quarta-feira, 2 de maio de 2012

Esportes Virtuais

Domingo, pela manhã, o Globo Esporte levou ao ar as finais de um campeonato de futebol FIFA 2012.


Inicialmente, fiquei assustado com a ideia de campeonato de vídeo-game, sendo considerado "Esporte".
Minha primeira reação foi de pensar que é uma pena que não haja nenhum esporte convencional, com apelo popular, que pudesse ser apresentado ali, naquele horário.

Isso porque nossos Domingos pela manhã são reservados para ver algum esporte que o povo gosta. Corridas de Fórmula 1, Corridas de Stock Car, vôley, Basquete, Futebol de Salão, Futebol de Areia, Ginástica Olímpica, Natação, Atletismo... Sempre tem algo para ser mostrado, nesse horário.

Eu duvido muito que não haja nada disso para passar, em um Domingo pela manhã. São tantos esportes que podem ser apresentados... Um só deveria estar sendo promovido.

Só que não. A atração escolhida, para esse último Domingo de Abril, foi um campeonato de futebol virtual.

Passado o impacto inicial, passei a ponderar mais sobre essa escolha.
Lembrei-me, por exemplo, que eu mesmo já participei de campeonatos de vídeo-game. Em épocas mais simples, eu achava que vídeo-game era, sim, algo que desenvolvia habilidades nas pessoas.

Na época, eu comparava o vídeo-game ao xadrez.

Aí, passei a comparar, com a visão do Arthur de hoje, se esse pensamento adolescente ainda se mantém.

Vejamos.

Xadrez trabalha a lógica e a estratégia. 

Muitos jogos simplesmente não possuem estratégia. Coloca "Contra", para rodar, e sua estratégia consiste em se manter vivo e matar todos os bonequinhos que são despejados na tela. Se isso é um esporte, no máximo se assemelha a uma maratona, onde ganha quem consegue chegar mais longe.

Porém, existem muitos outros jogos de vídeo-game, onde a estratégia é crucial. Principalmente nos jogos virtuais que tentam imitar jogos e esportes reais. Sim, futebol tem estratégia, tem habilidade e tem que pensar rápido. Quando as regras gerais se aplicam aos dois jogadores, o jogo virtual é tão justo quanto o mundo real.

O problema de trazer os jogos virtuais para categoria de esporte, é que eles não são justos, socialmente falando. Não é qualquer um que possui os consoles caríssimos, acessórios que aumentam o desempenho, televisores com definição profissional e patrocínio para treinar por horas a fio. Muito embora existam muitos que o fazem.
Eu compararia o "esporte vídeo-game", como um esporte caro de se praticar. Algo como Golfe, Polo, Esqui, Automobilismo, etc... Sim, se for um esporte, certamente é elitista.

Em um segundo momento, já temos uma quantidade de adultos considerável, que cresceu com os vídeo-games, em casa. Pessoas que já têm o vídeo-game enraizado em sua cultura.

Depois de muito ponderar, estou até achando algo legal. Os campeonatos de vídeo-game podem, sim, trazer muita emoção para muitos. Gerar mais negócios, mais campeonatos, trazer mais gente do anonimato, para os holofotes.

Basta que hajam critérios. Basta que a justiça ocorra, sempre. Basta que seja tratado como esporte de verdade.

Não como o que aconteceu nesse final de semana na séria A2 Paulista, nas armações da Fórmula 1, ou com o jogo do Grêmio, no campeonato Gaúcho de 2011, o famoso "Até empatar". Coisas assim só mostram que esportes são, somente, "mais um bom negócio", devidamente manipulado.

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