segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tese Musical

Sim, eu falo de música. Aliás, para quem não sabe, eu sou músico. Sério. Tenho até uma música, minha, gravada. Bem, está mais para "gravada". Está bem, eu me aproveitei de uma pausa em um estúdio e, em 15 minutos, fiz uma versão de uma música minha para violão. Operando a mesa, tocando e cantando, ela ficou assim:

http://alsssg.blogspot.com.br/2011/01/meu-primeiro-video-clip.html

Bem, meus dotes mostrados, novamente, agora creio que me qualifico para hipotetizar sobre o assunto.

São 7 notas musicais. Dó, Ré Mí, Fá, Sol, Lá e Sí. São 5 semi-tons: Dó Sustenido ou Ré Bemol, Ré Sustenido ou Mí Bemol, Fá Sustenido ou Sol Bemol, Sol Sustenido ou Lá Bemol e Lá Sustenido ou Sí Bemol.

A partir de qualquer uma deste grupo de 12 notas, pode-se gerar uma escala.

As escalas, por sua vez, podem ser combinadas, em mudanças de tom, durante a música.

Ainda há a possibilidade de gerar notas especiais, para não ficar apenas nos acordes maiores. Há os acordes menores, com a adição da sétima nota, da nona nota e por aí vai.

Sempre existem, também, os criativos, como Jorge Benjor, que criam suas próprias notas, para suas músicas.

Enfim, deu para notar que a gama de possibilidades é grande, né?

Só que eu tenho um receio... um medo.

Por mais que a música seja maleável, que tenhamos centenas de instrumentos musicais à disposição, com os mais variados e inovadores timbres e sonoridades... As possibilidades que existem, na música, são limitadas.

Sim, as possibilidades beiram o infinito. Mas não são infinitas.

Ainda mais com as requisições de patentes de autoria intelectual... Os frequentes processos sobre plágio que estão por aí fazem com que quem "chegue primeiro" a uma certa combinação, tenha direitos sobre ela.

Cada nova patente é uma combinação a menos que todos os demais podem utilizar, para criar a sua própria música.

E, em tempos de arte sendo criada em linhas de montagem, existem "autores profissionais", contratados por grandes gravadoras, trabalhando todos os dias para criarem músicas, para os artistas famosos.

Ou você acha, mesmo, que os músicos que fazem sucesso têm tempo para compor músicas?
Ainda mais esses que não param. Estão sempre em turnês, shows, mídias, aparições na TV, viagens, etc... Acabam "emendando" um Álbum em outro.

Eu tenho muito medo porque, se a humanidade continuar com o modelo atual de registro musical, aliado a alta taxa demográfica e a produção exagerada, creio que em poucas centenas de anos, todas as possibilidades estarão cobertas.

Sei, as patentes expirarão. Muitas dessas patentes resultam em músicas que nunca são gravadas e divulgadas.
Sei, ainda, que muitas músicas cairão no "domínio popular", assim como "ciranda cirandinha" já está.

Mas mesmo assim. Produzir por produzir músicas me deixa aflito.

Acho que estamos chegando em um momento em que precisamos revolucionar, novamente, a música. Já saímos das grandes orquestras para os grupos, para o blues, misturamos influências de diversos povos. Geramos samba, techno, rock e todos os seus diversos ramos. Quem sabe o que poderemos inventar, em alguns anos?




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