sábado, 25 de agosto de 2012

Sobram Vagas de Trabalho... Especializado!


Vou emendar uma mentira que falam todos os dias no nosso país, com um problema enorme que o Brasil está passando, mas na esperança de encontrar a solução para a minha própria área.

Tomara que eu consiga enlaçar tudo o que quero falar, de um modo que eu me faça entender.

Primeiro, a mentira.

No Brasil, muitos dizem que não existem empregos. Pior, dizem que os empregos que existem são mal remunerados. Falam em salário de miséria, como se o dinheiro que os cargos que existissem por aí escravizassem o trabalhador.

Quando não é verdade.

Talvez até seja em partes. Justamente naquela parte em que o trabalho não exige conhecimentos do trabalhador. Talvez sim, estejam faltando empregos para pessoas sem o primeiro grau, sem a capacidade de concatenar duas frases sem grunhir, compreender a matemática elementar ou somente com problemas para compreender como se usa o polegar opositor.

Mas, em todos os casos de empresas com o mínimo de especialização que tomo conhecimento, existe a mesma reclamação: existe falta de mão de obra.
Falta de trabalhadores para o setor moveleiro, faltam bons mecânicos, faltam bons eletricistas, faltam bons encanadores, faltam bons técnicos de praticamente tudo.
Isso, é claro, sem falar do ensino superior. Faltam profissionais em todas as áreas. Até mesmo bons advogados são artigo de luxo, mesmo com a enorme quantidade de bacharéis que as faculdades jogam no mercado, todos os dias.

Agora, o problema.

O que está acontecendo, se você não notou ainda, é que o Brasil está crescendo. Ah! Isso você já sabia? É, né? Deves ver isso todos os dias na TV, rádio, jornais, internet, etc...
Mas você sabe o que é esse “crescendo”?
Eu explico. Lembra quando o FHC viajava e os comediantes o chamavam de “Viajando Henrique Cardoso”? Sabe o que ele estava fazendo? Você pode achar que era turismo, mas não era. Ele estava lutando por abertura de mercados para os produtos brasileiros, no exterior. O Lula assumiu a presidência e fez o mesmo. Oito anos viajando, fechando contratos de comércio com Rússia, China, Índia, Europa, África, Oriente Médio, etc, etc, etc... E não têm sido diferente com a Dilma.
O “crescimento do Brasil” nada mais é do que esses contratos de comércio vingando. Cada dia essas portas estão sendo mais e mais aproveitadas por investidores brasileiros, para vender produtos para o exterior.

Sabias que as sandálias Havaianas são febre na Europa?

O “crescimento do Brasil” está nos colocando cada dia mais em evidência no mundo inteiro. Os estrangeiros procuram por nossos produtos. Querem o resultado do nosso trabalho. Mas, obviamente, passam a exigir mais e mais qualidade. Querem produtos de ótima qualidade, por um preço acessível. Assim como você quer, quando vai ao mercado.
Para produzirem tais produtos, as empresas precisam de funcionários qualificados. E, acredite, qualquer brasileiro que demonstre qualidade em alguma área, está ganhando bem. Só que, para conseguir essa qualidade, o funcionário precisa se qualificar.

Agora, vou puxar a brasa para o problema da minha área.

Uma das áreas em que o Brasil é mais proficiente, acredite, é a TI. Porque? Porque brasileiro é criativo. E, quando se dedica a criar algo com lógica, aliado ao nosso “jeitinho brasileiro”, nós criamos ferramentas tecnológicas poderosas. Chega a ser impressionante como nós conseguimos fazer praticamente qualquer coisa que os nossos clientes pedem. Essa característica do “jeitinho brasileiro” gera o mercado de softwares altamente personalizáveis. O que agrada muito as empresas do mundo inteiro.

Só que você se lembra da especialização que falta na mão de obra brasileira? Então... Na área de TI é pior ainda. Porque não adianta em NADA um programador saber, apenas, programar.
Na área de TI, um programador deve saber administração, porque o seu software irá automatizar etapas da administração da empresa do cliente.
Um programador deve entender da área fiscal, porque qualquer sistema deverá efetuar operações fiscais, como emitir uma nota fiscal.
Um programador deve entender de contabilidade, porque o seu sistema tem que emitir ao menos um balancete.
Um programador deve entender de estatística, matemática analítica e até de geometria, para gerar listagens, relatórios e até gráficos.
E, é claro, um programador deve ser especialista na área de atuação das suas empresas clientes, para prever as regras de negócio básicas, inerentes ao mercado a que atende.

Isso tudo, é claro, tendo que ter carisma para atender bem aos clientes no telefone e psicologia para aturar o “BigBrother” que é ficar 35 anos trabalhando em uma sala fechada, todos os dias, com os mesmos colegas.

Eu compreendo todos os problemas que acabei de listar. Sei que parece que acabei de pintar um quadro impossível de ser dominado. Mas, mesmo assim, quero usar esse texto para falar a você que não sabe o que fazer da vida: entre para a TI.
É muito difícil. Mas o mercado está tão carente de profissionais que qualquer adesão em nossas fileiras é bem-vinda. 





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