quinta-feira, 17 de maio de 2012

Importância de um Título!


Temos um problema aparentemente insolúvel, nos nossos dias: a superpopulação.

Durante muito tempo, a humanindade conseguiu conviver em pequenas aldeias. Onde todos conheciam todos. Onde a sua reputação era reconhecida, só por causa do que você conseguia fazer. Onde bastava as suas ações e sua eloquência, para que suas ideias fossem sustentadas.

O tempo passou. Esse pessoal da pequena aldeia se encontrou com outros pessoais de outras pequenas aldeias. Esse contato já foi o suficiente para que as reputações orais das pessoas não as precedessem. Já nesse primeiro momento, as pessoas passaram a ter que provar, umas para outras, as suas capacidades.

Passa mais o tempo e as aldeias já não têm tão poucas pessoas. Não é qualquer um que tem o reconhecimento sequer dos seus.

As cidades chegam e você mal conhece as pessoas do seu bairro.
As cidades crescem e você sabe quem mora na sua rua... e olhe lá!

Chegamos no hoje e você dá sorte se sabe o nome dos seus vizinhos do seu andar, no seu prédio. Quanto mais esperar que toda a comunidade reconheça as suas habilidades.

Nossa capacidade acaba por ter que ser certificada. Somente com estas certificações todos conseguem saber, exatamente, as suas habilidades.

Para isso, existem instituições - também certificadas por outras instituições - para certificar o conhecimento das pessoas.

Mas é bom lembrar que, na verdade, ninguém precisa de uma faculdade para desenvolver suas habilidades. Mesmo porque uma faculdade não te ensina ou instrui. No máximo, uma faculdade é uma orientadora, indicadora de caminhos ou só uma facilitadora, uma economista do seu tempo. Na prática, uma faculdade é uma instituição que avalia a tua capacidade.

Terminar a faculdade é receber um atestado de reconhecimento público. Um atestado que você é apto para exercer certas funções.

Mas, insisto, não é porque o mundo não sabe que você faz algo muito bem, que você não faz.

Nesta semana, por exemplo, assisti à uma apresentação de uma mestra em filosofia. Deixando a modéstia totalmente de lado, a apresentação dela pareceu-me um apanhado de quatro ou cinco textos meus. O que difere, exatamente, é que ela é reconhecida como filósofa por causa das certificações, enquanto eu me auto-entitulo filósofo por saber que li diversos livros a respeito, conversei com muitas pessoas que têm capacidade de discutir sobre os assuntos, refleti demais sobre temas e tenho coragem para publicar minhas conclusões atípicas.

Resumindo, estou extremamente feliz por notar que, para mim, em tese, falta apenas passar pelas provas de faculdade e mestrado, para ser um "filósofo de verdade".

Com a internet, entretanto, temos a capacidade de nos expressar para todo o mundo. Temos a capacidade de tentar promover as nossas habilidades para qualquer um que esteja interessado em ver. Podemos, sim, voltar a um conceito de aldeia, onde basta a qualidade e proficiencia individual, para se destacar.

Pessoas sem certificação conseguem demonstrar tudo o que podem e acabam recebendo a notoriedade por isso.

Não, não estou falando que você não deve estudar. Não estou falando que você deve ser prepotente e achar que sabe tudo. Só que todo o conteúdo necessário para você se desenvolver, está dentro de você. Sim, você pode chegar a qualquer conclusão que a humanidade não chegou, ainda, só estudando seus próprios pensamentos. Aliás, é esse o processo que faz com que novas coisas sejam descobertas!

As pessoas não podem achar que o estudo é tudo, porque isso é se institucionalizar. Mas, também, não podem renunciar às ideias alheias, porque você deve saber que qualquer pensamento que tenha, provavelmente já está sendo debatido. E você deve saber o que todos os demais já disseram, para poder contribuir com o seu próprio ponto de vista.

E é nesse momento que você vê o quanto é profundo ou raso, em cada assunto. Sim, essa é a importância do estudo. Receber a base do que os outros já fizeram, para que você próprio possa ir mais além do que tudo que já foi criado!

Tudo o que você precisa está dentro de você. E os fatores externos são importantes, para que você tenha parâmetros para se situar, nesse mundo lotado de anônimos.




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