas que entram em um nível de dependência da informação de última hora que, se fica sabendo de algo horas depois que todo mundo, entram em depressão.

E não adianta dizer que não existe. Cultuamos pessoas que têm a informação, fresca, para fornecer. Ou você vai me mentir, agora, que não paga pau para aquele amigo que sempre manda a última piada para o seu e-mail? Que não inveja aquele cara no Twitter ou no Facebook, que possui milhares de seguidores e sempre posta coisa nova, relevante e divertida? Vai dizer que você não admira ninguém que se posiciona e publica ideias sobre os mais diversos temas?


Isso é o que está matando o Jornal e Revistas Impressas. Periódicos estão perdendo terreno a cada dia, para suas próprias versões digitais.
Não a toa que a Enciclopédia Britânica - depois de 244 anos - parou de imprimir seu conteúdo, transferindo totalmente a publicação para a internet.
Chegará o dia em que os periódicos serão úteis apenas por causa da opinião e enlaces de notícias que proporcionarem. Quase como um blog que se preste, sabe?

Evidente que nem todas as pessoas têm as suas necessidades básicas sanadas, hoje. E, mesmo entre todas as que possuem suas necessidades sanadas, muitas não se interessam em estar na vanguarda da informação.

Mas, a cada dia, mais e mais pessoas estão se linkando. Entrando em redes, se informando, conhecendo o mundo e as principais veias de pensamento do saber humano, ascendendo sua capacidade de pensamento, sendo mais e melhores e, enfim, evoluindo.

Esse futuro é um contraponto ao futuro descrito por Idiocracy. Quase um alento.

Saber mais te faz mais. Mais avisado, mais esperto, mais versátil, mais gente.
E isso, já hoje, vale muito.

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