domingo, 20 de maio de 2012

E o Futuro?

Se existe alguma definição exata para o ser humano, eu não sei qual é. Mas, qualquer que seja, nenhuma é mais perfeita, para mim, do que "um macaco que gosta de organizar as coisas".

Sim. Passamos nossas vidas tentando dar significados, encontrar padrões e organizar as coisas.

Para isso, inventamos religiões, inventamos ciências e, mesmo sem nenhum artifício lógico, buscamos organizar o caos.

Eu, particularmente, gosto mais da ciência. Isso porque a ciência é humilde. A ciência não versa sobre o que não sabe. Especulações são tratadas como meras possibilidades, até serem comprovadas. E, mesmo depois de serem comprovadas, as afirmações científicas são postas à prova, constantemente. Dia após dia.

Estão aí as teorias de Einstein, a quase 100 anos, sendo constantemente postas à prova, de toda forma possível. Mesmo elas já tendo sido comprovadas em todos os testes anteriores, continuamos duvidando delas. Continuamos montando experimentos, procurando observar as previsões que os cálculos matemáticos efetuaram, para avaliar se Einstein errou em alguma coisa. E, mesmo já utilizando GPS's, Microondas, força nuclear e outras inúmeras invenções práticas resultantes do "E=MC²", os cientistas ainda acham que Einstein precisa ser provado.

Até alguns poucos anos atrás, eu brigava muito com uma característica do meu pai. Sim, o senhor meu pai é uma pessoa saudosista. Aquele tipo de pessoa que acha que o seu tempo era melhor. Que determinada época tinha mais de tudo. Que o mundo era melhor, antes.

Não vou entrar em méritos se o passado era melhor, ou não. Minha visão não é ficar chorando o que não foi. Mas, se notarmos bem, uma coisa do passado, que era fundamental, meio que sumiu, hoje em dia. As pessoas costumavam vislumbrar um futuro, antigamente. Coisa que, hoje, não acontece mais.

Antes, haviam muitas pessoas ligadas aos trabalhos e descobrimentos científicos. Pessoas que viam o que estava sendo pesquisado, o que estava sendo desenvolvido, e podiam prever aonde o mundo chegaria. Muitos visionários foram taxados de loucos ou lunáticos, por imaginarem e publicarem usos para tecnologias que sequer existiam!

Hoje, constantemente lemos sobre "como fulano previu o uso da internet a 40 anos atrás" ou "como ciclano se inspirou em um desenho ou filme para inventar tal coisa"...

O passado pode não ter sido a melhor coisa que já aconteceu. Mas o nosso presente, cada vez mais longe das ciências e mais próximo de fundamentalismos sem lógica, está ameaçando o nosso futuro próximo. O futuro dos seus filhos. O futuro dos seus netos. Talvez até o seu futuro, caso algum médico invente algum procedimento para dobrar a expectativa de vida do ser humano, novamente.

Espero, realmente, que as pessoas não desenterrem esse texto daqui uns 50 anos e digam algo como "viu como aquele escritor de blog - maluco - previu a decadência das invenções?".

Porque isso seria extremamente deprimente, para a sociedade moderna. Nós já baseamos nosso estilo de vida na economia. A economia, por sua vez, pode ser baseada no trabalho duro, nas guerras ou na evolução científica. Das três opções, eu prefiro o trabalho duro aplicado na evolução científica.

"Ai Arthur, mas tem tantos filmes com temas tecnológicos, futuristas e científicos!" Eu sei. Mas, convenhamos, a grande maioria deles possuem erros grotescos de ciências. Outros são - literalmente - fantasias maquiadas. Falta para os formadores de opinião e para o senso comum mais ciência de verdade. Aquela que está fazendo macacos moverem mãos virtuais. Ou as que estão lançando um novo super-telescópio espacial. Entendimento de forma acessível sobre o para que, exatamente, serve o Grande Colisor de Hádrons.

Somente quando a sociedade de modo geral voltar a sonhar com maravilhas tecnológicas viáveis, os nossos carros voadores e nossas férias em Marte voltarão a ser coisas possíveis!


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